Night Rain escrita por ZeNieR


Capítulo 5
Fear!


Notas iniciais do capítulo

Bom galera, agora sim que realmente Night Rain vai começar ^^ Boa leitura aêe!



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[Mark]

"Em meio a neve eu encontro o seu...

Sorriso tão lindo em meus sonhos

Que está presente

A falta que sinto

Dos momentos que passamos juntos

Seu olhar ao longe

Que arde e invadiu meu ser

É o que ilumina o meu amanhecer!"

Não tirava essa música da cabeça, tenho que admitir que Snow Fairy é umas das músicas mais lindas que existe. Era duas e meia da tarde, tinha marcado de tomar açaí com a Gaby, e eu já estava lá na pracinha esperando ela. Essa pracinha é tipo uma praça de alimentação, tem várias barraquinhas de comida e muita variedade, tem barraquinha que vendia hambúrguer, outra de cachorro-quente, outras de tortas, uma de açaí também... Ah, tem tudo de comer aqui. E não muito longe, tinha uma pracinha com uns brinquedos pras crianças num gramado cercado, o Nick gosta de jogar Magic ali as vezes, "Partiu pro mato Markito" ele falava, to rindo sozinho aqui, mas paramos de jogar lá porque tem um ponto de táxi ali perto, e os caras sempre ficaram reclamando "Vocês não são crianças, ai não é o lugar de vocês!" Nick ficava puto quando os caras nos expulsavam, ele ficava berrando "Porra, isso é uma praça pública, eu tenho o direito de permanecer neste local!"

O clima era de sol com céu nublado, gosto dessa temperatura, é agradável. A praça não estava cheia, mas também não estava vazia, tinha um pouco de movimento e umas pessoas fazendo seus lanches da tarde... já eram quinze pras três... Onde será que a Gaby se meteu? Acho que ela tinha esquecido o dinheiro, mas isso não era problema, eu já trouxe dinheiro o suficiente pra pagar o meu e o dela e ainda sobra umas moedinhas, mas também ela poderia ter se atrasado por causa dos estudos, ela é uma nerd tipo o Nick, mas ela é o tipo de nerd rara... Com um tipo de jeito diferente... É o que eu mais gosto nela, o estilo doidona nerd, a certinha que faz merda. Nem sei o por que eu vim, acho que é porque não tinha nada pra fazer em casa, os seriados que eu acompanho ainda não saiu novos episódios, e todos os filmes que tinha lá já assisti tudo, li também todos os livros que tenho, se eu não saísse hoje acho que ficaria em casa ouvindo música e cantando o dia inteiro. De repente eu recebo um SMS, "Espera que já estou chegando" a Gaby tinha mandado, ok agora é só esperar ela definitivamente, dessa vez tenho certeza que ela já está chegando.

Uns cinco minutos se passam e um pouco distraído eu olho, ainda sentado, para a minha direita e observo a Gaby, caminhando lentamente em minha direção, com calça jeans escura tênis all star vermelho e uma blusa preta linda, aquele cabelo curto loiro brilhava com a luz do sol, isso fazia com que ela ficasse a mais diva de todas. Em poucos segundos ela chega até a mesa onde estava sentado. - Oi Mark, vai falar comigo não seu vadio? - Ela pisca o olho pra mim e logo se senta ao meu lado.

– Olá pra você também, você está atrasada caso você não saiba! - Eu era pontual até demais, sempre que marcava algum horário com alguém, eu sempre chego mais cedo que os outros, pra não acontecer dessa de se atrasar. Ela me olha com uma cara engraçada e eu rio dela.

– Eu estava estudando! - Sabia. - E você tá rindo do que seu besta?

– Nada não. - Solto uns risos de leve. - Apenas acho você engraçada só isso.

– Seja como for, vamos comer açaí logo? To morta de fome.

– Estava esperando a "senhorita me espera que já to chegando" chegar. - Disse rindo, fazendo as aspas com os dedos.

– Idiota. - Ela me deu um sorriso, que logo fez eu sorrir também.

Chamei a garçonete e pedi dois açaís completo gigante, com os bagulhinhos em cima, a jovem anotou exatamente o que falei.

