Seguimos para a nossa primeira aula e Bella parecia realmente alheia aos olhares curiosos de alguns alunos; nossos amigos ainda estavam em Seatlle e só viriam amanhã para a escola. Entramos na sala e fui praticamente rebocado para me sentar à sua frente, sorri de orelha a orelha e ela riu baixo.

- Acho que nunca vi você sorrir tanto... – disse zombeteira e eu notei que ela havia deixado os longos cabelos soltos e com aqueles óculos delicados ela ficava simplesmente linda...

- Edward? Edward! – saí de meus devaneios quando vi Bella estalar os dedos na minha frente.

- Ah, oi... – disse sem graça.

- Fazia tempo que não te via assim, tão desligado... – disse olhando meus olhos tentando adivinhar o que eu estava pensando.

- Ah, não estava tão desligado assim... Só estava admirando você, fica tão linda com esses óculos... – fechei a boca ao notar que tinha soltado meu pensamento e ela maneou a cabeça.

- Se você diz, não vou contrariá-lo. – disse e quando eu ia falar mais alguma coisa, a professora de Espanhol entrou na sala e eu tratei de me concentrar, Bella estava me ajudando, mas mesmo assim eu ainda precisava me esforçar.

As aulas da manhã passaram como um borrão, já que eu não conseguia parar de prestar atenção nela e naqueles cabelos esvoaçando em volta do seu rosto. Sua postura mais segura e solta não chamou apenas a minha atenção, para o desespero do meu ciúme, alguns caras também notaram, mas como ela estava com os dedos entrelaçados aos meus, apenas fazia cara de ‘ela é minha’ e eles recuavam. Chegamos ao refeitório e a gangue dos gêmeos já estava lá almoçando, e dois pseudo reis da escola olhavam com desdém para Isabella, que estava distraída olhando as opções da cantina para escolher o que iria almoçar. Apenas dei de ombros e segui minha namorada até o balcão e compramos nosso almoço; como ainda estávamos no inverno, escolhemos uma das raras mesas vazias para nos sentar.

- Posso tomar um gole do seu chá? – pedi fazendo um biquinho, pra fazer charme, e ela riu.

- Só se me der um gole do seu chocolate quente... – fez uma linda carinha pidona e eu estendi meu copo pra ela. Trocamos nossos copos e ela ainda parecia extremamente absorta ao resto do mundo, apenas se concentrava em mim e esquecia o resto; estava bem confortável em nossa bolha quando senti um cheiro absurdamente doce. “Alguém usa mel e açúcar como perfume? Socorro vou ficar diabético com esse cheiro”, pensei e torci meu nariz, Isabella riu de minha expressão e olhou para um ponto fixo atrás de mim e enrijeceu de leve, arqueei uma sobrancelha e antes que lhe perguntasse o que aconteceu ouvi uma voz irritante e que eu já tinha esquecido como era.

- Ora, ora... Alguém andou dando generosos presentes de Natal.  – disse uma Lauren incrivelmente ácida, empregando a palavra dando com sentido dúbio. Antes que eu respondesse, Isabella encarou-a com uma sobrancelha arqueada e apertou minha mão na sua.

- Não sei o que exatamente quer dizer com isso. – respondeu com a voz limpa e num tom calmo; sorri incentivando-a e a senhorita-perfume-super-doce riu baixinho debochadamente.

- Claro que sabe minha não tão querida colega de classe. Só dando presentes de Natal e alguns durante as férias pra ter conseguido que ele aceitasse ser tocado por você em público. – disse piscando de maneira provocativa e quando fiz menção de responder, ela apertou meus dedos sugestivamente e sorriu provocativamente para Lauren.

- Bem, ele sempre esteve ao meu lado, desde o início do ano letivo... Mas acho que o fato de andarmos de mãos dadas ou almoçarmos juntos não te diz respeito. – ela falava calmamente e sem alterar o volume ou o tom de sua voz. Segurei o riso diante dessa resposta, mas algumas pessoas que estavam na mesa ao lado não conseguiram, isso irritou Lauren, que abaixou o corpo em direção à Isabella e sussurrou pra mesma.

- Com certeza não é da minha conta, queridinha, só queria te alertar que mais dia, menos dia ele vai largá-la quando achar alguém que não seja uma coitadinha fingida e dada. – trinquei meus dentes e fechei minha mão livre apertando com força, Isabella riu com vontade e juntou nossas bandejas já se arrumando para sair do refeitório.

