People With Problems escrita por MrsHepburn, loliveira


Capítulo 32
Irmãs


Notas iniciais do capítulo

oi gente então he he he he esses ultimos caps ficaram meio parados mas agora que o fim tá chegando (e tá chegando mesmo, vai ter uns cinco capítulos ainda, só) vcs vão ter mais ação por assim dizer e eu vou responder os reviews ta a proposito eu AMEI os reviews do capítulo passado foram os mais bonitinhos e me fizeram chorar eu só to sem tempo de responder hoje e vou responder amanhã mas amo vcs de verdade, enfim espero que gostem, he bye



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Não foi um bom dia pra sentir falta de Danny. Mas como não controlo minhas emoções, aqui eu estou, esperando minha irmã chegar a qualquer momento, chorando por causa de Danny. Patética. 

E sozinha. Na praia, sozinha. Algo em ficar sozinha deixa tudo mais triste ainda, e eu estou me afogando em culpa, saudade e tristeza. Alguém, por favor, venha me dar um tapa. 

A questão é que agora que meu pai está meio fora de cena (posso pensar tranquilamente em algo pra dizer pra ele, sem sentir raiva ou algo do tipo), tenho tempo pra pensar nos outros problemas. E problemas que agora estão tão dolorosos quanto o meu pai era antes. Morte. Danny. Dover. Saber que se Danny não estivesse lá por mim, seu irmão estaria aqui. 

As vezes, me pego pensando no que ele pode estar fazendo agora. Se ele ainda pensa em abrir um spa, se ele está melhor (impossível), ou se ele pensa na gente. Não tenho ideia de onde está, como está, ao se ao menos ele ainda está vivo. Apesar do poema, fui respondida apenas com silêncio dele. E eu entendo isso, porque uma parte de mim sabe que eu mereço o silêncio, mas queria que ao menos ele dissesse, descontasse a raiva ou a mágoa ou falasse alguma coisa para mim, mesmo que isso pudesse doer mais. O silêncio dói muito mais. 

Minha cabeça está explodindo. Minha sorte é que o ar é puro e não pesado como na cidade grande, então meu nariz não fica mais congestionado do que já está por causa do choro. 

Eu deveria estar feliz pela minha irmã. E sentada aqui eu tento praticar meus sorrisos e expressões pra quando eu encontrar ela, só que  é tudo falso, e Mack me conhece. Vai saber se o sorriso for falso. Mas então, ela vai querer saber o que aconteceu. Não posso entristecê-la com problemas meus.

Não sei mais o que fazer. Tenho cinco minutos pra decidir. 

-Seu nariz está soando como um trator. -Dou um pulo, ouvindo a voz de Mack. Cinco minutos foram por água abaixo. Todo o meu possível plano foi por água abaixo. 

-Ei, Mack. -Ela vem até onde eu estou, em um bloco de pedra perto do mar, e me abraça.

-Tudo bem? -Não respondo. Não sei qual a coisa certa a se responder. -O.K, vou mudar de pergunta: você sabia que eu tenho um encontro? -Ela pergunta, casual, mas isso é o suficiente para minha atenção voltar para ela. Pelo menos por um três segundos.

-O quê? Com quem? Conheço? -Eu e Mack íamos para a mesma escola, e apesar de ela ser um ano mais nova, nós andávamos juntas por lá, já que minhas amigas gostavam dela, e as amigas de Mack sempre estavam ocupadas mas horas do almoço praticando xadrez ou algo assim. E nossa escola não era tão grande, então se tiver alguém lá interessado na Mack, eu saberia.

-Nope. Um garoto novo. Gunter.

-Gunter... wow... que nome...

-Não enche! Sua preconceituosa! Emerson não é o melhor dos nomes também! -Ela joga os braços para cima, e eu a encaro, perplexa, mesmo sabendo que ela está brincando. 

-Você. Defendendo um garoto. 

-Eu não estava defendendo o garoto, estava defendendo o nome dele. É diferente.

-É a mesma coisa. -Puxo ela de novo para um abraço, e a aperto mais que o necessário, até ela começar a reclamar. Afrouxo os braços um pouquinho, e ela me olha aliviada. 

-Eu só não te xingo porque você estava chorando. Por falar em chorar, por que você estava chorando? -Suspiro. Não ainda esconder dela agora. 

-Danny. -Não preciso dizer mais nada. Mack provavelmente já sabe. 

-Ah. É. É tão triste. -Ela diz, embora não esteja triste. Ela só está abalada. Mal conhecia eles.

-Sim. 

-Aposto que eles estão em um lugar melhor. Os dois. -Quase replico que não existe um lugar melhor que St. Mara, mas fico quieta. 

-É. 