– Eai, o que tem feito de bom? - Gaby me perguntava, mostrando estar um pouco curiosa em relação a isso.

– Nada de mais, só com medo dessa epidemia... A qualquer hora podemos morrer também... Não acha isso assustador? Eu não quero morrer! - Comecei a ficar desesperado de medo de uma hora pra outra, eu já tinha me preocupado com isso mas parecia que voltou a me atormentar, não conseguia controlar meus impulsos. Logo fui surpreendido pela Gaby, que segurou minha mão e começou a me olhar nos olhos.

– Shh... Está tudo bem ok? Estou aqui contigo. - Todo meu desespero e medo sumiram com apenas um gesto dela. Eu ficava olhando ela e pensava em como seria ruim se não tivesse ela como amiga, ela é uma pessoa rara que me faz bem.

A garçonete entrega os açaís na mesa, Gaby larga minha mão pra comer. Ela enche uma colher cheia e leva até a boca. - Ahh! Como amo açaí! - Ela falou, mostrando estar feliz.

– Você deveria vim mais vezes aqui, não só o açaí é bom como também todas as comidas daqui são ótimas. - Ela não costumava vim na praçinha, só veio aqui hoje por causa de mim.

– Não gosto muito daqui, tem muita gente. - Muito fresca mesmo.

– Ah, você é muito chata cara, só tem umas pessoas apenas. - Ela sorri pra mim.

– Tanto faz, acho que vou comer outro açaí.

[Nick]

Estava no meu computador em chamada com Bobs pelo Skype.

– Maoê, carai o povo ta correndo atrás de mim, corre corre corre! - Gritava feito um louco, ele estava jogando GTA e eu rindo que nem um retardado. - Ah porra fui preso, guardas fela da puta só sabem correr atrás do preto, parece que no GTA preto é sinônimo de bandido! - Mano, eu gritei de tanto rir, meus olhos também não se aguentaram e comecei a chorar de rir.

– Caralho Bobs. - Estou tentando rir menos. - Seja mais normal cara.

– Pra ser mais normal? Beleza vou contar uma piada então. - Ele nem começou e eu já estava rindo. - Presta atenção que não vou repetir, olha tinha um navio voando, bateu no buraco e furou as quatro rodas, quantas bananas sobraram? - Velho, eu cai da cadeira, eu parecia aqueles caras do hospício rindo de qualquer coisa, os vizinhos devem me achar maluco depois que ri tão alto desse jeito.

– Sei lá cara, uma pra enfiar na tua bunda. - Disse rindo pra cacete.

– Nenhuma né, porque pipoca não tem antena. - Esse final foi um pouco sem sentido, mas tava tudo sem sentido mesmo ai ficou comédia pacas, porra desde quando navio vai voar?!

– Ah Bobs, tu é muito comédia cara, só falta aprender a catar mulher né.

– Quem disse que não sei? Chega na mina e fala "Gata, nem a mais potente placa de vídeo tem a capacidade de reproduzir os gráficos de sua beleza." - Mano, que cantada foda, acho que vou adicionar essa à minha lista "Entendendo mulheres" - E você Nick? Manda sua cantada aê.

– Cantada pra quê? O bagulho é chegar na garota e falar "É pegar ou largar!" - Bobs começou a rir escandalosamente no Skype, eu sabia que era de zueira, mas ele parecia uma preá entupida com gonorreia mano.

– Boa Nick! É assim que se faz mano, está aprendendo com o negão aqui né, vamos ter uma aula prática depois ein.

– Aula prática pra quê? Já nasci manjando dos paranauê já velhão.

– Que se foda, vem cá, cadê o tesudo do Mark?

– Ele deve estar na pracinha com a Gaby.

– Eles já tão se comendo? - Dou uma gargalhada.

– Sei lá vey, sei que vou dar uma saída pra estudar Biologia.

– Estudar pra quê, hoje é sábado dia de zueira, a prova de Biologia é só terça o jumento. - Realmente era só terça, mas queria adiantar a matéria o quanto antes.

