You Like Girls: "YES" or "NOT"? escrita por Toshiko


Capítulo 11
Capítulo 11.


Notas iniciais do capítulo

Decidi postar, porquê sim. E aos meus leitores invisíveis: podem aparecer, eu ficarei muito feliz com isso saaaaaaabe u_u
Boa leitura, minha gente.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/407907/chapter/11

As coisas entre eu e Hinata estão extra estranhas desde ontem. Bem, era óbvio que isso iria acontecer, não é? Afinal, fizemos sexo. O que eu não posso negar, é que foi bom –– e dolorido –– e que me fez esquecer um pouco os problemas. Eu acho que eu me senti “bem”, mais por estar ao lado dela, e não pelo o que ela estava fazendo. É estranho explicar, sério mesmo.

Eu estou nesse momento assistindo televisão, ás 15:00 da tarde. Neji e Tenten saíram faz pouco tempo, para onde, não me interessa, o importante é que saíram. E Hinata, está dormindo até agora. Terminaos a madrugada conversando sobre coisas banais, como a prova que teria daqui alguns meses.

–– Hinata... –– chamei, enquanto abria a porta do quarto. –– Vamos, acorde logo, vaca.

–– Não, espera aí. –– ela respondeu com uma voz MUITO sonolenta. –– Me deixe sonhar em paz.

–– Beleza. –– falei, já saindo. –– Então, eu estou indo embora, tá?

Hinata se levantou naquele mesmo segundo, e me empurrou para dentro com a maior força. Eu sabia que isso ia dar certo.

–– Vai embora ô caralho! –– ela gritou, ainda segurando o meu punho com uma certa força.

–– Tudo bem. –– ri um pouco. Era estranho rir enquanto o seu pai estava em um hospital, é.

Descemo um tempo depois. No meu celular, não tinha nada que fosse do Naruto, nada mesmo. Eu estava começando a me preocupar novamente. Mas, veja bem, você também não se preocuparia se o seu melhor amigo não te respondesse?

–– Você sabe fazer brigadeiro, né? –– Hinata perguntou, chamando minha anteção. Apenas confirmei com a cabeça. –– Faça pra mim hoje, então.

–– Não, Hinata. –– falei meia indireferente. –– Se quiser, eu te ensino e você mesma faz.

–– Eu não quero fazer! –– ela praticamente gritou, fazendo minha cabeça doer ainda mais. –– Eu quero que você faça para mim!

–– Olha, eu não vou ficar aqui discutindo com você por causa dessa bobagem. –– disse me levantando e já indo em direção a porta. –– Estou indo pra casa agora. Até mais.

–– Não tem como você ir para a sua casa. –– ela disse, me seguindo. –– Só tem uma chave, e ela está com a sua mãe. E também, está frio, vai ficar doente.

–– Não tem problema. –– retruquei, meia que não querendo que ela falasse mais alguma coisa que me impedisse de sair de uma vez dali.

–– Mas também está... –– ela começou. Só começou mesmo.

–– Eu preciso ficar sozinha um pouco, porra! –– gritei. Bem, eu estava um pouco fora de mim, e nem sabia o porquê. –– Olha, me desculpa, sério. Só que você sempre está andando de um lado para o outro, se encostando em mim, e ontem você fez aquilo. Não sei se já tinha percebido, mas eu não estava tão pronta a aquele ponto! Não adianta ficar correndo atrás de mim.

Hinata ficou em silêncio por um tempo, apenas me olhando. Ela tinha a boca um pouco aberta por ter escutado tudo aquilo, e nem mesmo piscava. Agora, as perguntas que não se calam: Porquê eu fiz isso? E o que está havendo comigo?

–– E eu não sei se você já percebeu, mas tudo que eu faço, é pra tentar te ajudar. –– ela disse, com uma voz um pouco rouca.

Eu estava a ponto de começar a chorar. Sabia disso porquê, eu estava passando a mão no meu cabelo a cada segundo.

