O Conto da Holy Serenity escrita por Marjyh


Capítulo 21
Especial! A Identidade


Notas iniciais do capítulo

Enfim, aqui vai a primeira parte da série de especiais que vai ter xDDD
Vai ser um pouco cansativo escrever todos eles, mas vou dar meu melhor pessoal!
Espero que gostem desse especial. ~u~
A personagem principal é a Edel /fikdik
Boa leitura!



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Especial! A Identidade

O mundo parecia estar acabando frente aos meus olhos, e eu não sabia o que fazer.

Desde o que aconteceu na mansão Frost, havia jurado a mim mesma nunca mais virar minhas costas por aqueles que eram importantes para mim. Essa promessa se manteve cumprida até hoje, pois nunca mais encontrei qualquer um que fosse igualmente importante como meu amado irmão é. Até hoje ainda busco pelo Adel, sem nenhum sucesso. É por isso que quero destruir o Maligno, eu tenho certeza que ele é a chave para eu achar meu irmão...

Mas, será que vamos conseguir..? Ele apareceu junto com o Berkas e nosso trunfo estava sendo arrastada pelas suas ilusões. Eu queria poder fazer algo para ajudar Holy, mas eu não conseguia mexer as pernas, eu me sentia completamente incapaz de fazer qualquer coisa. Apertei meu punho, tentando lutar contra aquele marasmo que me puxava novamente.

- Irmãzinha? O que está fazendo?

Não, de novo não. Parei de lutar, virando meu olhar para o rapaz a minha frente, usando roupas nobres com as cores da família Frost. Seu cabelo longo estava solto, brilhando suavemente como fios de prata, os seus olhos possuíam um tom azul turquesa profundo. Senti minha garganta apertar. Eu odeio esse jogo frio e sombrio desse vilão...

- Você... Não é real! – Reuni toda a minha determinação para proferir aquelas palavras que deslizaram da minha boca como espinhos.

O rosto tão querido do meu irmão se converteu numa expressão de angustia, deixando os braços caírem sem animo do lado do seu corpo.

- Irmã, por que é tão cruel com suas palavras?

Fechei os olhos e desviei meu rosto. Ele não era real. Eu já passei por isso antes e não quero sofrer a mesma dor novamente. Não quero perde-lo uma terceira vez.

- Desapareça!

Não escutei a voz dele novamente, mas sua expressão me afligia mesmo de olhos fechados. Seu rosto distorcido em uma tristeza profunda, me olhando magoado. Não, aquilo não era verdade, não posso deixar vacilar novamente. Era tudo um truque cruel do nosso inimigo! O chão estremeceu sob meus pés e abri meus olhos surpresa.

A ilusão é somente quebrada quando algo do externo consegue penetrar nas suas percepções, e graças a isso eu não vi novamente a figura do Adel parado na minha frente, somente a fumaça e as chamas do dirigível queimando do lado de fora. Todavia, não ver o Adel novamente, fosse ele uma ilusão ou real, era uma dor profunda... Senti meu coração apertando no peito, mas lutei contra as lágrimas.

Ao olhar ao meu redor, vi Grandark abraçando Holy de um jeito acalentador, mas preocupado ao mesmo tempo, o que foi realmente uma surpresa. Azin parecia estar atordoado, se segurando como podia nas janelas de vidro estouradas. Espere... As janelas estão destruídas? Meus sentidos continuavam voltando lentamente depois da ilusão. O vento frio do lado de fora, misturado com o calor morno da fumaça, me atingia no rosto, me forçando a sentir aquele cheiro desagradável. Não tinha Mari, Dio ou Edna a vista. Quando fui abrir a boca para perguntar do paradeiro deles para meus companheiros, o dirigível começou a se inclinar para baixo e arregalei os olhos, esticando as mãos instintivamente para me segurar na parede.

Mas, o que minhas mãos tocaram, era mais macio do que a parede, olhei para o lado e me surpreendi ao ver que o mascarado havia estendido o braço para me segurar, enquanto o outro se ocupava em se segurar na borda de onde antes estavam os vidros. O sangue de sua mão jorrava dos cortes provocados pelos estilhaços do vidro.

Apesar da máscara não mostrar seu rosto, eu sabia que ele estava me olhando. Não me sentia confortável de... Aceitar a ajuda desse assassino, mas se eu não o fizesse, eu provavelmente iria ter um destino terrível e cair até a morte.

