P.O.V Mizore.

Estamos dentro do metro nesse momento e a Neko não fica parada no lugar, mas, pelo visto isso é normal, já que os outros dois não parecem se preocupar.
— Se vierem perguntar sobre ela, nós nunca nos vimos.— Eu resmunguei olhando para a janela.
— O que quer dizer , Mizo-chan?— Shiro perguntou.
— Mizo... -chan? Tá me achando com cara de comida é?— Eu disse, meu temperamento subindo um pouco.
— Não. Eu só abreviei o seu nome, como um apelido carinhoso. - Ele disse, sorrindo docemente.
— Apelido... carinhoso?— Eu perguntei, mas a mim mesma.
— É. Você nunca teve um?— Ele perguntou.
— Chuva prateada... É a tradução do meu nome para minha língua natal... e era com o meu mestre me chamava.— Eu digo, sentindo lágrimas se formarem nos meus olhos.
— Ele... faleceu?— Shiro perguntou.
— Sim e não. Ele desapareceu na verdade. Mais... ele sumiu desde o meu aniversário de 8 anos. E eu tenho 16 agora, então ele foi dado como morto.— Eu digo, coçando os olhos.
— Posso perguntar o que é isso nas suas costas e por que você não passou no detector de metais?— Ele perguntou , tentando desviar a conversa, o que me deixou muito grata.
— Isso é uma invenção minha. Aparentemente uma arma de fogo, mas, o que importa é o que está escondido nela.— Eu disse, sorrindo de leve.
Neko sentou-se do meu lado, parecendo interessada.
— Eu posso programá-la para fazer várias coisas, dependendo do que eu preciso. E quanto ao detector, é que eu não queria que a fiscalizassem. Por isso, preferi ser revistada.— Eu expliquei, um pouco surpresa com minha paciência.
— Alguma coisa errada?— Kuro perguntou, parecendo perceber minha surpresa.
— Eu nunca interagi muito com as pessoas... nunca tive amigos... não sei como me comportar, muito bem. - Eu disse, voltando os olhos para a janela.
— Bom, eu sou seu amigo agora Mizo-Chan! - Shiro exclamou.
— Miau! Eu também! - Neko exclamou, logo após ele.

" Miau? " Eu pensei.

— Eu posso ser seu amigo se quiser senhorita Mizore.—  Kuro disse.
— Mizore. Só me chame de Mizore, Kuro.— Eu digo. - E obrigada... por serem meus amigos. Mas... se eu agir estranho, por favor,não vão embora.— Eu peço.
— Isso não é problema. Verdade.— Shiro disse.
Com o canto do olho vi um cara olhando para nós.
Ele usava um tipo de sobretudo azul e branco... calça azul e sapato preto. Óculos. E estava fingindo ler um jornal.
Ele me percebeu e voltou a fingir.

Flash Back:

" - Mizore. Preste atenção. Quando você finalmente conseguir fazer amigos, quero que proteja-os. Proteja-os com tudo que tem. É uma oportunidade única e nós não queremos que eles se machuquem certo? Proteja-os contra os males do mundo, as tentações, pessoas ruins e de você mesma. - " Meu mestre disse.
— Mas, Sensei! Como vou protege-los de mim mesma? - Eu perguntei.
— Assim... como eu sou perigoso para você... Perceba... Se alguma coisa acontecer comigo você vai ser muito triste e eu vou estar quebrando a promessa de te proteger de tudo, pois eu vou estar te machucando. - Ele explicou.
— Oh! O senhor é muito sábio Sensei!!! - Eu exclamei, com olhos brilhantes.
Meu mestre, só riu de meu entusiasmo.

Fim de flash back-

" Sim. Protege-los com tudo que tenho... O que esse cara quer? " Eu pensei, depois de me recorda de um pequeno evento.

— Oi? Mizo-chan?— Shiro murmurou baixinho, sentando-se perto de mim.
— Sim?— Eu perguntei com a voz entediada.
— O que você faria, se eu fosse suspeito de assassinato?— Ele perguntou.
Meus olhos se ampliaram em surpresa.

—---------------------Cortando o tempo-----------------
— Chegamos Mizo-chan!!!— Shiro exclamou, fazendo eu sair de meus pensamentos.
— Isso é... bom.— Eu disse, vendo Neko correndo.
Shiro, me mostrou partes importantes de cidade para mim. Com: o supermercado e coisas do gênero.
Percebi que o cara do metro estava nos seguindo. Kuro, que era o mais atento, não notou. Mas eu permaneci quieta, pois, pode ser nada só uma paranoia minha.
— E esse é nosso colégio!— Shiro exclamou, me fazendo saltar um pouco. - O que ouve Mizo-chan?— Ele perguntou, um pouco preocupado.
— Eu me distrai. É que é uma cidade tão bonita que eu me distrai facilmente. - Eu disse, isso era mentira, mais era meia verdade.
— Oh! Certo! Vamos te mostrar o dormitório.— Antes que que conseguíssemos dar mais um passo uma voz disse:
— Isana Yashiro. - A voz jovem e cansada disse atrás de nós.

" Eu sabia que ele estava nos seguindo. Devo confiar mais em mim. " Eu pensei.

— Estou detendo você pelo assassinato de Tatara Totsuka.— Ele disse.
Kuro, olhou para mim para ver se eu reagia.
— Não. Eu não assassinei ele.— Shiro disse.
— Então levarei você a...— Eu o interrompi.
— Quais são as provas?— Eu perguntei, as palavras do mestre ecoando na minha mente.
' Proteja-os com tudo que você tem. ' Ele dizia.
— Temos um vídeo. - Disse, aborrecido.
—Com tanta tecnologia a sua volta, não acha que foi uma armação? E mesmo que não seja montagem, um bom maquiador, poderia se disfarçar dele. - Repliquei.
— Quem é você?— Perguntou, fora do azul.
— Ame Mizore. Você?— Pedi.
— Saruhiko Fushimi. E eu não vou embora, sem que ele esteja preso.— Ele respondeu.
— Então eu te tiro daqui. - Retruquei ousadamente.

" Ele é um vassalo do rei azul. Já ouvi falar muito deles... Scepter 4. " Eu pensei.

— Isso vai ser interessante. - Sorriu sadicamente.

" Lindo. Meu primeiro dia e já tenho uma briga. " Pensei, revirando os olhos.

— Kuro. - Eu sussurrei.
— Hai? - Ele sussurrou de volta.
— Tire Neko e Shiro daqui, eu vejo vocês mais tarde. Ok? - Eu pedi.
— Tudo bem. - Ele respondeu.
Saruhiko, pareceu perceber a mudança de corpo de Kuro e foi atacá-lo.
Eu tirei o bastão das minhas costas e balancei-o na sua frente, sem a intenção de acerta-lo, mas ele se esquivou.
— Hm... você me lembra de Mi-sa-ki. - Disse vagarosamente,um sorriso estranho no rosto.
— Dare? - Perguntei, um arrepio passando por mim.

" Problemas. Essa pessoa tem problemas. " Concluí.

Ele deu uma risada divertida.
— Você é uma gracinha. É realmente uma pena que esteja do lado inimigo.— Ele disse, retirando a espada da bainha.
— Lado? Eles são só meus amigos, e não trabalho para eles. E aliás, eu precisava matar o tédio, e que maneira melhor de fazer isso do que com um exercício?— Digo, com sarcasmo.
Ele ri alto e um pouco descontrolado.
— Então vamos dar um jeito no seu tédio.— Respondeu, lambendo os lábios.