(Kiba)

Depois de tudo ela ainda o amava. Eu nem segunda opção era. Mas ela nunca suspeitou dos meus sentimentos por ela, nem podia. Eu não me podia apaixonar por mulheres que não fossem da minha espécie, eu não me podia apaixonar por uma humana. Mas Isabella tinha aquela personalidade doce e ao mesmo tempo era muito arriscada, gostava do perigo. Senti lágrimas a cair nas minhas mãos.

“Eu?! A chorar?!” – pensei.

O meu pai se soubesse daquilo não ia gostar nada, embora o meu Rei já o soubesse. Senti o cheiro de um lobisomem. Levantei-me da pequena rocha e olhei para trás.

— Afinal não és um homem de palavra Kiba.

— Yuki… O que é que fazes aqui? – o meu coração parou por alguns segundos quando bati o meu olhar na sua figura.

— Vim visitar-te. Afinal vamo-nos casar daqui a dois meses ou já não te lembras? – fiquei sem palavras. Durante quase quatro meses que estive separado de Yuki, os meus sentimentos para com a Isabella tinham mudado, de um simples instrutor de defesa para um amor unilateral. Yuki tinha desaparecido completamente da minha cabeça. – Estás apaixonado por ela, não estás? – não a conseguia encarar, virei-lhe costas. – Tu sabes o que pode acontecer se o teu pai souber disto, não sabes?

— Sei… – disse quase num sussurro.

Era o que devia ser feito. Quando um lobisomem se apaixonava por uma pessoa que não fosse da sua espécie, só havia duas coisas a fazer, ou afastava-se ou então a pessoa por quem o lobisomem se tinha apaixonado tinha de ser aniquilada. Aquando nascidos, era tradicional a existência de casamentos arranjados, embora eu nunca tivesse concordado com tal coisa. Achava-o completamente absurdo. No entanto, eu não pude discordar deste casamento, porque ambos tínhamos nascido no mesmo dia. O resto do clã acreditou que estávamos destinados um ao outro e eu, como filho do chefe, tive de acatar.

— Tu vais contar-lhe Yuki? – perguntei, receoso.

— Não sei, mas o teu pai desconfia de alguma coisa.

“Não, isso não pode acontecer!” – pensei.

A imagem de Isabella morta, cheia de arranhões e tudo mais apareceu na minha cabeça…

— Eu vou falar com a Isabella. Provavelmente só vou ficar mais uns dias, o treino dela já está quase completo, só falta um último exame.

— Está bem. Por enquanto, não vou dizer nada ao teu pai, mas se as coisas se agravarem, eu não tenho como evitar.

Após estas palavras, tomou a sua forma animal e partiu. Tinha de voltar para casa e terminar com tudo o mais rápido possível…