O Segredo das Sombras escrita por Dark Scorpion


Capítulo 7
Uma pequena surpresa.


Notas iniciais do capítulo

Hey! Me desculpem MESMO pela demora. E quero agradecer às pessoas que me incentivam a escrever essa história... Boa leitura!
P.S.: Eu sei que o título está péssimo ok? Me perdoem...



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Estou aqui, no meio da sala de aula, que está completamente destruída... Carteiras jogadas para todos os lados. O quadro negro, com arranhões profundos. As paredes manchadas com um líquido negro. Várias crianças que choram pelos cantos e me olham de maneira estranha, e a professora, que fala com alguns secretários educacionais na porta. Ela aparenta estar desesperada.
Acho melhor explicar o caos que aconteceu aqui:
Estávamos no meio da aula de matemática, que não é uma das minhas favoritas. Eu estava prendendo a minha atenção em uma pequena borboleta que pairava no ar naquele momento, era uma borboleta monarca, que flutuava desapercebidamente por cima da cabeça de alguns dos outros alunos que ouviam Ally explicar como multiplicar e dividir números. A borboleta fazia piruetas que prendiam a minha atenção de uma maneira única. Entretanto, ela começa a sair por uma fresta na janela. E meu único momento de distração se esvai por um pequeno espaço.
Ainda espiava a borboleta no jardim do lado de fora pela mesma janela que ela saíra, até perceber uma silhueta negra que se escondia atrás de alguns arbustos. A "sombra", parecia estar me vigiando. Não conseguia retirar a atenção daquele local, era como se eu sentisse que se eu olhasse para outro lado, algo aconteceria. E antes mesmo que pudesse raciocinar, vozes atingem minha cabeça, novamente.
Elas pareciam dizer algo como: "O sol negro se aproxima". A sombra continuava lá, espreitando, até que a professora chama a minha atenção e eu volto a olhar para o quadro. A partir daqui que começa o caos:
Enquanto escrevia no meu caderno os exercícios passados pela Ally, algo mancha o meu caderno, com o que parece ser um material negro e viscoso, que forma um borrão enorme no meu trabalho dedicado de escrita e números. Ergo minha cabeça, para observar o teto, e vejo a sombra, me observando, em pleno dia, na sala de aula. A sombra me vigiava com aqueles penetrantes olhos brancos, e se tremia compulsivamente. Fico estática, sem reação.
A sombra então voa pela sala rapidamente, derruba carteiras e mancha as paredes com marcas de mão, com o mesmo material negro que sujara meu caderno. A sombra passou tão rapidamente, que ninguém percebeu que um sombra passava por ali. As outras crianças, que se encolhiam no canto da sala, olhavam para mim, com espanto, e logo percebo o porquê. Minhas mãos estão sujas de tinta escura, como a das marcas de mão nas paredes. Depois disso chegaram os secretários educacionais, e me levaram para a diretoria. Começaram a me fazer perguntas e mais perguntas, até que desistiram e me liberaram. Simples assim. Com toda a certeza foi um dia muito estranho.
Depois de certo tempo a aula acabou e papai me levou na carroça, silenciosamente, seguimos pela Floresta de Ellon, sem pronunciar nenhuma palavra e misteriosamente, nada me assustou pelo caminho.
Ao chegar em casa, subi para meu quarto. E me deitei, precisava arrumar as ideias na cabeça, afinal, não é todo dia que uma sombra destrói uma sala de aula. Minhas pálpebras começaram a pesar e pesar e...
– Lisa, Lisa, Lisa... - Começo a abrir os olhos, minha mãe me sacode levemente e me chama com uma voz baixa e carinhosa. Devo ter cochilado. Abro meus olhos vagarosamente, e me sento apoiando as costas na cabeceira da cama enquanto esfrego um de meus olhos com as costas da mão direita. - Vamos Lisa, é hora do almoço.
– Está bem... - Digo e um longo bocejo sai de minha boca.
Então descemos as escadas e a mesa já estava pronta. Vamos almoçar sopa de legumes, que por sinal aparenta estar deliciosa, e de sobremesa, torta de limão.
