Homens também amam. Homens também choram. escrita por greenpanda


Capítulo 2
Capítulo dois - visita inesperada




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/406736/chapter/2

Já se passaram dois meses e meio desde aquele dia. O homem nunca mais apareceu, mas Carla e eu nos aproximamos um pouco mais a cada dia. Ela era um anjo. Sempre passávamos os domingos juntos. Compramos até alguns jogos de tabuleiro. Não, ainda não estávamos namorando, mas estávamos próximos disso. Às vezes ela dormia aqui em casa. Claro que não acontecia nada... claro, não que eu a rejeitasse. Apenas a respeitava. Mas hoje ela não veio. Disse que uma prima tinha chegado e precisava dar atenção a ela. Já eram dez e meia da noite. Campainha toca. Era ela, eu tinha certeza! Abri a porta. Paralisei.

– Oi, Lucas. - sorriu.

Eu não conseguia responder. O que ela fazia ali?

– Você voltou... - não saia nada, estava sem reação. O que Júlia estava fazendo ali? - Desde quando?

– Acabei de chegar. Não estava com saudade? - sorriu querendo me provocar.

– Vai embora! - queria gritar. Carla, cadê você? - Você não vai conseguir nada.

– Tem certeza? - ela entrou. Droga, droga, droga! Não vou conseguir.

– O que você está fazendo? - eu andava para trás. Ela veio para provocar, só pode. Aquele vestido vermelho, mascando cada parte daquele corpo que eu conhecia muito bem... um batom ainda mais vermelho, aqueles olhos verdes, seus cabelos negros jogados de lado... ela me enlouquecia desde sempre.

– Eu quero você, Lucas. Senti sua falta... - ela mordeu o lábio. Nesse momento, dei meu último passo para trás. Ela sorriu. Eu caí no sofá. - e tenho certeza que com você não foi diferente.

– Júlia, eu...

– Você o quê?

Levantei rápido e passei por ela, indo em direção a porta.

– Eu amo outra garota. Sei que você já veio com a intenção de me fazer cair aos seus pés, como eu sempre fazia, mas agora não funciona mais. Agora vai embora, por favor.

– Que pena - ela vinha em minha direção -, porque eu mudei, Lucas. - ela já estava encostando em mim. - Eu te amo.

Acabou! Ela me beijou. Merda, merda! Fiquei sem reação de novo. Eu não queria aquilo, mas meu corpo queria. Peguei ela no colo. Droga, o que eu estava fazendo? Ela agarrou meu pescoço, enquanto eu agarrava em seu cabelo. Por um segundo, recuperei a consciência. Soltei ela. Olhei em seus olhos. Vadia! Vadia! Queria gritar. Peguei em seu braço, levando-a para fora.

– Agora você vai embora. Nunca mais quero te ver, entendeu? - joguei ela para fora. - some da minha casa, da minha vida! - Fechei a porta, trancando. Acho que a ouvi chorando. Corri, peguei meu celular no sofá, procurei o número da Carla. Liguei. Ela atendeu no terceiro toque.

– Carla, já estava dormindo?

– Não, meu anjo. Estava pensando em ir aí, mas está tarde.

– E sua prima?

– Acabou de chegar e já foi. Minha tia passou mal. Vem pra cá?

– Dez minutos!

Corri. Peguei as chaves da Biz. Dei tchau para o Marley, tranquei a porta e saí. Liguei a moto e antes que pudesse perceber, já estava na casa de Carla. entrei. Tínhamos as cópias das chaves das casas. Tranquei a porta e fiquei parado ali olhando para o sofá, onde ela estava. Me olhava assustada. Acho que ela percebeu.

– Carla, eu te amo!

Espera! Por que eu disse isso?

– Como é? - ela se levantou, com aqueles olhos lindos e grandes, mostrando sua expressão assustada. Prendeu os cabelos castanhos e lisos em um rabo alto e correu em minha direção. Parou na minha frente.

– O que você disse? - ela sussurrava.

– Eu... eu te amo, Carla. Eu te amo! Desde o primeiro momento em que você falou comigo na padaria, um pouco mais a cada segundo. Carla... seus olhos... seu rosto... não posso mentir, nem quero ser insensível, mas você, além de linda e simpática como ninguém, é muito gostosa. E tudo isso se misturou. E me trouxe aqui.

– Lucas... - e então, eu a beijei. Nunca tinha beijado ninguém dessa forma. Segurei firme em sua cintura, puxando-a, o beijo não era daqueles que partem para "outro passo". Era um beijo quente, mas romântico. Gostoso. Paramos devagar. Olhei para ela. Ela me olhava sorrindo.

– Eu também te amo, Lucas. - seus olhos brilhavam. Eu sabia que dali em diante, tudo mudaria. E eu queria realmente que mudasse. Ela era tudo o que eu tinha agora. Eu precisava dela. Mas precisava contar o que tinha acontecido. Foi isso que me levou até ela, meia-noite e tantas.

– Mas preciso te contar uma coisa.

– O que, meu anjo?

– Vem. - levei Carla para o sofá. Ela se sentou no sofá. Eu me sentei no chão, de frente para ela. Segurei em suas mãos. Ela estava preocupada, dava pra ver.

– Sem rodeios. - disse ela, por fim. - Fala de uma vez.

– Ok. Minha ex apareceu lá em casa hoje. Namoramos por três meses, mas ela me usava para se satisfazer. Só me procurava quando estava sozinha e queria sexo. Então ela chegou lá em casa do jeito mais provocante que uma mulher poderia estar na minha frente. Você sabe como o vermelho me atrai. Ela acabou me beijando. Mas eu joguei ela para fora, antes que alguma coisa maior pudesse acontecer. Eu fiquei desesperado, precisava de você... - ela deixou escapar uma lágrima - me perdoa, por favor... eu te amo, Carla.

– Ela vai te procurar de novo, não vai? - ela desistiu de conter as lágrimas.

– Se procurar, fecho a porta antes dela entrar. Agora, por favor, não chora. Você é tudo o que eu tenho. - beijei suas mãos, abraçando-a logo em seguida.

– Não estraga tudo, Lucas, por favor...

– Vou dar minha vida por isso.

Ela sorriu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Homens também amam. Homens também choram." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.