Quando ele a arrastou pelos cabelos para dentro, ela lembrou da cena de Sealview. Harris a empurrando no colchão - o que William acabara de fazer -, subindo em cima dela e dizendo-lhe para ficar quieta.

Tudo estava sendo passado novamente. William e Lowell tinham muitas coisas em comum; o fetiche por coisas violentas era um deles; o outro, o problema com ela. Ela sentiu um pouco de dor, quando ele prendeu seus pulsos na cama, deixando-a seminua, sem que ela pudesse contestar.

Quando pegou a arma - que era dela, por sinal - e apontou-a para Olivia, imóvel e completamente indefesa, ele sorriu para ela. Depois, aproximou suas mãos do rosto machucado dela, passando e pressionando o indicador sobre o lábio machucado. Olivia gemeu e ele sorriu mais amplamente.

– Quieta.– ele repreendeu. Olivia pensou que, se fosse gentil e obediente, Lewis talvez a deixasse viver por mais um tempo, mas, para isso, teria que passar por torturas sinuosas antes. Tentou se debater, assim como havia feito com Harris, mas não deu certo. Lowell havia a soltado, mas Lewis era esperto. Ele não a soltaria antes de terminar a brincadeira.

Ele segurou-a pelo rosto, deixando os lábios contraídos e sorriu para ela. Apontando a arma para a boca dela, apertou-a com mais força. Os flashbacks na cabeça da detetive começaram.

Os corredores vazios. Apenas o som dos passos dos dois. Ela reclamara antes, dizendo-lhe que a solitária era para o outro lado, mas ele lhe dissera que daria outro tipo de castigo. Quando chegaram lá, ele a puxou pelo rosto, contraindo os lábios dela um contra o outro. Sorrindo cinicamente, ele sussurrou:

– Sua vadiazinha.

Olivia acordou repentinamente, sabendo o que viria em seguida. Ela seria estuprada sem nenhuma dó, e, logo depois, morta. Seus lábios estavam secos, assim como a garganta. Olivia ansiava por água, mas sabia que não conseguiria nem uma gota. Forçou as lágrimas a ficarem nos olhos, para não lhe dar, assim, mais prazer, ao vê-la sofrer.

– I wanna live. – sussurrou, com a pouca força que lhe restava.

Ele riu da fragilidade da mulher e negou com a cabeça.

••

Apenas algumas horas depois, o 911 foi acionado. Não sabiam ao certo quem era, a voz era computadorizada. Apenas disseram para chamarem a SVU, que um crime sexual havia acontecido.

Mal chegaram lá, e Fin saiu correndo do quarto chamando os outros para que lhe dessem ajuda. Quando chegaram ao quarto, Brian e Fin correram para tentar salvá-la. O médico legista os impediu, tocando no pescoço dela, procurando pulso.

– Ela tem pulso. – ele disse. A expressão de todos suavizou. - Pouco, muito pouco. Ela precisa ir ao hospital.

Brian se aproximou dela, vendo como o rosto dela estava destroçado. Ao menos, Lewis havia coberto o corpo nu e fragilizado da mulher.

– Catch... – ela murmurou. - Him...

E, depois, era tudo escuro.