Durante o almoço, o telefone começa a tocar, mamãe se levanta e segue para o aparelho de comunicação. Ela atende, e após alguns murmúrios e acenos com a cabeça, ela solta um imenso sorriso. Diz mais algumas palavras e vem para perto da mesa, ainda com o sorriso no rosto.
– A Mary... acordou. - Assim que diz essas palavras eu me engasgo com um pedaço de cenoura que estava prestes a engolir.
Pulo da cadeira e começo a implorar para irmos logo visitar a vovó. Mas eles me dizem que logo após o almoço nós iremos para o hospital. Comecei portanto a comer mais rapidamente a pequena tigela de sopa, e dispenso a sobremesa. Mamãe pediu para que eu arrumasse a mesa, e assim fiz. Não consegui me conter, a ansiedade me corrói por dentro. Na verdade, esse é um de meus maiores problemas, que são dois: Ansiedade e curiosidade. Quando eu fico muito curiosa, minha mãe diz que eu tive uma de minhas "Lisanices". Nessas crises eu irrito até a mim mesma de vez em quando com tantos "porquês".
Assim que termino de guardar a louça, meu pai me chama para irmos visitar a vovó no hospital. Começo a correr em direção à ele, e subimos na carroça, para mais uma viagem até a cidade.
Enquanto o cavalo galopa por entre a relva, acima da trilha branca. Eu estou sentada no sentido contrário ao seguido pela locomoção. Vigiando Ricky que parece nos seguir, andando lentamente, seus olhos, intensamente brancos e brilhantes, se contrastam na escuridão da Floresta de Ellon, e a deixa um tanto menos... assustadora. Os poucos animais que vivem na floresta, fogem das sombras que se amontoam entre a copa das árvores, elas vigiam os que passam por seu denso emaranhado de árvores.
Depois de certo tempo, é possível enxergar uma vasta claridade que começa a se aproximar cada vez mais. Sinal de que estamos perto da cidade.
Ao chegar, meu pai pega algumas maçãs em uma cesta que trouxera de casa: alimenta o cavalo, e o amarra sob uma árvore com uma larga sombra, para o proteger do sol, deixa também uma vasilha com água, e seguimos rumo ao hospital.
No caminho apareciam várias placas anunciando o "Festival do Eclipse Solar", uma tradição na cidade de Viderry. Toda vez que um eclipse solar pode visto de Viderry nós festejamos na floresta, que fica incrivelmente brilhante durante um.
Mais alguns passos e finalmente chegamos ao hospital, uma enfermeira nos levou até seu quarto, e adentramos, vagarosamente. Vovó está a ler um livro. Seus longos cabelos brancos, estão presos em um coque no alto da cabeça. Seus lábios finos e rosados, sibilam poucas palavras, como ela sempre faz ao ler em mente. E seus olhos seguem as letras, inocentemente.
Corro em sua direção, assim ela percebe a minha presença, como a de meus pais. Ela coloca delicadamente o marca-páginas no livro, e estende seus braços, para um longo abraço que me conforta de tal maneira, que não consigo detalhar. Minha vovó retira seus braços da minha cintura, e põe suas mãos em meus ombros, ela então olha nos meus olhos e me diz:
– Lisa... Quero que use aquele presente a partir de hoje. Está bem? - Ela diz e então aceno com a cabeça. Sabia do que ela falava, mas me surgiu a dúvida do porque dela me pedir para usar somente agora. Mas resolvi não questionar, afinal, agora isso não tem tanta importância.
Meus pais se aproximam dela e a abraçam também. Os olhos do meu pai ficaram marejados, mas ele logo as secou com as costas de suas mãos. Ficamos alguns minutos conversando até que a enfermeira disse que o tempo de visitas tinha acabado e que vovó iria ficar uns meses no hospital até se recuperar totalmente. Então nos despedimos e fui para a carroça, mais feliz.


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Notas finais do capítulo

Reviews são bem vindos! Ah! Espero que tenham gostado do novo nome da fic!!! ⌒.⌒



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