Nothing Is Bigger Than Love escrita por Sophia Santos


Capítulo 1
Capítulo 1 - A invasão domiciliar


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capitulo *-* Depois de eu ler varias fanfics nesse mesmo estilo, finalmente resolvi escrever uma assim! Boa leitura e espero que gostem :) Vejo vocês nos comentários!



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Zara

            Eu estava tranquila, no meu mundo. Na minha vida.

Meu pai estava anunciando a semanas que eu teria uma surpresa linda e formidável. Ele dizia que eu iria ficar muito feliz e talvez até fosse mudar de idéia do meu estilo alternativo para algo mais “normal”. Ok, não sei o que passou pela cabeça do meu pai, ou ele enlouqueceu ou um alienígena invadiu seu cérebro e fez sei lá o que.

Qual é o problema com o meu cabelo azul e minhas tatuagens e piercings que... Ele nem faz idéia que existem? E o que faria mudar meu estilo? O papai Noel iria fazer uma lavagem cerebral? Ah, pelo amor de Deus né. Não sei o que o inicio das ferias fez com ele, mas não foi algo bom...

Meu pai gritou do andar de baixo, falando que a surpresa estava chegando e eu dei de ombros. Dei uma olhada no meu reflexo no aquário que tinha em meu quarto, e vi que tinha me esquecido dos piercings! Eu sempre colocava para dormir ou quando eu ia para um lugar que meu pai não estivesse. Tirei o meu do meio da boca, escondi o do septo e tirei os dos dedos (um no dedão esquerdo e o outro no dedo médio direito). Eu tinha outros, mas ele não ia conseguir vê-los.

Eu peguei uma blusa de manga comprida preta, para esconder as tatuagens do braço, e uma calça comprida. Pronto, agora eu estava pronta.

Desci as escadas e dei de cara com o meu pai abrindo um enorme sorriso. Suspeito... Muito suspeito.

—Zara! Minha filha querida. –Desde quando meu pai e chama de “querida”?

—O que você quer Jack? –Eu perguntei um pouco seca.

—Você esta linda hoje. –Abriu um sorriso e arqueou as sobrancelhas logo em seguida. –Filha, tem alguma coisa dentro da sua boca? –Ele perguntou. Putz, meu piercing na língua!

—Não. –Eu falei olhando para baixo.

—Tem certeza? Vi algo brilhando ai... –Sua expressão passou de feliz para desconfiado. Merda!

—Qual é a surpresa pai? –Atingi o ponto fraco dele, o sorriso voltou. Ainda bem. Sou uma mestra em mudar de assunto!

—Ela já esta chegando. –Espera ai, “ela”?

—Quem é ela? –Eu arqueei as sobrancelhas, imitando o que ele fez há segundos atrás.

Abriu a boa para falar, mas algo o interrompeu. A campainha tocou, fazendo um barulho irritante. Ótimo, agora temos visitas! Como eu “amo” visitas.

            Meu pai caminhou ate a porta e abriu-a, como se esperasse a misteriosa visita. Uma mulher estava na porta, com mala e tudo! Quando a idiota viu o figurão de 42 anos na frente dela, o agarrou.

            Alguém por favor, me de um tapa! Uma mulher estranha, com o cabelo vermelho desbotado, acaba de aparecer aqui e agarrar o meu pai. Que surpresa formidável!

            —Jack, meu amor! Eu e Lucas estávamos tão ansiosos em vir morar aqui com você e a pequena Zara. –Eu estou aqui vaca. E estou me sentindo ignorada... Espera um pouco! Como assim ela vai morar aqui? –Oi princesinha! Vamos nos dar muito bem!

            Eu não aguentei e soltei uma gargalhada. Meu pai chamou uma humorista para a minha casa! Que legal.

            —Zara, esta é a Cintia, minha futura esposa.

            Morri. Isso só pode ser brincadeira né? É impossível que meu pai ache que isso era uma surpresa.

            —Dia mundial do susto? –Nenhum entendeu. Eles estavam falando a verdade... –Jack La Fil, se isso é uma piada, eu não gostei.

            —Isso não é uma piada fofinha, seu pai e eu...

            —Em primeiro lugar, meu nome não é fofinha, em segundo, eu adoraria que isso fosse um pesadelo. –Eu a encarei. –E em terceiro, pai... Se você queria mudar algo em mim, podia conversar comigo. Não trazer uma prostituta para a nossa casa.

            Eu escutei uma risada de longe. Não era de nenhum dos dois. E de repente um menino loiro aparece com malas nas mãos.

            —Tirei tudo do carro mãe. –Mãe? O idiota vai morar aqui também?

            —Zara, esse é o Lucas. Seu novo irmão.

