Scars Of Love escrita por Simi


Capítulo 42
Capítulo 41


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores! :)
É verdade, estou a postar com um dia de atraso, mas tal deve-se a questões pessoais. Desde já, as minhas desculpas u.u
Temos hoje um capítulo emocionante, espero que gostem!
Boa leitura! ^^



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(Isabella)

Depois de jantarmos e de uma longa conversa e risos, subi para vestir algo. Vesti-me com um estilo trendy, uns shorts e uma camisola larga, nada muito extravagante, aliás, só íamos ao pontão da praia, não íamos a nenhum concerto ou algo que se parecesse. Quando desci, Petrus estava sentado no chaise longue e Catarina estava à minha espera sentada na soleira de uma das grandes janelas.

— Oh tola, vamos?

— Ah, já estás aí… ‘Bora!

Petrus olhou para trás e piscou-me o olho. Retribui e saímos. Já a meio do caminho, Catarina perguntou:

— Estás a namorar novamente com o Petrus?

— Não digo que seja namorar, mas estamos a avançar aos poucos. Acho que o nosso relacionamento só vai ficar devidamente sólido quando tudo isto terminar…

— Deves ter razão, mas espero bem que aquilo não se torne a repetir.

— Por muito que magoe, eu sei e tenho perfeita noção de que pode vir a acontecer, mas tenho feito os possíveis para que aconteça o contrário. A Valéria não deve ter ficado em muito bom estado desde o nosso último confronto. Ela não deve voltar tão cedo.

— Será que ela morreu ou está a recuperar em algum lado? Escondeu-se, talvez?

— Eu tenho quase a certeza de que ela não morreu…

— Como é que sabes? – Catarina ficou curiosa.

— Não sei, apenas o sinto. – apesar de tudo, era algo baseado no meu instinto.

Debruçadas no frio corrimão de metal polido, observamos o mar em silêncio. A noite estava um tanto quente, mas agradável. Os nossos longos cabelos bailavam ao bom sabor da brisa. Àquela hora ainda se podia ver um pouco o sol, pois este ainda não se tinha posto completamente. Ainda pouco se notava a Lua, aliás, naquele momento parecia uma pequena nuvem, mas dava para ver que daqui a uns dias iria estar Lua Nova. Ao olhar a Lua lembrei-me do Punhal. Ao início fiquei um pouco aflita, pois como costumava andar de calças ou algo assim dava sempre para esconde-lo mas com calções era um pouco mais complicado. Ao abrir a pequena bolsa tiracolo de pele trabalhada que tinha levado comigo fiquei muito mais descansada. Ao ver-me suspirar, Catarina ficou intrigada.

— Então rapariga, que se passa? – perguntou.

— Nada, está tudo bem. Eu pensei que não tinha trazido o Punhal.

— Mas agora tens que andar sempre com isso?

— Cada vez estou mais certa disso…

Uma rajada de vento forte trouxe imensas nuvens. Estava nortada, os nossos longos cabelos estavam a ficar cada vez mais despenteados. O vento era gelado, o céu ficou cinzento e coberto de nuvens. Numa grande e ofuscante luz branca, Luther apareceu. Devido ao vento e à luz, tivemos que tapar os nossos olhos com os braços. Ele sabia escolher as ocasiões. Naquele momento, as ruas estavam desertas. Ele gaguejava qualquer coisa, mas eu não conseguia perceber o quê. Nas suas mãos, duas esferas de luz apareceram. Pequenos raios eram libertados pelas esferas. Juntou-as numa só. Retirei rapidamente o Punhal da bolsa.

— Catarina! – tentei chama-la, mas aquele vento não ajudava nem um bocadinho. – Vem para aqui!

Parece que, ao olhar para mim, ela conseguiu ler os meus lábios e aproximou-se. Luther estava a preparar-se para nos atirar aquelas esferas. Olhei para o céu. O sol já se tinha posto completamente e a Lua estava a tornar-se cada vez mais visível.

— Bella, o que é que estás a pensar fazer? – com aquela ventania era bastante difícil percebermo-nos.

— Confias em mim, não confias?

Anuiu. Juntamente com um grito, Luther lançou uma das suas bolas de luz na nossa direção. O Punhal Lunar pulsava na minha mão. Provavelmente estava a avisar-me do perigo. Olhei para a Lua e gritei:

— Luna! – cravei o Punhal no chão.

A Lua brilhou com mais intensidade e os seus raios, absorvidos pelo Punhal, formaram uma barreira que nos envolveu. Podia ver os raios lunares que se encontravam no interior do cabo de safira, a remexer-se irrequietamente com vontade de sair e destruir o inimigo. A bola de luz, ao embater na barreira, fez com que os seus pequenos raios, que pareciam ser eletricidade, combateram com os raios lunares, o que deu uma grande explosão. A tatuagem que me mantinha ligada a Petrus, que até então tinha estado completamente negra, começou a voltar à sua cor normal, ao seu belo azul. Brilhava. Sentia-me feliz. Dentro da barreira, o vento e a luz que estavam no exterior não nos afetava e conseguíamos falar razoavelmente bem.

— Bella, estás bem?

Na realidade, a barreira formada pelo Punhal não era fácil de manter.

— Estou, não te preocupes. Mas precisamos de afasta-lo.

— Eu não trouxe a minha espada, não tenho armas.

— Também não pretendo combate-lo assim. Nós as duas rebentamos com um armazém, lembras-te?

— Se me lembro… – disse sorrindo.

— Então, também podemos “rebentar” com ele.

— Não me digas que tu estás a pensar…

— Eu não estou a pensar, eu vou fazer! – disse com um sorriso no rosto.

