Evanna - A Outra Potter [HIATUS] escrita por Yas


Capítulo 4
O Guardião Das Chaves


Notas iniciais do capítulo

CRIEI VERGONHA NA CARA E VOOOOOOOOOOOOOOLTEI!
Tipo, teve um passeio da minha escola pra um sítio "Sítio do Carroção" mto foda ta? Mas foi na segunda e eu tive q acordar as 3:30 da manha p chega no aeroporto as 5:30 da manha E adivinhem... FUI DORMIR AS DUAS DA MANHA!
E n dava p posta essa merda desse cap. mas... TA AÍ VADIAS!11!
AH! Obgda as lindas LunaEverdeenChase , a Hannah Lílian Potter e a Caroline por comentarem, e a Caroline por favoritar a fic



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O guardião das chaves

BUM. Bateram outra vez. Duda acordou assustado.

– Onde está o canhão? - perguntou abobado.

Ouviram alguma coisa cair atrás deles e tio Vernon entrou derrapando pela sala. Trazia um rifle nas mãos - agora sabiam o que era aquele pacote fino e comprido que ele carregava.

– Quem está aí? - gritou. - Olha que estou armado!

Silêncio. E em seguida...

TRAM!

A porta levou uma pancada tão violenta que se soltou das dobradiças e, com um baque ensurdecedor, desabou no chão.

Um homem gigantesco estava parado ao portal. Tinha o rosto completamente oculto por uma juba muito peluda e uma barba selvagem e desgrenhada, mas dava para se ver seus olhos, luzindo como besouros negros debaixo de todo aquele cabelo.

O gigante espremeu-se para entrar no casebre, curvando-se de modo que a cabeça apenas roçou o teto. Abaixou-se, apanhou a porta e tornou a encaixá-la sem esforço no portal. Ele se virou para encarar todos.

– Não poderia preparar uma xícara de chá para nós, poderia? Não foi uma viagem fácil...

E dirigiu-se ao sofá onde Duda estava paralisado de medo.

– Harry! Você cresceu muito desde a última vez que te vi, não exatamente pra cima, mais para o lado, mas tudo bem.

Evanna prendeu o riso, aquele cara parecia ser bem legal, pensava ela.

Duda soltou um guincho e correu a se esconder atrás da mãe, que parara encolhida, atrás de tio Vernon. O tio fez um som estranho e rascante.

– Exijo que saia imediatamente! - disse. - O senhor invadiu minha casa!

– Ah, cala a boca, Dursley, seu cara de passa - disse o gigante, Evanna começou a rir baixo; o gigante esticou o braço para trás do sofá e arrancou a arma das mãos de tio Vernon, vergou-a no meio como se ela fosse de borracha e atirou-a a um canto da sala.

Tio Vernon fez outro som esquisito, como um camundongo sendo pisado.

– Harry, irmão meu por que é que um pseudo Papai Noel de barba e cabelo tingido deu um golpe fodástico na porta, deu "xô recalque" na arma da bola de queijo Dursley pai, e agora acha que a bola de queijo Dursley Jr. é tu?? Mas onde tão nossos presentes, uai?? - disse Evanna para Harry. Ato que não passou despercebido pelo gigante.

– AH! Aí estão vocês, gêmeos! Bem que eu duvidei que aquela baleia fosse o Harry mesmo! - disse ele indo na direção dos irmãos. Evanna não se aguentou e começou a rir, levantou a mão e fez pro gigante um gesto de "toca aqui, mano, tu é foda, receba os créditos por isso mermão" (n/A: Ficou longo, mas quem disse que eu ligo? hshuashuashua), gesto que ele retribuiu. - A última vez que vi vocês, eram apenas bebês! - continuou ele. - Harry, você parece muito com seu pai e Evanna, você é a versão feminina do seu pai, exceto os olhos, vocês tem os olhos de sua mãe.

– Ah, obrigada ! - Disse Anna e deu uma jogada de cabelo no estilo "eu sou uma Potter, eu brilho, você não, recalque bate no meu brilho maior do que o sol e volta".

