Meu Acampamento de Verão escrita por Diva Fatal


Capítulo 42
Capítulo 42: Depois do fogo


Notas iniciais do capítulo

Gente, dois meses sem postar. Posso explicar. Complicações e problemas na família. Resumindo: Meus pais tão se divorciando, eu e minha irmã fomos postas para fora de casa. Estou morando com minha vó a curto período na Russia, daqui a alguns dia irei par Londres morar com minha tia.
Lamento de verdade ter ficado sem postar, foi sacanagem, eu tentei, fiz de tudo para continuar, mas quando se esta em depressão é meio difícil produzir algo descente o suficiente para ficar bom.
Bem, aqui está, espero que gostem e por favor, não me matem, prometo ainda acabar com a fic do jeito como pretendia.



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–Levanta, rápido! –Dedos finos e gelados seguraram o meu braço, senti meu corpo congelar rapidamente. Fui erguida com toda a força em quanto a suposta mulher passava meu braço por trás do seu pescoço.

Abri meus olhos, mas não entendia nada do que acontecia a minha volta. O local amarelado estava caindo em ruinas, chamas por toda a parte, podia ouvir a madeira ruindo e estalando, desabando de pouco em pouco, a estrutura de dois andares iria me esmagar se ficasse lá dentro por mais tempo.

Meu olhar foi guiado pela mulher que havia me acordado. Seu cabelo era negro como o vazio do espaço, tão fino e sombrio, caia até as costas como uma pesada cortina da mais fina ceda. Sua pele pálida e branca como a primeira neve a cair em uma cidade a beira do inverno. Seus olhos cinzas azulados tão congelados quando gelo ceco. Lábios avermelhados e pequeninos iguais a de uma boneca russa.

–Iryena... –Meus olhos se arregalaram com o espanto. –O que...

–Não temos tempo. –Por fim, ela me ajudou a andar pelo salão carbonizado.

Uma pilastra de madeira incandescente caiu em cima do piano a qual eu estava deitada bem na hora em que nos distanciamos. Consegui identificar o meu chicote que agora estava em formato de um bracelete pesando em meu pulso.

Iryena suspirou, inspirou ar enchendo os pulmões o máximo que pôde. Em seguida soprou o mais forte possível. A rajada branca e gelada que saiu dos lábios finos e avermelhados vinha congelando até mesmo o fogo. As chamas que dançavam foram petrificadas e transformaram-se em pedras congeladas.

Eu ia mancando, notei meu pé direito dolorido e roxo, estava deslocado. Minha barriga doía. O fogo aumentava a cada segundo que passávamos lá, parecia estar sendo atiçado. Iryena soprava ar congelante para apagar as chamas que surgiam na nossa frente.

A fumaça negra já cobria todo o teto, eu e Iryena começávamos a tossir. O vestido vermelho rasgado passou a nossa frente como um vulto. Marriy Champoudry continuava linda como sempre, muito desenvolvida para uma garota que parecia ter apenas 14 anos, apenas com uma exceção, seus cabelos flutuavam ardendo em leves chamas fio por fio no ar como serpentes lutando umas contra as outras. Agora seus belos cabelos negros pareciam ter outra tonalidade sobre o fogo crepitante, um tom mais rosado quase roxo negro, como uma orquídea negra.

–Iryena. –O tom de Marriy era frio e curto, com uma leve nostalgia como se já a conhecesse. –Que desprazer revê-la.

–Igualmente, Francesinha. –Os dedos frios dela apertaram-se contra minha cintura deixando a ponta dos dedos dela brancos, era como um sufoco congelante que dominava o interior lentamente. –Não tenho tempo para isso, você pode atear o fogo, mas não é capaz de sobreviver a seus estragos estando aqui.

–Esta me subestimando? –A garota curvou os lábios e arqueou uma sobrancelha como se a desafiasse a falar que sim.

–Não lhe subestimando, mas lhe desafiando a nos ajudar a sair daqui ilesas.

Minha garganta estava seca, a fumaça carbonizada corria os pulmões. O ar tornava-se ácido e venenoso.

–Não temos tempo para vocês duas se enfrentarem, quero sair daqui, tenho que encontrar Hermes antes que essa merda de lugar caia! –Devo ter falado “um pouco” alto demais pois as duas me encararam com um tom de surpresa.

–Pois bem, vamos sair daqui. Quero saber quem foi este maldito traidor. –Marriy virou-se rapidamente. Seus cabelos foram lançados ao vento, negro rosado inspirando uma cortina de cascatas inquietas.

