Um ano depois da partida de Thor para Asgard, Jane ainda sentia algo faltando, sentia que faltava ele contando aquelas histórias fantásticas que ela jamais haveria pensado que existiam, sentia falta de alguém que acreditasse em sua pesquisa da mesma forma que ela, nunca tinha sentido uma paixão tão feroz por alguém, que virasse sua mente de ponta cabeça fazendo as estrelas estarem em suas mãos e os pensamentos lá no alto. Há pouco tempo tinha visto Thor em todos os noticiários junto com os vingadores em Nova Iorque, mas não a procurou, fazendo com que uma parte dela achasse que ele tinha a esquecido, mas a outra permanecia lá sussurrando em seu ouvido que o Deus do Trovão tinha um grande motivo por não ter voltado para ela. Não desistiu apesar de tudo e sempre nos dias de temporais observava o céu para ver se havia algo diferente, algum sinal dele...

Thor resolveu os seus problemas com Loki, que permanecia em uma prisão altamente segura de Asgard. Em momentos de aflição e batalhas tudo era normal, mas quando estava sozinho, longe de todos, sentia o vazio em seu coração. Quando voltou para sua terra não imaginava o quanto Jane faria falta... Aquele sorriso lindo e espontâneo não saia de sua cabeça, nem sua gratidão por ter o tornado uma pessoa melhor, mais humilde, mais sábio... Mas não podia voltar, a ponte ainda estava quebrada e seu pai jamais usaria de toda a magia negra que necessitou para leva-lo a Midgard para deter o irmão para que ele fosse se encontrar com uma mortal.

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Em um fim de tarde, o tempo começou a fechar, e começaram os trovões. Jane tinha ido deixar Darcy em sua casa e Erik estava em outra cidade fazendo trabalhos para a S.H.I.E.L.D., estava chegando em casa e quando viu a mudança no tempo apenas uma palavra lhe veio a mente, “Thor”, meteu o pé no acelerador, estacionou o carro de qualquer jeito em frente o centro de pesquisas, neste momento a chuva começou a cair de repente, ela foi até a porta e se molhou toda. Foi para o quarto e mexia em sua mesa, revirando tudo em busca de seu caderno, encontrou, arrumou o telescópio em direção a grande janela e colocou os olhos lá. Mas nada... Era só um temporal comum, estava tudo normal, normal era a palavra que mais odiava nos últimos tempos... Afastou-se do instrumento e sentiu uma tristeza enorme, cortante.

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Também era fim de tarde em Asgard, mas o tempo não estava chuvoso, o sol se punha de forma triste. Thor chegava ao fim da ponte do arco íris, da querida ponte de Einstein Rosen de Jane... Ficou em pé ao lado de Heindall:

_ Thor Odinson – disse o guardião.

_ Heindall... Como ela está?

_ Está te esperando, e trabalha com suas pesquisas o tempo todo... Nem sei como consegue suportar isso...

_ Ela é apaixonada pelo que faz... – disse com um leve sorriso no rosto ao lembrar dela desesperada com seu trabalho naquela noite que se conheceram e que ele foi atropelado por ela.

_ E por você também... A moça se apegou realmente a promessa que a fez... Tem sido leal todo esse tempo.

_ Ela é um anjo... Nem sei se eu merecia toda essa lealdade por tê-la deixado só...

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Começou a folhear o seu caderninho, passando por todos os seus estudos e lembrando de Thor lá no barzinho jogando a caneca no chão para pedir mais, dele todo vestido com aquela armadura. Chegou a página do desenho da árvore dos mundos, viu nitidamente o Deus desenhando e falando os nomes dos reinos com aquela voz grossa e suave ao mesmo tempo. Passou a ponta do dedo indicador pelos traços à caneta, apoiou os braços na mesa e uma lágrima escorreu dos olhos... E começou a chorar intensamente e dizia a si mesma:

_ Eu sinto sua falta... Queria que você estivesse aqui agora, me segurasse nos braços e dissesse que tudo estava bem...

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_ Você pode ver como ela está agora?

_ Claro que sim...

Depois de alguns minutos prosseguiu:

_ Está triste.

Thor o olhou pedindo que explicasse o motivo.

_ Ela teve mais um fio de esperança... Mas não era você... Folheava um caderno e fazia algo que os deuses daqui nunca fazem... Saiam lágrimas de seus olhos.

_ Ela estava chorando... Ela estava chorando por minha causa... – dizendo a última frase como um sussurro.

_ Desculpe tomar seu tempo com meus problemas – disse Thor novamente e ia indo embora.

_ Para onde vai?

_ Para longe, eu não consigo pensar nela chorando, Jane é forte, se está assim é porque realmente não está bem. E não posso voltar! Não posso tê-la em meus braços, beijar os seus doces lábios, segurar em sua cintura. Eu quero ela! Quero abraçá-la e não largar nunca mais. Eu não posso suportar vê-la sofrer e não fazer nada! Meu coração chora junto com ela! – Falava em tom mais alto e desesperado. Virou as costas e foi caminhando.

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Jane largou tudo do jeito que estava, abriu o guarda-roupa e pegou a camisa de flanela xadrez de azul que Thor não tirou nos dias em que esteve lá, que permanecia no fundo de uma gavetinha. Pressionou-a na face com os olhos ainda lacrimejantes tentando sentir o cheiro dele, mas depois de todo o tempo passado não podia sentir mais nada, só saudade. Foi até o banheiro, ligou o chuveiro, entrou, deixou a água quente cair sobre seu corpo e continuava lembrando daquela noite, ele pronunciando Hubble errado, aqueles olhos azuis e cerrados a fitando, ele a cobrindo para protegê-la do frio, e as lágrimas caindo sobre a face. Tentava pensar em outra coisa, mas não conseguia, saiu do box, se olhou no espelho, limpou os olhos com as mãos, vestiu a camisa dele.

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Thor começou a andar por entre a linda vegetação de seu mundo e sentou em uma pedra, já era quase noite fechada. Começou a pensar no beijo que Jane o deu e como tinha sido bom, lembrou de como ela ficava sem graça quando ele beijava o dorso de sua mão e como fazia aquela feição de extremo interesse pela história dos planetas sem perceber, de como os cabelos dela eram brilhantes e os olhos também. Ele a amava. Levantou, entrou no castelo e foi até os seus aposentos.

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Jane pegou um copo de café, sentou na cama e enrolou-se nas cobertas, agora com os ânimos mais calmos.

Thor saiu na sacada de seu quarto de onde tinha uma vista muito vasta e disse:

_ Jane, eu queria que pudesse me ouvir agora... Queria dizer que um dia vou conseguir voltar para você e compensar tudo, eu juro, juro que vou comprimir o que prometi, vou honrar minha palavra, não só porque eu disse, mas porque eu também não aguento mais ficar sem você. Saiba que eu vou voltar na primeira oportunidade, eu te amo.

Neste momento, a cientista sentiu uma sensação de alívio inexplicável e uma certeza que o veria em breve, então colou a mão no coração e o acalentou dizendo:

_ Eu vou te esperar, eu prometo, só queria que você pudesse me ouvir e eu só pediria para você vir logo... Eu te amo tanto... - deu um pequeno sorriso.

Thor também sentiu a mesma sensação que a amada a instantes atrás, levou uma das mãos ao lado esquerdo do peito e sorriu...