Dois meses. Há mais de dois meses Ash Ketchum e Misty Waterflower não se falavam.

     Dois meses em que a ruiva voltara para casa e que o moreno nem fora procura-la. O que dizer?

     Estava pensando exatamente nisso quando ouviu a campainha tocar. A ruiva levantou com um suspiro e atendeu. Um moreno de cabelos espetados a abraçou sorridente. Hobbye.

HOBBYE: Oi meu amor. Já estava com saudades, o que acha de um passeio no parque hoje?

     Sorrindo de modo forçado, ela aceitou.

     Longe dali Ash e seus amigos caminhavam. Drew os acompanhava, afinal, o verdinho não abandonaria May por nada nesse mundo.

     Agora iam a mais uma competição. Competição essa que não estava em um bom lugar. Ao menos não para um moreno que carregava um Pikachu no ombro. Cerulean.

     Ash mexia-se inquieto. Tinha certeza absoluta de que reveria a Misty. A velha Misty. Estava com tantas saudades…

     Caminhavam apressadamente até o parque da cidade. Ash estava incrivelmente nervoso, o que arrancava risadas de Brock, May, Max e Drew. Para ele não era tão engraçado assim.

     Olhava para os lados de cinco em cinco minutos. Não ficariam no ginásio por motivos óbvios, então tinham que achar um jeito de ir até o CP para que pudessem passar a noite.

     Eles caminhavam tranquilos e quando Ash começou a relaxar, viu uma cena que fez todos os poros de seu corpo travar de raiva.

     Uma bela ruiva e um moreno estavam se beijando. Mais especificamente, Misty e Hobbye.

     Raiva. Tinha uma vontade maluca de ir até o casal e arrancar o moreno de perto da sua ruiva.

     Estava tentado a realmente fazê-lo quando sentiu a mão de Brock em seu ombro. Olhou para o amigo e o mesmo negava com a cabeça.

     Ash ainda queria bater de modo descontrolável em Hobbye até o mesmo jurar que nunca chegaria a nem mil metros de sua ruiva.

     Sentiu Brock o puxando e foi com o mesmo, desviando o olhar da cena. Ruiva traidora. Ele realmente queria voltar com ela.

     Como não querer? Sua melhor amiga. Sempre fora.

     Mas, além de melhor amiga, a ruiva era o amor de sua vida. Na verdade, sempre fora.

     Não falou com ninguém e ignorou os olhares preocupados que recebeu de May e Drew. Apenas pegou uma chave com a Enfermeira Joy, que realmente ficou surpresa ao vê-lo ali, e subiu para o quarto, trancando-se ali.

     Os amigos olhavam preocupados para a porta do quarto de Ash. Com um suspiro, Brock decidiu fazer algo.  Cansara de esperar ambos se resolverem sozinhos. Bateu na porta com o objetivo de realizar o plano que arquitetara na ida para Cerulean, quando a ruiva ainda estava internada no hospital.

     Começou a ficar irritado com a falta de resposta do amigo e suspirou frustrado.

BROCK: May me empresta o Bulbassaur? – ele pergunta com uma veia de irritação saltada em sua testa.

     A morena concorda e entrega a pokebola ao amigo. Brock sai do Centro Pokémon e para embaixo da janela do quarto do moreno.

     Ele lança a pokebola e o pequeno Pokémon grama o olha intrigado, perguntando-se o motivo de ter interrompido seu sono.

BROCK: Consegue me levantar até a janela do Ash Bulbassaur? – Brock pergunta um pouco mais calmo.

BULBASSAUR: Bulba, bulba! “sim, sim” – ele responde com um enorme sorriso no rosto de Pokémon.

     O Pokémon grama faz o que Brock pede e May o faz retornar à pokebola, agradecendo ao pequeno Pokémon. Drew a enlaça pela cintura e ela sorri aconchegando-se em seu peito.

     Ele sorri e morde o lóbulo de sua orelha, fazendo-a ter arrepios pelo corpo todo. O garoto sorriu ao ver o tipo de reação que causava em sua morena.

