A relação com o Vitor não tava lá essas coisas, mas até que estávamos nos dando bem na medida do possível. 

- Pedra, papel, tesooooura. 

Disse mostrando a mão tinha feito uma tesoura e ele pedra. Estávamos disputando para ver o que íamos assistir na TV, eu queria assistir um filme que estava passando e ele queria assistir um jogo. 

- Ganhei, pedra quebra tesoura. 

- Mas a tesoura corta seu fígado, então fica quieto aê e vamos assistir o filme. 

- Não, melhor de três. 

Ele disse escondendo a mão novamente. 

- Okay. 

Disse e escondi a minha mão novamente, na segunda nós empatamos então a terceira era desempate. 

- Vai! 

Ele disse e mostramos nossas mãos ele tinha feito papel e eu pedra. 

- Papel enrola pedra então eu ganhei. 

Ele disse e comemorou. 

- Se eu jogar uma bolinha de papel em você e jogar uma pedra, qual dos dois você acha que vai doer? 

- A pedra. 

- Então pronto, ganhei. 

- Não ganhou nada Açúcar, sai fora. 

Ele disse pegando o controle da minha mão. 

- Vitor  me dá o controle. 

- Não, eu ganhei então vamos assistir o jogo. 

- Te odeio. 

Disse fazendo careta para ele, e me ajeitando na cama e fazendo bico. 

- Faz bico não, é jogo de basquete você ama basquete que eu sei. 

- Pois é, mas eu queria assistir o filme. 

- Mas você já assistiu aquele filme milhares de vezes que eu sei. 

- Vitor vai cagar, eu não quero saber. 

Disse me fazendo de emburrada, mas na verdade tava amando o jogo sou apaixonada por basquete. 

- CESTA! WOW! 

Gritei quando um dos jogadores fez uma cesta fantástica. 

- Você não tava com raiva. 

- Cala a boca e assiste o jogo. 

Disse e nós começamos a gritar e pular na cama. 

- GUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUIII! 

Gritei de dentro do quarto. 

- QUÊ? 

- EU QUERO PIPOCA! 

- E EU COM ISSO? 

- QUE EU QUERO PIPOCA E VOCÊ ME TRANCOU AQUI DENTRO AMOR DA MINHA VIDA ENTÃO NÃO TEM COMO EU IR FAZER, VAI SER BURRO ASSIM LONGE, VISH. 

- VOU FAZER PIPOCA PARA NINGUÉM NÃO. 

- AH VAI SIM. 

- TÁ, JÁ VAI ENTÃO. 

Eu e o Vitor voltamos a assistir o jogo que tinha parado para o segundo intervalo ainda. 

- PRONTO, MAS SÓ ABRO SE VOCÊS NÃO FOREM ME ATACAR! 

O Gui gritou fora do quarto, mas o jogo estava melhor. 

- TRAZ LOGO A PIPOCA, O JOGO TÁ MUITO FODA. 

Escutei o barulho da porta se abrindo, mas nem eu e nem o Vitor nos estressamos e continuamos vidrados no jogo, tava muito emocionante. 

- VAI CESTA, CESTA... CEEEESTA YEAH! 

O Vitor gritou e eu bati na mão dele. Quando me toquei e procurei o Gui ele já tinha saído e a pipoca tava no chão. Fui até lá e peguei. 

- Quer pipoca ? 

- Quero. 

- Não vou dar. 

Disse dando língua para ele que tentou arrancar a bacia com pipoca das minhas mãos. 

- Ta eu dou, solta. 

Comemos a pipoca enquanto assistíamos o jogo, sabe aqueles jogos que ficam todo tempo empate e depois um passa o outro, e o outro time vira e tals? Pois é, era assim que tava o jogo de hoje. 

- TRÊS PONTOS!  

Gritei, já estava no último tempo do jogo. O time para o qual nós estávamos torcendo acabou ganhando. 

- GANHOU, UHU! 

Começamos a pular e fazer uma dancinha em cima da cama. 

- Eu vou tomar banho agora. 

Ele disse e foi para o banheiro, mas em questão de uns 10 segundos ele voltou. 

- Não é para me espiar tomar banho, ta ouvindo? 

Ele disse zoando com a minha cara. 