            Morri pela segunda vez. Sempre fui filha única, criada pelo pai solteiro e agora tudo muda. O tal de Lucas sorriu para mim. Por que ele esta sorrindo para mim? Aff vai arrumar o que fazer.

            —Eu acho que esta na hora de mostrar o Rex para eles papai. –Eu sorri com ironia e somente ele entendeu.

            —Nada de Rex. Por que não mostra o resto da casa para...

            Não ouvi o resto. Virei às costas e fui embora. Em direção ao meu quarto lindo e amado, longe de pessoas estúpidas. Longe de todos, menos do Rex, é claro. Deitei na minha cama e peguei meu celular. Pensei em colocar meus piercings, mas no momento, a preguiça é maior.

            Não se passaram nem dois minutos e ouço alguém batendo na porta. Eu já citei o quanto odeio que invadem o único lugar que eu tenho paz? Pois é.

            Abri apenas o suficiente para minha cabeça aparecer.

            —Que é agora pai? –Virei os olhos.

            —Você se importa se dividir seu quarto por um tempo? –Ele pergunta com os olhos brilhando. Uma cara de cachorro sem dono não iria me convencer!

            —Sim. –E bati a porta na cara dele. Mas ele não desiste e me chama.

            —É só por um tempo. O quarto de hospedes vai ser reformado para ele ficar mais do jeito do filho dela...

            —Você quer que eu divida o meu quarto com o filho da baranga? Já não basta a casa? Por que o quartinho dele não tem borboletas na parede do jeito que a tal de Cia quer? Não vou me surpreender se ele...

            —Cintia. O nome da minha mãe é Cintia. E ele esta bem aqui. –Uma voz diferente apareceu. Pronto, o filho da drogada. Eu me impressiono na minha capacidade de inventar mil apelidos para Cintia em menos de cinco minutos. –Obrigada Jack, mas eu não tenho problema em dormir na sala.

            —Viu pai? Ele dorme na sala.

            —Não é não Zara. E antes que me pergunte, ele não vai dormir com o Rex! –Qual é... O Rex é tão legal.

            —Entra moleque. –Eu abri mais a porta e ele passou com duas malas enormes.

            —E Zara, eu quero essa porta aberta. –Eu virei os olhos.

            —Você acha que eu vou estuprar o loirinho é?

            —Não, mas tortura-ló quem sabe. –Meu pai riu. Ele definitivamente me conhecia!

            Assim que virou as costas, eu vi o garoto intrometido arregalar os olhos e olhar para o enorme aquário em uma parede do meu quarto. Não pude evitar e acabei soltando uma risada.

            —O que é isso? –O Lucas (acho que esse era o nome dele) perguntou.

            —O Rex. –Ri mais. –Meu tubarãozinho de estimação. –Rex era uma espécie pequena, possibilitando algumas pessoas criarem em “cativeiro”.

            —Com o que você o alimenta?

            —Com visitantes indesejados. –Eu sorri e ele riu. Mas acho que o garoto não duvidou que eu fizesse isso. –Lucas certo?

            —Meu nome? É. –Ele balançou seus cabelos loiros e me encarou com seus olhos negros. –Quarto diferente o seu. –Isso é um elogio? Vou considerar um. O Lucas olhou em volta e viu os pôsteres que cercavam praticamente o meu quarto inteiro. Alguns eram de bandas de rock, outros de filmes que eu gostava.

            —Tanto faz. –Eu dei de ombros. –Seguinte: não sei quanto tempo vai ficar no meu quarto, mas enquanto ficar terão regras.

            —Esta parecendo a minha mãe. –Ele sorriu.

—Isso foi uma ofensa, mas enfim... O que você ver neste quarto, permanece aqui. O que você ouvir neste quarto, fica aqui. Caso contrario, você vai ver o Rex mais de perto.

—Sim senhorita azul e mandona. –Senhorita azul? Ta de zoa né! Ele abriu um largo sorriso mostrando seus dentes perfeitos.

—Já me chamaram de coisas piores. E você ira dormir no chão. –Ele deu de ombros.

—Sem problema. –Eu tenho quase certeza que ele disse isso porque ainda estava pensando na possibilidade de eu joga-ló no aquário do Rex. –Onde eu posso colocar isso? –Ele apontou para as malas.

—No chão. –Eu virei os olhos. O idiota ainda estava segurando essa merda?

Eu desviei dele e peguei na minha mesa os piercings que eu tinha tirado. Coloquei-os e deitei na minha cama. Peguei um livro para ler e o meu celular para escutar musica. Coloquei os fones e entrei no meu mundo da fantasia.

Não me importei em prestar atenção onde o perseguidor estranho filho da drogada estava. Ate que eu sinto alguém me cutucar. Ah meu deus, o que é dessa vez?

