Liberté escrita por Raissa


Capítulo 2
Capítulo I




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Capítulo I

Fatinha

Deixar toda sua vida para trás e começar tudo do zero faz as mãos ficarem suadas, o coração bater mais rápido e a barriga gelar, mas depois que você vence o medo e dá o primeiro passo tudo parece tão certo e que você se pergunta “porque eu não fiz isso antes?”.

E eu tive essa confirmação quando coloquei os pés no Rio de Janeiro e senti aquele cheio de mar e um ventinho bom no rosto, vento de mudança, de coisas boas, de um novo começo!

- Rio, cheguei! – Falei animada pegando minha mala e andando pela rua atrás de um taxi.

Depois de 10 minutos rodando com uma mala e uma mochila, achei um taxi que me levasse até o hostel onde eu ficaria hospedada por hora até conseguir um emprego e um novo lugar para morar.

Decidi que era hora de tomar as rédeas da minha vida e poder ser quem eu quero ser sem meus pais me dizendo o que é certo ou errado ou o que eu posso e não posso fazer, afinal de contas eu sou uma mulher de 23 anos e não uma criança de cinco.

- Bom dia. – Cumprimentei o rapaz da recepção que sorriu. – Eu tenho uma reserva aqui no hostel.

- Seu nome? – Ele perguntou verificando algo no computador e eu respirei fundo.

- Fatinha. – Sorri. – Eu fiz a reserva semana passada.

- Sim foi comigo, inclusive. – O rapaz disse simpático me entregando uma ficha de informações. – Você vai ficar um mês não é?

- Isso, disso para mais, eu espero.

- Veio passear aqui no Rio? – Ele perguntou enquanto eu preenchia a ficha só com o básico.

- Morar. – Respondi rapidamente. – Estou me mudando para cá e como não tenho um emprego e nem uma moradia definida resolvi ficar no hostel até tudo se ajeitar.

- Seja muito bem-vinda então, tenho certeza que você vai adorar o Rio. – Ele sorriu pegando a ficha e me entregando a chave. – E qualquer coisa que queira saber pode me perguntar, sou o Michel.

- Muito obrigada Michel qualquer coisa eu te dou um grito. – Ri pegando minha mala.

O quarto era pequeno e simples, mas muito aconchegante, coloquei minha mala em um canto e a mochila em cima da mesa e deitei na cama de solteiro, preferi um quarto individual, já que vou morar aqui por um mês não estou a fim de dividir o espaço com outras pessoas.

A viagem para o Rio tinha sido longa e muito cansativa então decidi tomar um banho quente e dormir um pouco para repor minhas energias e dar inicio a uma nova vida.

- E como diria Clarice Lispector, a gente só precisa acreditar que tudo vai dar certo e vai!

Bruno

Sete horas da manhã o despertador tocou e a minha vontade era de jogá-lo na parede, mas como sou um cara controlado apenas desliguei fazendo o barulho insuportável parar.

Sentei na cama me espreguiçando daria tudo para ficar dormindo até às dez da manhã, mas o dever me chama. Assim que tomei coragem para levantar e rumar para o banheiro senti dois braços me agarrando pela cintura.

- Odeio seu despertador. – A voz feminina murmurou ainda sonolenta e eu ri.

- Eu também, mas pensa pelo lado bom, você não acorda com ele todos os dias.

- Fica aqui mais um pouco. – Ela falou me abraçando por trás, beijando meu ombro e passando a mão no meu cabelo. Golpe baixo.

- Adoraria, mas você sabe que eu tenho que trabalhar. – Levantei rapidamente antes que mudasse de ideia. – E não adianta fazer esse bico, Ana.

- Então me dá um beijo. – Ela disse manhosa e eu lhe dei um selinho.

- Agora se troca que você tem que ir.

Eu e a Ana somos amigos desde a época da faculdade até chegamos a namorar por uns seis meses, mas não deu certo, ela é muito ciumenta, só que o sexo é bom então resolvemos ter uma relação casual alguns dias da semana e apesar de ela insistir que estamos namorados de novo eu já deixei bem claro que não quero nada sério.

Sou formado em gastronomia e trabalho em um bom restaurante aqui da região, consegui esse emprego porque fui ajudante de um grande chef de cozinha e ele me indicou para a vaga. Ganho bem e trabalho muito, mas adoro o que eu faço.

Saí do banheiro com a toalha na cintura e encontrei a Ana pronta assistindo as notícias na televisão com uma xícara de café nas mãos.

- A sua está em cima do criado-mudo. – Ela apontou com a cabeça.

- Só assim para conseguir acordar. – Disse bebendo um pouco do café.

- Foi cansativa a noite é? – Indagou sugestiva e eu ri.

- Não me canso tão fácil, você sabe. – Pisquei e ela riu.

Cerca de dez minutos depois eu já estava pronto e nós saímos do meu apartamento. Não moro em um apê grande e luxuoso, mas dá para viver bem e o bom mesmo é a localização, perto do trabalho e com uma vizinhança ótima.

Moro no Rio há oito anos, mudei para cá para apenas para fazer faculdade, só que a vida começou a dar certo por aqui, consegui um bom emprego, mudei de apartamento e resolvi ficar, meus pais não gostaram muito da ideia, mas ter sua própria vida é a melhor coisa do mundo.

- Nos vemos mais tarde? – Ana perguntou entrelaçando as mãos no meu pescoço.

- Não vai dar. – Falei tirando as mãos dela do meu pescoço. – Marquei de sair com o Nélio e o Rasta depois do trabalho.

 - Poxa Bruno, eu... – Antes que ela começasse com o clássico sermão eu cortei.

- Já conversamos sobre isso. – Falei sério e ela fechou a cara.

- Tudo bem então. – Ela suspirou entrando no carro. – Quando quiser me ver me liga.

Às vezes eu acho que deveria colocar um ponto final nessa relação com a Ana, lógico quando eu penso com a cabeça de cima, mas quando penso com a debaixo já estou ligando para ela e marcando um novo encontro e o final é sempre assim, ela me cobrando um encontro mais romântico e menos quente. Suspirei cansado, mulheres por que tão complicadas?

Continua...


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Notas finais do capítulo

Oiii gente!

Aqui está o primeiro capítulo, espero que vocês gostem! Eu ainda estou pegando a prática de escrever sobre malhação, mas vai dar tudo certo, não se preocupem haha.

Apesar da maioria preferir Judrigo eu vou escrever Brutinha, já que vocês me falaram que algumas histórias foram deletadas e tals, não quero correr esse risco! E achei tão lindo vocês me avisando, umas fofas *-*

Quero agradecer todos os comentários que eu recebi! Não pensei que fosse conseguir 7 comentários num prólogo que não tem nem 200 palavras hahahah. Amei demais, muito obrigada e continuem comentando (:

Um beijo!