Quando Em Nárnia escrita por Kuroi Namida, Tricya Gianakos Lightwood


Capítulo 4
Rei do Titanic


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, minha parceira de escrita Patricia está com bloqueio então tive que escrever este cap sozinha =( Espero que gostem =)



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POV Leana Black

Caspian e eu atravessamos os arvoredos e logo encontramos com Tricya e Pedro, sendo que minha amiga loira estava sentada sobre uma pedra alisando seu tornozelo enquanto o rei parecia entretido com seus pensamentos olhando tudo ao redor como se tentasse descobrir onde estava. Caspian seguiu a minha frente antes que eu o ultrapassasse batendo sem querer no seu braço com o meu quadril e seguisse até onde Tricy estava.

– Ah vejo que finalmente regressaram. –se manifestou Pedro com tom impaciente.

– Lean! –disse Tricy comemorando minha volta. – Eu sabia que você ia voltar!

– Não fique tão animada. –retruquei me sentando ao lado dela. – Eu só voltei por sua causa, não vou deixar minha melhor amiga sozinha com dois desconhecidos. –franzi a testa encarando Caspian que prensou os lábios fazendo uma cara de bunda pra mim e em seguida se dirigindo ao irmão.

– Já descobriu onde estamos?

– Não e logo anoitecerá, não podemos seguir por muito tempo neste caminho. Precisamos arrumar um bom lugar para passar a noite e continuar pela manhã.

– Anoitecer? –questionei. – Ainda era manhã quando saímos da faculdade.

– O tempo em Nárnia pode ser diferente do tempo em seu mundo Leana. –respondeu Pedro.

– E você quer que a gente passe a noite no meio do mato?

– Posso falar com você um minuto? –disse Caspian encarando Pedro.

Os dois se afastaram um pouco e deram inicio a uma conversa particular enquanto eu me virava para Tricya enquanto ela me encarava.

– To feliz por você ter voltado. –disse segurando minha mão.

– Não comemore. Graças a você eu fui carregada feito um saco de batata por aquela girafa.

– Por que tá implicando com ele? –ela sorriu. – Eles estão sendo tão gentis com a gente.

– Gentil? –ironizei. – O cara me obrigou a voltar pra cá. Me arrancou do chão e me jogou sobre os ombros como se eu não fosse nada além de um graveto. E você chama isso de gentileza? Quando você nasceu? No tempo das cavernas?

– Tá exagerando. Te conhecendo como eu conheço aposto que você deu motivo pra ele fazer isso! –ela ria.

– Se ele fosse mesmo um rei teria sido mais paciente e educado. –bufei e cruzei os braços.

– Você contribuiu pra isso?

Cerrei os olhos e apertei os lábios e em seguida me afastei um pouco de Tricy.

– Não quero mais falar com você pelos próximos vinte minutos.

– Isso é sério? –ela riu.

– Começando agora...


POV Caspian

Me afastei alguns passos deixando uma distancia razoável entre nós e as garotas, para que assim pudesse dizer ao meu irmão o que me incomodava naquela situação.

– Não temos providencias nem cobertores, nada para fazer uma fogueira. A noite é fria e sequer sabemos o que nos aguarda por estes territórios desconhecidos. –disse eu.

– O que sugere? Continuar a andar? Dá no mesmo. Mas se estivermos seguros em um bom lugar, teremos mais chances de nos defender contra algo que possa nos atacar a noite. –respondeu meu irmão.

– Tudo bem, mas ainda não temos alimento. E pelo que me parece, não há nenhuma árvore frutífera pelos próximos metros. O que vamos comer?

– Não sei. Deve ter algum rio aqui perto... –disse olhando ao redor.

– Nós não encontramos sequer uma fonte em nosso caminho. Não temos água, não temos comida...

– Você não tá ajudando Caspian.

– Só estou lhe informando dos nossos problemas.

– E o que quer que eu faça? Se não fosse pela sua péssima decisão estaríamos seguros agora.

– Eu não pedi que fosse atrás de mim.