-Então... Perry? -Ela pergunta, quando recolho meu óculos de sol para voltarmos para a casa. Olho parela de soslaio. 

-O que que tem Perry? 

-Kristin me contou umas coisas. -Vou matar a Kristin. -Como foi o beijo?

Quê?

-Beijo? -Ela me olha, com o olhar vazio.

-Vocês já se beijaram né?

-O que exatamente a Kristin te contou? 

-Que vocês agem como namorados. 

-A gente não se beijou. 

-Não vale mentir.

-Estou cem por cento séria. -Digo, enquanto passamos por galhos de árvores jogados na terra, e eu sujo todo meu tênis, assim como o tênis branquinho de Mack. Nossa mãe vai nos matar. 

-Tá me zoando? 

-Não. É sério.

-Qual é, sério? Ele ainda não te beijou? 

Penso em explicar, mas isso é uma coisa que Mack não ia entender. Ela nunca teve o coração partido por uma pessoa pra saber a hesitação de deixar outra pessoa chegar perto do seu coração. No nosso caso -meu e de Perry -nossos pais foram a causa dos corações partidos, o que agrava a situação, já que pais geralmente estão lá para te proteger do que pode partir seu coração. Decido explicar do jeito mais fácil:

-Estamos indo devagar. 

-Até uma tartaruga é mais rápida que vocês. Vocês se conhecem há doze semanas!

-Começamos a nos falar de umas semanas pra cá.

-E. Daí. 

-Podemos parar de falar de mim? 

-Sobre o que você quer falar? -Quero falar sobre Danny. Mas ela não vai entender. E isso me deixa mais triste, mas felizmente ela abre a boca. -Jesus Cristo, que plantinhas irritantes. -Ela diz, dando pulinhos para escapar das plantas rasteiras que prendem seu tornozelo. Quando chegamos na casa, suadas e cansadas, ela vai tomar um banho no meu quarto, e eu fico com o chuveiro do banheiro do lado de fora. Passo dez minutos na água quente, respirando forte, para me acalmar e conseguir aproveitar ao máximo todos os momentos com a minha irmã. Mas aí é que está o problema: quando você planeja, nunca dá certo. Não dá pra planejar aproveitar o momento. Tudo isso é inútil, então, quando percebo isso, passo o resto do banho tentando não pensar em nada. 

O humor de todo mundo está melhor que o meu, por causa de Mack. Ela fala demais, rápido e dando ênfase a cada palavra, e eu fico a observando, quieta. Me pergunto se algum dia ela se sentiu muito triste. Provavelmente não, porque com certeza alguém saberia, já que ela não é muito de guardar as coisas pra dentro. Fico feliz por saber disso. Acho que minha irmã, deprimida, seria a coisa mais deprimente do mundo. 

Mack decidiu contar pra todo mundo do encontro dela com o garoto novo. E eles a fazem perguntas e ela responde entusiasmada e eu quero chorar porque não quero parecer feliz agora e eu sinto falta de Danny e eu quero ir pra cama. Depois, sinto raiva de mim mesma por estar agindo desse jeito quando minha irmã está aqui, e volto a escutar o que eles dizem. Perry vem até onde eu estou, deslizando no sofá, e eu espero ele simplesmente pegar minha mão. 

Ele deita a cabeça no meu colo. Olho para ele, tímida e envergonhada, subitamente.

-O que você está fazendo? -Sussurro, porque não quero chamar a atenção dos outros. Ele me encara. 

-Deitando. 

-Mas...

-Por que você estava chorando?

-Danny. -Respondo, e a rapidez com que a resposta sai me surpreende. 

-Você está melhor agora?

-Chorar na frente da minha irmã não é algo que eu queira fazer no momento.

-EI, PERRY. -Minha irmã grita, e nós olhamos para ela. Seu olhar me queima. Ela ergue uma sobrancelha. -VEM AQUI CONVERSAR SOBRE ENCONTROS. E BEIJOS. DEFINITIVAMENTE PRECISO CONVERSAR SOBRE BEIJOS.

Odeio minha irmã. 

-EMERSOOOOOOOOOON! VOCÊ TAMBÉM! -Ela grita, do outro sofá, e eu fecho os olhos, querendo me enterrar na terra, e levar minha irmã junto. Perry senta. Eu fico no lugar.

-Preciso ir em um lugar. 

-Onde?

-Um lugar. Ela também. -Ele me puxa para levantar, e puxa para fora de casa, e eu olho para Mack, perplexa, e ela apenas me dá uma piscadela, provavelmente achando que conseguiu convencer ele a me beijar.

-Espera, onde a gente está indo?

-Um lugar.

-Ah, sério? -Replico, ácida, mas então ele sorri. E eu percebo que eu não ligaria de ir pra qualquer lugar com Perry. 


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