     Brock saltou pela janela do amigo que apenas o olhou, antes de fechar os olhos e pensar em mais umas mil maneiras de matar Hobbye.

BROCK: Você não pode ficar trancado aqui o dia inteiro – ele comenta sério, olhando para o amigo com os olhos calmos.

ASH: Posso sim.

BROCK: Por que não vai dar uma volta pela floresta que rodeia Cerulean?

     Ash parece pensar por um momento, e então suspira, começando a levantar.

ASH: Pode ser uma boa ideia – ele murmura dando de ombros.

     Ash pega uma pequena mochila e sai do CP indo em direção à floresta.

    May, Drew e Max ficam intrigados com essa decisão repentina do amigo, mas não falam nada.

     Com um sorriso, Brock fica mais um tempo no quarto, com a certeza de que o amigo fez a coisa certa.

     Misty estava com Hobbye no parque quando viu um conhecido amigo de cabelos castanhos e olhos puxados.

     Abandonou o namorado e correu até onde o amigo estava abraçando-o bem forte.

MISTY: Brock! Que saudades!

     O moreno sorri e concorda com a cabeça.

BROCK: Eu também estava com saudades minha ruivinha – ele sorri.

     Hobbye começa a se sentir incomodado com a presença do outro moreno. Afinal, é claro que lembrava que ele era amigo do outro. Ash.

     Hobbye sentia medo de perdê-la. Muito medo.

HOBBYE: O que está fazendo aqui?

     O tom de voz frio dele deixa Misty um pouco irritada, afinal, ninguém em sã consciência ofenderia um amigo de infância de Misty na frente da mesma. Hob estava começando a passar dos limites.

BROCK: Conversando com a minha amiga – ele usa o mesmo tom de voz e puxa Myst para si.

    Com sua habilidade para perceber o início de uma briga, ela resolve interceder, antes que ocorra uma tragédia.

MISTY: Meninos…

HOBBYE: Amiga? Você mente e a engana no momento em que mais precisa de você e ainda tem a cara de pau de falar que ela é sua amiga? – o tom de voz sarcástico acaba pegando Brock de surpresa.

     O moreno não é o único que se assusta. Misty também. O que o moreno mais velho fizera era sim ruim, mas ninguém tinha o direito de falar isso além da própria Misty e a mesma já o havia perdoado.

MISTY: HOBBYE! Não fala assim com o Brock! Ele errou, sim, errou, mas isso não significa que não merece uma segunda chance! Ele, mais do que qualquer outra pessoa no mundo, merece uma segunda chance – ela reclama o olhando de forma indignada.

HOBBYE: Eu cansei Misty – ele explode – cansei de tentar fazer ver que eu sou o melhor pra você! Você fica defendendo as pessoas que mais te magoaram, enquanto nem ao menos me percebe! FUI EU QUEM CONTOU A VERDADE PRA VOCÊ, EU!

MISTY: Se está tão ruim assim pra você, Hobbye, então acabou! Acabou tudo! Não é tão insuportável assim ficar aqui comigo? Então não vou te forçar a ficar com a boba aqui.

HOBBYE: Não foi isso que eu quis dizer…

MISTY: Pena. Por que foi isso que eu entendi, então Hobbye… acabou tudo!

     A ruiva sai dali puxando Brock. Quando os dois já estão longe o bastante, ela desaba em lágrimas nos braços do amigo.

BROCK: Calma Myst… se ele te tratou assim, então é porque não te conhece o bastante – ele acariciava os cabelos da ruiva.

     Brock e Misty sentaram, enquanto ela continuava chorando descontrolavelmente nos braços do amigo.

MISTY: Não é por isso que eu estou chorando Brock – ela murmura – eu só não sei mais o que fazer! Eu juro que tentei me apaixonar pelo Hobbye. Juro mesmo, mas…

BROCK: Só o Ash aparece na sua mente – ele completa por ela, que assente com a cabeça – Myst, por que você não vai ao lago que fica na floresta? A água sempre te fez bem – ele comenta como quem não quer nada.

