Quase Uma Vingança escrita por Lola Carvalho


Capítulo 22
O pedido


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde pessoas lindas :3

Espero que gostem/amem o capí­tulo :P
E depois me digam se eu viajei muito ou não.. hahahhaha

Boa leitura!



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Patrick Jane

Uma bela manhã de inverno e, apesar do frio, hoje eu me levantei mais cedo, pois será um dia bem cheio. Após o banho, bebi uma xícara de chá para começar bem este dia tão especial. Hoje faz seis meses que comecei a namorar Teresa.

Combinei com os irmãos dela (que voltaram a se falar após uma conversa que eu tive com os três sobre a importância da família unida) de todos virem até Sacramento hoje para celebrar o natal, que não tivemos tempo de celebrar na data correta por causa do trabalho. E também para que todos estivessem presentes quando eu pedisse a mão da irmã deles em casamento.

Todos sabiam do plano do pedido, exceto Teresa, que também não sabe que os irmãos virão. Espero que ela goste da surpresa!

Acabei de tomar meu chá e fui até o aeroporto buscar um dos irmãos de Teresa, Tommy, e a sobrinha, Annie. Depois iríamos passar na joalheria para retirar o anel de noivado que eu havia mandado gravar um pequeno coração.

– Bom dia Patrick – disse Annie e Tommy

– Bom dia Tommy, Annie... Como foi a viagem?

– Agradável! – respondeu Tommy

– Ai Patrick, estou louca para ver a cara da Tia Ress quando você fizer o pedido!

– Em breve, Annie... Em breve!

Abri o porta-malas do carro e coloquei as duas bagagens que eles traziam consigo. Entramos no carro e fomos até a joalheria.

– Annie, tudo bem se você ficar aqui no carro? – perguntou Tommy assim que eu estacionei o carro dentro do estacionamento

– Tudo bem! – ela respondeu, e em seguida eu e Tommy saímos do carro e segundos antes de entrarmos na loja, ele puxou meu braço levemente.

– Antes de entrarmos aí, eu quero te fazer uma pergunta...

– Que pergunta?

– Por que a pressa em se casar?

– Tommy, sua irmã é incrível e eu a amo! Quero passar o resto da minha vida ao lado dela...

– Só isso mesmo, ou tem mais alguma coisa? Ela não está grávida, está?

– Não!

– Tem certeza? Porque ela pode apenas não ter te contado

– Tenho certeza, seria impossível Teresa estar grávida... Nós não estamos dormindo juntos.

– Sério? Por quê?

– Teresa é uma mulher especial e merece ser respeitada!

– Poxa, que... Que... Diferente.

– Teresa é minha princesa, e será tratada como uma – ele não disse nada, apenas sorriu e entramos na loja, retiramos o anel e depois eu os levei até o hotel onde se hospedariam naqueles dias. Voltei para casa rápido, pois Tess ia tomar café da manhã comigo e eu tinha que esconder o anel para ela não achar.

Escondi no fundo do maleiro em meu quarto, e logo após ouvi a campainha soar. Desci as escadas da minha casa nova para atender a porta.

– Oi Patt

– Oi querida – nos beijamos e eu dei passagem para ela entrar.

– Querida? O que aconteceu com o apelido de antes?

– Meh, achei que você tinha se cansado...

– Como eu me cansaria de ser chamada de docinho?

– Ok, docinho... – dei um beijo em sua bochecha – Vamos comer? Estou faminto...

– Eu também! Eu trouxe uma... Coisinha... Eu vou à cozinha preparar – ela chacoalhou a sacola de papel que estava em suas mãos – e você vai ficar aqui na sala esperando – ela disse me empurrando para o sofá.

– Posso fazer uma pergu...

– Não ouse estragar minha surpresa Patrick Jane!

– Ok – eu levantei as mãos em sinal de desistência. Não vou tentar descobrir o que ela está aprontando... Vou deixar ela me surpreender.

Liguei a televisão, mas não tinha nada de interessante.

– Liiis... Já está pronto? Está demorando... – eu disse e me sentei no chão.

– Fecha os olhos – ela colocou a cabeça pra fora da porta da cozinha, e eu obedeci. Tentei sentir o cheiro de alguma coisa, mas só conseguia sentir o cheiro do perfume dela.

– Pronto, pode abrir os olhos...

Quando abri os olhos, encontrei em minha frente, na mesa de centro da sala, um cupcake de chocolate em formato de xícara de chá coberto com uma fina camada de glacê, com uma velinha daquelas de aniversário em cima. Me arrisco a dizer que fora ela mesma quem fizera o bolinho.