—O que você quer? –Eu virei e senti alguém puxar meus fones de ouvido.

—Seu pai ta te chamando. Ele quase entrou aqui, mas acho que você não gostaria que ele visse isso. –Ele apontou para o meu piercing do septo. Nem no meu quarto eu tenho privacidade. Ótimo!

—Obrigada. –Eu disse entre dentes. Essa palavra é tão difícil de falar quando eu quero estrangular alguém. –Fala para ele que eu já estou indo.

—Fale você. –E o garoto simplesmente saiu! Ele estava na minha casa, invadindo o meu quarto e não podia transmitir uma mensagem?

Eu saí do meu quarto e bufei. Meu pai estava abraçado com a senhorita drogada (amei esse apelido) e o Lucas estava sentado no sofá.

—Eu acabei de preparar uma deliciosa torta de frango para jantarmos em família! –Quem será que falou isso? A drogada é claro.

—Sou vegetariana. –Meu pai sorriu como se essa minha fala já estivesse no “roteiro”.

—Jack me contou, por isso preparei uma lasanha para você. –Sorri da maneira mais sarcástica possível. Odeio quando meu pai pensa em tudo.

Todos nós sentamos na sala de jantar e a idiota serviu o que ela havia preparado. Não sei nem como começou o assunto, mas ela já estava contando desde quando o Lucas nasceu ate agora. Sem brincadeira, ela falou ate quando trocou a primeira fralda dele! A única parte que gostei nessa conversa foi vê-lo constrangido.

Minha cara de tédio mostrou o quando eu amei aquela conversa.

—Agora que mudamos para essa cidade linda que é Paris, tenho certeza que iremos nos estabilizar melhor. –Cintia sorriu, nossa, eu não a chamei de drogada! Que milagre. –E agora que Lucas tem um pai, –Não, o pai é só meu! –Quem sabe ele melhore nos estudos. –Não entendi o que uma coisa tem haver com a outra...

—Zara sempre foi muito estudiosa, mesmo não parecendo. –Adoro quando meu pai me julga pelo meu estilo! Aff... –Ela já ate pulou um ano!

—Serio? Talvez ela possa ajudar Lucas nas matérias... –Não mesmo!

—Ok, parem de agir como se nós não estivermos aqui. Não vou ajudar esse filinho de mamãe nem que me paguem! –Eu pensei melhor... –Quer dizer... Se me pagarem eu o ajudo.

—E o que você vai me ensinar? Como viver perigosamente escondendo tudo do seu pai?

—O QUE? Agora que não te ajudo mesmo seu burro filho de uma drogada plastificada! -Meu pai riu um pouco. Até o Lucas riu com “a drogada plastificada”. Mas a mãe dele não ficou muito contente com isso. –Vai me dizer que nunca se drogou? –Ela arqueou as sobrancelhas.

—Zara, vá para o seu quarto! –Meu pai, depois que parou de rir, mandou.

—Graças a Deus!

Eu fui para o meu quarto e vi que já estava à noite. Ainda bem que não deu tempo de comer a lasanha. Vai que tem maconha lá dentro né. Entrei no meu closet e peguei meu pijama. Entrei no banheiro e fui me trocar. Era um shortinho preto e branco e uma regata das mesmas cores.

Olhei no espelho e vi minhas tatuagens descobertas. Não tinha nada a esconder no meu quarto mesmo. Meu pai não costumava me vigiar. Deitei na minha cama de casal e me cobri. Desliguei a luz e quase fechei meus olhos. Quase.

Um ser não bem vindo entrou no meu quarto. Lucas. Afff por que eu tenho que merecer isso? Seguido dele veio meu pai! Merda...

—Zara, ele vai dormir aqui. –Como se eu não soubesse!

—O manda entrar. –Fingi estar com sono.

—Eu estou trazendo meu colchão, para não dormir com o Rex. –Lucas riu e largou o colchão do lado da minha cama. Eu puxei o cobertor mais perto do meu pescoço. –E a propósito, piercing legal. –Apontou para a minha boca. Seu sorriso era largo e descontraído. Mesmo assim não iria me seduzir. Eu acho... Lucas se aproximou de mim e disse: –Seu segredo esta a salvo comigo.

Eu poderia dizer obrigada, mas não estava com vontade de ser educada. Então ele deitou no colchão e apagou. Confesso que ele era uma pessoa atraente, mas continua sendo filho da drogada. Motivo suficiente de eu não gostar dele.

—Se você tem seu colchão, poderia dormir na sala de estar. –Eu resmunguei e virei para o lado. Cama, você finalmente é minha!


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Notas finais do capítulo

E então? Eu acho que a sinopse é provisoria, não gostei muito dela, mas enfim... Beijos e ate o próximo capitulo!



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