Alivia a dor. Ali via a dor. Em toda a sua vida nunca viu uma garota tão bela. A sociedade não a classificaria como perfeita, mas ele não conseguia achar nenhum defeito no fato dela ter um cabelo indomável e usar aparelho. Qualquer um diria que ele é um idiota, e que havia garotas bem mais bonitas. Mas para ele, os defeitos eram o que a tornava mais magnífica, a tornava diferente. Não diferente como essas meninas de hoje dizem ser. Hoje todos querem tanto ser diferentes que acabam ficando iguais, mas ela, ah ela, fazia questão de ser si mesma. Por mais que dissessem que ele não era o suficiente para ela, ele não desistiu. Aquele sorriso era a coisa mais linda que já tinha visto em toda a sua vida, e olha que não gostava muito dessas coisas clichês. E mesmo com toda essa força, as pessoas insistiam em dizer que ele não chega aos pés dela. Mas é lógico! Ele estava nas nuvens, e faria de tudo para que ela o acompanhasse. E a cada dia que passava seus pés iam sendo puxados para o chão, e quando o alcançou, continuaram puxando mais para baixo. Ele não tinha mais a alegria, a esperança passava longe. Até o dia que ela sorriu para ele. E quando isso aconteceu sentia cada vez mais a necessidade de faze-la sorrir. Então a abraçou e descobriu que não existia melhor lugar no mundo, jamais existiria um lugar tão seguro e confortável. Estava completo, e se fosse possível desejaria que esse abraço nunca tivesse fim. E quando ela se afastou ainda podia sentir o calor aconchegante em se corpo. E foi esse calor que sentiu pelo resto do dia. Antes ela falava e amava sozinha. Se decepcionava e chorava calada, mas nunca expressou o que sentia. Gritava sem que ninguém pudesse escutar, simplesmente por tapar seu grito com um sorriso. Sorria pra tudo e pra todos. Mas quando não tinha ninguém por perto, escondia-se de si mesma. Ela era o sol e a lua ao mesmo tempo. Era o fogo e a água unidos em um só, sem que nenhum desaparecesse. Ela sofria, e talvez só quisesse alguém para dividir o sofrimento. Ele estava lá. Ela precisava que alguém a amasse. Ele a admirava. Ela estava sozinha. Ele mais que ninguém queria a entender. Ela estava ali. E foram nesses vazios que um completou o outro. Mas ainda assim há gente que diga que eles não dariam certo.