– Em todo caso, gêmeos - disse o gigante -, feliz aniversário para vocês. Tenho uma coisa para vocês aqui; talvez tenha sentado nela sem querer, mas o gosto continua bom.

De um bolso interno do casaco preto ele tirou uma caixa meio amassada. Os irmãos abriram-na com os dedos trêmulos. Dentro havia um grande e pegajoso bolo de chocolate com a frase Feliz Aniversário escrita em glacê verde.

Os gêmeos se entreolharam e olharam o gigante. Queriam dizer obrigado, mas as palavras se perderam no caminho da boca, e em lugar disso o que disseram foi:

– Quem é você?

O gigante deu uma risada abafada.

– É verdade, não me apresentei. Rúbeo Hagrid, Guardião das Chaves e das Terras de Hogwarts.

Estendeu duas mãos enormes e sacudiu os braços de Evanna e Harry.

– E que tal o chá, hein? - perguntou esfregando as mãos. - Eu não diria não a uma pessoa mais forte, se é que você me entende.

Seus olhos bateram na lareira vazia em que ficara o pacote carbonizado de cereal e ele soltou uma risadinha desdenhosa. Curvou-se para a lareira; não viram o que ele estava fazendo, mas quando se afastou um segundo depois, havia dentro dela um clarão ribombante. O fogo estrondoso encheu todo o casebre úmido com sua luz tremeluzente e os irmãos sentiram o calor envolvê-los como se tivessem mergulhado em um banho quente.

O gigante se recostou no sofá, que afundou um pouco sob o seu peso, e começou s tirar coisas de todo gênero dos bolsos do casaco: uma chaleira de cobre, uma embalagem amassada de salsichas, um espeto, um bule de chá, várias xícaras lascadas e uma garrafa de líquido âmbar de que ele tomou um gole antes de começar a preparar o chá. Logo o casebre se encheu com o ruído e o cheiro de salsichas fritas. Ninguém disse nada enquanto o gigante trabalhava, mas assim que ele empurrou as primeiras salsichas gordas e suculentas, ligeiramente queimadas, do espeto, Duda se mexeu. Tio Vernon disse com rispidez:

– Não toque em nada que ele lhe der, Duda.

O gigante deu uma risadinha ameaçadora.

– Esse pudim de banha do seu filho não precisa engordar mais, Dursley, não se preocupe.

"Taí um apelido útil", pensava Anna, "se bem que seria uma ofensa para os pudins, mas de qualquer jeito, é usável". O gigante passou as salsichas para Harry e Evanna, que estavam tão famintos e nunca provaram nada tão maravilhoso, mas ainda assim não conseguiam tirar os olhos do gigante. Finalmente, como ninguém parecia estar disposto a explicar nada, eles disseram:

– Desculpe, mas continuamos sem saber realmente quem você é.

– Isso acontece sempre? De falarem juntos? - ele perguntou com ar de riso.

– Ter um irmão, e ainda por cima gêmeo, é foda. - Disse Anna.

– Valeu também te amo, ta? - disse Harry com ironia para a irmã.

– Eu se, todo mundo me ama, não é novidade.

– Exibida.

– Abestado.

– Metida.

– Acéfalo.

– Idiota mental.

– Mongol.

– Retardada.

– Energúmeno.

– Anã de jardim.

– FUTRICADO.

– QUE MERDA É FUTRICADO??!

– ALGO NOJENTO E ILEGAL, VOCÊ NÃO PRECISA SABER AINDA, VOCÊ É MUITO NOVO AINDA, HARRY JAMES POTTER !! (n/A: Olha, eu até continuaria a briga deles, mas se demorasse demais o Hagrid ia querer ir embora e deixa os Potter's problemáticos com os Dursley heuheuheuhue)

– Chega, chega! Já deu né? - O gigante interferiu na discussão dos irmãos, e estava longe de querer saber o que é futricado. Ele tomou um grande gole de chá e limpou a boca com as costas da mão. - Voltando ao assunto, me chamem de Rúbeo, é como todos me chamam. E como lhes disse, sou o guardião das chaves de Hogwarts, vocês sabem tudo sobre Hogwarts, é claro.