- Vocês todos, pulem! – Escutei Grandark bradando.

- O-O que?! – Olhei para Azin, vendo que ele não havia conseguido se manter de pé e estava tentando se levantar novamente. – Você esta louco?! Vamos morrer!

- Só morre se você não souber pousar. – Grandark respondeu de forma quase friamente indiferente. - Se vire, novato.

Logo em seguida o carinhoso co-fundador da Resistência pulou pela janela com a Holy. As vezes me pergunto se ele era realmente tão justo e honroso como Ryan diz que ele é. Mas, numa coisa ele tinha razão: tínhamos que pular. Se ficássemos ali, o dirigível iria cair no chão e explodiria. Engoli seco e olhei para Azin, que estava verdadeiramente atordoado.

- Azin, ele tem razão, temos que pular.

- Tem um plano? – A voz do Máscara de Dragão chamou minha atenção.

Mordi o lábio inferior e olhei para baixo, suspirando resignada. Acenei negativamente com a cabeça.

- Não, mas só sei que temos que pular.

- Vocês são loucos!

- Tem que ser para enfrentar o Maligno. – Respondi.

Soltei o braço do mascarado, deixando que a gravidade me deixasse cair, atravessando os vidros destruídos na frente do piloto. Uma cortina de fumaça me envolveu, fechei os olhos fortemente, tampando meu nariz e boca com minha mão, sentindo não apenar aquela fumaça me cobrir junto com um calor extremamente forte. Por um momento, achei que iria cair diretamente nas chamas que estavam consumindo o dirigível, mas logo todo aquele calor desapareceu quando saiu da fumaça.

Abri meus olhos, vendo a fumaça do dirigível se afastando. Engoli seco e virei meu corpo para o chão, sacando meu florete. Era a segunda parte do plano: o pouso. Grandark estava certo que iremos morrer apenas se não soubermos pousar, então era melhor eu dar meu melhor nisso... Ainda tinha que encontrar o Adel e leva-lo para casa.

Fiquei caindo até me aproximar das árvores mais altas, respirei fundo, sentindo uma energia percorrer minhas pernas e forma um chão temporário feito de magia sobre meus pés, impulsionei meu corpo para frente, numa corrida pelo ar impulsionada pela magia, fui direto para o topo de uma árvore, esticando minha mão livre para pegar o topo da árvore. Minha mão escorregou nas primeiras folhas, e para não correr o risco de cair dali de cima, finquei a ponta do meu florete na árvore, se segurando nele. O tronco na ponta de inclinou com o meu peso, e engoli seco, temendo que meu florete acabasse saindo. Imediatamente olhei ao meu redor, procurando galhos mais próximos para pular.

Desci de galho em galho, pulando e me apoiando, até chegar no galho mais baixo e pular diretamente para o chão. Senti minhas pernas reclamarem um pouco do impacto no chão, já que a altura era um pouco mais elevada do que meu corpo poderia aguentar sem nenhum problema. Suspirei e olhei para o céu, vendo um rastro de fumaça gigante se formando aonde o dirigível provavelmente caiu. Lembrei-me de todos que estavam lá dentro... Espero que todos tenham conseguido assim como consegui. Olhei ao redor. Sozinha eu não iria conseguir chegar na torre do Caxias, já que não conhecia sua magia... O melhor seria eu encontrar alguém do grupo também. Guardei a floreste na sua bainha, por entre os arbustos com cuidado. Animais há muito haviam perecido, apenas alguns sobreviverem na reserva especial da Resistência. Minha preocupação eram os seguidores do Maligno, tinha que tentar evita-los.

Mas, onde estariam meus companheiros? Aliás... O mascarado! O maldito deve ter aproveitado a chance para escapar dos meus olhos. Pressionei os lábios. Tinha que encontra-lo também.

Prossegui pela floresta por um tempo que não sei definir, pelo menos sei dizer que tinha certeza que estava seguindo para o norte... Olhei ao meu redor, verificando as árvores. Roxas com folhas do mesmo tom. Provavelmente eu estava perto de Karuel. Eu adoraria poder pedir ajuda dos elfos negros, mas... Desde a guerra, quase todas as raças se viraram contra a Resistência e o Maligno, assumindo uma posição neutra, mas nem por isso não significava que não sentiam ódio pelo o que aconteceu com sua raça.

