That Day escrita por alinefrancco


Capítulo 1
Único




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- Por aqui, por favor. – a enfermeira falou, para quatro rapazes no elevador.

 

Eles entraram, e fecharam a porta atrás deles. A enfermeira apertou o botão que indicava o décimo quinto andar. Os quatro rapazes que estavam com ela não eram apenas rapazes. Seus nomes eram conhecidos em toda a Europa e América. Bill e Tom Kaulitz, Georg Listing e Gustav Schäfer. Eles formavam a banda Tokio Hotel.

 

- O que ela tem? – Tom perguntou, encostado numa parte do elevador.

 

- Ela foi diagnosticada com câncer. Ela está morrendo. – A  enfermeira disse,  deixando uma lágrima rolar pelo seu rosto. - E é deprimente. Ela pensa que é forte o suficiente para sobreviver, ela fala sobre seus sonhos.. E o que ela quer fazer com sua vida, mas ela é tão fraca, está morrendo mais a cada dia, fico triste só de saber que ela nunca vai realizar seus sonhos.

 

- Quantos anos ela tem? – questionou Georg, que carregava um pequeno pacote consigo. Na verdade, os quatro carregavam um daqueles.

 

- Sete. - A enfermeira murmurou, tentando não chorar. Algumas lágrimas escaparam, mas ela as enxugou com o verso da mão.

 

- Você é próxima dela, não? – Bill perguntou, acariciando seu ombro. Ela afirmou com a cabeça.

 

- Sua família e seus amigos a abandonaram. No começo, visitavam sempre, depois começaram a ficar menos tempo. Uma vez por semana se transformou em uma vez por mês, e pararam. Eles disseram que não podiam suportar vê-la definhando dia após dia. – ela tomou o fôlego, a porta se abriu.

 

- Me sigam. – Ela disse.

 

Pisaram num corredor sombrio e mal iluminado. O cheiro de sangue estava forte e por toda parte. A morte parecia estar em todos os cantos. A enfermeira levou-os até o fim do corredor, numa porta que destacava o código “TW203” no centro.

 

- Esperem aqui. – ela disse, abrindo a porta, e adentrando o quarto. – Bonjour, Kelly. Tudo bem?

 

- Tudo bem. – a menina respondeu, com uma voz rouca.

 

- Eu tenho uma surpresa para você! - A enfermeira falou, soando alegre. Bill se perguntou quanto tempo ela levou, para pegar a prática de mostrar sua alegria em tal situação como esta. 

 

- Sabe os Tokio Hotel? – a enfermeira acrescentou.

 

- Sim. - veio numa voz abafada novamente. - O que você fez? - a menina perguntou, suspeita, em sua voz fraca.

 

- Nada... – a enfermeira disse, andando na direção da porta. Ela chamou-os para entrar com um gesto das mãos – Venham. – ela disse, puxando-os para dentro.

 

Logo no momento que entraram, a cena que viram deu-os vontade de chorar. Ela estava muito, muito magra. Ela era praticamente um esqueleto deitado naquela cama pequena, no meio da sala. Você poderia ver seus ossos através de seus braços. Em seus braços, IVS e várias outras agulhas foram ligadas a máquinas à direita da cama. A menina era mais branca do que os lençóis da cama. Seus olhos, verde esmeralda, estavam deslizando lágrimas, ela estava perplexa.

 

Seu olhar estava cansado, parecia que ela não tinha dias de sono. Ela era loira, com cabelo cacheados à moda antiga, modelados. Seu cabelo era amarrado com uma tiara de seda vermelha. Ela deve ter recusado a medicação quando foi oferecida.

 

Tom pensou que, o cabelo dela era perfeito, se ela não estivesse tão magra, seria uma menina maravilhosa. Talvez ela soubesse que não havia jeito algum, e que ela ia morrer de qualquer jeito. O pensamento trouxe uma dor súbita em seu coração.

 

- Eu vou sair agora. – a enfermeira saiu calmamente. Bill engoliu em seco.

 

- Oi, Kelly. Meu nome é Bill. Ele é Tom, Georg e esse é Gustav... - Ele disse, apontando para cada um deles. - Enchanté. – Acrescentou, caminhando até a cama e tomou-lhe a mão pequena, delicada. Ele apertou-a ligeiramente, e ela apertou seu aperto. 

 

- Enchanté. -  Ela murmurou, as lágrimas ainda ligeiramente corriam por seu rosto pálido.

 

Ela apertou forte demais para ela, ela franziu seus lábios finos.

 

- Desculpa. – ele disse, soltando sua mão.

 

- Por nada. - ela respondeu, um tom de rosa veio em seu rosto. – Queria agradecer por terem vindo me ver. Vocês iluminaram meu dia.

 

- Não tem problema. Viemos de vontade própria. - Gustav disse, caminhando até a cama e sorrindo. Tom e George seguiram-no.