Os irmãos se olharam, meio temerosos, e disseram:

– Ah, não.

Hagrid pareceu chocado.

– Sentimos muito - apressaram-se a dizer.

– Sentem muito? - vociferou Hagrid, virando-se para encarar os Dursley, que tinham recuado para as sombras. - Eles é que deviam sentir muito! Eu sabia que vocês não estavam recebendo as cartas, mas nunca pensei que nem ao menos sabiam da existência de Hogwarts, para apelar! Vocês nunca se perguntaram onde foi que seus pais aprenderam tudo? - nesse momento, uma luz se acendeu na mente de Evanna, e ela começou a ligar os pontos, se desligando por completo da conversa.

– Tudo o quê? - perguntou Harry, sem notar que a irmã não estava nem olhando para eles.

TUDO O QUE?– berrou Hagrid. - Ora, espere aí um segundo!

Ele se levantara de um salto. Na raiva parecia encher o casebre todo. Os Dursley se encolhiam contra a parede.

– Vocês vão querer me dizer - rosnou para os Dursley - estas crianças, estas crianças! , não sabem de nada, de NADA?

Harry achou que a coisa estava indo longe demais. Afinal, ele e a irmã tinham frequentado a escola e suas notas não eram ruins. Evanna tinha acabado de acordar de seu transe, tinha finalmente entendido o que tudo aquilo era, mas Harry já tinha começado a falar.

– Eu sei alguma coisa...

– Harry, para...

– Sei, sabe, ...

– Cala boca, Harry...

– Matemática e...

– HARRY, SEU VIADO, CALA A PORRA DA BOCA! NÃO É DISSO QUE ELE TÁ FALANDO! - Evanna já tinha ficado impaciente e gritou, fazendo com que Harry se calasse e olhasse para a irmã com uma expressão de confusão total no rosto.

(N/James: Ah, Lírio, a nossa princesinha é esquentada que nem você, que orgulho! *limpando lágrimas falsas*. n/Lily: Ah, me poupe Potter, e o nosso filho é LERDO que nem você , pelo que parece. n/James: Nem vem me chamar de Potter, porque você também é uma! Nem vem que não tem * joga aplique pro lado *, e eu? Lerdo? Desde quando Lírio? Achei que a lerda era você que demorou ANOS pra entender que amava a gostosura em pessoa aqui. n/Lily: AH, ME POUPE 2, JAMES! NO QUE É QUE EU FUI ME METER??)

Interrompendo a briga de casal...

– Do que ele tá falando então?

– Do nosso mundo, quero dizer. O mundo de vocês. Meu mundo. O mundo dos seus pais. - disse Hagrid.

– Que mundo? - Harry perguntou, ainda não havia entendido. Anna revirou os olhos do seu lado e Hagrid parecia prestes a explodir.

DURSLEY!– urrou ele.

Tio Vernon, que ficara muito pálido, murmurou alguma coisa ininteligível. Hagrid olhou alucinado para os gêmeos.

– Mas vocês devem saber quem foram sua mãe e seu pai - disse. - Quero dizer, eles são famosos. Vocês são famosos.

– Quê? Nossos pais eram famosos?

– Vocês não sabem...vocês não sabem...- Hagrid correu os dedos pelos cabelos, fixando Anna e Harry um olhar perplexo.

"Vocês não sabem quem são?", perguntou finalmente.

Tio Vernon de repente encontrou a voz.

– Pare! - ordenou. - Pare agora mesmo! Eu o proíbo de contar qualquer coisa aos dois!

Um homem mais corajoso do que Vernon Dursley teria se intimidado com o olhar furioso que Hagrid lhe deu; quando Hagrid falou, cada sílaba tremia de raiva.

– Você nunca contou? Nunca contou o que Dumbledore deixou escrito naquela carta para eles? Eu estava lá! Eu vi Dumbledore deixar a carta, Dursley! E você escondeu deles todos esses anos?