Neji entrou pela porta com Tenten naquele mesmo segundo. Eu o agradeci mentalmente por fazer isso, porquê quando eles entraram, eu saí correndo. Eu acho que isso deve ser alguma maldição que jogaram contra mim. Porquê não tem como eu estar, finalmente, namorando com Hinata e estar tão triste a esse ponto.

Me arrependi de não ter pegado uma blusa de frio quando me sentei em um banco numa praça um pouco vazia. Crianças corriam de um lado para o outro, gritando e sorrindo. Tinha alguns casais ali perto, casais “normais”.

Senti o celular vibrar na minha mão, e nunca pedi tanto para que lesse o nome de Hinata ali. Mas era Naruto. Eu também fiquei feliz com aquilo, mas não tanto...

Você falou merda pro Sasuke a um tempo atrás?” Dizia na mensagem escrita totalmente sem nenhum erro de português.

Falei que ele não deveria ter medo de te assumir.” Respondi somente, e meu coração já estava batendo muito forte, de desespero.

Pois é, ele me contou, sabia? Francamente, Sakura, o que tem de errado com você? Você entende o quanto isso o deixou constrangido? E agora, ele não me atende. Satisfeita?” Li aquilo e tive uma vontade enorme de voltar a aquele dia, e não ter falado nada.

Me desculpe, sério. Eu nunca quis que vocês ficassem assim.” Respondi novamente, e minhas mãos á esse ponto, estavam tremendo.

Me desculpe?! Você acha que eu vou me convencer disso? Ah, sinceramente, eu não deveria ter contado nada para você. Aliás, eu nem deveria ter feito amizade com você.” E essa foi a mensagem final dele.

Meu coração disparou mais ainda. Olhei para frente e para os lados, como se dali, Naruto fosse sair gritando que era apenas uma brincadeira. Mas não era, infelizmente. Eu tinha feito tudo errado, e também não o culpo por não me desculpar.

Agora, pra onde eu vou, também não sei. Minha mãe está com a chave, não posso voltar para a casa de Hinata e não tenho um pingo de coragem para ir no Naruto. Eu estava quase perdida, quando me lembrei de Sai.

Sai, você está em casa? Bem, se lembra de quando disse que poderia me dar aulas de desenho? Então, eu quero aprender. Agora.” Enviei a mensagem e cruzei os dedos, rezando para que ele estivesse lá.

Eu estou sim, só não quero te dar aula agora.” Ele respondeu, sincero como sempre.

Sai, por favor! Não faz isso comigo, sério.” Enviei recomeçando a ficar desesperada.

Tá bom, tá bom. Eu te mando o endereço da minha casa, espere só um segundo.” Respondeu, e eu me senti aliviada. Segundos depois, e lá estava o endereço.

Sai, assim como eu, era horrível em explicar as coisas. Errei mais de quatro vezes a rua de sua casa, sem dizer que tive que sair perguntava para Deus e o mundo onde ficava rua tal, em uma casa gigante, da cor laranja –– ou pelo menos, foi assim que ele me descreveu.

Quando cheguei, acabei me surpreendendo. A casa era mais do que só ENORME, e tinha um milhão de janelas. Se eu não estivesse namorando com Hinata no momento, pegaria Sai só para poder ir todo dia em uma casa dessas.

–– Quer entrar ou vai continuar olhando para a minha casa feito idiota? –– Sai perguntou, me fazendo o olhar. Ele deu um daqueles sorrisinhos que sabia que eu odiava.

–– O único idiota aqui é você, idiota. –– falei bem baixinho quando estava entrando.

–– Sai, você trouxe visitas? –– perguntou uma voz feminina, de algum lugar não muito longe de onde estávamos.

–– Não é ninguém, mãe. –– Sai respondeu gritando, enquanto me empurrava escada a cima. –– Foi só minha impressão! –– gritou novamente e chegou um pouco perto do meu ouvido. –– Se não quer tomar chá o dia todo, é melhor tratar de subir rápido.

Quando entrei no quarto de Sai, me senti em uma daquelas exposições de desenhos, sabe? Então. Tinha desenhos por todos os lados, paredes e chão, na janela e até na porta do guarda-roupa.

