Acordo no dia da independência me sentindo como em qualquer outro dia, com a diferença de Mack estar aqui e eu acordar com uma ligação da minha mãe. 

-Emery. -Ela diz, animada demais pra oito da manhã. 

-Oi, mãe. 

-Te acordei? -Imagina.

-Não.

-Tudo bem? 

-Sim, está tudo ótimo. -Então uma coisa me ocorre: ela está preocupada com Mack. -Quer falar com a Mackenzie? -Pergunto. 

-Ela está dormindo?

-Sim.

-Não precisa. Fizeram coisas legais ontem? 

-A gente foi em uma caverna, depois comemos e fomos deitar. Ficamos conversando com Kristin. -E só fizemos isso mesmo, mas foi bem mais legal do que parece falando pra minha mãe. Kristin se deu muito bem a minha irmã e ficamos falando sobre celebridades e coisas sem importância até dormirmos. Dormi no colchão no chão e dei uma chance pra Mack dormir na minha cama. Ela parece bem confortável. 

-Parece emocionante. Me ligue mais tarde, O.K? 

-Claro. -Coço os olhos, obrigando meu cérebro a acordar. Quando desligo e viro, Danny e Perry estão na mesa do café, botando as coisas lá pra quando todo mundo acordar. Como um zumbi, pergunto se eles querem ajuda e Danny concorda, Perry não diz nada. Me dou um tapa e obrigo meus olhos a acordarem de vez. Danny ri. 

-Quer que eu ajude? -Ele brinca e eu mostro a língua, indo fazer café já que a senhora Kowki não acordou ainda. Franzo o cenho, pensando nisso.

-A senhora Kowki ainda não está de pé?

-Não, eu vi Chris dando um remédio pra ela ontem. 

-Como assim? -Encosto na bancada, esperando a máquina de café terminar o trabalho enquanto Perry caminha pela cozinha de pijama procurando pratos. -Você vai ter que perguntar pra ele. Ou pra ela. -Faço que sim, e voltamos ao trabalho. A  mesa está posta e estamos comendo quando minha irmã e Kristin acordam. Depois é Liana, Rose, e por último Dover, parecendo meio cansado. 

-Você dormiu? -Rose pergunta para ele.

-Um pouco. Sei lá. -Ele aperta os olhos e senta. Como as bolachas e Mack pega cereal, como Perry. 

-Em, eu te trouxe um presente. -Ela diz, casualmente. Olho preocupada. 

-O quê? 

-É um vestido.

-Não.

-Um vestido lindo. Dois na verdade, o que você não quiser vai ficar pra mim. 

-Nãoooooooo. -Reclamo.

-Siiiiiiiiiim. -Ela retruca. Ficamos fazendo uma competição de quem encara mais e quem fica mais séria por mais tempo até que ela começa a rir e faz uma careta. -Então, -ela pergunta para Chris, que acabou de chegar na mesa do café da manhã. -Quais são os planos pra hoje? 

-Vamos fazer uma fogueira no jantar. Mas antes a gente pode ir andar de caiaque e comprei tinta. Podemos fazer pinturas também. Não vamos ter Conversação hoje. 

-Vai ter fogos de artifício né? -Mack pergunta e todo mundo olha pra Chris. 

-Hm, não. A senhora Kowki tem um problema com fogos, então não vamos usá-los.

-Que problema? -Danny pergunta. 

-Trauma. Ela foi enfermeira na guerra, e não reage bem ao barulho dos fogos. Lembram armas. -Paraliso no lugar. Então a senhora Kowki também tem um problema. Um bem triste. Tento imaginar como é estar na guerra, mas não consigo. 

-Não tem problema. -Rose diz, depois olha para nós, procurando concordância. 

-É. -Digo, e Rose sorri para mim. 

-Então, -Chris diz, depois de um tempo. -Quem quer andar de caiaque? 

Quinze minutos depois estamos no rio. Estou de biquíni, com um shorts e o cabelo preso e minha irmã também. Kristin faz um coque, e minha irmã suspira. 

-Seu cabelo é tão lindo. -O cabelo ruivo de Kristin é mesmo bonito. Ela parece contente. 

-Obrigada. Comecei a usar aquele shampoo da Emerson. 

