O Defensor escrita por That Girl


Capítulo 5
Capítulo 5 - Susto.


Notas iniciais do capítulo

Olá de novo! Quero agradecer aos reviews, meninas lindas!
Dedico para: minha nova leitora e à Gabriela Snape por favoritar!!

Às demais, estou feliz pelo retorno, espero que gostem!!

Boa leitura ^^



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Não conseguia pensar em nada enquanto corria em direção aos fundos da escola, onde descobri que a biblioteca ficava depois daquele pátio. Já fazia vinte minutos que eu, James, Vic e Tânya estávamos revirando a escola atrás de Isabella. As poucas pessoas que eu abordava diziam não ter visto a Nerdella. Eu bufava irritado ao ouvir esse apelido maldito e tentava não explodir. “Você tem uma coisa mais importante pra fazer: encontrá-la!”. Mandei mensagens para os três e eles respondiam a mesma coisa: estamos procurando. O intervalo acabou e como eu e ela já entregamos o trabalho, resolvi que iria continuar as buscas sozinho.

– James?

Oi Edward! Encontrou ela?

– Não cara, nem sinal! Estou ficando aflito... Uma hora sem notícias! – eu esbravejava e James respirava forte.

Cara, nós vamos encontrá-la. Acredito que ela não tenha saído daqui... – ele tentava controlar o tom de voz para me acalmar.

– Eu não vou entrar nas próximas aulas, até que eu a encontre. Faça o seguinte, entre na aula com as meninas, termine o trabalho de Física. Depois eu pego as matérias e passo pra Isabella. – ele bufou e eu continuava andando sem rumo, entrando em cada ‘beco’, revirando cada canto daquele jardim.

Ok cara... Faremos isso. Mas qualquer coisa, qualquer coisa mesmo! Me liga! - ele dizia muito aflito.

– Eu aviso, pode deixar. Até mais. – disse e desliguei antes dele responder. Continuei caminhando por aquele pátio que estava quase vazio, exceto por algumas pessoas que saíam da biblioteca e voltavam para o prédio da escola.

Sem ao menos pensar eu entrei na biblioteca, o único lugar dali que eu não havia procurado. Estava tudo muito silencioso e a funcionária estava sentada ao computador, digitando sem parar. Passei pelas mesas de estudo e nada... Até que resolvi andar por entre as estantes, quando estava me aproximando da última meu coração falhou uma batida ao vê-la deitada no chão, desacordada junto à estante de livros de Física; na sua testa estava escrito Nerdella e um bilhete estava no chão:

Vê se da próxima vez aprende a não dar uma de esperta.

Isso foi apenas um aviso, vadia.

Ao ver aquela cena uma lembrança surgiu em minha mente: “Ganhe a confiança dela e combine com seus amigos maneiras de darem um flagra nessa turma.” Lembrei-me das palavras do meu pai e peguei o celular, tirei uma única foto da cena, recolhi o bilhete e guardei- o. Sentei-me no chão perto dela e senti um cheio forte de éter; “Quem a pegou deve ter umedecido demais o pano, já que ela está há uma hora assim...”, não havia sinais de violência, tirando o apelido ridículo escrito em sua testa. Naquele momento eu não sei dizer o quanto meu coração se apertou, estava a ponto de pegá-la no colo quando ouvi passos em nossa direção e vozes baixas ecoando pelo corredor, rapidamente me escondi atrás de uma prateleira e preparei meu celular para gravar.

– A putinha ainda está aqui? – ouvi uma voz feminina.

– Claro Lauren! Eu te disse que daríamos um susto nela. Pedi para que Paul a dopasse e fosse discreto. Afinal, estamos na primeira semana de aula ainda... – uma voz masculina sussurava.

– Você está certo Ty... Mas vamos logo que não temos muito tempo. Eu quero ver com meus próprios olhos o serviço do Paul. – eles andaram rápido até o lugar em que Isabella estava e abafaram os risos ao vê-la.

– Satisfeita? – o tal Ty perguntou pra ela.

