Teresa Lisbon

Patrick Jane realmente me surpreendeu... Eu nunca poderia imaginar que ele me levaria pra uma festa surpresa de boas-vindas. Talvez eu tenha me enganado, e julgado as atitudes dele por um dia ruim. Ou até muitos anos ruins.

Van Pelt foi a primeira a me cumprimentar, logo em seguida veio meu antigo chefe:

- Minelli!

- Teresa, quanto tempo... – eu o abracei

- Então você também está por trás disso?

- Eu? Não, não... Patrick que teve a ideia, eu fui apenas convidado – Patrick teve a ideia?

- Hum... Obrigada por ter vindo!

- É meu prazer, Teresa! – ele ficou pensativo por uns instantes - Nunca pensei que diria isso, na verdade sempre pensei em te dizer o contrário, mas... Você deveria dar uma chance pra ele... Ele é um cara legal, e está se esforçando muito pra te conquistar...

- Não sei... Vamos ver... – Minelli me falando para eu “dar uma chance” para Patrick? Ele bateu a cabeça em algum lugar?

- Rees – disse meu irmão Tommy

- Tommy, Annie – abracei os dois – que saudades!

- Também estamos com saudades!

- Que bom que vieram...

- Não poderíamos não vir, seu namorado nos ligou eram duas da manhã nos convidando – disse Annie

- Quem? O Patrick? Ele não é meu namorado...

- Ele não é ainda, mas pelo o que ele está fazendo pra te conquistar, isso vai mudar logo...

- Ela está certa – concordou Tommy

- Acho que Patrick só está fazendo isso para me ter como prêmio...

- Claro que não Tia Rees – eu ri

- Vocês não o conhecem... – “mas talvez eu esteja errada” eu ia dizer, mas de repente todos ficaram em silêncio, a música que estava tocando parou por alguns segundos e uma voz sobressaiu. Era a voz de Patrick.

- Eu vou fazer qualquer coisa pra ficar com ela! – então era isso mesmo... Ele só me queria como prêmio, e faria qualquer coisa por isso. Fiquei ali, paralisada olhando para ele... Eu seria seu prêmio, e ele me “perseguiria” como fez com o Red John? Não mesmo!

Que droga Patt! Eu achei que você tinha mudado...

Algumas lágrimas encheram meus olhos, e eu percebi vários olhos sobre mim. Eu não podia chorar ali no meio de todo mundo. Peguei minha bolsa carteira que estava na mesa ao meu lado e corri para o banheiro feminino, sendo seguida por Patrick.

Entrei em uma das cabines do banheiro e tranquei, caso o Patrick ou qualquer outra pessoa entrasse no banheiro não me visse chorando. Abaixei a tampa do vaso sanitário e me sentei.

Por que Patt? Por quê?

Eu já não conseguia mais segurar os soluços que vinham junto com as lágrimas que saiam desesperadamente dos meus olhos.

- Você deveria ser diferente – sussurrei para mim mesmo

- Eu sou! – era o Patrick. Ele estava olhando para mim por cima da divisória entre uma cabine e outra

- Vai embora Jane!

- Não, eu não vou! – por que ele está fazendo isso? – Não até eu entender o que está acontecendo aqui.

- Ah... Vai dizer que não sabe?

- Eu não sei... Por que não me conta?!

- Oras, você é tão inteligente, descubra sozinho! – tudo o que eu queria é que ele fosse embora e me deixasse em paz

- Tess... Por que você não sai e a gente conversa aqui fora?

- Eu não quero conversar com você!

- Tudo bem, então por que você não olha pra mim?

- Não quero olhar pra você também!

- Ok... Eu não sei o que eu fiz de errado pra te deixar assim – eu ri diante essa afirmação dele – eu achei que você iria agir diferente...

- Ah é? Achou que eu ia agir como? Achou que eu ia te abraçar, te beijar?

- Bom, eu acabei de declarar meu amor por você na frente de todos, então sim! Eu esperava algo assim...

- DECLARAR? – eu olhei pra ele, que ainda me olhava por cima da divisória da cabine – Declarar que eu sou mais um prêmio, um troféu seu? Que você vai me colocar na sua estante?

- Como?

- Você disse: “Eu vou fazer de tudo pra ficar com ela” – eu o imitei – então eu seria mais um prêmio em sua estante?

- Tess, claro que não! Eu te amo... Eu te amo de verdade! Você não é um prêmio... Você é a melhor coisa que me aconteceu desde quando eu perdi minha família... Você entendeu errado, não foi isso que eu quis dizer...

- Como eu queria acreditar nisso Jane. Você não tem ideia...

Ele desceu de cima da privada (eu imagino) e saiu da cabine que ele estava, por um momento eu achei que ele iria embora, mas aí bateu na porta da cabine que eu estava.

- Tess, abre a porta, por favor?

- Não Jane!

- Tess... Por favor? – após alguns longos segundos eu me levantei, destranquei a porta e abri uma frestinha – Aí está você...

- Por que você tem que me fazer chorar?

- Me perdoa, eu não queria... Eu nunca vou querer!

- Hm... O que você quis dizer então com “fazer de tudo pra ficar comigo”? – eu já não estava mais chorando

- Hightower me perguntou se estávamos namorando... Eu disse que não... Ainda não, e ela me fez lembrar que as regras da CBI não permitem um relacionamento entre agente e consultor... E foi aí eu disse que faria de tudo pra ficar com você... Tipo me demitir, ou hipnotizar alguém... – brincou, e eu respondi com um pequeno sorriso.

- Então... Eu não vou ser só mais um prêmio em sua prateleira?

- Nunca! Eu te amo Tess, e quero passar o resto da minha vida com você! – eu abri o restante da porta e o abracei

- Eu também te amo Patt!

Nos separamos alguns centímetros do abraço e ele me beijou nos lábios. Diferentemente do nosso primeiro beijo no telhado, este não começou com um roçar de lábios, foi um beijo do começo ao fim. As suas mãos passeavam por minhas costas e eu segurava com as minhas duas mãos seu rosto. Era um beijo calmo, mas também urgente, apaixonado e carinhoso.

Agora sim! Tudo estava perfeito... Ele me ama, eu o amo e nada vai mudar isso.

Ainda envolvidos naquele beijo terno, suave e cheio de amor pude ouvir risadas abafadas e também vi o flash de alguma câmera clarear minha vista. Nos separamos do beijo, ainda abraçados, e vimos na porta do banheiro minha sobrinha Annie com uma câmera em mãos, meu irmão Tommy, Van Pelt, Rigsby e Cho todos sorrindo para nós.

- Pombinhos, nós ainda estamos no começo da festa, podemos? – disse Tommy indicando a saída do banheiro.

Eu e Patrick olhamos um para o outro, ele me deu um último beijo e então saímos do banheiro para aproveitar a festa surpresa que ele havia preparado para mim.