- Bem, se essa é a opinião que tem de mim eu respeito, pois como dizem, opinião é como gosto, cada um tem o seu. E quer saber? Não me interessa ficar aqui ouvindo suas suposições quanto ao que faço ou deixo de fazer. – levantou-se e foi devolver as bandejas. Lauren bufou irritadíssima e segurou meu braço quando eu ia seguir Isabella.

- Você já não é mais tão novato assim, precisa escolher melhor seus amigos... – disse piscando e eu ri.

- Obrigado pela dica, mas deixa que da minha vida e das minhas escolhas cuido eu. – disse calmo e saí em disparada atrás da minha namorada, sorrindo largo por ver ela solta de verdade, sem receios, reagindo às provocações da Lauren. Por um minuto eu fiquei apreensivo, pensando que fosse encontrá-la chorando ou se lamentando em algum canto. Nem precisei andar muito, ela estava em seu armário, trocando os livros para a próxima aula e não vi traço algum de arrependimento ou medo, aproximei-me dela e lhe dei um selinho.

- Lauren alugou você? – perguntou debochada e eu ri.

- Não, apenas me disse mais uma de suas besteiras. – dei de ombros e fomos caminhando pelos corredores.  – Aliás, fiquei muito surpreso por ter reagido quando ela tentou te provocar... Adorei! – ela corou de leve e apertou minha mão que estava entrelaçada na sua.

- Já disse que graças a você a Isabella que estava presa aqui dentro saiu... Não tenho mais medo da Lauren ou da sua corja de pseudo reizinhos da escola. Se ela soubesse como o mundo é de verdade, estaria preocupada em viver a realidade, e não um mundo alternativo. – disse toda convicta e eu puxei-a pra mim.

- Fica mais linda ainda toda decidida... – sussurrei em seu ouvido e ela sorriu.

- E você é lindo de qualquer jeito. – disse piscando e eu corei de leve. Seguimos para as aulas e ela dirigiu na volta. Desci em frente à sua casa e ela me olhou de canto.

- Vamos fazer o dever de Espanhol hoje? – perguntou e eu me lembrei do quão enrolado eu estava com essa matéria, se tinha uma coisa que não entrava em minha cabeça, atendia pelo nome de: Espanhol.

- Sim, por favor, preciso da sua ajuda, ainda não entendo muito bem a matéria... – disse meio envergonhado e ela sorriu.

 - Ei, pare de neuras. Você melhorou muito, e vou te ajudar até que fique seguro para estudar sozinho. – piscou e eu lhe dei um beijo antes de descer do carro.

- Ok, minha professora particular gata. Vou tomar um banho e te espero. – ela assentiu e eu desci do carro indo abrir a porta pra ela.

- Obrigada. Daqui quinze minutos estarei na sua casa. – assenti e entrei. Cumprimentei meus pais e conversei um pouco com minha mãe.

- Como estão as coisas na escola? – dona Esme perguntou toda apreensiva.

- Estão ótimas. Hoje Lauren tentou provocar Isabella, mas a mesa respondeu de maneira calma e controlada, deixou a outra com cara de tacho! – ri e minha mãe me acompanhou.

- Ah, fico tão feliz que ela esteja mais segura de si... – disse afagando minha bochecha. – Ela é uma garota incrível. – suspirei ao ouvir isso e ela rolou os olhos.

- É mesmo... Ah, logo ela estará aí, faremos a lição de Espanhol... – disse fazendo uma careta.

- Não precisa fazer essa cara de tédio pra disfarçar que vai amar estudar a matéria que menos gosta porque ela estará aqui. – disse rindo e eu rolei os olhos. – Bem, vou deixar o jantar pronto, seu pai me convidou para ir ao cinema.  – disse com o rosto iluminado e eu mexi as sobrancelhas.

- Hum, dona Esme e o senhor Carlisle num encontro? Que lindinho! Não cheguem tarde, amanhã os dois trabalham. – disse com a voz ‘séria’ e ela gargalhou.

- Pode deixar senhor engraçadinho. E você nada de aprontar ou dormir tarde, lembre-se que amanhã tem aula e vocês têm o final de semana para ficarem acordados de madrugada. – piscou e logo em seguida riu da minha cara.

- A senhora anda passando tempo demais com a minha sogra... – disse constrangido e ela riu mais ainda.

- Apenas estou aconselhando meu filho lindo que tem uma namorada mais linda ainda. – falou fingindo inocência e eu resolvi que era melhor sair dali antes que meu pai aparecesse.