– Muito. O que é dessa puta ainda está bem guardado. – os dois abafaram mais um riso e saíram apressados. Parei a gravação e corri de volta pra ela. Me abaixei ao seu lado e segurei seus pulsos, tentando verificar sua pressão.

– Isabella, você está comigo? – perguntei bem perto do seu ouvido e senti ela tremer de leve.

– E-Edward? – ela respondeu ainda de olhos fechados.

– Sou eu... Está acordada faz tempo? – perguntei enquanto ela abria os olhos e eu a ajudava a sentar-se.

– Estou... Desde que você chegou aqui... – ela disse ainda grogue.

– Você sabe o que aconteceu? – perguntei já levantando-a e sustentando seu peso apoiando seu braço em meus ombros.

– Não... Estava a caminho do banheiro, de repente senti um cheiro muito forte e tudo escureceu... Acordei um pouco antes de sentir você perto. – ela falava baixo enquanto eu a levava para fora da biblioteca. “Epa! Como ela sabia que era eu?” não resisti ao pensamento que surgiu e parei de andar para olhar em seus olhos e perguntar.

– Como sabia que era eu? – ela corou violentamente e baixou os olhos.

– Senti seu perfume... – disse quase num sussurro e internamente eu sorri de orelha a orelha “Isso significa que ela está atenta a minha presença!”.

– Mas porque não abriu os olhos? – perguntei curioso.

– Ouvi as vozes de Lauren e Tyler e achei melhor ficar quieta... – ela estremeceu e eu continuei conduzindo-a até o estacionamento, indo pelos jardins da escola.

– Onde está me levando? – ela olhou nervosa para os lados.

– Fique calma, vou te levar pra sua casa... Você ainda está grogue e não almoçou... Sua pressão pode cair e não quero vê-la desmaiada novamente. – disse meio agoniado e ela se escorou no carro enquanto eu guardava nossas mochilas no banco de trás.

– Eu realmente acho que não tem necessidade, você pode me deixar por aqui... Eu trouxe almoço e posso entrar nas últimas aulas e... – ela parou de falar quando eu abri a porta do carro e olhei suplicante para ela. – Ok! Eu entro antes que você me carregue de novo. – disse baixo e bufou irritada antes de entrar no carro e fechar ela mesma a porta. Ri enquanto dava a volta no carro e entrava. Antes de dar partida enviei uma mensagem para o James.

De: E. Cullen

Para: J. Scott

Cara!!! Eu encontrei a Isabella!

Ela não está machucada, estou levando ela pra casa... Mais tarde te ligo e explico tudo.


Nem bem enviei e já recebi uma resposta:


De: J. Scott

Para: E. Cullen

Ufa! Vou avisar as meninas... Cuide dela.

E é claro que mais tarde eu te ligo, quero saber de tudo!

Li a mensagem e dei partida indo em direção a casa dela.

– Eu avisei James que encontrei você... – disse para quebrar o silêncio e ela pulou de susto, me fazendo pular também.

– Desculpe... – ela pediu enquanto eu a olhava atento. – Não sabia que tinham notado minha ausência... – revirei os olhos antes de responder e ela me olhou desconfiada.

– Como não iria notar? Você saiu um pouco antes da Lauren ter deixado a sala com cara de possuída... – ela estremeceu com as minhas palavras. – E Vic notou isso e foi atrás de você, mas Lauren a despistou. Eu, ela, Tânya e James passamos o intervalo todo te procurando... – disse baixo e ela notou minha preocupação, torcia nervosamente os dedos enquanto falava.

– Eu fiquei nervosa quando o professor Turner recolheu nossa atividade... Lauren se irrita quando isso acontece... – ela falava baixo e rápido e eu trincava os dentes irritado.

– Mas você não teve culpa... – disse carinhosamente e ela sorriu fraco. – Eu já disse que estou ao seu lado... James, Tânya e Vic também. – ela corou e baixou os olhos, distraindo-se torcendo a barra de seu casaco.

– Eu agradeço o que tem feito por mim desde segunda, e peço desculpas pelo meu comportamento... Só quero proteger vocês... – ela dizia ainda torcendo a barra do casaco e eu maneava a cabeça.