– De um jeito ou de outro, to saindo aqui Sr. Bobs. Beijundas pra você.

– Vai dar a toba! - Rio pacas, e encerro a chamada do Skype.

[Lisa]

Estava na rua, caminhando e ao mesmo tempo pensando na droga das provas que já estavam vindo, assim como os malucos lá da sala odeiam Biologia, eu também odeio, mas de certo modo estava feliz devido as férias já estarem chegando, então eu podia tirar proveito disso. Sol bom, temperatura boa, os pássaros estavam cantando, lembrei de Mariana agora, ela deve estar amando o dia de hoje, lá na pracinha tem uma árvore grande que tem umas flores lindas, falando nisso me deu fome, como diria Nick "você ser estranha mulher".

Andando mais um pouco, fui atravessar a rua, estava a caminho da pracinha pra comer. Apesar dela ter um pouco de movimento, quase não passava carros por aqui, acho que é pelo fato de ser tão perto de tudo que o povo decide vim a pé mesmo. Parei na barraquinha de hambúrguer e me sentei numa das mesas.

– Boa tarde. - O garçom veio até a mesa e deixou o cardápio. Eu peguei e comecei a fazer minha escolha, e percebi que o Bobs estava certo, o Big de cinco reais valia mais em conta, vinha duas carnes, ovo, alface e o caralho a quatro. Levantei a mão e logo o cara magrelo veio até mim.

– Um Big com coca-cola em lata por favor. - Ele anotou num bloquinho e acenou com um ok com o polegar. O cheirinho de ovo frito me deixava doida. Um pouco distraída, fico olhando pro lado e pro outro... Não pera, que porra é aquela? Mark e Gaby tomando açaí na praça? E nem chama os brothers? Ah não eles vão ter que ouvir pra cacete agora. Eu sou apaixonada por açaí e hambúrguer, e um açaízinho de graça eu topava, mesmo que eu nem tenha sido convidada, aposto que é o Mark quem está pagando mesmo.

Eu me levanto da cadeira e me dirijo até eles, cheguei pondo os braços sobre a mesa, eles me olharam assustados, parecia que nunca tinham me visto.

– Mark, paga um açaí pra mim agora! - Eles deram uma risada.

– Ah Lisa, oi pra você também sua educada. - Mark me olha sorrindo, eu me sento a mesa com eles.

– Er... O que está fazendo mesmo aqui Lisa? - Gaby me pergunta, parecendo que estava um pouco incomodada com a minha presença.

– Tinha vindo comer hambúrguer, já que o tiozinho lá me saindo e vindo pra cá acho que não tem problema, ele vai me entregar o Big quando ficar pronto, e... - Agora que tinha percebido, isso era um encontro??!! Mark e Gaby estavam saindo??!! Já estava na hora né, dois anos seguidos só nas indiretas tinha que render alguma coisa. - Hmm... já estava na hora vocês ein... - Dei um sorriso irônico. A bochecha da Gaby ficou vermelha parecendo uma maça.

– Não é isso, você só pensa besteira Lisa, você não presta mesmo. - Ela sorriu.

– Nos só viemos tomar açaí e conversar um cado, tem problema? - Ri um pouco, mas me sentia um pouco incomodada de estar atrapalhando eles, mas que se dane eu estava com fome!

– Ta ta ta, não quero ficar de vela não, então Mark paga meu açaí que eu saio daqui ok?

– Até na rua você me extorqui Lisa. - Ele puxa uma nota de cinco. - Me traz o troco. - O caralho que vou entregar o troco, ele me entrega o dinheiro e lanço um sorriso maléfico pra ele.

– Obrigada Markinho lindo. - E ando até a barraquinha de açaí. Vou comprar um pequeno de dois pro Mark não ficar enchendo meu ouvido de "Ah que merda você usou todo meu dinheiro" ou do tipo "Não empresto mais pra você", essa infantilidade dele até que é legal, mas toda hora enche o saco, ainda mais de que quem está errada sou eu!