- Claro que vou espiar Machado, vou até gravar no meu celular para colocar na internet e mostrar para todas as garotas do mundo o quanto você é gostoso. 

Disse irônica. 

- Não precisa, eu sei que elas sabem. 

Ele riu, piscou e entrou no banheiro. Aff, procurei alguma coisa para assistir, mas não tinha nada de interessante, ou pelo menos que me interessasse. Liguei o som e na rádio tocava o remix de “Turn Up The Music” do Chris Brown feat. Rihanna aumentei o som no máximo e comecei á dançar loucamente pelo quarto. Eu pulava em cima da cama, dançava no chão e cantava que nem uma louca. 

- LIA?! 

Escutei a voz do Vitor e ele estava só com a cabeça para fora do banheiro. 

- Oi? 

- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? 

Ele gritava pelo fato do som estar no último. 

- ESTOU CANTANDO E DANÇANDO. 

- AH ERA VOCÊ CANTANDO? PENSEI QUE TAVA MORRENDO. 

Ele começou a rir, eu peguei a bacia onde tinha pipoca antes e joguei nele, que se protegeu fechando a porta do banheiro, depois que a bacia caiu no chão ele abriu de novo rindo. 

- VAI TOMAR TEU BANHO! 

- VOU MESMO, PELO MENOS ESCUTO MENOS VOCÊ CANTANDO, SE É QUE PODE CHAMAR ISSO DE CANTAR. 

Mostrei o dedo médio para ele que riu e voltou a entrar no banheiro. Continuei cantando e dançando, até o Vitor finalmente sair do banheiro. Me arrumei para dormir, já era um pouco tarde. Eu e o Vitor nos deitamos na cama um de costas para o outro. 

- Boa noite. 

- Boa noite. 

Respondi e fechei os olhos, mas não tava conseguindo dormir. 

- Hey, dorme não. 

Escutei o Vitor falar e me empurrar de leve. 

- E por que não, posso saber? 

- Porque eu to sem sono. 

Ele disse fazendo eu me virar para encará-lo. 

- Que ta sem sono é você e não eu. 

Isso era mentira, também estava sem sono. 

- Mas fica acordada comigo, vamos conversar. 

- Conversar sobre o quê? 

- Bom, primeiro eu queria te pedir desculpa pelo o que eu fiz com você no passado sabe, nunca devia ter te tratado daquele jeito, você era minha melhor amiga ainda te considero minha melhor amiga, apesar de tudo, então só queria te pedir desculpa. 

- UAU! 

Disse totalmente surpresa. 

- Que foi? 

Ele perguntou sem entender minha reação. 

- Nada, só que me pegou de surpresa você estar pedindo desculpa. 

- Sei que não tenho sido uma das melhores pessoas e tals, mas é sério me desculpa, você não sabe o quanto foi difícil para mim quando você foi embora naquele tempo, os meninos ficaram sem falar comigo, eu sentia sua falta e me sentia horrível. 

- Ta, mas já passou, você já errou agora não tem como retirar o seu erro. Eu desculpo você sim, éramos crianças, e alias o que você me disse fez eu me cuidar, então até meio que agradeço. 

- Então amigos? 

Ele perguntou se ajeitando e estendendo a mão para mim. 

- Talvez. 

Pisquei e ele riu. 

- Mudando de assunto então, você e o Gabriel estão namorando mesmo? 

- Sim, ele é uma ótima pessoa. 

Disse rindo. 

- Ele é estranho, ás vezes eu acho, pode ser loucura minha, mas que ele ta dando em cima de mim, é uma coisa muito tensa. 

Ele disse fazendo uma careta e eu não me aguentei e ri, ri muito fui rolar na cama, mas acabei rolando demais e caindo e continuei rindo no chão. 

- O que aconteceu? 

- Nada Vivi, é só que o Biel  é muito homem sabe não ia dar em cima de você. 

Disse me recuperando e limpando as lagrimas de tanto rir, voltei a me deitar na cama. Olhei para o Vitor  que tinha um sorriso bobo na cara. 

- O que foi Vitor? 

- Você me chamou de Vivi? 

Ele disse ainda sorrindo. 

- Foi, por quê? 

