(Isabella)

Levantamo-nos perto das sete horas. Eu e Petrus descemos para tomarmos o pequeno-almoço. Catarina ainda me tentou persuadir a trocar de companheiro de viagem, mas não adiantou de muito. Partimos à hora combinada. A meio da manhã fizemos uma pequena paragem para lancharmos alguma coisa. Tínhamos levado os mantimentos essenciais, não íamos para nenhuma jornada. Havia de ser por volta da uma hora da tarde quando paramos numa grande planície que se encontrava entre as montanhas e a floresta. Sentamo-nos debaixo de uma alta árvore com uma copa de um diâmetro incrível.

— Bem, toda a comida que eu e a Catarina trouxemos é ocidental, não sei se vocês vão gostar. – disse.

— Eu não estou habituado a comer esse tipo de comida, acho que vou à caça. – Kiba transformou-se novamente e dirigiu-se para as montanhas.

Zach estava, no que se habitualmente se diz, “de trombas”. Durante toda a viagem, nas paragens que fizemos, não dissemos uma única palavra. Por incrível que possa parecer, sentou-se perto de nós, ao lado de Catarina. Tiramos as sandes das nossas mochilas e distribuímos. Petrus estava a meter-se comigo.

— Oh rapazinho, vê se páras. Estou quase a entalar-me com a comida!

— Pronto, pronto, eu paro. – disse Petrus a rir-se.

— Não ligues, já sabes que ele é assim. – disse Catarina, sarcástica.

— Como é que podes dizer isso? – perguntou Zach, muito secamente.

Mas porque é que ele estava a começar aquela conversa? Onde é que ele queria chegar? Muito secamente, também, Catarina respondeu:

— Porque já conheço o Petrus há muito tempo.

— Humph, menina mimada como és, tenho a certeza que nunca sofreste na mão de alguém, principalmente de um homem. – disse olhando-a furiosamente.

As lágrimas, retidas, caíram. Estava sem ação. Ele não era ninguém para lhe dizer aquilo, muito menos sem saber o seu passado. Catarina levantou-se e correu desenfreadamente. Estupefacta, olhei para Petrus. Este deu-me um beijo ao de leve na testa e deu-me sinal para seguir Catarina. Ao levantar-me, soube-me tão bem olhar Zach de alto, com raiva. Ele não tinha quaisquer direitos de falar dela assim. Corri na direção contrária à floresta. Encontrar aquela rapariga não era nada fácil e ele tocou na ferida, talvez uma ferida que ainda não tivesse curado totalmente. A montanha tinha várias cavernas, mas acho que ela não tinha tido tempo suficiente para escalar. No entanto, não podia dizer nada, aquela rapariga era capaz de certas proezas…