–– Então, o que veio fazer aqui? –– Sai perguntou, me fazendo o olhar.

–– Se importa se eu falar como estou me sentindo? –– perguntei de volta. Mas que coisa mais idiota pra se perguntar, por isso eu não vou ficar surpresa se ele me responder tipo...

–– E eu posso rir da sua cara depois disso?

–– É sério, Sai! –– praticamente gritei. –– Você fica por aí, distribuindo esses seus sorrisinhos... Mas eu duvido muito que você seja feliz de verdade.

–– Isso não vem ao caso. –– ele disse, ainda me olhando. Mas que tratamento ou macumba esse moleque fez pra ficar tão... assim?! –– Olha, tanto faz o que veio ou não fazer aqui, mas diga logo porquê estou ocupado.

–– Eu já disse, quero falar como estou me sentindo. –– retruquei. Mas que porra. –– Só que como você não está interessado, eu acho que vou embora pra não te incomodar mais.

–– Ah, tanto faz, você já entrou mesmo. –– ele disse, quando eu fiz menção em levantar. –– Se quiser, fica. Mas não atrapalha.

E então eu fiquei o olhando desenhar. É chato, porquê, se eu também soubesse desenhar, podíamos fazer uma disputa ou algo assim. Eu ia pedir pra fazer isso antes, mas então eu me lembrei de que não sei desenhar nem um coração direito. Fico imaginando o que vou fazer quando sair da escola, porquê eu não gosto de nada, não sei fazer nada e tudo parece difícil de aprender. Já estou até me preparando psicologicamente caso Hinata me largue, e eu tenha que passar o resto da vida com uma casa cheia de gatos.

Eu queria sair, e queria ficar. Acho que isso deve ser bipolaridade. Estou naquela fase onde se quer morrer e também comer alguma coisa que logo tudo passa mais rápido.

–– Sai, você é gay? –– perguntei e ele se virou no mesmo segundo.

–– Porquê?

–– Nada, só atoa mesmo. –– respondi, tentando me manter séria. –– Então, você é ou não?

–– Isso não te importa. –– respondeu apenas. É difícil conversar com alguém assim. –– Mas fala, o que está acontecendo com você?

–– Bem... –– comecei. Como dizer que estou me sentindo infeliz? –– Eu não estou bem. Eu acho.

Sai ficou me olhando por alguns minutos. Tenho certeza de que estava com uma vontade imensa de rir, mas mesmo assim, parece que segurou firme. Ele era muito pálido, e com o sol refletindo sobre seu corpo, ficava até meio difícil de o olhar por muito tempo.

–– Eu não sei como te ajudar. –– ele disse. –– Enfim, quer desenhar?

–– Eu não sei desenhar, idiota. –– falei me levantando. Sai me entregou um lápis, uma caneta e uma folha. Nos sentamos no chão, e em quanto ele já desenhava, eu fiquei sem saber o que fazer.

Pensei na Hinata e no Naruto. É incrível esse poder que eu tenho de estragar as coisas.

–– Eu acho que vou pra casa. –– disse, não tendo realmente certeza.

–– A porta está aberta. –– Sai avisou. –– A do meu quarto, e da sala também. Se minha mãe te pegar, diga que só deu uma passadinha ou ela vai querer que você conte tudo o que fez aqui em cima.

–– Mas eu não fiz nada aqui. –– Estreitei os olhos. Sai nem tinha a capacidade de me olhar quando falava. –– É, eu não fiz nada. E você nem me ajudou.

–– Eu disse que não sabia como te ajudar. –– ele retrucou, e dessa vez, virou o rosto.

–– Ah... Tá bom, então. –– Me levantei, e já ia saindo. –– Até mais.

Eu devo ter andado bastante sem nem perceber, e quando parei, meus pés estavam até ardendo.

Talvez eu resolva esse problema com a Hinata e o Naruto outra hora, mas não agora. O que eu quero mesmo, é ir para casa e deitar na minha cama. Onde lá, pelo menos, eu tinha a certeza de que não falaria nada que fosse magoar alguém.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!