Enquanto estou negociando com a mulher, vejo eles rindo e se divertindo, é, realmente estava atrapalhando os dois pombinhos. Recebo o troco em uma mão e o açaí em outra, ando até a mesa deles. - Toma vey o troco. - Coloco as moedas na mesa. - Vou vazar porque eu to afim e é isso.

– Meio sem sentido isso, você vem aqui só pra pegar meu dinheiro, ah mano na boa. - Gaby fica rindo do que Mark tinha falado.

– Tanto faz, eu estava com fome da licença. - Eu também estava rindo. - Fui, tchau, até segunda. - E começo a andar até a barraquinha do hambúrguer. Afinal, eu ainda não tinha pegado ele, vou levar pra casa pra degustar essa delícia com calma.

– Tchau Lisa, mais tarde a gente se fala. - Ouvi Gaby dizendo.

– Você me deve dois reais sua vaca! - Mark grita.

[Mariana]

Ainda estava ali, paralisada pela notícia que o Doutor havia me dado. Eu acho que o Z não sabia ainda e eu não sei como contar a ele. Meus olhos começam a lacrimejar de tristeza, eu gostava de Sophie, sempre brincávamos juntas, eu sempre vi ela como uma irmãzinha que nunca tive, e o Z amava ela demais, eu realmente não sei o que fazer.

– Eu sinto muito, tentamos tudo que foi possível. - Falou o Doutor, tentando se desculpar.

– Tudo bem, eu entendo a situação, eu vou dar a noticia pra ele, pode deixar comigo Doutor. - Falei, limpando os meus olhos com as mãos.

Logo que saio do hospital, triste e surpresa ao mesmo tempo, meu celular toca, pego ele do meu bolso, era o Cry.

– Oi Cry... - Falei desanimada.

– Sophie faleceu certo? - Dava pra sentir frieza e certeza em sua voz.

– Co-como você sabe? Se nem ao menos você foi visita-lá? - Gaguejei um pouco surpresa.

– Eu já entendi tudo o que está acontecendo e já sei onde o Z está.

– Como assim? Entender tudo o que? Eu to confusa, do que você está falando?

– Não tem como te explicar agora e não tenho tempo pra conversar, eu preciso ter certeza do que eu penso... - Deu um silêncio na chamada. - Vou encontrar o Z, depois falo contigo.

– Falar o que? Cry?

Ele desligou o telefone.

[Narrador]

A tarde já estava ao final do dia, o sol mancha o céu de vermelho e amarelo. Nycry andava na rua pensativo, ele sabia que não podia mais esperar e sabia onde Zenier estava. Ele pensava que se ele não fizesse algo rapidamente, toda a cidade ficaria morta. Ele acelera o passo e anda em ritmos acelerados até que finalmente chega à lagoa da cidade. Ele para e observa ela dali mesmo, ela era extensa e extremamente enorme, tinha pessoas passeando de barco e umas lojas, até um hotel tinha próximo à lagoa. Ele da mais alguns passos a frente e enxerga Zenier, sentado num balanço olhando pro sol entre as montanhas, admirando a linda vista do por do sol. Nycry já sabia que ele estivesse ali, afinal, é o lugar favorito de Zenier.

Nycry se aproxima dele que estava sentado num balanço de costas, com a mão direita no pescoço.

– É você né Cry? Já soube da notícia né? Aquela vadia matou minha irmã... - Dava pra sentir em sua voz a profunda raiva que possuía sua alma.

– Eu soube... Tudo o que aconteceu... Eu sinto muito mesmo Z... Mas pelo visto você se rendeu ao poder deles. - Zenier estava abalado. Não sabia o que falar.

– Não exatamente... - Ficou quieto durante um tempo.

A tarde estava indo, e o sol forte iluminava os poucos minutos que ainda tinha antes de partir. Eles ainda estavam lá, esperando o tempo passar.

– Preciso te contar uma coisa. - Zenier disse, se desabafando com Nycry.

– Pode dizer mano. - Nesse mesmo instante, Zenier tira sua mão lentamente do pescoço, Nycry fica assustado e surpreso no que acabou de ver. O medo predominava sua mente. Tinha uma marca vermelha com dois pontos no pescoço dele.


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Notas finais do capítulo

Haha =p