O Conto da Holy Serenity escrita por Marjyh


Capítulo 31
O Pesadelo da Holy - Parte 4


Notas iniciais do capítulo

Aaaaaaaah @_@
Oi gente : D
Desculpe, de verdade, por taaaanta demora @_@
Eu tenho estado meio ocupada com a facul, e ainda tem a questão de ter de preparar videos para um canal, e que também sou tutora de fanfic ~3~"
São tantas coisas que fiquei meio perdida, mil desculpas



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Parte 4: A Luz que Varre a Escuridão

Quando abri meus olhos novamente, estava diante da escuridão... E da minha outra versão. Aquela garota, de olhos vazios, estava completamente séria. Olhei ao redor, tentando avistar qualquer semelhança com o cenário ao qual eu tinha me habituado: as flores, a mesa, chá... Engoli seco ao lembrar do Azin.

– Por que você tem que tornar as coisas difíceis? – Disse ela, agora captando minha atenção. – Podia tudo ser simples...

– Eu... Não sei do que está falando. – Balbuciei, atordoada.

A garota apertou os punhos e me olhou nos olhos. Senti um arrepio cruzar meu corpo enquanto a boca do meu estomago parecia ficar fria. O ar ao meu redor pareceu gelar quando ela enfim deu um passo em minha direção.

– Isso tudo no fim acaba por se tornar o recurso mais dolorido. – Um sorriso frio despontou do canto dos lábios daquela sombra obscura, que lentamente se tingia de cores escuras. – Se tivesse aceitado o seu destino, não teria que ser assim, sabe? Mas, vejo que essa luz, realmente é uma pedra no nosso caminho.

Recuei dois passos, minhas pernas pareceram esfriar, como se o meu calor estivesse sendo roubado.

– Não chegue perto... – Balbuciei, engolindo seco. – Eu não quero isso... Eu não quero ferir meus amigos.

A figura parou me fitando friamente. Pude sentir algo, um choque, passando pelo meu corpo, pouco antes da minha sombra, agora com vestes negras e cabelos rosados, avançar em minha direção. Recuei dois passos instintivamente, quando então percebi que em suas mãos a sombra de um cabo se formou, se estendendo até se transformar numa forma extremamente semelhante para mim: o martelo.

Coloquei os braços a frente do meu corpo, cruzados, pouco antes de ser atingida por aquele peso gigantesco formado por sombras do que era o meu martelo da justiça. Senti meu corpo sair do chão e ser lançado para o lado, o baque dolorido e frio contra o chão tirou todo o ar dos meus pulmões. Respirei fundo, quase desesperadamente, enquanto me esforçava para levantar. Meu corpo parecia pesado, cansado, se recusando a me obedecer. Lento.

– É inútil tentar resistir, a escuridão dele pode obscurecer até mesmo a luz mais brilhante. – Ouvi-a se aproximando, apesar de não escutar o som dos seus passos ecoando. – Aceite.

– Eu não... – Apertei meus punhos, prendendo a respiração e forçando meu corpo a se levantar assim que avistei seus pés próximos de mim, lançando-me em seguida na direção daquela outra versão, agarrando o cabo do martelo sombrio. – Eu não vou desistir!

– Pirralha..! – Escutei-a rosnar entre dentes enquanto lutava pelo controle do martelo.

Empurrei meu peso contra ela, junto com a minha mão direita, batendo contra ela o cabo do martelo gigantesco. Minha sombra soltou o lado que eu bati, imediatamente puxei o lado que ainda estava sendo segurado pelas manoplas enegrecidas que cobriam as mãos da minha oponente que, atordoada e surpresa, liberou o martelo.

– Toma essa! – Gritei, girando a arma contra ela, que tomou o golpe em cheio, caindo no chão e rolando para o lado.

Não pude conter um sorriso ao vê-la cair, caminhando em sua direção com o martelo em mãos, até que senti algo fisgando meus braços como se algo subisse das minhas mãos, queimando meu braço por dentro. Soltei o martelo enquanto gritava de dor, recuando alguns passos e olhei para minhas mãos, vendo-as escurecer. As trevas estavam me dominando.

O riso cristalino ecoou ao meu redor.

– Viu? Eu disse que seria mais fácil se aceitasse. – Olhei para minha sombra, que passava as costas da mão na boca. –Não tem como escapar.

– Não pode ser...

Minhas pernas esfriaram mais uma vez, até um ponto onde perdi o equilíbrio e fui ao chão, atordoada. A escuridão parecia engolir meu corpo cada vez mais, enquanto o frio o envolvia. Um peso gigantesco parecia estar sobre meu peito conforme tentava respirar. Olhei para cima, vendo uma gentil luz azulada que se transformava num tom esverdeado.

– Não quero morrer..!

–x-

Holy caiu como se fosse um peso morto. O silêncio reinou na sala por alguns segundos antes do cara de cabelos azuis se adiantar em passos apressados, pegando a garota em um dos braços e apoiando-a em sua perna quando se abaixou.

– Está viva. – Anunciou ele, aliviado.

Bufei, cruzando os braços. Para uma humana, ela realmente me surpreendeu... Sempre soube que havia algo errado com ela, mas não que era aquilo. Aliás, o que foi aquilo? Invocando monstros para nos atacar enquanto corria para cá?

– Deveríamos mata-la. – Anunciei então, segurando minha foice. – Ela é perigosa demais e provavelmente está trabalhando para o Maligno.

