Meu Acampamento de Verão escrita por Diva Fatal


Capítulo 34
Capítulo 34: Hermes é um deus gentil


Notas iniciais do capítulo

Esse cap é chocante, com certeza sei que vocês não esperavam pelo que vai acontecer logo de inicio.



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Meus olhos se abriram com o calor do sol roçando sobre a minha bochecha. De imediato senti a dor de cabeça zonzando e embaralhando o meu cérebro. Até mesmo as cores de tudo em volta eram diferentes, um tom mais cinza e doloroso de se ver.

Sim, uma maldita manhã de ressaca com um sol que nascia debilmente no horizonte.

-Oque? –Arregalei os olhos. –Sol? –Quase gritei tentando encontrar algum óculos escuros para evitar a claridade.

As cenas da festa foram voltando pouco a pouco da festa. Então, vamos a uma lista: O individuo a qual beijei era o Hermes. Dancei estripitise com ele em cima de uma pilastra de som-e-bebidas. Não sei como, mas saímos do submundo e paramos em um dos becos de New Jersey, não somente eu e Hermes, dúzias e dúzias de pessoas vieram conosco. Invadimos lojas e supermercados, saqueamos estoques de bebidas, chicletes, chocolates, alguns bichinhos de pelúcia também foram roubados, vários óculos de sol “sumiram misteriosamente” (não, esse roubo ai foi meu). Depois de horas bebendo e correndo da policia, Hermes nos enviou para a sua casa particular e inexplicavelmente ele conseguiu me levar para cama (É, também não acredito nisso).

Resumidamente, New Jersey fora saqueada por completo durante a noite e eu tinha perdido a virgindade com um deus.

-Não! –Berrei de raiva me levantando da cama box de casal e corri pelo quarto catando minha roupa intima pelo chão.

Não achei nenhuma única muda de roupa minha a não ser a lingerie. Olhei em volta, o quarto era aberto e iluminado. A alguns metros da cama ficava uma grande janela com varanda e vista para uma costa rochosa onde o mar batia violentamente. O quarto era branco e rústico, moveis de madeira. Uma tela plana presa ao teto com apoio para um Xbox 360. Na escrivaninha com um notebook estavam dois controles do Xbox, uma grande pilha de livros de capa dura, talvez diários já que ele viveu por milênios é bom anotar para não esquecer. Uma porta dupla de madeira estava na parede atrás da direção da tevê no teto. Caminhei até elas e vi o enorme closet branco todo iluminado e feito de vidro.

Prateleiras imensas só com tênis mágicos que possuíam um par de asas. Calças jeans, calças e camisas sociais, calças e camisas de tecidos finos digno de reis, algumas camisas polo e até roupas de caminhada. Peguei a primeira coisa que vi para poder me cobrir, uma camisa social de botões roxa.

Depois de abotoa-la e cobrir o máximo possível do meu corpo, saí do closet. Estava muito frio e os ventos do litoral vinham cheios de sal e gelados arrepiando todos os cabelos.

Observei que um pouco de sangue manchava a as cobertas da cama, agora sim sabia perfeitamente que tinha perdido a virgindade. Minha vida estava acabada. Meu pai iria me matar, pior, e se eu engravidar? 15 anos. Em que dia estávamos mesmo?

Faltam exatamente dois dias para o final do inverno. Então daqui a cinco dias era meu aniversario. Dia 3 de Março era a chegada do meu aniversario e eu seria uma adolescente de 16 grávida de um deus, ainda por cima teria de me preocupar com os estudos e com o resto da vida arruinada graças ao nascimento de uma criança.

A porta de abriu. Um Hermes sorridente e sem camisa entrou no quarto. Ele usava uma calça branca de algodão e estava descalço, trazia em mãos uma bandeja com iogurte natural, cereal com fatias de morando, banana e algumas blueberries bem azuladas, tudo em uma tigela de porcelana cheia de leite liquido com uma colher de ouro. Na taça de vidro estava um suco de abacaxi.

Minha raiva toda se foi depois de ver aquele sorriso esperto. Ele tinha músculos bem trabalhados e definidos, era uma bela visão. Seu topete impecável ainda estava na cabeça.

-Bom dia. –Ele anunciou-se e estalou o dedo.

Minha enxaqueca sumiu junto a minha ressaca. Meu cansaço todo foi em bora. Me sentia mais leve e disposta.

Ele estendeu um edredom azul marinho no chão da varanda. Colocou a bandeja com o café da manhã em cima do edredom e esperou que eu me juntasse a ele. Não hesitei e sentei-me aproveitando a “variedade” de café da manhã.

-Eu estou...

-Gravida? –Ele completou a frase como se lesse meus pensamentos. –Sim, esta.

-Mas... –Não, porque? Porque? Porque!!? –Não posso ter um filho, vou fazer 16 daqui a alguns dias e estar grávida... e ainda por cima de um deus! Monstros vão me atacar e eu estarei carregando uma criança de Hermes!

-Ele será um ladrão lindo, então. –Hermes riu como se eu estivesse com um certo humor para piadas nesta “bela” manhã.

-Os deuses que tenho visto pegam sua alma e colocam na estante. Você sabe que eles nunca poderão amar fielmente sendo que eles não podem nem amar a si mesmos. –Joguei essa na cara de Hermes. Ele merecia ouvir coisas assim para parar de fazer piada.

-Muitos já me ajustiçaram nesse mundo, eles não entendem o que é ser um deus, mas você é diferente. Tem algo que diferencia você dos outros semideuses. –Ele havia cravado seu olhar no meu. –Não com o maior poder, não com a maior força, não com a maior inteligência, mas você é diferente.

-E devo tomar isso como elogio ou insulto? –Perguntei-o.

-Qualquer um que tem coragem de falar o que você falou na cara de um deus com certeza deve levar isso como elogio.

-Por favor, não me desvie do assunto. Você tem de fazer alguma coisa! Tem de haver alguma maneira! –Insisti desesperada.

-Eu posso atrasar o nascimento da criança. Posso lhe conseguir alguns anos sem que a criança se desenvolva em teu útero, mas algum dia ela terá de nascer.

-Até que eu esteja pronta para uma criança, dai-me tempo de amadurecer e ter uma vida antes de uma criança. –Uma lágrima caiu dos meus olhos.

Hermes aparou-a com o dedo indicador e levantou meu rosto segurando docemente o meu queixo.

-Você é forte, o amor que é do mal.

Hermes conseguia ser tão doce e romântico quando precisava.

-E eu quero alguém que me ame. Alguém que realmente entenda. Alguém que não se colocará acima de mim. Alguém que apenas me ame como mulher. –Mais lagrimas brotaram dos meus olhos.

-Criança, ainda viverá muito e verá que um filho não lhe trará a infelicidade. –Hermes inclinou-se e beijou a minha testa.

Aquele seria o inicio de mais uma jornada que eu teria de percorrer. Carregando o filho do deus dos ladrões, carregando o medo e culpa pelos meus atos antigos e futuros.

Eu e Hermes passamos o resto do dia jogando Xbox e vendo Titanic, Moulin Rouge e Cartas para julieta.


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Notas finais do capítulo

Não falei? Vocês não esperavam por isso nem em sonhos. É, Leo e Phoebe ainda pode acontecer, mas essa criança era precisa para a profecia de Rachel. Aguardem e verão quais mais surpresas aguardam o futuro dos nossos personagens.



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