– Escondeu o que de nós? - perguntou Harry, ansioso. Evanna estava começando a entender sobre o que o tio e Hagrid estavam falando.

PARE! EU O PROÍBO!– gritou tio Vernon em pânico.

Tia Petúnia deixou escapar um grito sufocado de horror.

– Ah, vão tomar banho, vocês dois - disse Hagrid. - Harry, Evanna, vocês são bruxos.

O casebre mergulhou em silêncio. Ouviam-se apenas o mar e o assobio do vento.

– Nós somos o quê? - ofegou Harry

– EU SABIA! - gritou Evanna, saindo do seu transe e comprovando o que sempre pensara.

– O quê?

– SEMPRE SOUBE!

– Desde quando, Anna?

– DESDE SEMPRE! AGORA TA TUDO EXPLICADO! HAHAHAHAHAHA CHUPA, DUDA!

– TE AQUIETA GURIA!

– Ok, Harry, ok.

– Voltando ao assunto, nós somos o quê? - perguntou Harry, voltando seu olhar para Hagrid, Evanna revirou os olhos.

– Aff, Harry, tá surdo? - perguntou ela.

– Bruxos, é claro - repetiu Hagrid, recostando-se no sofá, que gemeu e afundou ainda mais -, e bruxos de primeira, eu diria, depois que receberem um pequeno treino. Com uma mãe e um pai como os seus, o que mais vocês poderiam ser? E acho que já está na hora de vocês lerem suas cartas.

– AE, FINALMENTE VOU LER ESSA BOSTA! - sim, essa foi Evanna completamente "normal" em seu próprio jeito de ser.

Os gêmeos estenderam suas mãos finalmente para receberem os envelopes meio amarelos, endereçados em tintas verdes para Sr. H. e Sra. E. Potter, O Soalho, Casebre-sobre-o-Rochedo, O Mar. Evanna puxou sua carta primeiro e leu:

Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts

Diretor: Albus Dumbledore

(Ordem de Merlim, Primeira Classe, Grande Feiticeiro, Bruxo Chefe, Cacique Supremo, Confederação Internacional de Bruxos)

Prezada Srta. Potter,

Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários. O ano letivo começa 1 de setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.

Atenciosamente,

Minerva McGonagall

Diretora Substituta

As perguntas explodiam na cabeça de Harry como fogos de artifício, diferente da irmã, que a cabeça explodia de somente felicidade e excitação, ambos não conseguiam decidir o que perguntar primeiro. Passados alguns minutos, Harry gaguejou:

– O que querem dizer com "estão aguardando a(s) nossa(s) coruja(s)"?

– Gárgulas galopantes! Isto me lembra uma coisa - disse Hagrid, batendo a mão na testa com força suficiente para derrubar um cavalo, e de outro bolso interno do casaco tirou uma coruja, uma coruja de verdade, viva, meio arrepiada, uma longa pena e um rolo de pergaminho. Com a língua entre os dentes, ele rabiscou um bilhete que os gêmeos puderam ler de cabeça para baixo:

"Prezado Sr. Dumbledore,

Entreguei as cartas a Harry e Evanna. Vou levá-los amanhã para comprar o material. O tempo está horrível. Espero que o senhor esteja bem.

Hagrid."

Hagrid enrolou o pergaminho, entregou-o à coruja, que o prendeu no bico, depois ele foi até a porta e lançou a ave na tempestade. Quando voltou, sentou-se como se aquilo fosse tão normal quanto pegar o telefone.

Evanna percebeu que a boca do irmão abrira, deu uma leve risada e levantou o queixo dele, fazendo com que ele ficasse corado, fazendo a irmã rir de novo.

– Onde é que eu estava? - disse Hagrid, mas, naquele momento, tio Vernon, ainda cor de cera, mas parecendo muito furioso, adiantou-se até a luz da lareira.

– Eles não vão - falou.

Hagrid resmungou.

– Eu gostaria de ver um grande trouxa como você impedi-los - respondeu.

