P.O.V Mizore...

Munakata me contou sobre tudo o que aconteceu, enquanto tomávamos chá.
Depois disso, ele estava me levando para a prisão.
— Senhor! Espere!— Alguém chamou.
Nos viramos e vimos Seri correndo para nós.
— Sim tenente?— Munakata pergunta.
Ela se curvou para ele.
— Antes que o senhor leve a senhorita Mizore sob custódia, eu gostaria de ter uma luta com ela.— Ela disse.

" Eu sabia que tínhamos nos desentendido, mas, não sabia que tinha a magoado . " Eu pensei surpresa.

— E por que você quer lutar contra ela? - Munakata perguntou.
— No momento senhor... ela é meu maior rival. - Ela respondeu olhando diretamente para mim.
— Tudo bem. Só deixe-me trazer o Suoh para ver e alertar quem estiver interessado. Vocês fiquem aqui.— Ele disse saindo.
Sentei-me no chão e fiquei cantarolando.

2 minutos depois...

— Sua aura é muito intrigante.— Seri disse, depois de estar em silêncio.
Eu interrompi a música que estava cantando e olhei para ela.
— Hm?— Eu fiz um som questionando.
— Você transmite uma aura de bem estar. Como se tudo fosse dar certo e não preciso me preocupar. Quase me esqueci que queria lutar contra você.— Ela sorriu e então continuou. - Nós podemos ser... rivais amigas. Faz um bom tempo que eu não falo com alguém do mesmo sexo.— Ela disse, dando uma risadinha.
— Tudo bem.— Eu disse, sorrindo de leve.
— Estou de volta.— Munakata disse, misteriosamente atrás de mim.
— Ninja.— Eu sussurrei, me levantando.
Fushimi, alguns outros membros e um cara algemado, que acredito ser Mikoto, estava ali.
— Comecem quando quiserem. - Munakata disse.
— Está pronta, Mizore?— Ela perguntou.
— Yeah...— Eu respondi vagamente.

P.O.V Mikoto...

A tenente de Munakata pegou a espada e correu para o ataque na direção da menina.
— Por que vão lutar assim, senhor?— Um dos membros perguntou.
— Seri quer uma luta justa e Mizore não possui nem um tipo de aura. - Munakata respondeu.
Seri, eu acho, atacou a Mizore com a espada mirada para seu peito.
Mizore riu e...

" Aonde ela está? " Eu me perguntei, como ela simplesmente desapareceu.

— Aqui. - Eu ouvi a sua voz.
Ela apareceu abaixada, muito próxima a Seri e deu uma cotovelada em seu estômago.
Em seguida desapareceu de novo.
— Não é muito justo, Mizore. - Seri disse, quando recuperou o fôlego.
— Nani? Nani?— Mizore perguntou.
— Sua agilidade ou ficar invisível. - Seri respondeu, procurando pelos lados.
— Awe! Mais eu não fiz nenhum dos dois.— Ela retrucou.
— O que é isso?— Seri perguntou de novo.
— Hahaha! Eu sou um Ninja! - Mizore deu uma risada estranha .
Os olhos de Seri arregalaram.
Fushimi bateu na própria testa.
— Mizore. Se você não lutar contra ela agora...— Ele ameaçou.
— Ni!!!Eu não vou machucar ela igual a você. Ela é uma dama, certo?— Ela disse.
— Não se preocupe comigo.— Seri disse.
— Nesse caso... - Sua voz sumiu.
De repente um silêncio mortal veio.
— Mizore, vamos logo.— Fushimi gemeu.
Mizore pulo do teto e chutou Seri fazendo-a voar para a parede mais próxima.
— Hm? Pensei que estava pronta...— Mizore disse.
Seri levantou-se e tentou ataca-la de novo.
Mizore sacou a katana e defendeu-se.

" Por que Munakata quer que eu veja essa luta? " Eu me perguntei.