 

- Vou me lembrar disso pro resto da vida. – ela disse.

 

Essas palavras quebraram o coração de Georg. Ele sentiu vontade de chorar de repente. Quanto tempo ela tinha? Uma semana? Um mês? Um ano? E se fosse amanhã? Por que isso tem que acontecer com as pessoas, especialmente crianças? Ele parou seu pensamento quando sentiu uma lágrima deslizar pelo rosto. Tarde demais; Kelly viu.

 

- Por favor, não chore. Não é sua culpa de eu estar nessa situação. - Ela disse, acariciando sua mão. Ela pegou uma das toalhas limpas na gaveta e o entregou. 

 

- Sinto muito. – ele disse, enxugando as lágrimas. – Vamos tornar o tempo que estamos juntos o melhor. – Kelly concordou.

 

A próxima hora e meia foi completa de perguntas, respostas e conversas alegres. Eles falaram sobre suas esperanças e sonhos, e muitas outras coisas. Os garotos entregaram seus presentes, eram todos animais de pelúcia, algo que ela adorava.

 

- Pessoal, é hora de ir. Vocês têm um concerto essa noite. – o produtor da banda pôs a cabeça na fresta da porta - Oi, Kelly. – acrescentou, sorrindo.

 

- Olá. - Ela disse, balançando a cabeça. 

 

- Podemos vir visitar amanhã? - Tom perguntou, olhando de Kelly a David.


- Se está tudo bem com Miss Kelly.- Ele disse, apontando para Kelly.

 

- Tudo bem. – Disse Kelly, balançando a cabeça. Tom sorriu.

 

Kelly fez um grande impacto sobre Tom, e ela provavelmente estaria em sua memória por um longo, longo tempo. 

 

- Até amanhã. Assista o nosso show na TV, viu? - Tom disse, inclinando-se e beijando sua testa.

 

- Sim. – Bill fez o mesmo. Gustav e Georg também.

 

- Adeus. - Ela disse, enquanto via eles caminhando para fora da porta. E a enfermeira Betty andou adentro.

- Quer que eu ligue a TV? – Betty perguntou, andando até a TV. 

- Sim, obrigada. - Kelly disse, olhando para a tela. Ela inclinou-se, segurando os óculos.

- Quando eu ficar melhor, eu vou até um dos seus shows... – disse ela, ao vento.

*****

Cerca de meia hora mais tarde, os fãs foram permitidos dentro do estádio. Não muito tempo depois, Bill entrou no palco. 

- Olá Paris! - Gritou ao microfone. A multidão foi à loucura. Kelly revirou os olhos. Agarrou o urso que Tom lhe dera.

- Quero dedicar essa canção à Kelly! - Acrescentou. A multidão parecia confusa. - Esperamos te ver logo assim que você pode vir nos ver ao vivo. 

Agora, a multidão sabia do que ele estava falando. Toda a mídia francesa e alemã disse que os Tokio Hotel iriam visitar um paciente como seu último desejo. Tom começou a tocar, bem como Georg e Gustav... By your side.

 

Lágrimas encheram os olhos de . Rios de lágrimas correram de seus olhos. Tirou os óculos, colocando-os de volta na caixa. Seu coração começou a bater mais rápido.

Espera.. O que tá acontecendo? Eu me sinto. . . Estranha. Eu estou me sufocando!

Era como se alguém tivesse colocado um saco plástico sobre sua cabeça. Sua cabeça estava pegando fogo, como ela estivesse sendo queimada viva. Tinha chegado a hora. Ela estava morrendo. Ela ainda teve uma chance. Kelly tentou chegar para o botão de emergência na beira da cama. Betty disse para usá-lo se algo como isso acontecesse. Ela estava apenas a centímetros de distância do controle remoto, ela apertou o botão, mas sua mão caiu depois. Seu corpo caiu para a frente. Uma única lágrima escapou de seus olhos, abertos. Ela se desvencilhou do urso de pelúcia. Tinha ido embora.

 

*****

- Vamos, Bill! - Tom disse, andando pelo corredor. Ele parecia estar de bom humor hoje. Ele caminhava rapidamente, e então parou.

- O que foi, Tom? – questionou Bill.

- O que há de errado? - Gustav perguntou, caminhando ao lado dele. Tom apontou.

A enfermeira de ontem foi trazendo uma cama desde o fundo do corredor, em linha reta, na direção deles. 

- Não! - Tom gritou, derramando lágrimas. A enfermeira balançou a cabeça, chorando em demasia. 

- Ela morreu depois de sua canção 'By Your Side. Parecia ter morrido enquanto dormia, é melhor. Mas os legistas que sabem. – disse Betty, entrando no elevador, e deixando-os no corredor.

 

E essa foi a última vez que eles a viram.

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Quem acompanha minhas fics sabe que sou nova com ones, então estou totalmente aberta para sugestões! Bom? Uma merda talvez? Opine! Adoraria saber sua opinião :*