O importante era me afastar do incêndio que o dirigível provocara, com certeza os elfos negros iriam se encaminhar para o local para salvar a floresta. Respirei fundo, observando a fumaça espessa subindo como uma serpente para o céu avermelhado. Como iriamos voltar agora..?

As folhas se movimentaram no alto das árvores, passando rapidamente para a próxima árvore. O som de algo caindo pesadamente a poucos metros soou. Desembanhei novamente minha florete, me aproximando lentamente, escondendo-me atrás de uma árvore enquanto observava o que havia caído.

Era um corpo recoberto por um manto negro, fios azuis muito longos caiam no chão, provavelmente o cabelo daquele desconhecido. Notei restos de algo de porcelana próximo dele quando olhei melhor, soergui minha sobrancelha, curiosa sobre aquela figura, me aproximei lentamente, rodeando-o por segurança.

Realmente, era um homem de bruços, com uma mão no rosto. Agora, de mais perto, notei que o manto cobria uma armadura negra que ele vestia. Verifiquei se respirava, vendo suas costas se movimentando. Apontei minha florete.

- Você, identifique-se.

A figura ainda desconhecida estremeceu, cerrei meus olhos, tentando enxergar o que aquela mão escondia. Estava um rosto ali, mas parecia ter algo mais. Notei a movimentação do braço livre do desconhecido e me aproximei rapidamente, tocando a ponta do florete em seu pescoço. Imediatamente o movimento cessou.

- Não se mexa. – Respirei fundo. – Está ferido?

A figura não se mexera nem me respondera. Soergui as sobrancelhas, me abaixando lentamente para conseguir identificar a identidade daquele homem, sem tirar minha arma de seu pescoço. Me inclinei um pouco, podendo ver um par de chifres quebrados partindo da parte frontal da mascara, na altura da testa. Soergui as sobrancelhas.

- Máscara... De Dragão?

A figura soltou um pequeno grunhido e tentei aproximar minha mão dele. Sei que eu provavelmente deveria manter distancia, mas... Ele não estava se mostrando como um perigo em potencial. Toquei sua mão levemente, respirei fundo, tentando reunir o máximo de calma possível.

- Mostre-se.

Os ombros dele se inclinaram para baixo, visivelmente desistindo. A mão se afastou lentamente do seu rosto, levando junto com ele a máscara que usara por tanto tempo, que agora estava quebrada. Arregalei meus olhos ao reconhecer aquele rosto e aqueles olhos azuis profundos. A franja azul recaiu sobre seu rosto enquanto ele virava o rosto para me encarar, de um modo frio, mas claramente hesitante.

Não podia ser ele... Quer dizer, eu lutei tanto ao seu lado quanto contra ele, eu reconheceria aquele rosto em qualquer lugar... Mas... Não podia ser...

- Ronan?!

O rapaz deu um sorriso meio sem jeito enquanto me via me afastar dele, ainda assustada pelo o que vi. O Mascara de Dragão era Ronan?!

- Como você está vivo?!

- Cazeaje... Ela era na realidade Karina Erudon, uma prima distante minha... Durante a guerra, quando ela percebeu que iriamos perder, ela usou seus poderes como rainha da escuridão para se sacrificar em meu lugar... – O olhar dele foi para baixo, repousando a mão sobre o peito. – Eu acho que ainda existia algo humano dentro dela no final...

Eu estava boquiaberta, sem palavras. Como ele podia ser o Ronan?! Se ele o que ele contava era verdade, então Cazeaje estava verdadeiramente morta. Engoli seco, guardando meu florete. Não me sentia segura de mostrar confiança, ele ainda era o líder da guarda-real de Canaban, que lutou contra mim durante as guerras de Vermécia... Era o artífice da Rainha da Escuridão, o assassino dos meus soldados... Cerrei os dentes, sentindo meu sangue ferver dentro de mim. Eu queria mata-lo, mas ao mesmo tempo... Não conseguia.

- Você sabe então... Onde fica a Torre do Caxias?

- Sim. – Ronan respondeu ao mesmo tempo em que acenou positivamente com a cabeça.

- Leve-nos para lá então.


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