– Espero que um dia você me conte o porquê eu preciso de proteção, sendo que desde que pisei na FHS, vi motivos suficientes para cuidar de você, e não o contrário. – sorri sinceramente e vi ela me olhar de canto.

– Quem sabe quando eu sentir que você está seguro... – balancei a cabeça “Não seja obtusa linda, de nós dois eu sou o que mais se importa em proteger.”

– Vou esperar até que esteja pronta, afinal, ainda não aceitou ser minha amiga né... – disse sorrindo torto e ela corou.

– Acho que ainda é cedo para intimidades como essa... Me desculpe. – disse sincera e eu concordei.

– Tudo ao seu tempo. – sorrimos juntos. – Chegamos. Posso te fazer um pedido? – perguntei enquanto desligava o carro. Ela pareceu ponderar por um segundo e assentiu.

– Posso ficar com você até que sua mãe chegue? – ela arregalou os olhos surpresa e eu continuei sem lhe dar tempo para que respondesse. – Não quero ser abusado, mas passei uma hora inteira te procurando, com o coração batendo pela metade e desesperado para saber se estava bem. – minhas palavras saíam agoniadas e rápidas. – E quando finalmente te encontrei, você estava inconsciente e visivelmente dopada. Só quero me certificar que de você vai ficar bem e dar um pouco de paz ao meu coração aflito. – olhei ofegante para uma Isabella atônita e confusa; senti o peso da minha declaração e corei, o meu freio mental havia sumido por um minuto quando me senti desesperado com a possibilidade de deixá-la sozinha.

– Eu... – ela parecia procurar as palavras certas para me responder de maneira coerente. – não sei o que dizer. Você realmente é insistente... – disse rindo baixo.

– Não queria te assustar... Só falei a verdade... – disse sincero e ela sentiu o peso das minhas palavras.

– Eu sei que foi sincero, pude sentir isso em cada palavra que disse. – disse baixo abrindo a porta do carro. – Acho que preciso de ajuda se não se importar, ainda me sinto grogue. – disse envergonhada e eu desci rapidamente do carro dando a volta para acompanhá-la, sorrindo internamente de orelha a orelha “Isso, calma. Deixe que ela venha até você e sinta que pode confiar...” minha mente mandava as palavras como um mantra e eu respirei fundo enquanto pegava sua mochila e servia de apoio para conduzi-la pra dentro de sua casa.

Entramos na casa e eu acomodei Isabella no sofá, deixei sua mochila na poltrona e corri para a cozinha, não sem antes lhe pedir licença.

– Por favor, me diga o que você quer comer... Ou se tem algo pronto... – perguntei e ela riu timidamente.

– Tem lasanha na geladeira... Mas vou com você até a cozinha, não gosto de almoçar na sala. – assenti e fomos até a lá.

– Ok, enquanto eu esquento, você fica sentadinha aí! – disse enquanto pegava talhares e um suco para ela.

– Você não vai comer? – perguntou enquanto eu tirava o prato de lasanha do microondas.

– É... – fiquei sem resposta e ela riu.

– Que tipo de anfitriã acha que sou? Senta aqui, vamos dividir o almoço... Afinal, tinha prometido que iríamos almoçar juntos hoje... – disse baixando os olhos. Apenas ri de seu comentário e dividi a lasanha pra nós dois. Almoçamos tranquilamente num silêncio confortável. Depois houve uma pequena discussão: eu queria lavar a louça e ela não queria deixar, no final entramos em um consenso e eu lavei, ela secou.

– O que quer fazer agora? – perguntei enquanto íamos em direção à sala.

– Bom... Se não se importa, eu gostaria muito de um banho... Sinto que estou meio mole... – ela dizia baixo e rápido, como sempre.

– Ainda estou preocupado com você... Mas não vou te levar à força para o hospital. – sorri torto e ela riu baixo. – Acredito que um banho fará bem. Posso te esperar aqui, ou prefere que eu vá embora?

– Ainda bem que não vai me carregar de novo... – ela bufou carrancuda e eu engoli uma gargalhada. – Pode me esperar aqui, eu não demoro.