– Não, eu deveria deixar meu irmão ir sozinho a caça de um assassino. –disse se virando de costas e depois retornando a sua posição anterior diante de mim.

– Na minha ausência você é responsável pelo reino, deveria pensar nisso... –me afastei uns passos enquanto Pedro me seguia.

– E você deveria pensar antes de tentar bancar o herói o tempo todo. O que você quer provar? Que é um bom rei? Morrer por causa de uma atitude idiota não te torna um rei muito esperto.

Parei por um segundo encarando Pedro fixamente de maneira insatisfeita. Bastava ficarmos em uma situação difícil juntos e as discussões começavam. E eram sempre conversas longas, e sem fundamento algum que nunca nos levavam a lugar nenhum. E foi pensando nisso, que decidi cortar o assunto antes que acabássemos debatendo a mesma questão habitual. A coroa...

– Vamos seguir em frente... Procurar um lugar para ficar como sugeriu, e esperar que a noite seja tranquila.

– Certo, avisaremos as garotas. –disse ele passando por mim e se dirigindo rumo as duas moças.

Mantive meus passos firmes logo atrás de meu irmão enquanto este se aproximava das moças e dava a noticia. Deixei que ele fizesse as honras, já que Pedro parecia ter conquistado mais a simpatia das mesmas do que eu, e além do mais eu não estava disposto a esclarecimentos aquela altura dos acontecimentos. Eu só queria sair logo daquele lugar mesmo que não soubesse bem para onde seguir.


POV Pedro

Aquelas discussões com Caspian me deixavam sempre de cabeça quente, por mais idiotas que parecessem era algo estressante. Se Caspian não tentasse ser perfeito o tempo todo, pode ser que não me desse tanto trabalho cobrir as lacunas deixadas em aberto por ele no seu caminho. Caspian era de fato um bom rei, e embora as vezes eu questionasse sua competência como rei supremo tinha que admitir que ele fazia seu melhor, mas as vezes parecia obcecado em ser sempre correto, sempre impecável, sempre um exemplo. Éramos irmãos, e ele não tinha que fazer sempre tudo sozinho, mas claro que ele sempre tomava minhas atitudes contrárias as decisões dele como uma espécie de afronta, como se eu quisesse provar que poderia ser um líder melhor do que ele. Embora as vezes eu me perguntasse se tal coisa não seria mesmo o melhor para Nárnia, mas mesmo assim essa não era a questão, a questão era que Caspian era um rei inseguro.

– Nós vamos andar um pouco mais até encontrarmos um lugar seguro e apropriado para passarmos a noite. –me dirigi a Tricya enquanto Leana me encarava com uma expressão de paisagem.

– Vamos ficar bem! –sorriu Tricya mostrando que confiava em minha decisão.

– Então vamos logo. –disse Leana se levantando e jogando sua bolsa sobre os ombros. – Esse lugar já tá me dando arrepios. –ela se afastou logo tomando a frente.

– Pode me dizer aonde ela pensa que vai? –disse Caspian ao se aproximar.

Eu apenas olhei a morena enquanto ela dava alguns passos rumo ao norte, e me aproximei de Tricya para ajudá-la a se levantar, estendi minha mão para a mesma e ela sorriu docemente para mim tomando minha mão e se levantando logo passando seu braço ao redor do meu pescoço, o que me deixou sentir seu perfume suave, mas muito gostoso.

– Lean, não acha melhor deixar que Caspian nos conduza? –disse Tricya.

– Por quê? Por que um homem sempre sabe onde está indo? –ela disse sendo irônica o que não me incomodou muito, mas ao meu irmão no entanto.

– Quem colocou você no comando? –disse Caspian dando alguns passos até a morena.

– E quem colocou você? –Leana disse apontando o dedo indicador para meu irmão.

– Eu preciso explicar a você todas as funções que um rei deve desempenhar? –disse ele levando a mão ao peito como se apresentasse o rei diante da moça.

– Com certeza a de um GPS é que não é... –ela disse se virando. – Se fosse não estaria perdido.

– O que é um GPS? –perguntei a Tricya.