– Um o quê? - perguntaram os irmãos, interessados.

– Um trouxa - disse Hagrid -, é como chamamos gente que não é mágica como nós. E vocês tiveram o azar de serem criados na família dos maiores trouxas que já vi na minha vida.

– Acredite, eles são piores do que você pode pensar. - disse Anna.

– Juramos quando os aceitamos que poríamos um fim nessa bobagem - disse tio Vernon -, juramos que erradicaríamos isso neles. Bruxos, francamente!

– Você sabia? - perguntaram Anna e Harry juntos. - Você sabia que nós somos... bruxos?

– Sabia! - guinchou tia Petúnia de repente. - Sabia! Claro que sabíamos! Como poderiam não ser, a maldita da minha irmã sendo o que era? Ah, ela recebeu uma carta igual a essas e desapareceu, foi para aquela... aquela escola... e voltava para casa nas férias com os bolsos cheios de ovas de sapo, transformando xícaras em ratos. Eu era a única que a via como ela era... um aborto da natureza! Mas para a minha mãe e meu pai, ah não, era Lily isso e Lily aquilo, tinham orgulho de ter uma bruxa na família!

Ela parou para suspirar profundamente e aí continuou seu discurso. Parecia que estava querendo dizer aquilo havia anos.

– Então ela conheceu Potter na escola e eles saíram de casa, casaram e tiveram vocês, e é claro que eu sabia que vocês iam ser iguais, esquisitos, anormais, e então ela vai e me faz explodir e nos deixar entalados com vocês!

Os irmãos se olharam e ficarem muito brancos. Assim que encontraram a voz, disseram:

– Se explodir? Você nos disse que eles morreram num acidente de carro!

ACIDENTE DE CARRO!– rugiu Hagrid, erguendo-se com tanta raiva que os Dursley voltaram correndo para o canto da sala. - Como é que um acidente de carro poderia matar Lily e James Potter? Isto é um absurdo! Um escândalo! Harry e Evanna Potter não conhecerem a própria história, quando qualquer pessoa no mundo conhecem os nomes deles!

– Mas por quê? O que aconteceu? - perguntou Anna com Harry, ansioso, ao seu lado.

A raiva desapareceu do rosto de Hagrid. Ele pareceu repentinamente aflito.

– Eu nunca esperei isso - disse numa voz contida e preocupada. - Eu não fazia ideia do quanto vocês desconheciam, quando Dumbledore me disse que eu poderia ter problemas para encontrá-los. Ah, Harry, Evanna, não sei se sou a pessoa certa para lhes contar, vocês não podem viajar para Hogwarts sem saberem.

Ele lançou um olhar feio aos Dursley.

– Bom, é melhor vocês saberem o que eu puder lhes contar, mas não posso lhes contar tudo, é um grande mistério, algumas partes...

Ele se sentou, fitou o fogo durante alguns segundos e então falou:

– Começa, eu acho, com... com uma pessoa chamada, mas é incrível vocês não saberem o nome dele, todo o mundo no nosso mundo sabe...

– Quem?

– Bom, não gosto de dizer o nome dele se puder evitar. Ninguém gosta.

– Por que não?

– Gárgulas vorazes, gêmeos, as pessoas ainda estão apavoradas. Droga, como é difícil. Olha, havia um bruxo que virou... mau. Tão mau quanto alguém pode virar. Pior. Pior do que o pior. O nome dele era...

Hagrid engoliu em seco, mas não conseguiu falar nada.

– Sabe, o medo de falar o nome de uma coisa, só aumenta o nosso medo por ela. Por que você não tenta escrever? - disse Anna, sabiamente. As frases "filosóficas" dela vem e vão. Ela é muito mais esperta do que aparenta.

