Only Time escrita por TC Nagahama


Capítulo 20
Capítulo 18 - Colocando os pingos nos is




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Harry já estava desolado. Já andara por vários corredores e nem sequer um vestígio de sua amada. Foi então que, num momento de iluminação, Harry lembrou-se da pequena elfa doméstica que Narcisa apresentara na sala de jantar.

-Como era o nome da elfa mesmo? – pensou em voz alta – Kileti...Kirubina...Ki alguma coisa...

-Kireizi – respondeu uma voz suave, atrás de Harry.

Harry, espantado com a voz que lembrava em muito a de sua amada, começou a olhar ao redor, tentando descobrir de onde diabos viera aquela voz tão agradável, que em nada combinava com a casa horripilante que Harry julgava ser a Mansão dos Malfoy.

-Você não é muito esperto, não é? – comentou o quadro mais próximo de Harry, com um tom divertido.

Xingando-se mentalmente por não ter imaginado que se tratava de um quadro falando, Harry olhou ao redor. Porém, não conseguiu identificar qual deles lhe informou, já que a pessoa do quadro sumira assim que lhe disse o nome da elfa.

-Kireizi! – chamou, rezando para não ter entendido o nome da elfa errado.

-Jovem senhor deseja algo, senhor? – perguntou a pobre elfa, tremendo dos pés à cabeça.

-Eu tentei achar a Bele, mas aqui é muito grande, então...- disse Harry até ser interrompido por um soluço da elfa, que começara a chorar.

Sentindo-se sem graça, Harry, acanhadamente, tentou dar um tapinha nas costas da pequena elfa. Porém mudou de idéia, quando a elfa, numa tentativa de se esquivar do toque, praticamente se jogou na parede.

-Não liberte a Kireizi, senhor! Por favor! Kireizi é boa elfa, senhor! – gritava a elfa, chorando copiosamente, o que chamou atenção de outros elfos, que ao ouvirem os berros, vieram ao socorro de sua colega.

E ao ver vários rostinhos horríveis e enrugados com os olhinhos brilhando de raiva contida, Harry sabia o que lhe esperava e fazendo jus novamente aos seus reflexos de apanhador, correu.

***

Era tarde já, e Sirius, Remo e Fleur estavam com uma certa dificuldade em acompanhar a irritada veela.

Início do Flashback

-Ah, sim. Ainda bem que você perguntou. Eu realmente queria pedir um...favor – falou Lúcio, com uma expressão inocente – Tirem aqueles Weasleys da minha casa – disse, com a voz cheia de ódio e olhos vermelhos.

-Já cansado das visitas, Lúcio? – perguntou Severo, ao adentrar o ambiente, com uma expressão um pouco mais fechada do que de costume – Não pude deixar de escutar – disse com um sorriso de escárnio.

-Eles não são minhas visitas – corrigiu o loiro, sério, sem tirar os olhos do vidro carregado por Snape.

-Como não se você mesmo os convidou? Afinal, não é qualquer um que consegue adentrar os terrenos da sua propriedade sem o seu consentimento. – retrucou Snape brincando com a garrafinha de vidro que segurava, o que fez o sangue da veela ferver.

-Eu nunca conv...

-Nem mesmo o Lord das Trevas consegue chegar à sua casa, sem que você queira, Lúcio – interrompeu o Mestre de Poções, com um sorrisinho vitorioso.

-Isso é verdade? – perguntou Olho-Tonto, abismado – Talvez devêssemos deixá-los lá por enquanto, até darmos um jeito nesse elfo – disse o auror, com um olhar maligno para o elfo doméstico dos Black, Monstro, que estava espionando na porta da sala.

-Acho melhor colocar água no feijão – comentou Snape, num tom baixíssimo, para Lúcio – Ops – disse ao deixar cair o vidro no chão deliberadamente.

Lúcio estava tão enfurecido pelas provocações do Mestre de Poções que nem ao menos percebeu que amassara os papéis que segurava.

-Que ótimo! Vou ter que passar tudo à limpo – resmungou Lúcio, desamassando as folhas e passando uma das mãos pelo rosto num gesto cansado.