– É um aparelho eletrônico que informa o destino a ser seguido. –ela explicou, mas eu continuei meio se entender.

– Podemos amarrá-la e amordaçar sua boca? –perguntou Caspian se referindo á Leana enquanto se virava e olhava para mim.

– Majestade? –Tricya pareceu ofendida pela amiga.

– Ele não está falando sério... –defendi, era obvio que Caspian não faria tal coisa com uma mulher.

– Ao menos ela sabe pra onde está indo? –ele questionou em seu tom tranquilo habitual, mas mostrando estar insatisfeito.

– Para o norte. –respondeu Leana.

– E como sabe pra onde fica o norte? –questionou Caspian com ar de desdém.

– Por causa daquela estrela maior seu bobão. –respondeu a morena apontando para o céu. – No Discovery Chanel os exploradores sempre se orientam pela estrela do norte.

– Ela parece entender do assunto! –eu ri fazendo tal comentário com Tricya.

– Lean, talvez aquela não seja a estrela do norte. –disse Tricya com um sorriso perfeito em sua face.

– Aquela é a estrela de Arcângela. –respondeu Caspian. – Ela nem sempre indica o norte. É uma estrela inconstante.

– O que quer dizer com inconstante? –perguntou Tricya.

– Quer dizer que às vezes ela indica o norte, outras o sul, e ainda mais algumas direções diferentes. –eu expliquei.

– Ou seja, não é uma estrela na qual se possa tirar por base. –Caspian completou por fim mostrando seu ar mais presunçoso de quem estava com a razão. – Nesse caso, você não sabe pra onde está indo. –ele fitou Leana.

– Supondo que viemos daquele lado, majestade! –Leana se aproximou de meu irmão ficando diante dele e apontando para nossa direção. – Creio que só nos resta seguir pelo lado oposto, não acha?

– Quando você estiver usando isso. –disse Caspian apontando para o maldito anel real. –Eu prometo que pensarei em dar ouvidos ao que você sugerir, até lá, eu dou as ordens por aqui. –ele a encarou embora ela ficasse a um nível abaixo do queixo do meu irmão.

– Você pode ser rei de Nárnia ou o capitão do Titanic, não me interessa, eu não sou de Nárnia por tanto não pretendo me curvar diante de você. Aliás, eu não me curvo diante de homem algum.

– Perdoe a minha grosseria, mas permitem que você ande sem uma mordaça no seu mundo? –provocou Caspian no seu tom tranquilo.

– Ele não está ajudando em nada majestade... –disse Tricya.

– É eu sei. –respondi em tom suave. – Caspian?

– Eu vou seguir aquela maldita estrela, e se você colocar seus dedos reais sobre mim de novo vai levar um tabefe. –avisou Leana apontando o dedo para o nariz de Caspian.

Caspian geralmente costumava ser calmo, pelo menos no que se tratava de uma dama, mas aquela morena parecia estar conseguindo tirar meu irmão geralmente controlado do sério. A situação seria até engraçada se não estivéssemos no meio de uma situação complicada. Ver uma moça daquele tamanho batendo de frente com Caspian, o rei supremo de Nárnia sem sequer ficar vermelha por isso. Era algo no mínimo cômico. Caspian bufou e ergueu uma das sobrancelhas enquanto me encarava como se pedisse permissão para esganar a garota, então resolvi ajudar Tricya a dar alguns passos naquela direção.

– Vamos logo, estamos perdendo tempo. –disse ao passar pelo meu irmão.

Caspian respirou fundo e decidiu nos seguir, ele deu alguns passos a frente, e tomou a dianteira logo ultrapassando Leana que o fitou com olhar de descontentamento. Tricya e eu nos entre olhamos enquanto os dois seguiam em frente um ao lado do outro, como se disputassem espaço na liderança e apenas nos restou concordar.

– Vai ser um longo caminho. –eu disse.

– Vai sim, majestade. –ela sorriu.

– Por favor, Tricya me chame apenas de Pedro.

– Tudo bem. Pedro!

Eu sorri e então seguimos em frente...


...



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