— Essa menina estava investigando o caso de Tatara Totsuka por conta própria. Quando tomei a decisão de prende-la por precaução, ela estava com seus vassalos.—  Munakata disse.
Eu estreitei meus olhos para ele.
— Sim... Por que eu tenho que assistir a luta?— Eu perguntei.
— Porque, meu caro senhor... Ela não é ninguém menos importante.— Ele disse.
— Pare de fazer enigmas.— Eu disse bufando com um pouco de irritação, voltando o olhar para a luta.
Mizore tinha dado a Seri tempo para respirar e esperava nossa conversa terminar.
— Não dê as costas para seu adversário!— Seri exclamou, indo para ataca-la.
— So Scandalous.— Ela disse sem se virar. (Tão escandaloso(a).)
Como Seri estava se aproximando, Mizore deu uma cambalhota para trás permanecendo alguns segundos no ar.
Dava a impressão de que ela tinha congelado no ar ou estava flutuando.
Sua katana começou a brilhar e se transformou em uma foice duas vezes maior do que seu corpo.
Ela virou a lâmina na direção de Seri,que ofegou de surpresa e se esquivou para o lado, fazendo a lâmina raspar no chão e criando um traço no concreto.
— Uau Seri. Se você não se esquivasse dessa, teria sido partida no meio.— Fushimi disse.
— Fushimi ajude-a. Seri, sei que queria fazer isso sozinha,mas, parece que uma pessoa contra ela é suicídio.— Munakata disse.

" Assim, essa menina teria conseguido me soltar sozinha. " Eu pensei.

— Hai. - Fushimi e Seri assentiram.
Fushimi pegou três facas , assendeu-as com a aura vermelha e lançou-as em Mizore.

" Tudo bem... estou torcendo para menina. " Eu pensei.

Mizore, que agora estava no chão, girou a foice na sua frente com bastante velocidade.
Quando as facas, ou adagas, bateram na 'muralha improvisada' foram expelidas de volta a Fushimi que se esquivou.
Seri veio para ataca-la pela esquerda.
Mizore bloqueou seus ataques com o cabo da foice.
Fushimi ia ataca-la pela direita, o lado desprotegido.
Mizore bloqueou outro ataque de Seri empurrando-a com força em seguida.
Ela lançou a foice para o alto e Fushimi tentou ataca-la.
Mizore parou seu ataque segurando seu braço e chutou-lhe no estômago, pegando a foice em seguida.
— Mizore... para mim já chega.— Seri disse, respirando pesadamente.
— Ok. - Mizore respondeu.
— Tch! Eu posso lutar com você depois.— Fushimi disse.
— Hm... Não se depender de você. Você não mudou nadinha desde a nossa primeira luta? Oh espera... foi a dois dias atrás,não é?— Ela perguntou.
Fushimi deu de ombros.
— Muito bem. Vamos Mizore, Mikoto. - Munakata disse, andando de volta a cela.
Um dos seus homens segurou meu ombro e me empurrou para frente.
Mizore veio saltitando do meu lado.

Cela...

Munakata já havia saído.
Agora, eram só eu e a garota aqui dentro.
De vez em quando, ela cantava um trecho de uma música, ria-se e sua expressão voltava a ser séria.

" Acho que é seu jeito de matar o tédio. " Eu pensei, enquanto a observava.

Ela parecia não se incomodar comigo.
— Hm... É mesmo... eu te trouxe um maço de cigarros... - Ela disse, sem mais nem menos. - ... Vai querê-los agora? - Ela perguntou.
Eu acenei que sim com a cabeça.
Ela sentou-se, já que estava deitada no chão por escolha, e vasculhou a jaqueta.
Tirou o maço de cigarros,se inclinou na minha direção e estendeu um para mim.
Eu levantei as mãos, que estavam algemadas, e ela revirou os olhos.
— Diga: Ahhh! - Ela exclamou.
Eu simplesmente obedeci.
Ela pôs o cigarro com cuidado na minha boca e quando eu o prendi nos lábios, ela se afastou como se queimasse.
Acendi com um pequena chama.
Olhei de volta para ela.
Ela estava encolhida num canto, sentada com os joelhos perto do peito e estava enrolando um punhado pequeno de cabelo.
Dei uma tragada no cigarro deixando a substância tóxica penetrar no meu pulmão.
Consegui tira-lo da boca e soprei a fumaça cinza no ar, colocando-o de volta em seguida.
Mizore começou a cantar uma música que me lembrou de Anna.
Eu olhei para ela novamente.
Percebi que tenho feito muito isso nos poucos minutos que ela esteve aqui.

" Talvez porque fiquei tempo demais sozinho. " Eu pensei.