MISTY: Você tem razão Brock. Vou em casa pegar umas coisas e vou no lago. É sempre bom ir lá.

     Ambos soltam um pequeno sorriso e Misty levanta-se, indo para sua casa. Brock solta um sorrisinho malicioso. As coisas finalmente estavam bem. Agora faltava apenas ele se arranjar com uma bela sereia rosa.

     Correu para encontrar Misty e a mesma aceitou a companhia até o ginásio de bom grado.

     Hobbye caminhava pelas ruas de Cerulean cabisbaixo. Fizera de tudo para Misty se apaixonar por ele, mas a ruiva apenas o desprezara. Ele não entendia o que Ash tinha que ele não tinha?

     Caminhava de modo tão distraído que nem percebeu que alguém vinha em sua direção, acabou então esbarrando nela.

?: Ai! Olha por onde anda – reclama uma voz feminina.

HOBBYE: Desculpa eu… Cristine? – ele pergunta com uma sobrancelha erguida.

CRISTINE: Ah, é você – ela fala – pelo visto as coisas com a ruivinha não está tão bem como você imaginava não é mesmo? – ela comenta irônica.

HOBBYE: Não enche – ele murmura – ela terminou comigo hoje.

CRISTINE: Tentei ficar com o Ash, mas ele é muito depressivo – ela da de ombros.

HOBBYE: Acho que nenhum de nós dois está muito bem no amor não é mesmo? – ele pergunta coçando a cabeça, levantando e ajudando Cristine a levantar também.

CRISTINE: Infelizmente né? Quer um sorvete?

     Sem mais nada para fazer, o moreno aceita e eles vão juntos para a sorveteria. Conversam durante toda a tarde e no final, Hobbye deixa Cristine em casa.

HOBBYE: Nos vemos amanhã?

CRISTINE: Claro – ela sorri.

HOBBYE: Então… tchau – ele a abraça e deposita um pequeno beijo no canto dos lábios dela.

     Cristine sorri corada e o puxa para um beijo de verdade. Não era mulher de esperar.

     E ali, com os corações batendo forte, eles sentiram algo que jamais sentiram com outra pessoa. Um amor de verdade estava nascendo. O primeiro amor sem segundas intenções deles.

     Misty havia acabado de sair de casa, indo até o lago. Pelo que Brock soubera, Tracy e Dayse haviam se acertado, então ele e Lily ficaram sozinhos em casa. Violet achara um espanhol que interessou-a e muito.

LILY: E então Brock… como andam as coisas? – a mulher perguntou com o rosto vermelho.

BROCK: Normais – ele sorri – como você consegue isso?

LILY: Isso o quê? – perguntou com um brilho de curiosidade no olhar.

BROCK: Ficar mais bonita a cada encontro nosso – ele sorri galanteador, vendo a menina mulher ficar completamente vermelha, ainda mais que antes.

LILY: O… obrigada – ela sorri corada.

BROCK: Digo apenas a verdade princesa – ela cora ainda mais.

LILY: Brock… você não muda nunca – ela sorri corada.

BROCK: Mudei muito sim Lily – ele sorri – e tudo por causa de uma linda mulher de cabelos rosa que entrou em meu coração sem pedir.

     Ela cora violentamente e não consegue falar absolutamente nada.

LILY: Brock…

BROCK: Eu sei que não vai mudar muito, afinal já pedi isso antes, mas não custa tentar – ele sorri melancolicamente. A única mulher que realmente o interessara era Lily. Não sabia como, nem onde, mas a rosada entrou em seu coração de um jeito… um jeito tão profundo que ele nem ao menos conseguia explicar – aceita namorar comigo?

     O moreno se ajoelha a sua frente e pede com os olhos fixos nos dela. Havia tanta emoção ali. Tanto… sentimento.

     Lily sorriu emocionada. Para que o medo, se Brock já provara ser alguém confiável?

LILY: Aceito – ela murmura com um sorriso e algumas lágrimas presas em seus olhos.