- Nada é só que faz tempo que você não me chama assim. Na verdade, faz muito tempo desde quando você foi embora.- (Vivi Foi um apelido que eu dei pro justin quando eramos crianças eu Não sabia Falar o nome do vitor direito  e sempre sai Vivi) 

- Bom estamos tentando recomeçar e tals, então... 

Deixei a frase rolar. 

- Tudo bem então. 

- Agora vamos dormir que me deu sono. 

- Ta, boa noite açúcar. 

- Boa noite Vivi. 

Me virei e dormi, até que podia ser uma boa eu e o Justin voltarmos com nossa amizade, mas não vai ser assim tão fácil porque sou uma pessoa fria e sem coração que gosta de fazer as pessoas sofrerem. Quando acordei de manhã abri os olhos devagar e pensei que ainda tava dormindo, ou melhor que eu estava sonhando. A porta do quarto estava aberta, não creio nisso. Levantei um pouco a cabeça para me certificar se estava aberta mesmo já que o braço do Vitor estava no meio, e realmente estava aber... pera aí, o braço do Vitor? Olhei para a cama e eu estava abraçada com o Vitor e ele comigo, estava com a cabeça deitada em seu peito enquanto ele me abraçava, agora entendi o por quê da porta aberta, mas foda-se eu to com fome. Me levantei e sentei na cama, para acordar o Vivi, olhei para ele que estava lindo dormindo, parecia até uma pessoa quieta, com juízo e um garoto que valesse a pena. Sorri olhando para ele. 

- Ô vivi acorda. 

- Hm ? 

Ele gemeu e se virou querendo dormir. 

- vivi levanta, abre os olhos, se desperta caralho. 

- Me deixa dormir mãe. 

Ele disse e voltou a se ajeitar para dormir. 

- Pode apostar que se eu fosse sua mãe você já tinha levado uma surra, levanta agora que eu estou falando com você. 

Disse batendo nele. 

- Me deeeeeeeeeeixa. 

- vitor  seu bobão acorda logo. 

Disse dando uns tapas na cara dele, que abriu os olhos de repente. 

- Você estava batendo na minha cara? 

Ele perguntou um pouco sério, e eu percebi a merda que eu fiz. 

- Era só para você acordar. 

- Mas você bateu na minha cara? 

- Bati. 

Disse e ele respirou fundo e do nada se levantou, eu saí correndo para fora do quarto e ele veio atrás de mim. 

- Sai Vitor, você não queria acordar. 

Disse correndo na cozinha eu fiquei em um lado do balcão e ele do outro. 

- Mas isso não dá o direito de você bater na minha cara. 

- Ta eu entendi, maaaas... olha onde nós estamos agora. 

Disse mudando de assunto, ele olhou para a cozinha. 

- Como viemos parar aqui? 

Ele disse chocado. 

- Nós morremos dentro daquele quarto, viramos fantasmas e saímos atravessando paredes, tcharam. 

Disse irônica e ele me fuzilou com o olhar. 

- Desculpa, mas olha tem um bilhete na geladeira atrás de você. 

Ele se virou e pegou o bilhete, fui para o lado dele para poder ver também.  

Oi gente, eu (Gui) e os meninos vimos que parece que vocês se entenderam então resolvemos soltar vocês, nós saímos antes de vocês acordarem, fomos dar uma volta pela cidade e nós preparar para a surra que a Lia vai nos dar. Lia nós amamos você tá bom meu amor, minha flor, minha linda? Voltamos logo (com medo, mas voltamos), então se divirtam e não briguem. 

                                                                       Com amor e medo, Dinho,Lucca,Gui. 

- Eles que me aguardem quando chegarem aqui. 

Disse rindo do bilhete deles. 

- Nem estão com medo eles. 

O vitor disse zombando deles. 

- Mas agora foda-se to com fome. 

- É eu também. 

Abri a geladeira e tinha um pedaço de bolo. 

- Oba bolo. 

- Eu quero. 

O Vitor disse vindo até a geladeira. 

- Só tem um pedaço. 

- É meu. 

- De jeito nenhum, eu vi primeiro Vivi, tira o olho. 

- Mas a casa é minha. 

- Foda-se. 

Disse pegando o bolo, o Vitor  tentou pegar da minha mão e eu acabei soltando fazendo com que fosse todo na cara dele. 

- Açúcar, corre.