-Não vou precisar assinar nada hoje? Que garantias vamos ter se entregarmos o Pedro agora? – perguntou Sirius, desconfiado.

-Quem falou em entregar o maneta? Ele vai ficar sob minha responsabilidade, só por precaução caso algum comensal estúpido tente pegá-lo de volta – disse Lúcio, olhando acusadoramente para Snape.

-E como vocês o entregarão às autoridades? Ele pode tentar fugir novamente. Esse aí é mais escorregadio que sabão – perguntou Olho-Tonto – Todo cuidado é pouco.

– Ainda hoje eu terminarei toda a papelada para a revisão do processo, entrarei em contato com o Profeta Diário pedindo cobertura completa e o entregaremos o verdadeiro culpado diretamente nas mãos do Cornélio, a quem obviamente eu terei o cuidado de sugerir que peça todo o apoio dos Aurores. Todos verão que você não é o culpado antes mesmo que obtenha o perdão e o pedido de desculpas do Ministério, o que você terá logicamente, o Ministério terá a captura do verdadeiro culpado e também um dos Generais de Guerra d'Aquele-que-não-deve-ser-nomeado como chamariz, o que obviamente vai divergir a atenção dos leitores para o fato de que você passou 13 anos encarcerado no lugar de outro – explicou a veela, com uma expressão cansada para um impressionado Olho-Tonto – É mais ou menos isso que planejei... – disse meio sem jeito.

-Eu já teria ficado feliz em só matar o infeliz – confessou Sirius - Mas o seu plano é bem melhor que o meu – disse, com um sorriso no rosto.

Fim do Flashback

Lúcio sabia que seqüestrar o comensal para livrar Sirius não ia passar batido pelo Mestre de Poções. Afinal de contas, assim que o Tio Voldie soubesse do acontecido, Lúcio tinha certeza de que Snape passaria algumas boas horas sob Cruciatus.

-Quem sabe até algo pior - pensou, sentindo um arrepio nas costas.

Mas realmente, ele não tinha nem cogitado a idéia de Snape ficar tão irritado com ele a ponto de jogar sua poção no chão. Tudo bem que ele fora até a casa de Severo com o intuito de achar o maneta, mas a parte em que ele dissera, sem muitas palavras, que precisava de ajuda, não era brincadeira. Ele realmente não estava se sentindo muito bem, e Snape sabia que sem a poção na proporção certa para uma veela, Lúcio estava perdido! E correria o risco de em poucos dias estar tão depressivo quanto estava na época que saiu de Azkaban. Snape realmente era vingativo.

-"Acho melhor colocar água no feijão"... água no feijão é a put...

-Estamos chegando já? – interrompeu Remo, tentando mudar o rumo de raciocínio da veela.

-Não – respondeu secamente, ainda bufando de raiva.

-Nossa...quem diria, não é? O nosso pequeno Harry já vai ficar noivo! Estou me sentindo velho – comentou Remo, para Sirius, tentando puxar conversa.

-Você já ta dobrando o Cabo da Boa Esperança, Remmy – riu Sirius – Sabe o que eu estava pensando agora? Será que, bom, será que eles tomaram algum tipo de proteção? Porque, bom, Harry noivo até tudo bem, mas Harry papai já é demais - falou, fazendo a veela parar e encará-lo com cara de poucos amigos.

Depois de alguns segundos constrangedores, todos retornaram à sua caminhada rumo a casa.

-Não seria mais prático aparatarmos mais perto da casa? – cochichou Sirius para Remo – Tá ficando frio já – reclamou.

-Sinta-se à vontade pra tentar – respondeu Lúcio, com um sorrisinho sinistro.

E sem pensar duas vezes, Sirius desaparatou.