     Brock fica incrivelmente espantado, mas sorri abertamente e levanta, abraçando a mesma o mais forte de consegue, tentando juntar os dois corpos em um único.

BROCK: Você me fez o homem mais feliz do mundo – ele sussurra em seu ouvido – juro que nunca irei te abandonar e que te amarei eternamente.

LILY: Eu sei – ela sussurra de volta – te amo.

BROCK: Eu também princesa, eu também.

     Com um sorriso quase maior que seu rosto, Brock sela seus lábios nos doces e suaves de Lily. Pela primeira vez, Brock amava apenas uma mulher. Duvidou que um dia pudesse amar alguém como amava Lily. Ela era seu primeiro, e provavelmente único, amor verdadeiro.

     May caminhava com Drew e Max. Sentia-se tão completa, tão feliz. Estava com Drew, o amor de sua vida. E seu irmão parecia até gostar da situação.

DREW: Quando é o torneio?

MAY: Não sei em algumas semanas eu acho.

MAX: Vocês dois vão competir um contra o outro?

DREW: Não pirralho, nós vamos competir juntos – ele sorri para a namorada, que sorri de volta.

MAY: Max ali tem uma carrocinha de sorvete, quer um?

MAX: QUERO!

     May entrega o dinheiro ao irmão que vai comprar seu sorvete com um sorriso enorme no rosto.

DREW: Ótima maneira de se livrar de seu irmão – ele comenta com um sorriso malicioso em seu rosto jovem, enlaçando a morena pela cintura.

MAY: É? E o que faremos enquanto ele estiver fora? – ela pergunta enlaçando o namorado pelo pescoço.

DREW: Eu tenho uma ideia – ele sorri aproximando-se perigosamente dela, antes de finalmente selar seus lábios com os da namorada. Não conseguia parar de pensar nela. Estava loucamente apaixonado. A morena era, de longe, a primeira garota que o tocava de tal forma. Que tocara seu coração de modo tão… profundo.

     May soube que tinha a vida perfeita. Soube que seria feliz eternamente e que nada, nem ninguém conseguiria perturbá-la.

MAX: E então, quando sai o casamento de vocês? Quero ser o padrinho – ele comenta irônico, fazendo Drew se engasgar com a própria saliva e May o fulminar com o olhar.

     Max sorriu enquanto comia animadamente seu sorvete. May suspirou. Talvez sua vida não fosse assim tão perfeita, ou talvez, isso apenas impedisse que ela fosse monótona. Pensou rapidamente nisso antes de jurar o irmão de morte… de novo.

     Misty caminhava melancólica. Eliane estava de casamento marcado com Gary. Mas ainda iria demorar um pouco, uns oito meses. Mas ela sabia que oito meses para uma noiva se equivalia há alguns segundos. Sorriu ao imaginar a dor de cabeça que Gary deveria estar tendo.

     Finalmente chegara ao lago. Suspirou olhando as águas. Água a lembrava tanto Ash… tudo lembrava o moreno. Até mesmo oxigênio a lembrava do moreno.

     Olhou para o lago e sentiu uma lágrima quente lhe caindo pelo rosto. Fechou os olhos e deixou que mais algumas delas lhe escorressem pela face alva.

     Logo estava chorando. Parou quando sentiu uma mão em seu rosto e uma sombra sobre seu corpo.

     Abriu os olhos assustada e encarou Ash. Nem ao menos vira o moreno se aproximar.

ASH: Uma garota tão linda quanto você não deveria chorar – ele fala com um imperceptível sorriso no rosto.

     Ainda em choque, a ruiva não faz nada, apenas sente Ash limpar as lágrimas que estavam em seu rosto.

MISTY: Mas… o que você está fazendo aqui? – essa foi a única frase coerente que a ruiva conseguiu formar.

ASH: Ah… eu precisava pensar, então comecei a caminhar por aqui… por que estava chorando? – a expressão em seu rosto tornou-se mais preocupada do que ele pretendia e a ruiva desvia o olhar. Ainda não conseguia acreditar que seu moreno fizer aquilo com ela.