– Não sairei daqui. – disse me acomodando no sofá.

– Fique à vontade. – ela murmurou e sumiu escada acima. Não demorou nem quinze minutos e escutei seus passos na escada, um após o outro, parecia estar descendo cuidadosamente.

– Voltei... Estou me sentindo bem melhor. – disse baixinho e acomodou-se na poltrona à minha frente.

– Olá de novo! Fico feliz por isso. – disse divertido e ela revirou os olhos.

Ficamos nos olhando por um tempo e eu tinha mil perguntas fervilhando em minha mente. Se ela me desse uma abertura, eu iria bombardeá-la. Ela subiu os joelhos segurando-os com as mãos e me olhava de soslaio. Resolvi puxar assunto e torcer pra que ela não me expulsasse de sua casa.

– Isabella... – chamei como quem não quer nada e ela me fitou curiosa.

– Sim?

– Podemos conversar sobre o que aconteceu com você durante esses dias? – perguntei meio tímido e ela me olhou desconfiada.

– E seria exatamente sobre? – ela ficava nervosa a cada segundo que passava, mas eu não iria desistir que ouvir a versão dela dos fatos.

– Isabella... – disse seu nome num sussurro e me sentei mais na ponta do sofá. – Eu queria saber o porquê de ter acontecido essas coisas com você... – disse olhando para os seus olhos. Ela ergueu uma sobrancelha e respirou fundo.

– Pelo muito que observei de suas atitudes e pelo pouco que conversamos, sei que você está ciente de algumas coisas... – ela dizia calmamente e eu apenas assentia concordando. – Pois bem, o que você sabe a respeito? – eu quase caí do sofá, ela estava abrindo espaço na sua vida pra mim, estava tentando deixar a desconfiança de lado e se agarrar a mim como quem se agarra a um bote salva-vidas no meio do mar. Sorri carinhosamente e ela corou.

– Eu sei que Lauren começou a implicar com você desde o primeiro ano, sei que perdeu a confiança pelo que aconteceu com a Ângela... – eu ia prosseguir, mas vi seus olhos ficarem úmidos e resolvi parar de falar.

– Ela era minha amiga há cinco anos... Sinto falta dela até hoje... – ela soltou uma única lágrima e antes que eu pudesse ajudá-la, ela respirou fundo e se recompôs.

– Olha, eu perguntei sobre as coisas que tem acontecido porque não quero que sinta que estou impondo minha presença ou sendo intrometido... – ela me olhava surpresa e eu prossegui. – Eu só não sei explicar o porque de sentir uma raiva do tamanho do mundo quando ouço te chamarem daquele apelido preconceituoso. – ela abaixou a cabeça envergonhada. – E eu só quero uma chance de te mostrar que você vale mais do que pensa... – ela corou mais ainda e já não erguia os olhos, apenas me escutava atentamente.

– Isabella, eu quero te ajudar a recuperar sua confiança nos outros, na vida, nos seus talentos. Eu quero que não sinta vergonha de ser quem você é. – eu falava tudo o que vinha à minha mente e em determinado momento a vi erguer timidamente os olhos.

– Mas você não entende... Ela tem raiva! – sua voz subia uma oitava. – Mesmo quando eu não faço nada ela ainda vem descontar em mim! – não tive tempo de fazer nada, suas lágrimas desciam silenciosas e eu não me contive. Sentei-me no chão à sua frente e ela desceu da poltrona e veio para o meu lado. Passei meu braço em volta do seu ombro e ela se aconchegou encaixando sua cabeça no meu pescoço; suas lágrimas ainda fluíam silenciosas e eu apenas lhe afagava os ombros, deixando que ela se aproximasse de mim.

– Eu já disse e repito. Eu vou cuidar de você, Isabella. – disse num sussurro enquanto sentia suas lágrimas, naquele momento eu senti que estava no lugar certo, o melhor lugar do mundo: com Isabella.


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Notas finais do capítulo

Esse cap saiu mais curto que os outros dois, porque o próximo será mais longo e fofo, Beward *-*

Até o próximo, que será postado na segunda.