***

Isabele não estava mais agüentando de tanto sono. Seus olhos estavam pesados, e ela já não conseguia nem pensar mais claramente, nem entender mais uma palavra sequer que Gui lhe falava (aparentemente ele a considerava uma amiga de infância agora e não parava de falar). Só via a hora de descansar, mas ela não iria entrar sem antes ver seu pai. Mas ela era orgulhosa, e se ele não se queixava de fome nem frio então ela é que não daria o braço a torcer também. Ficariam ali até seu pai chegar, enregelados e famintos. E este fato fazia com que ela se perguntasse se todos os Weasleys não se queixavam de passar horas sem comer (eles já estavam lá há mais de seis horas!). Talvez fosse a escassez de comida à mesa. A garota passara os últimos quinzes minutos totalmente alheia ao que o ruivo falava devaneando sobre escrever um livro intitulado "1000 assuntos desinteressantes para se conversar com amigos instantâneos enquanto se está com frio e fome".

-Você não respira nunca? – resmungou, fazendo o ruivo calar-se.

-Não – respondeu o ruivo, rindo, antes de voltar a falar – Já te falei que você tá fedendo? – perguntou sério, fazendo-a rir.

-Não, mas imagino que isso não te incomode. Afinal, você mora com o Fuinha – comentou sorrindo, ao se levantar – Vai vir ou vai ficar sentado aí engordando? – convidou o ruivo educadamente, andando rumo ao jardim.

Antes que Gui pudesse retrucar, Bele saiu em disparada, e ele, por reflexo, a seguiu. Foi quando ele a avistou, e seu mundo pareceu mais feliz.

-Gui! Você está bem? Fiquei prrreocupada... – falou desenfreada, ao se atirar nos braços do noivo.

Bele parou na frente de seu pai, que ostentava uma expressão mais furiosa, de que quando saíra, e ficou sem saber o que fazer. Foi então que percebeu que além de seu pai, havia mais uma pessoa: um lobisomem, que era seu professor e um conhecido membro da Ordem de Fênix.

-O que diabos pensa que está fazendo aqui nessa friagem? – inquiriu Lúcio beirando a histeria ao ver a filha no jardim – Quer saber... deixa pra lá – disse depois de respirar fundo, sem perceber que magoara sua filha– Eu tenho pilhas de papéis para preencher, e você tem que dormir – disse ele para a filha, como quem fala para uma criança de cinco anos.

Foi então que um forte estampido foi ouvido, o que fez todos os cinco presentes virarem para checar.

-Você disse que dava pra aparatar! – acusou Sirius, levantando do chão, ainda meio zonzo e totalmente sujo, indo na direção da veela.

-Eu disse que você podia tentar. Nunca disse que conseguiria – defendeu-se Lúcio, despreocupado.

Sirius, contrariado com a resposta, num impulso segurou Lúcio pelo colarinho com o intuito de sacudi-lo. Entretanto, não teve a oportunidade, já que Isabele ao ver seu comportamento hostil, por instinto atacou-o com uma bola de fogo. Logicamente que devido ao seu estado frágil de saúde atual, o máximo que ela conseguiu foi elevar a temperatura de suas mãos meramente chamuscando a roupa de Sirius. Mas apesar do ataque ineficiente, o efeito final foi o esperado. Sirius agora a encarava abismado e agora segurava tolamente na lapela da blusa de Lúcio.

-Senhorita Malfoy – cumprimentou Lupin, com um sorriso – Não creio que conheça. Este é Sirius Black, o padrinho de Harry – apresentando o amigo, para a menina que olhava como se eles tivessem duas cabeças – Por Merlin, Sirius. Isso tudo já é bem constrangedor sem você pendurado no pescoço dele – falou Lupin baixíssimo, de modo que só o seu amigo ouvisse.

-Vamos entrar então? Temos muito trabalho pela manhã, Sr. Black. Portanto, tente não se matar até cumprir sua parte no nosso acordo – advertiu Lúcio – Kireizi virá logo para acomodá-los em seus quartos – disse, seguindo em direção à mansão.

Tão logo chegaram ao pátio ouviram tropeços e gritos agudos, e tiveram que parar de supetão quando a porta abriu com violência, revelando um Harry sem fôlego sendo seguido de vários elfos domésticos. Todos ficaram sem reação, com exceção de um dos presentes.

-POTTER! – ralhou Lúcio, olhando a cena enfurecido e com os olhos vermelhos.

Fim do cap. 18


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