- Tá, tá... Fui! Vou tomar banho. Bom passeio e divirtam-se. – disse saindo da cozinha praticamente correndo e ainda pude ouvir sua risada enquanto subia as escadas. Entrei no meu quarto e fui direto para o banheiro, tomei meu banho e quando saí do box me lembrei que tinha esquecido de trazer uma troca de roupa; tinha me acostumado a fazer isso desde que comecei namorar com Bella e ela sempre me esperava no meu quarto, só que agora não tinha desculpa já que tinha me despido em meu quarto, ou eu saía nu ou de toalha. Escolhi sair de toalha, tinha uma chance dela ainda não ter subido já que minha mãe adorava alugá-la para conversar. Saí do banheiro e ela ainda não estava lá, bingo, virei-me para meu closet levemente bagunçado tentando encontrar uma camiseta e uma calça quando escuto alguém falar baixinho.

- Caraca, que costas! – ela falou num sussurro e eu levei um susto.

- Obrigado. – respondi segurando o riso e senti meu ego inflar levemente.

- Ah, é... De nada... Não queria te assustar... – respondeu sem graça e eu ainda estava ‘caçando’ uma calça no meu closet.

- Eu vou me trocar no banheiro, pode me esperar aqui. – disse calmo e senti que ela estava mais perto do que eu pensava quando ouvi sua voz de novo.

- Eu te espero aqui, mas antes posso ver seu tanquinho? – perguntou meio tímida e eu ri.

- Faz um tempinho que não vou pra academia... Já que você resolveu tirar férias da natação durante o inverno... – disse dando de ombros e ela suspirou. Eu havia retornado ao meu hábito de freqüentar a academia, enquanto ela fazia as aulas de natação eu tentava criar um tanquinho, que de acordo com ela já existia e eu achava puro exagero, já que meus ‘gominhos’ não eram tão marcados assim.

- Inverno me deixa preguiçosa... Mas não me enrole. Já estou te vendo de toalha. – virei-me e ela sorriu sapeca. – Uau... Minha mãe tinha razão, você tem tanquinho. – disse piscando e eu rolei os olhos.

- Sua mãe estava aguçando sua curiosidade para ver meu lindo corpinho nu. – disse indo até ela e lhe dando um beijo, que logo virou um amasso já que acabei me empolgando e deitando ela na minha cama com as nossas línguas ainda enroscadas num beijo cheio de curiosidade em explorar a boca um do outro. O fôlego foi embora e ela me deu vários selinhos enquanto deslizava seus dedos pela minha barriga.

- Nossa! Você tem até gominhos! – disse num suspiro.

- Ei, assim vou me sentir um mero objeto... – fingi indignação e ela resolveu me torturar levando uma de suas mãos até minhas costas deslizando suas unhas ali.

- Você é bem mais que um corpo lindo e cuidado... Acredite. – disse rouca e eu trilhei beijos pelo seu pescoço. A coisa estava esquentando muito... Eu estava só de toalha e cueca, ela de moletom e sem seu casaco, apenas com uma blusa fininha de manga longa. Fui puxado pra mais um beijo e eu já estava me sentindo meio afoito. Sabia que se ela não demonstrasse resistência logo, logo o ‘quente’ pegaria ‘fogo’ e seria difícil de apagar antes de eu entrar em combustão arrastando ela comigo. Minhas mãos pela primeira vez entraram por baixo de sua blusa e ela arrepiou quando sentiu minhas mãos massageando sua cintura fina.

- Minhas mãos encaixam certinho aqui... – pensei enquanto beijava seu pescoço e ela apertou mais ainda as unhas em minhas costas.

- Encaixam perfeitamente...  – respondeu com a boca no meu pescoço e só então eu notei que havia pensado em voz alta.

- Amor, isso vai ficar fora de controle já, já... – disse com minha boca colada em seu pescoço e ela arqueou o corpo.

- O que pretende fazer? – disse rouca e eu já estava subindo sua blusa, minhas mãos subindo e descendo pelas laterais do seu corpo.

- Se sente pronta? – parei de beijar seu pescoço para olhar em seus olhos.

- Não sei... – respondeu baixo me olhando intensamente e eu lhe dei um selinho para sair de cima dela logo em seguida.

- Então paramos nosso aquecimento por aqui – pisquei e ela mordeu os lábios. – Já volto coisinha linda! – corri para o banheiro e levei alguns minutos para acalmar minha ‘animação’ e trocar de roupa. Quando saí do banheiro ela estava sentada em minha cama com meu caderno aberto e ajeitava os óculos enquanto fazia uma expressão concentrada nos exercícios que estava lendo. Fiquei parado na soleira da porta observando o quanto ela era linda e madura, tinha apenas dezessete anos e uma postura tão desenvolvida.

