Capítulo 8 - The Morning After

Os raios dourados de sol adentravam as janelas do quarto de Loki. As cortinas leves dançavam com a brisa suave que trazia o aroma das rosas no jardim. Uma pequena pétala é carregada pelo vento e repousa delicadamente no ombro desnudo de Krisca. A elfa dormia confortavelmente no peito de Loki. Como se aquele doce toque a acordasse, Krisca aperta os olhos e boceja; olha a cama e observa Loki dormindo suavemente. Analisa cada linha de seu rosto, cada detalhe bem desenhado. Ela acaricia a face de Loki e levanta. Pega um hobby de seda púrpura e o veste, deixando os cabelos caírem em cascata nas costas. Krisca olha para seu amado e percebe que ele não moveu um único músculo desde que ela levantou. Decide, então pegar a harpa, sua mais querida amiga desde que chegou lá, e toca uma melodia suave. Conforme a música se prolonga, Loki começa a mexer os olhos por debaixo das pálpebras ligeiramente, esboçando um gracioso sorriso ao perceber que era Krisca quem tocava.

–Ah... essa canção....

–Bom dia....

–Desculpe... Bom dia, Krisca. -ele se senta e dá um beijo carinhoso no rosto.

–Dormiu bem? -ela sorri com um certo tom de malicia.

–Como um rei deve dormir... -aproxima-se dela - Ao lado de uma verdadeira rainha. -mordisca a orelha da elfa.

–Bom saber... bom saber... -Krisca o beija.

–Ainda me pergunto se a noite de ontem foi real... -ele olha fixamente o rosto dela, suspirando com prazer. Krisca abre o hobby discretamente e mostra sua nudez.

–Você ainda duvida?

–Uuuhhh.... Não... acredito plenamente em você. -ambos sorriem. Porém, subitamente, o clima fica mais sério.

–Loki, vocês espera que um dia meu exílio acabe?

–Eu acredito que sim. Mas, até lá, pretendo que você já seja minha rainha.

–O que?

–Isso que ouviu. Eu quero você ao meu lado pra governar Asgard, Krisca.

–Mas e seu pai?

–Ele ainda esta no Sono de Odin. Por isso estou no poder. Thor decidiu ficar em Midgard com Jane... Então o herdeiro mais próximo sou eu. -ele sorri.

–E depois que ele despertar?

–Depois, ele voltará a governar. Você deixará de ser rainha, mas ainda assim, será a MINHA mulher. Isso.... -ele respira profundamente - "basta" pra você?

–Mas é claro! -Loki sorri pra ela.

–Ótimo. -ele a beija na testa e se levanta, parando diante dela com as mãos estendidas.

–Onde vamos?

–Tomar o banho, oras!

–Huun... "banho" não é?

–Bom, se tem água, espuma, sabão... continua sendo banho. Mas... -ele se ajoelha, coloca uma mecha de cabelo atras da orelha de Krisca - ... se temos isso e mais um casa.. então temos o que falei, "o banho".

–Preciso urgentemente do banho! -Ela levanta de supetão.

Mais tarde, Krisca havia passado a tarde conhecendo e conversando com Frigga, sua mais nova amiga e confidente. Loki andou pelos corredores do Salão asgardiano e sorriu ao ver Krisca e Frigga conversando tão amigavelmente. O deus se dirigiu até sua Biblioteca Particular, fechou as portas e começou a vasculhar alguns livros e documentos. Nisso, ele sente uma presença na sala.

–Boa tarde, Loki. -Um homem misterioso estava na parte mais penumbrosa da sala.

–Ahn? Quem é você? - Loki estreita os olhos e repara se tratar de um criado. - O que faz aqui, criado? Essa é uma sala particular!

–Loki! Que coisa feia! Não reconhece um velho amigo? - O homem da alguns passos a frente.

–Amigo? Eu não tenho tanta amizade assim com meus criados!

–Tem certeza disso...? -O homem, sem parar de andar, revela aos poucos sua real forma. Loki quase congela ao perceber quem se trata.

–Inadak!!!

–Ah, parabéns! Merece o maior prêmio... - Inadak pára diante do deus.

Inadak era o braço direito do rei de Svartalfheim, o reino dos Dark Elves. Há anos atras, Loki havia ensinado a eles as mais variadas formas de magia que conhecia, inclusive de transformação. Tudo isso em troca de poderio militar e exércitos poderosos e invencíveis.

–O que quer aqui? -Loki começa a falar com uma postura mais fragilizada pelo medo que tem por Krisca.

–Na na nao... pergunta errada... -Inadak se aproxima balançando o indicador com um sinal negativo- A pergunta é... COMO e PORQUE ela veio pra cá? - Os olhos do elfo transbordavam ódio.

–Ela???

–Sim, Loki... Sua doce e amada princesinha de Alfhein... KRISCA!!! - Loki estava sem palavras. - Ficou mudo, florzinha?

–D-diga logo o que quer e vá embora!

–O que EU quero? hehehehe... Vocês esqueceu que sua aliança não é apenas comigo, não é?

–Nao...

–Loki... Loki... -ele encara Loki com ironia- O mesmo sentimento que enfraqueceu seu irmão e o fez deixar o trono está brincando com sua razão... tsc tsc... patético!

–Desembuche, Inadak! -Loki fala com raiva daquele lenga-lenga.

–Bom, agora que os Dark Elves sabem da presença de Krisca aqui, você sabe que a guerra está declarada, não é? - O deus engole em seco.

–Eu.. pretendo levar essa luta até o fim!

–Oowwn... Que gracinha. Deixe de ser tolo, Loki! Você não percebe o que eu venho te oferecer?

–Oferecer?

–Sim... Escute com atenção. -ele joga o braço sobre os ombros de Loki - Eu continuo sendo seu amigo.. você é um cara legal - dá um soquinho no peito dele- Eu quero te dar uma oportunidade de evitar essa guerra.

–Como?

–Simples. Devolva Krisca ao papaizinho!

–O que???

–Você ouviu! Preste atenção: Fale com o velho Jolnih para acabar com o banimento da elfinha, deixe-a em Alfhein e nunca mais a veja! Finito! A guerra será cancelada!

–Não! Eu quero levar essa guerra até o fim!!!

–Hehehehe... Você não entendeu, Loki.... Isso não é uma escolha... é uma ordem. -Inadak aproxima seu rosto ao de Loki de maneira ameaçadora - Leve Krisca de volta ao pai e nunca mais a veja ou senão nós iremos matá-la!

–Ahhn!!! - O deus não evita a estupefação em pensar na morte da elfa, levando a mão ao peito como se houvessem arrancado seu próprio coração.

–Parece que você entendeu, Loki. -Sorri irônico. - Você tem uma semana pra fazer o que mandei. Se não cumprir, Krisca terá seu fim. - Inadak volta para a penumbra que havia saido, sumindo na escuridão.