– Está louco?! – Escutei a voz madura da humana Edel, virando-me para ela. – Eu não sei que tipo de... Coisas ou jeito que os asmodianos lidam com problemas, mas mata-la não vai soluciona-lo: vai deixa-lo sem solução.

– Então o que sugere? Que fiquemos com uma bomba relógio debaixo do teto do Grandiel? – Olhei para o elfo loiro, que permanecia em silêncio.

– Tem uma saída. – Disse então Grandiel, caminhando até Ronan. – Você sabe que tem.

O rapaz de cabelo azul ficou em silêncio por alguns momentos, antes de suspirar e acenar com a cabeça, enquanto se levantava com a garota de cabelos verdes nos braços.

– Ela pode resistir, pois ela tem luz. – Disse ele. – Mas as trevas estão muito enraizadas em seu coração. Sozinha ela pode não conseguir.

Por fim bufei. Quem afinal era aquele palhaço que estava agindo de forma tão calma e ainda queria proteger aquela humana?

– E você, quem é? – Inquiri, irritado.

O rapaz se voltou para mim, me olhando como se me analisasse, para então, após um suspiro, se apresentar.

– Ronan Erudon, líder da Guarda-Real de Canaban.

– Bem, ex-líder. – Dei um sorriso de canto. – Canaban ruiu depois que a família real morreu durante a guerra contra o Maligno, anos atrás, assim como Serdin.

Notei Ronan apertar os punhos e me olhar firmemente nos olhos. Um arrepio passou pela base da minha nuca quando notei as trevas emanando da espada que ele carregava em sua cintura, assim como uma luz em sua mão esquerda. Apertei Deathstar em minhas mãos.

– Ele não é um inimigo, Dio. – Edel se adiantou, se colocando ao lado do almofadinhas. –Por incrível que pareça, ele não é.

– Edel, onde está o mascarado? – Mari disse, olhando pacientemente para a dupla.

A Frost olhou para o chão enquanto mordeu o lábio inferior, e, após um suspiro.

– Ronan é o Máscara de Dragão.

A sala ficou em silêncio até que Grandiel acabou bufando. Seus dedos pousaram nos lados da armação dos óculos, ajeitando-os.

– Pelo menos sabemos que é o Ronan e que ele não é um inimigo. Seria muito ruim ter alguém que tinha o poder suficiente para lutar contra a própria Cazeaje contra nós. – Seus olhos azuis encararam seriamente o rapaz. – Precisamos abrir uma brecha para que Grandark possa penetrar a escuridão, e você sabe como podemos fazer isso, Ronan.

Voltei meu olhar para o rapaz de cabelos azuis, que parecia ter um véu frio cobrindo seu rosto ao ouvir aquelas palavras.

– Guardiana, ela pode abrir o caminho.

–x-

Eu podia ver Holy caída no chão, olhando para mim. Engoli seco e me esforcei mais ainda para alcançá-la. Não queria perde-la, não depois de chegar tão perto, seu corpo, antes tão branco e puro, estava sendo coberto pela tinta enegrecida que tanto me cercou. Ela nunca desistiu de tentar me alcançar mesmo quando eu não queria ser salvo.

Mordi meu lábio inferior.

“Vá!” Grandark gritou em minha cabeça. “Apenas você vai conseguir alcançá-la, pois você sabe como é estar desse jeito.”

Eu tenho que conseguir.

– Holy! – Gritei em meus plenos pulmões, sentindo aquele véu, que tentava me deter, ceder.

Ela me olhou, surpresa. Não pude deter um sorriso enquanto mergulhava em sua direção.

– Como..? – Seus lábios murmuraram, enquanto aquela tinta enegrecida vacilava, recuando.

– Não... – Uma voz, muito semelhante ao dela, ecoou daquela escuridão. – Não, você, não pode!

Olhei ao meu redor, vendo as trevas avançando na minha direção numa velocidade inacreditável. Engoli cego e virei meu corpo na direção daquela força destrutiva.

“Pelo amor de mim” Escutei aquela voz ecoando em minha cabeça novamente, mas dessa vez num tom entre divertido e irritado. “Uma merdinha como essa achando que pode fazer algo contra mim?”

Uma energia esverdeada saiu de mim, tomando uma forma física logo em seguida. O casaco curso, verde escuro, com um cristal azulado em suas costas, com o cabelo verde escuro balançando quando Grandark estendeu a mão para frente, criando uma espécie de barreira de energia. O impacto fora violento, mas completamente rebatida.

Ele virou o rosto para mim, por cima do ombro, sorrindo conforme seus olhos esverdeados brilhavam, se destacando.

– Vamos lá, Zero, nós três vamos chutar a bunda dessa escuridão.

Acenei com a cabeça, positivamente. Senti o chão sob meus pés e então me virei para Holy, que estava boquiaberta. A tinta negra havia recuado completamente, e ela parecia brilhar suavemente em um verde claro. Caminhei até ela e estendi minha mão, contente.

– Desculpe ter demorado tanto. – Falei, segurando sua mão e a ajudando a se levantar. – Vamos enfrentar isso tudo juntos, certo, parceira?

O mesmo sorriso inocente que tanto vi e cuidou de mim surgiu dos lábios daquela pequena a minha frente, acompanhado de lágrimas quentes que escorregaram por suas bochechas.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado (apesar da demora).
Soon, the evil will be banished~