– Feliz seis meses! – ela disse

– Você é realmente um docinho – eu me levantei, abracei-a e dei um beijo um pouco mais demorado em seus lábios e continuamos abraçados – Feliz seis meses, meu amor! Eu também preparei uma surpresa pra você... Na verdade, pra nós.

– O que é?

– Surpresa – eu cochichei em seu ouvido – Você descobrirá logo...

– Ah... Conta vai?!

– Não ouse estragar minha surpresa Teresa Lisbon – eu a imitei e ambos rimos

– Ok, ok... Justo! Por que você não assopra a velinha e faz um pedido?

– Sabe que isso não funciona, não é?

– Eu sei, é só pra... Sei lá... Não ficar vazio...

– Está bem – eu peguei o cupcake de cima da mesinha de centro – Vamos fazer juntos? – ela assentiu com a cabeça – Para envelhecermos juntos!

– Para envelhecermos juntos! – assopramos a velinha de cima do cup cake, deixei-o de volta na mesinha de centro, e a beijei. Eu segurei seu rosto com as duas mãos e ela me abraçou. Nos separamos apenas quando o ar fazia falta.

– Acho melhor a gente tomar café agora, ou vou desmaiar de fome – eu disse.

– Nossa, quanto drama! – ela riu.

Nos sentamos no sofá e tomamos nosso café. Bom... Café é forma de dizer, tomamos chá... Teresa tomava chá às vezes, quando estávamos juntos, mas eu sabia que ela estava louca para tomar um bom café. Então eu me levantei sem dizer nada, fui até a cozinha e preparei uma xícara de café do jeito que ela gosta. Forte e bem adoçado.

– Ei... O que está fazendo? Eu ainda não acabei... – ela protestou enquanto eu tirava a xícara de chá de suas mãos.

– Fiz pra você! – entreguei-lhe o café, e ela sorriu.

– Obrigada... Até que eu gosto quando você lê meus pensamentos, de vez em quando. – reforçou

– Tudo o que você disser poderá e será usado contra você em situações futuras... – ela me deu um tapa fraco em meu peito e nós dois rimos.

Terminamos o café da manhã e ficamos assistindo televisão, abraçados no sofá.

Já fazia bastante tempo que eu havia me mudado (uns quatro meses), mas eu não havia tido tempo para desempacotar todas as coisas ainda, então no canto da sala haviam algumas caixas ainda fechadas. Isso me incomodava um pouco... Mas o tempo que eu tinha livre, eu passava a maior parte com Teresa. E também não era TÃO necessário, afinal, eu iria pedir a mão dela em casamento... Seria perda de tempo.

– Quando você pretende desempacotar suas coisas? – ela perguntou

– Ah... Não sei!

– Quer ajuda?

– Obrigado, mas... não! – eu olhei para o relógio e já era a hora do almoço, o que significa que está na hora da surpresa – Agora nós precisamos ir...

– Pra onde?

– Descobrir sua surpresa.

– Eba! – ela exclamou, levantou do sofá e vestiu o calçado, e eu percebi que ela estava sem blusa.

– Docinho, você trouxe blusa?

– Ai, droga! Eu sabia que estava esquecendo alguma coisa...

– Você não sentiu frio quando saiu de casa?

– Eu tinha acabado de sair do banho... Estava com o corpo quente, não senti necessidade. – ela respondeu já de pé – Eu vou pegar aquela sua blusa preta... – ela disse e saiu em direção ao meu quarto no andar de cima. Minha mente começou a girar. Ela iria descobrir a aliança!

– NÃO! – gritei um pouco mais alto do que eu pretendia fazendo-a parar e dar meia volta, me olhando confusa – Quero dizer... Deixa que eu pego amor, e aí podemos passar na sua casa pra você pegar aquele seu sobretudo bege que eu gosto...

– Não, quer saber?! – ela disse e puxou meu braço me impedindo de subir as escadas – deixa quieto! A gente passa na minha casa.

Droga! Ela ficou chateada...

– Docinho, me desculpe... Eu não queria falar desse jeito!

– Não precisa se desculpar... É a sua casa, suas coisas, eu não deveria...

– Teresa! – eu a interrompi, sério – Você sabe que eu não quis dizer isso...

– Então quis dizer o que? O que está escondendo no seu quarto, hein?

– É uma parte da surpresa...