- Linda pra caralh... – ela me olhou de canto e riu baixo. – Pensei em voz alta de novo? – perguntei envergonhado e ela assentiu.

- Obrigada pelo elogio, lindo. – disse sorrindo singela e eu me aproximei sentando na cama.

-Disponha. – disse beijando seu ombro. – Pegou meu caderno também?

- Sim, senta aqui e vamos estudar! – disse fingindo dar ordem e eu me coloquei ao seu lado. Não houve mais amassos, apenas beijos que começavam românticos e terminavam quentes, mas nada que nos fizesse perder o controle novamente. Estudamos durante uma hora e depois descemos para jantar; logo depois notei que ela estava sonolenta e resolvi acompanhá-la até sua casa, não fiquei muito tempo por lá, já que ela logo adormeceu. Conversei brevemente com Renée e voltei pra casa caindo na cama logo em seguida.

Fazia tempo que eu não dormia tão pesado e em determinado momento eu vi o rosto de Bella em minha mente e ela parecia radiante. Isabella parecia um anjo iluminado, toda feliz e com um vestido lindo. Não reconheci de imediato o lugar, mas depois tudo ficou claro, eu estava sonhando com ela... Olhei em volta e vi um grande jardim e ela estava sentada num balanço pendurado numa árvore. Me aproximei e vi que estava grávida, seu ventre avantajado a deixava linda e ela sorria contemplando o volume em si mesma.

Acordei sorrindo e todo bobo, parecia que eu tinha vislumbres do futuro toda vez que ficava muito tempo a sós com ela isso acontecia. Me arrumei e desci tomar café, mal saí de casa e vi minha linda namorada me esperando já dentro do carro.

- Bom dia! – disse dando lhe um beijo e um abraço.

- Bom dia! – respondeu dando partida e seguindo para a escola. Ao chegarmos ela desligou o carro e já desceu apertando o casaco contra seu corpo.

 - Nossa, como está frio hoje... – suspirou pesadamente.

- Vem cá que eu te esquento. – disse puxando-a para passar meu braço pelos seus ombros e ela sorriu. Entramos no prédio e seguimos para a sala, encontrando Jay e as meninas no caminho. Trocamos as novidades das férias e do ocorrido ontem com Lauren, as meninas abraçaram Bella e Jay disse que estava orgulhos, fazendo-a rolar os olhos.

Todas as aulas seguiram normalmente, Lauren parecia querer dar uma trégua e não fez menção de provocar Isabella. No almoço sentamos todos juntos e o papo era descontraído e animado. Estávamos seguindo para a aula após o intervalo quando Krista aparece do nada e me puxa pelo braço, o movimento brusco e inesperado me fez soltar da mão de Isabella.

- Edward, podemos conversar? – disse com a voz meio baixa.

- Agora não dá, preciso pegar uns livros e ir pra aula. – disse tirando delicadamente sua mão de meu braço, Bella estava parada com a expressão calma, apenas estudando os movimentos do ser a minha frente.

- Mas é rapidinho, queria pedir sua ajuda numa matéria. – disse enrolando uma mecha de cabelo num dedo entortando a cabeça.

- Ele já disse que está com pressa. – Bella respondeu antes de mim e eu me virei pra ela pegando em sua mão.

- Está com ciúmes Nerdella? – Krista falou com desdém e meu sangue começou a esquentar ao ouvir aquele maldito apelido.

- Não, apenas estou reforçando o que ele disse. – respondeu calmamente.

- Mas não te inclui no assunto, e acho que ele pode responder por si mesmo. – disse debochada.

- Eu já respondi que estou ocupado. – virei e já puxava Bella quando senti um novo puxão no meu braço, desviei rapidamente e comecei a andar.

- Edward, você não me respondeu. – ela praticamente corria atrás de nós tentando chamar minha atenção.

- Krista. – Isabella parou de andar e virou-se pra ela. – Coisa feia correr atrás de homem quando o mesmo a rejeita, faz você parecer uma oferecida desesperada. – disse serena e nos viramos deixando pra trás uma Krista bufando e vermelha de vergonha, já que algumas pessoas que passavam pelo corredor ouviram.

- Pelo visto não é só na atitude que você está solta, é na língua também! – disse rindo enquanto seguíamos pra aula.

- Você tem razão, chega de me esconder atrás de uma barreira. Não vou permitir que me provoquem, não mais. – disse decidida quando entramos na sala de aula.