– Não, não sei soletrar o nome dele. Está bem, Voldemort. - Hagrid estremeceu. - Não me faça repetir. Em todo caso, esse... esse bruxo, faz uns vinte anos agora, começou a procurar seguidores. E conseguiu, alguns por medo, outros porque queriam ter um pouco do poder dele, sim, porque ele estava ficando poderoso. Dias funestos, gêmeos, ninguém sabia em quem confiar, ninguém se atrevia a ficar amigo de bruxas ou bruxos desconhecidos... Coisas horríveis aconteciam. Ele estava tomando o poder. É claro que algumas pessoas se opuseram a ele, e ele as matou. Terrível. Um dos únicos lugares seguros que restaram foi Hogwarts. Acho que Dumbledore era o único de quem Você-Sabe-Quem tinha medo. Não ousou se apoderar da escola, não no começo, pelo menos.

"Ora, a mãe e o pai de vocês eram os melhores bruxos que eu já conheci. Primeiros alunos em Hogwarts no seu tempo! Suponho que o mistério era por que Você-Sabe-Quem nunca tentou convencer os dois a se aliar a ele antes... provavelmente sabia que eram muito chegados a Dumbledore para querer alguma coisa com o lado das Trevas.

"Talvez ele achasse que podia convencê-los... talvez quisesse tirar os dois do caminho. Só o que sabemos é que ele apareceu na vila em que vocês estavam morando, num dia das bruxas, faz dez anos. Na época vocês só tinham um ano. Ele foi à casa de vocês e... e..."

Hagrid puxou depressa um lenço muito sujo e manchado e asoou o nariz, fazendo o barulho de uma buzina de nevoeiro.

– Desculpe - disse. - Mas é muito triste, conheci sua mãe e seu pai e não podia existir gente melhor, em todo o caso...

"Você-Sabe-Quem matou os dois. E então, e esse é o verdadeiro mistério da coisa, ele tentou matar vocês. Queria fazer o serviço completo, acho, ou então tinha começado a gostar de matar. Mas não conseguiu. Vocês nunca se perguntaram como arranjaram essa marca na testa? Elas não foram cortes normais. Isso é o que se ganha quando um feitiço poderoso e maligno atinge a gente; destruiu os seus pais e até sua casa, mas não fez efeito em vocês, e é por isso que vocês são famosos, gêmeos. Ninguém nunca sobrevivia depois que ele decidia matá-lo, ninguém a não ser vocês, e ele já havia matado alguns dos melhores bruxos da época, os McKinnon, os Bone, os Prewett, e vocês eram apenas bebês, e sobreviveram."

Algo muito doloroso passou pela cabeça dos irmãos. Quando a história de Hagrid ia terminando, eles viram de novo um lampejo ofuscante de luz verde, com mais clareza do que se lembravam antes - e se lembraram de mais uma coisa, pela primeira vez na vida - uma risada alta, fria e cruel.

Hagrid os observava com tristeza.

– Eu mesmo os retirei da casa destruída, por ordem de Dumbledore. Trouxe vocês para essa gente...

– Um monte de baboseiras antigas - disse tio Vernon.

Os gêmeos se assustaram e se olharam, quase esqueceram que os Dursley estavam ali. Tio Vernon, sem dúvida, tinha recuperado a coragem. Olhava ameaçador para Hagrid e tinha os punhos fechados.

– Agora, ouçam aqui, moleques - vociferou -, aceito que vocês sejam meio estranhos, provavelmente nada que uma boa surra não pudesse ter curado, e quanto aos seus pais, bem, eles eram excêntricos não há como negar, e o mundo está melhor sem eles, receberam o que mereciam por se meter com essa gente dada as bruxarias, foi o que previ, iam acabar mal.

Mas naquele instante, Hagrid ergueu-se de um salto do sofá e puxou um guarda-chuva cor-de-rosa e arrebentado de dentro do casaco. Apontou-o como uma espada para tio Vernon e disse:

– Estou lhe avisando, Dursley, estou lhe avisando, nem mais uma palavra...

Ameaçado de ser furado pela ponta de um guarda-chuva por um gigante barbudo, a coragem de tio Vernon fraquejou outra vez; ele se achatou contra a parede e ficou em silêncio.

– Assim está melhor - disse Hagrid, arquejando e tornando a se sentar no sofá, que desta vez afundou de vez até o chão.