A fada vermelha encarou as chamas que cresciam e irrompiam o edifício francês a ruinas.

–Sumam da minha frente. –Ordenou a garota com um forte sotaque francês em seu inglês fajuto.

Como se as chamas escutassem, assim o fizeram, abrindo rapidamente caminho por entre moveis e pilastras pegando fogo. Pude observar seres vermelhos em forma repteis, levemente saltitando junto as chamas como se dançassem.

O minúsculo corpo em formato de uma pequena lagartixa corria pelo chão e rapidamente se atirava a alguns centímetros do ar, pairando e dançando como se elas fossem as reais chamas que reduziam o local aos pedaços. Possuíam caudas longas e avermelhadas. Olhos amarelados como a pequena chama tentando ganhar vida em quanto consome o ar. Seu corpo ondulava e abafava a si mesmo até reacender e voltar a dançar junto a seus semelhantes.

–Salamandras. As fadas de fogo. –Iryena fazia de tudo para manter-se longe das pequenas fadas flamejantes que mostravam a boca aberta para ela e emitiam um som ameaçador e fino.

–Aposto que Hefesto deve gostar delas... –Tentei não tossir durante o caminho mesclo de frio e calor.

–Não, essas fadas são celtas, outra mitologia. –Marriy tomava a frente, saltitando e se movendo igual a aquelas salamandras, literalmente uma verdadeira rainha em meio as chamas.

Pude ouvir um último estalo da estrutura que ardia em chamas, um pouco antes de perceber o que iria acontecer Iryena acelerou o passo e então senti um aperto nos pulmões, estava começando a ficar em pânico até que finalmente avistei a saída emoldurada por fogo.

Marriy fez um leve movimento com a cabeça e apontou para a entrada, as chamas pareciam fugir de sua presença.

Tudo desabou, fumaça, fogo, tijolo e madeira, absolutamente tudo caindo ao mesmo tempo em quanto corríamos para fora do recinto abrindo caminho por entre bombeiros, policiais e pessoas que se aglomeravam ao redor do lugar. Alguns bombeiros correram tentando nos alcançar, mas uma barreira fria surgiu como uma rajada congelante de neve e isso os deteve rapidamente.

Entramos num beco escuro, lamacento, sujo e fedorento bem na lateral de um bar francês.

Passamos as últimas duas horas andando pelas ruas de Paris completamente sujas, com fuligem cobrindo todo o corpo, cabelos completamente desarrumados. Não parecíamos mendigas, estávamos mais para sobreviventes de um incêndio anormal causado por dezenas de homens encapuzados e suicidas que se meteram com a corte de Asmodeus.

Já havia vomitado pela quarta vez quando entramos em uma esquina escura, as ruas noturnas de paris fediam e o cheiro de queijo francês mesclava o ar pela avenida.

–Para onde estamos indo? Estou imunda. –Fitei um homem esguio e magro que possuía um nariz um tanto avantajado que nos olhava de cima da sua varanda em quanto falava ao telefone.

–Estamos indo à casa de um amigo. –Iryena prendeu o cabelo em um rabo de cavalo usando um pequeno elástico preto.

Mais a frente a rua escura e fedorenta se abria em uma grande área parecida com um parque para se fazer um bom piquenique. Uma pequena mansão de três andares surgiu no meio do campo. Era toda feita de bronze celestial, algo circundava a casa, parecia uma cortina de água cristalina. Duas chaminés estavam exalando fumaça sem parar. As poucas janelas que tinham ali eram pequenas e negras como se tivessem telas negras cobrindo-as por dentro. Trepadeiras subiam aos pés do casarão forrando as paredes do lugar. Havia um alçapão ao lado, entre as portas podia ver a luz intensa e se imaginar o calor que fazia lá em baixo.

Iryena pegou o celular e discou um número rapidamente. Depois de alguns segundos tocando alguém atendeu.

–Rápido, garoto. Estamos congelando aqui fora.

A porta da frente se abriu e surgiu um Leo sorridente e sem camisa. Suas mãos cobertas de graxa. O corpo musculoso e seco, bem trabalhado mas não em excesso.

O véu d’água pareceu oscilar e romper até que a grande casa agora era nítida. Muito barulho vinha de dentro. Marteladas, ferro tinindo contra outro e algo parecido com algo robótico do tamanho de Leo correr por entre a porta bem atrás de Leo.

–Bem vinda meninas.


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Notas finais do capítulo

Perdoem-me, não vou parar de dizer isso, sei que não posso ser perdoada por parar de postar, mas continuarei pedindo porque sou chata e persistente mesmo >.



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