-É bom mesmo, né? -Pergunto. O shampoo que a senhora Kowki mandou comprar para mim faz mágica com nosso cabelo. Entro no meu caiaque, boto o colete salva vidas e observo os outros. Estamos na parte calma do rio, mas daqui a pouco vamos para a agitada, então estou nervosa. Os meninos passam por nós, sem camisa, e eu dou uma risada vendo Danny. Ele não parece gay, muito menos sem camisa. (Perry tem tanquinho, mas tento não olhar muito, principalmente quando ele vira para mim.)

-PRONTOS? -Chris tem que gritar, porque a água é forte demais e abafa o som. 

-Sim. -Dizemos em uníssono. 

Começamos a remar. A adrenalina aumenta quando passamos pela correnteza e as ondas dos levam. Remo, remo, remo até os braços cansarem e então, descemos pela mini cachoeira, gritando. A água respinga para todos os lados e meu caiaque vira um pouco, mas eu consigo me recuperar, depois limpo meu rosto por causa dos pingos de água e volto a remar, até a próxima caída. Do meu lado está Mack e do outro Chris, com Rose atrás. Olho para atrás e lá estão os gêmeos com Kristin e mais afastado Perry. Quando me viro de volta acabo me perguntando porque Perry sempre fica sozinho nas atividades em grupo, mas tiro o pensamento da cabeça. Não é da minha conta. Tanto faz. Quando caio mais uma vez, dou um grito, depois uma rodada de risos. Finalmente, chegamos na parte calma outra vez, então espero todo mundo se juntar. Tiro meu colete salva vidas. 

-Vou mergulhar. -Aviso, e Chris consente. Tiro minhas pernas de dentro do caiaque e pulo de short mesmo dentro da casa, gelada e refrescante. Mack também pula, depois Perry depois Kristin e Danny. Apenas Liana, Rose, Dover e Chris ficam nos caiaques, passeando. Mack espirra água em mim, e eu espirro de volta e acaba respingando em Perry, que joga água no meu rosto e eu declaro guerra, nadando atrás dele. Acho que ele me desculpou mesmo daquelas coisas, porque ri quando jogo a água e na mesma hora ele mergulha, não sentindo nada. Quando ele volta, eu brinco, de bom humor: 

-Que mulherzinha. Só sabe fugir. -É uma das únicas vezes que eu vejo ele rindo alto e isso me trás uma felicidade curiosa. Talvez seja raro ver pessoas felizes, então não sei reagir quando vejo uma. Olho para o lado e vejo que os outros já estão distantes, e quando viro para dizer a Perry que é melhor voltarmos ele acerta um jato de água em mim e eu dou um gritinho de surpresa. Ele me olha, sádico. 

-PARA COM ISSO. -Digo. 

-Não, não sou mulherzinha. -Ele retruca. Decido dar o troco. Embaixo da água, na ponta dos pés, consigo dar pé, então tiro o meu shorts, ficando só com o meu biquíni mesmo, e quando ele me encara, esperando meu movimento, jogo meu shorts molhado na cara dele. 

-AI!

-HEADSHOT! -Não sei da onde essa animação está vindo. Ele me olha, incrédulo. 

-Você acabou de jogar seu shorts na minha cara?!

-Acredito que sim. 

-Isso não vai ficar assim. 

-Uh-uh, que medo. -Digo, séria, mas por dentro estou rindo. Ele estreita os olhos pra mim e eu espero três segundos até sair nadando o mais rápido que eu posso, mas ele puxa o meu pé e quando chega perto empurra a minha cabeça para baixo. Tento soltar a mão dele, e só depois dos piores dez segundos da minha vida ele me deixa subir pra superfície. 

Estou irritada. 

-POR QUE É QUE VOCÊ FEZ ISSO? -Tusso e respiro forte.

-Eu disse que não ia ficar assim. -Ele responde. 

-Você podia ter me matado.

-Mas você está aqui. -Só olho brava para ele, depois desvio o olhar, controlando minha respiração. 

-Eu te odeio. 

-Tá. -Ele sabe que não é verdade. Eu só não gosto dele. É menor. 

-Vamos voltar de uma vez. -Resmungo, e ele joga o meu shorts em mim. -Sua sorte, é que eu não sou forte a ponto de conseguir te botar lá embaixo. Se não você estava ferrado. 

-Deus me proteja. 

-Cala a boca. -Dou um empurrãozinho no seu ombro e ele me olha, sério e acho que confuso. Dou de ombros, não entendendo e voltamos a nadar. Quando Mack me vê, vem correndo ao meu encontro, e depois passamos horas na água e fora dela nos divertindo e eu não tenho tempo de pensar nos meus problemas uma só vez.