Verboten escrita por Dead Cell


Capítulo 5
Liebe


Notas iniciais do capítulo

Bom, depois de TANTO tempo voltei à postar. Desculpe para quem cansou de esperar e resolveu abandonar a fic KKK é que eu perdi tudo o que eu tinha feito, então tive que começar tudo de novo :/ desculpe novamente e, espero que gostem deste capítulo. É longo



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Os dias se passaram, e nem Tom e Giulia falavam comigo. O olhar de repulsa e medo que lançavam sobre mim estava me matando à cada dia que passava. Logo, teríamos que partir em turnê, e eu não queria que este ar estivesse sobre nossas cabeças até lá.

 

- Tom, precisamos conversar. – eu disse, enquanto abria a porta de seu quarto misteriosamente somente ocupado por ele.

 

- Sobre o que quer conversar? – ele perguntou, enquanto olhava pela janela.

 

- Giulia me disse... Disse que está apaixonada. – eu respondi, enquanto fechava a porta do quarto atrás de mim.

 

- E você achou que fosse por mim? – finalmente ele levantou, me encarando.

 

Suas cicatrizes ainda eram visíveis e, por um momento, desejei que ele estivesse ainda sentado. Seus olhos encaravam os meus, como se estivesse me obrigando à pedir perdão, e à procurar a verdade.

 

- Sim... Ela só conversa contigo Tom. Os amigos de escola, amigos da rua... Ninguém mais fala com ela. – eu disse, como se estivesse respondendo à mais dura das questões.

 

- Abra os olhos Bill. – foi a ultima coisa que ele me disse antes de sair do quarto e me deixar sozinho.

 

A luz do sol penetrava no quarto como se aquele cenário fosse uma obra de arte. Pela porta entreaberta eu podia ouvir as vozes de alguns dos funcionários atrapalhados que cuidavam da casa.

 

Desci as escadas e não obtive sequer sinal de Giulia e Tom.

 

- Devem estar juntos. – pensei alto.

 

- Pois não, Senhor Bill? – perguntou uma voz fina e estridente por trás de mim.

 

- Ah... Pensei alto, Judith. – respondi, enquanto saía da sala de visitas.

 

Judith era a mais antiga empregada de minha mãe. Ainda jovem, ela nos ajudava a compor as primeiras músicas e a treinar os primeiro acordes. Era fiel a minha mãe e, quando estava fora, era Judith quem tomava conta de nós. Sempre preocupada, nunca deixou de perguntar como estávamos e se havia algo nos perturbando.

 

Quando houve o incidente – ainda prefiro chamar de incidente, mesmo tendo o feito por querer e por livre e espontânea vontade – foi a que mais ficou preocupada, e com certeza, nunca irá me perdoar por aquilo.

 

O perdão das pessoas. Talvez eu não precisasse disso ou, talvez era somente isso que eu queria. Por mais que eu tentasse, eu sempre fazia algo errado.

 

Giulia entrou batendo a porta de entrada, e passou por mim com seus cabelos esvoaçantes e seus olhos cheios de lágrimas. Subiu correndo as escadas e logo sumiu de minha vista. Alguns minutos depois, Tom entrou bufando em casa, repetindo o mesmo ato de Giulia.

 

Resolvi subir também as escadas e, parei em frente à porta do quarto de Giulia. Pude ouvir alguns soluços abafados vindo do interior. Segurei firme a maçaneta mas logo a soltei, indo em direção ao meu quarto.

 

- Entre. – disse Tom, que estava encostado em sua porta.

 

- O que... O que houve? – perguntei, o olhando confuso.

 

- Ela está te esperando.

 

Dizendo isto, Tom voltou para seu quarto e bateu fortemente a porta por trás de si. Encarei por alguns minutos a porta do quarto de Giulia, e logo ela se abriu.

 

- O que está fazendo parado aí? – ela perguntou enquanto me encarava.

 

Pude ver seus olhos inchados e seu rosto estava vermelho. Olhei para o interior do quarto e várias almofadas e travesseiros estavam jogados pelo chão. Se eu não soubesse, diria que um furacão havia passado por ali.

 

- Como sabia que eu estava aqui? – perguntei, tentando quebrar o silêncio.

 

- Perguntei primeiro.

 

- Eu... Eu queria ver se estava bem... Agora, responda minha pergunta. – eu disse.

 

- Ah... Eu ouvi Tom falando com alguém e deduzi que fosse contigo... – ela respondeu, dando passagem para a minha entrada no quarto. – E eu estou bem, obrigada por vir.

 

Olhei em volta, e vi vários pôsteres de bandas. Não havia nada rosa ali. Pelo contrário, havia muito negro e branco, coisa que eu nunca imaginei que fosse encontrar em seu quarto.

 

- Seu quarto... Pensei que fosse mais colorido. – eu disse, observando à cada detalhe em minha volta.

 

- Procuro esconder meus defeitos com a alegria das cores... Como se eu pudesse criar outra imagem para as pessoas verem. Aqui não, é meu quarto, meu lugar. Não posso mentir de onde vim, e como sou quando estou aqui dentro, no meu mundo. – ela disse em um sussurro.

 

Parei para olhá-la. Nunca havia pensado que ela usava as cores para isto. Sempre me pareceu tão alegre e tão confiante de si mesma que, quando eu estava perto dela, ficava contagiado com tanta alegria e intusiasmo.

 

- Você não devia se esconder. – eu disse, me aproximando dela.

 

- As pessoas preferem ver o que elas querem... – ela disse, enquanto uma lágrima rolava de seus olhos.

 

Sequei sua lágrima antes que pudesse chegar à boca. Giulia fechou os olhos com o toque gelado de minha mão em sua pele quente. Com calma, contornei seus lábios com meu dedo indicador.

 

- Estava me esperando? – respondi, fazendo-a abrir os olhos.

 

- Eu sabia que viria. Obrigada por não demorar. – ela respondeu, fechando os olhos novamente em seguida.

 

Mais lágrimas correram de seus olhos e, sabendo que eu não era ágil o suficiente para secar todas, a envolvi em um abraço procurando confortá-la. Seus braços delicados envolveram em meu pescoço, e ela pousou sua cabeça levemente em meu ombro.

 

Meu coração bateu rapidamente e Giulia percebeu, afastando-se de mim. Seus olhos azuis encontraram os meus e, pude perceber que estavam mais inchados que antes.

 

- O que houve? – perguntei, num sussurro.

 

Ela abriu a boca como se quisesse falar algo, mas apenas suspirou. Enquanto olhava em meus olhos, foi aproximando seus lábios dos meus e, em um impulso os colou. Desta vez, o beijo foi mais agressivo que o outro.

 

Nossas línguas não estavam mais em ritmo como em nosso primeiro beijo. Agora, procurávamos desvendar cada segredo do outro, como se aquela fosse a última oportunidade. Seus dedos finos passavam pelas minhas costas, enquanto eu apertava firmemente sua cintura a colando cada vez mais em mim. Ela separou nossos lábios e respirou fundo.

 

- Houve amor. – ela disse, ainda com os olhos fechados.

 

Por um momento, o mundo parou de rodar e, senti que foi para nós dois.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que gostem desse capítulo. Kusse



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