Ditas estas palavras, a minha Gibson Les Paul violeta apareceu-me nas mãos.

— Eu inicio com a bateria, Bella.

Anui. A sua grande Yamaha apareceu. A barreira teve de se expandir devido ao tamanho e volume dos instrumentos.

— Tratas das guitarras e da voz como sempre, não é?

— Não me faças perguntas retóricas, Catarina! – já não me sentia tão concentrada há um bom tempo.

— Entendido!

Dado o sinal das baquetas, as outras guitarras necessárias apareceram. Enquanto dedilhava a guitarra principal, estava a dedilhar também as outras. Fizemos uma entrada mais longa do que a música original. Enquanto isso, Luther olhava-nos com raiva e ódio. De certeza de que aquela letra faria sentido para ele.

“Now I know
that I can't make you stay
But where's your heart?
But where's your heart?
But where's your...
And I know there's nothing I can say
To change that part
To change that part
To change...
So many bright lights that cast a shadow
But can I speak
Well, is it hard understanding?
I'm incomplete
A life that's so demanding
I get so weak
A love that's so demanding
I can't speak”

O poder da minha voz, o poder da batida da bateria de Catarina, juntamente com as minhas guitarras, parecia estar a causar-lhe alguns distúrbios. As palavras pareciam estar a fazer sentido para ele. Porém, aquelas palavras pareciam fazer sentido para mim também, mas no momento não percebi o porquê. Ficou imóvel, mas mesmo assim, continuamos.

“I am not afraid to keep on living

I am not afraid to walk this world alone

Honey, if you stay, I'll be forgiven

Nothing you can say could stop me going home

Can you see my eyes are shining bright?

'Cause I'm out here on the other side

Of a jet black hotel mirror

And I'm so weak

Is it hard understanding?

I'm incomplete

A love that's so demanding

I get weak”

My Chemical Romance-“Famous Last Words”

A luz que o envolvia começou a desvanecer-se, mas a sua aura maligna mantinha-se. Terminamos de tocar, mas mantive a barreira do Punhal.

— Bella, consegues aguentar?

— Consigo… – ofegava cada vez mais.

Ele estava a murmurar e a gaguejar qualquer coisa novamente.

— Consegues perceber o que ele está para ali a dizer?

— Catarina, eu ainda não tenho ouvidos de cão.

— Pronto, pronto, já nem pergunto mais nada.

A nortada continuava, a luz que Luther emanava enfraquecia cada vez mais. Desta vez não foram esferas de luz que apareceram nas suas mãos, mas sim as suas pequenas penas se tornaram shuriken’s de luz.

— Se eu tivesse aqui a minha espada… – murmurou Catarina.

— Ainda te consegues safar com os punhais e adagas, não consegues?

— Sim, por vezes faço treinos só com adagas.

— Vem aqui à minha bolsa e serve-te à vontade.

— Tu trazes a artilharia toda de casa?! Meu Deus, se és apanhada com isto na rua…

Não era, eu tinha os meus truques. A barreira não ia aguentar com aquelas shuriken’s todas. Tinha que fazer alguma coisa. Não queria chamar os Elementos. Se o fizesse, ele provavelmente arranjaria outra coisa para quebrar a barreira.

“O meu Dó agudo…” – pensei.

Ouvi pessoas a correr, a dirigirem-se para nós.

— Isabella! Isabella! Estás bem?

— Para dentro da barreira, já! – ordenei, olhando para trás.

Rita e Ana provavelmente tinham ficado em casa, já que só Simão e Petrus é que foram ter connosco. Já não eram necessários os punhais nem as adagas.

— Catarina, já não vai ser necessário lutarmos.

— Hein? Como assim?

— Única e simplesmente sugiro que tapem os ouvidos no momento em que Luther decidir lançar as shuriken’s.

Todos anuíram. Um Dó agudo não era muito agradável de ser ouvido num espaço pequeno. No momento em que lançou as shuriken’s, Luther murmurou, com dificuldade:

— Tu... tens que… ser minha…

Não consegui fazer a conta à quantidade de shuriken’s que foram lançadas, mas a sua quantidade chegava para cobrir toda a barreira. Comecei a preparar as minhas cordas vocais com notas mais baixas. À medida que as shuriken’s se aproximavam, eu subia de tom. Estavam todos estupefactos, embora eu não conseguisse perceber o porquê.

“É agora.” – pensei.

Olhei firmemente nos olhos de Luther e, no momento em que as shuriken’s estavam prestes a tocar na barreira, um longo, forte e agudo Dó fez-se ouvir. A minha voz não só fez com que as shuriken’s se tornassem pó, como também fez com que Luther ficasse imóvel, gemendo de dor. Após estar assim vários minutos, sem fazer qualquer movimento ou pronunciar qualquer palavra, Luther tornou-se numa grande esfera de luz. Nesse instante, sete esferas de fumo negro apareceram. Essas sete esferas negras transformaram-se em sete belas mulheres, umas mais novas que as outras, em que estava incluída Agnes.

“Aquelas mulheres só podem ser as Consortes de Luther.” – pensei.

Tinham vindo buscar o seu Lorde, o seu Mestre, o seu Dono. Não sei que tipo de pacto elas tinham para com ele, mas algo de bom não deveria ser. Uma aura demoníaca rodeava-as… Os seus olhares encontraram o meu. Transmitiam ódio. Todas juntas pegaram na sua esfera de luz e disseram, em uníssono, com raiva:

— Vingaremos o nosso Mestre!

Nesse preciso momento, desapareceram.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Já sabem, os reviews são os melhores amigos de um escritor! :3
Até ao próximo capítulo! ^^



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