Harry, nesse meio tempo, continuava a ter perguntas a fazer, centenas delas, ao contrário de sua irmã, que parecia já ter entendido tudo que Hagrid havia falado, porém, parecia que tinha uma dúvida restante.

– Mas o que aconteceu ao Vol ... desculpe ... quero dizer, Você-Sabe-Quem? - perguntou Anna, trazendo a atenção de Hagrid e Harry para ela.

– Boa pergunta, Evanna. Desapareceu. Sumiu. Na mesma noite em que tentou matar você e o seu irmão. O que faz vocês ainda mais famosos. É o maior mistério, entendem... ele estava ficando cada dia mais poderoso, por que foi embora?

"Tem quem diga que ele morreu. Besteira, na minha opinião. Não sei se ainda tinha humanidade suficiente para morrer. Tem quem diga que ainda está lá fora esperando, ou coisa parecida, mas não acredito. Gente que estava do lado dele voltou para o nosso. Uns pareciam que estavam saindo de uma espécie de transe. Acho que não teriam feito isso se ele fosse voltar.

"A maioria de nós acha que ele ainda anda por aí, mas perdeu os poderes. Está fraco demais para continuar. Porque alguma coisa em vocês dois acabou com ele, Evanna, Harry. Aconteceu alguma coisa, naquela noite, com que ele não estava contando, eu não sei o que foi, ninguém sabe, mas alguma coisa em vocês o aleijou, para valer."

Hagrid fitou Anna e Harry com calor e respeito iluminando seus olhos, mas Harry, em vez de se sentir contente e orgulhoso, teve a certeza de que tinha havido um terrível engano. Bruxo? Ele? Como era possível? A irmã tudo bem, ela seria mais óbvio de que é uma bruxa, mas ele? Passara a vida dominado por Duda, protegido pela irmã e infernizado junto da irmã por tia Petúnia e pelo tio Vernon; se era realmente um bruxo, por que ele não tinham se transformado em sapos toda vez que tentaram prender ele e a irmã no armário? Se uma vez derrotara o maior feiticeiro do mundo, junto de Evanna, como é que Duda sempre pudera chutar os dois, mais Harry, para cá e para lá como se fosse uma bola de futebol?

Já Evanna pensava diferente do irmão, para ela tudo estava mais claro e fazia mais sentido. Todas as coisas inexplicáveis que ela e Harry faziam, que sempre os puseram dentro do armário. Todas as conclusões dela significavam alguma coisa, e não era bobagem. Ela finalmente iria para um lugar onde não seria tachada de louca. No mal sentido. Porque louca ela já é.

– Rúbeo - disse Harry calmo atraindo a atenção da irmã -, acho que você deve ter cometido um engano. Acho que não posso ser bruxo.

Para a surpresa de Harry, sua irmã e Hagrid se olharam e deram uma risada abafada.

– Não é bruxo, hein? Nunca fez nada acontecer quando estava apavorado ou zangado? Porque, pelo visto, sua irmã já se deu conta da verdade, do que ela e você realmente são não é, Evanna? - perguntou Hagrid à Anna.

– Óbvio que sim, antes eu só desconfiava, mas agora tenho total certeza de que tinha razão ! - disse Evanna - Ah, e me chame de Anna, Hagrid, quando falam ' Evanna ' parece que estão brigando comigo, não que eu me importe realmente. - completou.

Harry se desviou da conversa para pensar na pergunta de Hagrid, olhou para o fogo. Pensando bem... cada coisa estranha que deixara os tios furiosos tinha acontecido com eles, Harry e Anna, estavam perturbados ou com raiva... perseguidos pela turma de Duda, puseram-se de repente fora do seu alcance... receosos de ir para a escola com aqueles cortes ridículos, conseguiram fazer os cabelos crescerem de novo... e da última vez que Duda batera neles, não fora à forra sem perceber que estava fazendo isto ? Não mandaram uma cobra atacá-lo ?

Harry olhou para Evanna e para Hagrid, sorrindo, e viu que eles riam abertamente para ele.