     Olhou para longe. Não conseguia responder. O que dizer? Que tentara tirar o gosto da boca dele da sua beijando Hobbye? Que toda vez que via o moreno seu coração tinha vontade própria e, muitas vezes parecia que iria saltar para longe? Que não estava mais aguentando viver longe dele?

     Não. Essas respostas deveriam ficar consigo. Não havia necessidade de compartilhá-las com Ash.

MISTY: Eu e Hobbye terminamos.

     A única explicação plausível que a ruiva encontrou para estar chorando foi essa. Ash ficou com tanta raiva de saber que o motivo do choro da ruiva era o outro rapaz que nem percebeu que ela não aparentava estar realmente triste com isso.

ASH: Já terminaram tarde – murmura contrariado.

MISTY: Quem você pensa que é para dar opinião na minha vida amorosa? – ela indaga irritada. Os pelos em sua nuca estavam eriçados de raiva.

ASH: Seu melhor amigo – ele a encara. Olhos castanhos contra os olhos esmeraldas – e o cara que mais te ama nesse mundo.

     A confissão pegou a Waterflower de surpresa que arregalou os olhos e lhe lançou um olhar magoado.

MISTY: Eu… quer parar com esses joguinhos Ash? – ela murmura irritada e magoada. A confusão pela inusitada declaração a pegou de surpresa também.

ASH: Não são joguinhos. Você me conhece super bem. Acha mesmo que eu seria capaz de brincar com você? Acha mesmo? – ele pergunta. Os olhos castanhos aparentavam tanta magoa e cansaço quanto os brilhantes olhos esmeraldinos dela.

MISTY: Eu sinceramente não sei Ash. Não sei de mais nada.

ASH: Sabe sim! A gente ficou anos juntos. Eu… passei os melhores momentos da minha vida com você, assim como os piores também. O Hobbye… quando eu entrei naquele quarto e o ouvi se declarando pra você – ela o encarou. Por algum motivo, acreditava plenamente em cada palavra dele. Sabia que era verdade. Bem no fundo de sua mente tinha certeza absoluta de que Ash falava a verdade – senti tanta raiva… me senti inseguro. Eu… nunca me preocupei com a possibilidade de você se apaixonar, ou de outro cara querer ficar com você porque… ah Myst! Você sempre foi a minha garota. Eu… sei lá, pensei que nenhum outro cara ia ficar contigo, porque sempre pensei que fosse minha.

     Ela estava paralisada. Ash não mentia, ela tinha certeza. Lembrou-se dos momentos em que ele parecia querer lhe contar algo. Ela sabia que ele queria contar a verdade, e percebeu que nunca quis saber. Nunca quis saber se era verdade ou não. Queria apenas Ash. Única e exclusivamente Ash.

     Ao perceber que ela estava longe de pensamentos, ele se aproximou silenciosamente dela e sussurrou em seu ouvido.

ASH: Seja a minha garota Myst… deixa-me contar pra todo mundo que você é única e exclusivamente minha – ele pediu.

     Misty sentiu o corpo inteiro ficar arrepiado, mas sorriu com o toque dele. Um sorriso interno, minúsculo em sua face alva, mas Ash viu.

MISTY: Mas você é o meu Melhor Amigo Do Mundo – ela sussurrou – não seria errado?

ASH: Não – ele a enlaçou pela cintura. Misty sentiu como se finalmente estivesse segura – errado é deixar a gente separado – ele murmurou suavemente em seu ouvido.

     Misty virou-se lentamente, mas nem conseguiu olhar direito para a face de Ash. Os seus lábios logo foram cobertos pelos do moreno.

     E aquele foi o primeiro beijo de verdade. O primeiro beijo em que ambos concordavam. O primeiro que marcaria a vida de ambos para sempre. O primeiro e inesquecível. O que era impossível esquecer o gosto e as emoções que estavam querendo sair do corpo. O amor e a paixão eram quase palpáveis.

     Mas aquele era recém o primeiro. O primeiro de muitos.

FIM