Life Throws escrita por Liaah, Vih Marx


Capítulo 6
Party In Your Bedroom


Notas iniciais do capítulo

Música que deu um nome ao capítulo: Cash Cash - Party In Your Bedroom (http://www.youtube.com/watch?v=DlQLPo6m1NM)



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Apenas a noite fui sair do quarto. Na verdade por insistência da Julie, que disse não aguentar mais me ver enfurnada naquele "cubículo". Claro que ela não levou em consideração que eu estava mal de manhã, mas essa era apenas Julie sendo Julie. Fiz o esforço de me vestir com algo confortável e fui encontrá-la. No meio do caminho meu Iphone vibra e vejo uma mensagem de Julie.

"Party na ala masculina, quarto 37!"

Mas nem a pau eu iria naquela festa, ainda mais no dormitório masculino. Parei e dei meia volta. Aposto que ela nem sentiria minha falta, ou pelo menos espero. A ideia de ficar no meu quarto assistindo algum filme na televisão me pareceu ser tão melhor que a da festa naquele instante... Interrompendo meus pensamentos, ouso alguém me chamar:

–Alícia?

–Sim? - Respondi solícita.

–Anna, namorada no Christian. - Eu me lembrava dela.

–Ah, sim. Te vi naquela dia no corredor...

–No dia da briga! - Ela recordou.

–Urgh, nem me lembre! - Comentei. Ela começou a andar e eu acompanhei por educação.

–O Chris disse que foi pura frescura e eu não discordo.

–Eu não descreveria melhor! - Ela soltou uma risadinha.

–Mas sabe, ele não é tão ruim assim... - Ela me lançou um olhar sugestivo.

Eu sabia que ela estava falando do Dominique, mas eu não queria falar dele e nem nada relacionado a ele. Apesar dela parecer confiável, eu não sair falando minhas opiniões assim, ainda mais sobre isso. Acabei por desviar da resposta que ela esperava.

–Também acho que o Christian é legal, bacana vai...

–Sabe que não é dele que estou falando - Acabei me rendendo.

–Eu sei... - Ela riu.

–Você acha que não, mas são super aparecidos.

–Aham...

–Mudando de assunto: Você vem na festa, não é?

–Eu não tô afim e além do mais olha as minhas roupas... - Ela me olhou.

–Vamos logo, vai ser divertido. Além de tudo, como acha que as pessoas estão lá dentro? Pijamas! - Ela começou a me puxar.

Dizer "não" nunca foi uma opção, afinal aquela Anna era a mais insistente possível. Festa em dormitório é complicado. O lugar geralmente não é muito grande, sempre lotado de gente e se caso alguém que não estava na "lista" de convidados descobre, você é automaticamente obrigado a convidar pra festa, apenas para evitar ser dedurado pra algum supervisor.

Eu não consigo entender como as pessoas aguentam aquela batida eletrônica, não passa de uma batida repetitiva. E a falta de oxigênio e luz no local. Era sufocante.

Logo que entrei notei algumas pessoas conhecidas, não que eu fosse melhor amiga delas, mas já era alguma coisa. Num canto perto do banheiro haviam uns casais se pegando, logo ao lado de um povinho fumando que eu supus ser maconha. Mais pra frente algumas meninas dançando vulgarmente, é aquilo estava um prato cheio.

Sorri para Anna, não queria demonstrar o quanto queria ir embora. Ela me puxou na direção que bem quis e eu pude ver Christian e o Dominique. Anna correu para abraçar o seu namorado e eu fui o mais devagar possível até onde eles estavam:

–Nunca pensei em te ver em uma festa assim... - Gritou Christian.

–Acredite, eu também pensei isso! - Gritei de volta, mas ele nem prestava mais atenção em mim. Ele e Anna já estavam na própria bolha.

–Por que não foi a aula hoje? - Dominique perguntou.

–Eu não estava passando bem. - Expliquei.

–Melhorou? - Ele não parecia tão interessado, mas ignorei.

–Um pouco!

–Aqui é abafado, melhor você ir! - Ele disse com naturalidade e deu um gole na bebida que estava em sua mão.

–Está me expulsando daqui?! - Falei irritada. Bem nessa hora a música parou e todos viraram para ver de onde vinha o grito. Anna e Christian estava estáticos, mas eu não estava ligando, eu queria uma resposta.

–Não, você é livre para ficou ou ir... - Aquela calma dele estava me tirando do sério.

–Nossa... - Eu dei uma risada irônica. - Você tá um porre hoje!

–Eu?! - Ele riu sarcasticamente. - É o melhor que pode fazer?
–Ah, quer saber, eu vou embora! - Fui na direção da porta.

–Alícia, volta aqui a gente ainda não terminou...

Quando abri a porta vi o inspetor pronto para bater na porta. Fiquei branca, quase pálida. Merda! A música que antes estava um pouco baixa para os ouvintes conseguirem acompanhar a minha novela, agora tinha cessado.

–Eu quero uma fila indiana na minha frente agora! - Comunicou o inspetor e eu nem precisei me movimentar. - Me digam os nomes!

–Alícia Jones!

–Pode ir. Espere pela chamada do diretor amanhã.

Eu sabia que estava encrencada, a voz do meu pai mostrava desapontamento. Odeio isso, desapontar meus pais, meu pai em especial. Ele vivia viajando, quase nunca ficava em casa, acho que esse é o real motivo por dar tanta importância a ele. Quando ele passou para a minha mãe, ela começou a falar todas as coisas erradas que eu já havia feito em ordem cronológica e repeti-las. Citando pessoas que não tinham nada a ver com o problema. Por fim, disse que eu não a veria no domingo, não só porque a minha suspensão era ficar na escola o final de semana, mas por este também ser o meu castigo. Como se pra mim não fosse um alivio.

No sábado, depois da conversa amigável com meus pais, liguei para as meninas e acabei me arrependendo: Julie disse que teria uma balada IMPERDÍVEL. Não tinha o que fazer no colégio aquela hora.

Fui até o jardim e consegui avistar Dominique, eu ia dar meia volta e fingir que nem o tinha visto, mas o problema é que ele tinha me visto. Ele me chamou e com muita relutância caminhei até ele:

–O que foi? - Perguntei.

–Foi mal por ontem, eu ainda tava pilhado por causa da briga e sei lá, acabei descontando em você. Me desculpa. - Notei que ele tinha um livro na mão. Eu não queria dizer que perdoava.

–Ta lendo? - inclinei minha cabeça na direção do livro. Ele entendeu que eu não falaria se desculpava ou não.

–Sim... Surpresa? - Ele sorriu.

–Um pouco! Como ficou a sua "estreia" depois de ontem?

–Já não ia rolar por causa da briga, agora então... Eu não preciso ir a uma festa pra ver a Emma Stone, televisão está ai.

–Hm.

–Tá afim? De ver a Emma Stone comigo hoje...

–Mas ontem eu não era um porre?

–Ally, você é sempre um porre, mas é um porre que eu curto demais aguentar. - Revirei os olhos e sorri.

–Que horas?

–Depois do almoço?

–Ta bem.

Ele se levantou, deu a mão para me levantar e fomos cada um para um lado. Fiquei no quarto por um tempo, arrumando minhas coisas. Depois tomei um banho demorado, sequei o cabelo, coloquei uma roupa bacana e confortável, mas nada de moletom, peguei trauma. Cheguei na porta do quarto dele, bati e ele logo atendeu.


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