– Viu ? - disse Hagrid, com Anna rindo ao seu lado. - Harry Potter não é bruxo ? Esperem, vocês dois vão ser famosos em Hogwarts.

Mas tio Vernon não ia ceder sem brigar.

– Eu já não disse que eles não vão ? - sibilou. - Eles vão para a escola secundária local e vão me agradecer por isso. Li aquelas cartas e dizem que eles precisam de um monte de lixo... livros de feitiços, varinhas mágicas e...

– Se eles quiserem ir, um trouxão como você não vai poder impedir - resmungou Hagrid, raivoso - Impedir os filhos de Lily e James Potter de ir para Hogwarts! Você enlouqueceu. Eles estão inscritos desde que nasceram. Vão frequentar a melhor escola de bruxos e bruxedos do mundo. Sete anos lá e eles nem vão se reconhecer. Vão estudar com pessoas iguais a eles, para variar, e vão estudar com o maior mestre que Hogwarts já teve, Alvo Dumbled...

NÃO VOU PAGAR A NENHUM VELHO BIRUTA E PATETA PARA ENSINÁ-LOS A FAZER MÁGICAS!– gritou tio Vernon.

Mas ele finalmente fora longe demais. Hagrid agarrou o guarda-chuva e girou-o por cima da cabeça.

NUNCA– trovejou - INSULTE... ALBUS DUMBLEDORE....NA...MINHA FRENTE!

– TRETA! TRETA! - gritou Evanna sabe-se-lá-de-onde.

Hagrid girou o guarda-chuva no ar baixando-o até apontar para Duda - houve um lampejo de luz violeta, o estalo de uma bombinha, um grito agudo e, no segundo seguinte, Duda estava dançando no mesmo lugar com as mão apertando a barriga banhuda, guinchando de dor. Quando Duda virou de costas, os gêmeos viram um rabo de porco enroscado saindo de um buraco nas calças dele.

Tio Vernon urrou. Puxando tia Petúnia e Duda para o quarto, lançou um último olhar aterrorizado a Hagrid e bateu a porta ao sair, enquanto Evanna estava quase caindo no chão de tanto rir.

Hagrid olhou para o guarda-chuva e coçou a barba.

– Não devia ter perdido as estribeiras - disse arrependido -, mas em todo o caso saiu errado. Queria transformá-lo em porco, mas acho que ele já parecia tanto com um que não pude fazer muita coisa.

Isso bastou para Anna cair no chão, as lágrimas de risos já estavam saindo de seus olhos (N/A: Não, jura... ?).

– Sério, eu te adoro Hagrid - disse entre os risos. - Esse foi o melhor presente de aniversário de TODOS ! - e voltou a rir. Depois de alguns minutos, se levantou rindo, junto dos outros dois. Hagrid olhou de esguelha para os irmãos, por baixo das sobrancelhas peludas.

– Fico agradecido se não contarem isso para ninguém em Hogwarts - falou. - Não, hum, tenho permissão para fazer mágicas, rigorosamente falando. Permitiram que eu fizesse alguma coisa para seguir vocês e entregar as cartas e coisas assim, uma das razões por que eu queria tanto este trabalho.

– Por que você não pode fazer mágicas? - perguntaram os gêmeos juntos.

– Ah, bom... eu estive em Hogwarts , mas... hum... fui expulso, para falar a verdade. No terceiro ano. Eles partiram a minha varinha ao meio e tudo o mais. Mas Dumbledore me deixou ficar como guarda-caça. Grande sujeito o Dumbledore.

– Por que você foi expulso?

– Já está ficando tarde e temos muito o que fazer amanhã - disse Hagrid em voz alta. - Temos que ir à cidade. comprar os seus livros e etcétera.

Ele tirou o grosso casaco preto e atirou-o na cabeça dos irmãos.

– Podem ficar com ele. Não se assustem se ele se mexer um pouco, acho que ainda tenho um dos ratos do campo em um dos bolsos.


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Notas finais do capítulo

FUI! bjão do do veado nao veado