Reparei que quando ela cantava certos trechos, ela sorria ao mesmo tempo e isso fazia covinhas aparecerem nas suas bochechas.
Dando mais uma tragada no cigarro, tirei-o da boca , taquei-o no chão e apaguei com o pé, soprando a fumaça que restou.
Levantei-me e sentei-me ao lado dela.
Encostei minha cabeça na parede com um pouco de força e vi com o canto do meu olho, ela saltar no seu lugar.
Fechei os olhos tentando relaxar um pouco.

" Que posição ruim. " Eu pensei, abrindo os olhos de novo.

Mizore olhava para mim com uma expressão ilegível no rosto.
— O que está pensando?— Perguntei.

" Sem dúvida alguma. Ele deve ser , agora, uma das pessoas com quem eu mais falo. " Eu pensei com sarcasmo.

Ela esticou as pernas e aproximou sua mão de mim, parando no meio do caminho.
Como eu não reagi , ela continuou e puxou minha cabeça suavemente, fazendo-me deitar no seu colo.
— Acho que deve ser mais confortável assim do que uma parede ou uma.. .cama de madeira? - Ela disse, as últimas palavras formando uma pergunta.
— Hm... - Foi a única coisa que consegui fazer.
Com certeza era mais confortável...

" É confortável, macio... quentinho... " Eu pensei sonolento.

Ela passou os dedos no meu cabelo e eu endureci por um momento.
Senti ela afastar mão rapidamente e coloca-la ao lado do corpo.
— Desculpe. Foi um reflexo, por causa d-...— Ela se cortou no meio da frase. - Desculpe. - Ela repetiu.
Eu peguei sua mão e coloquei-a na minha cabeça.
— Tudo bem... eu só não estou... acostumado com isso... - Disse ainda sonolento.
— Hm... - Ela concordou, enterrando os dedos no meu cabelo.

" Isso dá mais sono ainda. " Eu pensei.

Sem querer , deixei escapar um suspiro de satisfação.
Ela não reagiu a isso.
Eu fechei os olhos lentamente e cai no sono sem perceber.

(pulando a parte do sono e a parte que ele prevê onde o rei incolor está e explode o dormitório do Shiro)

Eu contei o melhor que pude para Mizore.
Ela me encarou com a expressão ilegível de novo.
— Mizore... - Eu a chamei.
Ela parecia estar pensando em algo.
Então, aquilo que Munakata disse voltou na minha mente.

Mini Flash back:
— Essa menina estava investigando o caso de Tatara Totsuka por conta própria.Quando tomei a decisão de prende-la por precaução, ela estava com seus vassalos. - Munakata disse.
Presente:

— Vamos.. - Ela disse, já de pé.
Sua expressão era séria e irritada.Parecia eu.
Eu levantei e queimei as algemas.
Ela olhou para as minhas mão e seu rosto estava vermelho.
— Você podia ter feito isso antes. - Ela disse, olhando para meu rosto.
Eu dei de ombros .
Ela chutou a porta, que se partiu em duas.

Lado de fora...

Lá fora vários guardas, inclusive Seri, esperavam por nós.
— Festa surpresa! Como eu as odeio.— Mizore disse ao meu lado.
— Não vou permitir que passe!— Seri gritou, lançando sua aura azul na nossa direção.
Puxei Mizore atrás de mim e bloqueei seu ataque, lançando um de volta.
Em questão de segundos todos os guardas estavam no chão.
Nós voltamos a caminhar e vimos os outros nos esperando.
Mizore parou no meio do caminho, fazendo-me parar e olhar para ela.
Ela estava olhando para Seri e Fushimi no chão.
Seri tentava levantar, mas, Fushimi estava mantendo-a no lugar.
Mizore foi até eles e vasculhou sua jaqueta.
Ela tirou de lá um potinho branco.
— Aqui. - Ela disse, se ajoelhando ao lado deles e abrindo o pote.
Ela botou o dedo indicador dentro e eu percebi que devia ser uma pomada caseira.
Ela passou um pouco na feria do braço de Seri.
— Basta passar isso e enfaixar. Deve melhorar no máximo de três dias. - Ela disse, entregando o pote a Seri.
Ela levantou-se, mas se abaixou e beijou o rosto de Fushimi, antes de voltar na minha direção.
Quando ela chegou perto de mim, eu coloquei minha mão em sua cabeça, bagunçando seu cabelo um pouco.
Ela não se importou com a bagunça, mas olhou para mim confusa.
Eu dei-lhe um sorriso leve e voltei a caminhar. Ela veio segundos depois.