– Hum! Sei... – ela ainda não estava acreditando em mim. O que ela acha que eu estou escondendo? Puxei-a pelo braço, subimos as escadas e entramos no meu quarto.

– Viu? Nada de mais... Eu só fiquei com medo de você achar o meu plano...

– Plano?

– É, plano...

– Plano de quê?

– Meu plano para hipnotizar você! – brinquei – Eu nunca vou esconder nada de você, ok?! – ela assentiu com a cabeça.

– Eu te amo Patt – ela me deu um beijo rápido – então pode pegar a blusa, por favor?

Peguei o casaco e aproveitei e coloquei a caixinha do anel de noivado em meu bolso, sem que ela percebesse.

Eu havia reservado um salão e contratado um Buffet para cozinhar para nós uma ceia de Natal, e enquanto eu esperava Teresa pegar seu sobretudo, mandei uma mensagem para os irmãos dela, perguntando onde eles estavam, e eles responderam que já estavam a caminho, que chegariam no salão em cinco minutos, o que daria tempo de sobra para chegarmos lá depois deles.

– Para onde vamos? – disse Teresa ao entrar no carro

– Vamos almoçar

– Só isso? Não vai me contar mais nada?

– Se eu contar vai estragar a surpresa que eu estava planejando há meses, amor...

– Há meses?

– Sim, há meses... Então, por favor, não fica perguntado com essa sua carinha fofa, porque se não eu não vou conseguir resistir!

– Awn... Então não resista!

– Ha-Ha-Ha Muito engraçadinho senhorita Teresa!

Teresa Lisbon

Fomos quase em silêncio o resto do caminho, exceto por algumas vezes que cantávamos a música que estava tocando na rádio.

Não conseguia parar de pensar em como Patrick me surpreende a cada dia. Sempre soube que ele era romântico, mas acho que nunca acreditei que ele não mudaria com o tempo. Em algumas vezes, quando a gente brigava, eu sofria imaginando que ele iria terminar comigo, que nunca mais iria querer me ver... Sofria à toa, porque, geralmente, ele era o primeiro a se desculpar e tentar consertar o erro, por mais que ele estivesse certo.

E também me lembro de como ele me surpreendeu quando disse que queria esperar até o casamento para tornar a relação mais íntima. E de como me explicou, após eu ter perguntado sobre ele e Lorelei, dizendo que comigo as coisas seriam diferentes porque eu merecia ser respeitada, porque ele me amava... Eu jamais imaginaria uma coisa tão linda como essa!

E por mais incrível que possa parecer, apesar de não estarmos elevando a relação a um nível mais íntimo fisicamente, estamos aproveitando muito mais o nosso tempo juntos nos conhecendo, fazendo piadas um do outro, resolvendo nossos problemas... É bem melhor assim!

Quando chegamos ao lugar misterioso que Patrick estava me levando, cerca de uns quinze minutos depois, assim que entramos na recepção do que parecia ser um salão de festas, fiquei espantada com o lugar, afinal estava todo decorado com enfeites de Natal.

– O que é isso? – eu perguntei

– Viemos comemorar oficialmente o Natal! Por quê? Não gostou?

– Claro que gostei! Bem pensado...

– E não estamos sozinhos – ele disse abrindo a porta que dava para o salão principal, os meus irmãos, minhas duas cunhadas e meus sobrinhos estavam lá. Annie, porém, foi a primeira a chegar onde nós estávamos, pois saíra correndo ao encontro meu encontro.

– Tia Resse! Feliz Natal atrasado...

– Annie! Feliz Natal atrasado para você também... – nós nos afastamos do abraço, e meus irmãos, cunhadas e sobrinhos, também me abraçaram, desejando feliz natal atrasado.

Então essa era a surpresa, não tenho como não dizer que Patrick acertou em cheio!

Há pouco tempo atrás, meus irmãos voltaram a se falar, mas desde então eu não tive nenhuma folga do trabalho para ir visitá-los em Chicago, e nem preciso dizer que coisas em família entre nós não acontecem desde antes de minha mãe morrer, apesar dos meus esforços para cuidar deles e manter-nos unidos, cada um acabou seguindo um caminho diferente na vida.

Nos sentamos na mesa, e comemos uma deliciosa refeição de natal... Conversamos muito, rimos, contamos histórias da infância. As histórias de Patrick eram as mais hilárias, sempre tinha alguma coisa incomum envolvida. Eu já conhecia a maior parte das histórias dele, e ele das minhas.

Como em todo bom natal, comemos muito! Até depois de dizer “chega”. Então, Patrick sugeriu uma volta pela cidade, para queimar as calorias ganhas naquela refeição, e também para os outros conhecerem o lugar. Todos estranhamente concordaram, mas talvez seja só impressão minha.

Patrick Jane

Fomos até o centro da cidade. Seria lá, no meio de bastante gente, que eu faria meu pedido de casamento. Eu já havia combinado com a Annie de ela filmar o pedido. Estava tudo preparado para ser perfeito. O dia, apesar de frio, não estava para chuva.

Chegamos ao centro da cidade de carro, os estacionamos e começamos a caminhar. Mesmo com as minhas técnicas para acalmar a pulsação, meu coração batia tão rápido que se podia ouvi-lo sem necessariamente colocar a cabeça em meu peito. Estava suando frio, desesperado! Até que, após cinco minutos de caminhada, não dava mais para esperar. Chegou a hora... Respirei fundo e:

– Tess, você se lembra daquela brincadeira das cores que eu te ensinei?

– Aquela que eu digo a cor de alguma coisa que eu possa ver e você descobre o que é?

– Essa mesmo! Vamos brincar de novo? Eu estou com vontade...

– Sério? – eu fiz que sim com a cabeça – ok então, você começa!

– Tudo bem... Eu vejo uma coisa... Marrom.

– É o tronco daquela árvore?

– É... Que rápido, achei que você demoraria um pouco para descobrir... – ela sorriu vitoriosa – vai, sua vez!

– Eu vejo uma coisa... Preta – ela disse olhando para mim

– Minhas pupilas dilatadas?

– Sim – ela riu

– Mais uma partida? – eu perguntei

– Pode ser...

– Legal, eu começo de novo. Eu vejo... Uma mulher espantada

– Patt, você deve falar uma cor!

– Ah, nós podemos mudar um pouco a regra, não podemos?

– Está bem... – ela olhou em volta – Não vejo nenhuma mulher espantada...

– Tem certeza? Olhe de novo... – eu disse e ela olhou em volta, demorando um pouco mais desta vez. Essa era a minha oportunidade... Tirei do bolso a caixinha de veludo preta com o anel de noivado dentro, a abri e me ajoelhei no chão.

– Tenho certeza, Pat... Oh meu Deus – ela colocou as duas mãos na boca quando me encontrou ajoelhado com a aliança à mostra em minhas mãos

– Teresa Lisbon, você é a mulher espantada mais linda que eu já vi na vida! Por sua causa eu superei obstáculos que achei que nunca suportaria ultrapassar. De todas as princesas, de todos os reinos, você é a única por quem eu enfrentaria o dragão que fosse só para te resgatar. Eu quero passar o resto da minha vida inteira com você. Eu te amo muito! Você... Quer se casar comigo Teresa?

A está altura do campeonato, já havia dezenas de pessoas à nossa volta, ouvindo meu discurso e esperando pela resposta de Teresa que continuava espantada... Mas então, ela retirou as mãos de sobre a boca e, com lágrimas nos olhos, balbuciou um “sim” ao mesmo tempo em que assentia com a cabeça. Eu me levantei do chão e a abracei, levantando-a um pouco do chão e rodando-a no ar. ELA DISSE SIM!

Eu sou o cara mais sortudo do mundo! Vou me casar com o amor da minha vida!

Quando nos separamos um pouco do abraço eu coloquei minha mão atrás de sua nuca, e outra em suas costas, puxando-a para mais perto de mim. Beijei-a com necessidade e carinho, sendo um pouco molhado pelas lágrimas dela que caíam sobre a minha bochecha. Ela correspondia ao beijo na mesma intensidade, e podia-se ouvir os aplausos das pessoas ao redor.

Quando aquele beijo acabou, eu retirei a aliança da caixinha e coloquei em seu dedo anular da mão esquerda.

Nos beijamos novamente. Era incrível que a cada beijo que passava, eu sentia mais vontade de beijá-la. Tenho certeza que era recíproco.

Annie estava filmando-nos desde a hora em que a brincadeira das cores começou, pois eu havia dado um sinal para ela.

Naquele dia eu dormi mais feliz, afinal havia sido o dia mais feliz da minha vida inteira... Até agora!


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Notas finais do capítulo

Prévia do próximo (e último) capítulo:
"(Patrick) - Hoje faz vinte anos que eu conheço a mamãe, e sete anos que estamos casados."

O que acharam lindinhos??

Beijooos