So Cold escrita por Kelly


Capítulo 11
Motel // Salva-vidas


Notas iniciais do capítulo

Novo capitulo e gigantescoooooo , gostam???
Peço o favor que comentem, pessoal :))
E deem ideias que eu dou os devidos créditos wolf's :b

Como sempre,
Kiss ♥



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Anteriormente em So Cold: 
 
–Isto não é ilegal? - perguntou Lydia e eu que estava na parte da frente , olhei para trás confusa, então ela explicou - Seguir os outros.
–Claro que não. - respondi, incerta.

A verdade é que por mais que ele me tivesse mentido, eu importava-me. Mais do que devia.
 Na noite de ontem, nós tinhamos ido embora e eu não pude lhe dizer o que acabara de descobrir: que eu o perdoava.
 
Atualmente em So Cold:

 
-Sempre estão a haver sacrifícios... humanos? - perguntou Allison, enquanto conduzia.
-Sim. - respondeu Lydia, com tristeza.
-Vamos então raciocinar... - pedi eu e então comecei - Virgens?
-Sim! - exclamaram as duas.
- Guerreiros? - perguntei novamente.
-Yap. - sussurrou Lydia.
 -Curandeiros?  - perguntei, mantendo os olhos no autocarro. E mais uma vez ela respondeu:
-Um, pensamos nós.
-Isso significa que faltam dois?! - perguntou Allison.
-Se supormos que são três, acho que sim. - respondi , pensativa e acrescentei - Sabem eu estudei isto na disciplina de historia, que tinha na minha outra escola.
-Em que tipo de escola andavas?! - exclamou Lydia , olhando-me de cima a baixo.
-Continuando... - sussurrei e virei-me para a frente - Acho que tenho apontamentos disso no meu quarto, posso consulta-los.
-Isso era bom! - concordou a minha irmã e eu sorri. - Estou muito perto não estou?
-Depende. - respondeu Lydia e eu completei:
-Se queres apenas segui-los ou entrar no autocarro em algum momento. - ela fez cara de culpada.
-É, deveria me afastar. - disse Allison e eu sorri.
-Isso também depende. - respondi e olhei para Lydia.
-Estás a falar do autocarro ou do ex-namorado. - completou Lydia e rimos disfarçadamente.
-Mas... - disse a minha irmã e eu interrompia.
-A ideia foi minha. - expliquei e Lydia rolou os olhos - Depois do que aconteceu não podia tê-los deixado vir sozinhos.
-E eu concordo. - falou Allison e continuou com os olhos na estrada. - Além disso, isto tudo começou quando ele bateu na minha porta.
-Para quê? - perguntamos ao mesmo tempo.
-Ele disse que tinha encontrado uma flecha junto ao sitio onde Isaac tentou afastar Boyd e Cora. - explicou ela e eu baixei a cabeça e encolhi-me no banco - Eu tentei dizer que podia ser do pai, mas ele não acreditou.
-Aconteceu mais algo, que estás a ocultar. - avisou Lydia e eu concordei mentalmente. Não me queria manifestar agora.
- Nós quase, repito , QUASE nos beijamos. - disse Allison e eu pensei no Isaac. Pois é o que eu faço agora, cada vez que vem aquele sentimento estranho, para ele se afastar e resulta. - Foi nesse dia que ele descobriu que o Deucalion estava no nosso prédio e foi por isso que ele e o Stiles quiseram nos ir buscar naquela manha, para ter a certeza.
-Essa coisa de não os perder de vista é sério? - perguntou Lydia, enquanto limava as unhas.
-Porquê? - perguntou Allison e eu olhei para o ponteiro da gasolina.
-Estamos a ficar sem gasolina. - avisei e encostei-me com força. Logo agora.
-Oh boa! Ainda por cima há fila! - exclamou a minha irmã.
-Estão tramadas... - sussurrou Lydia ironicamente e eu olhei-a , ela encolheu os ombros.


O telemóvel de Lydia começou a tocar e ela nunca mais atendia.


-Atende o telemóvel, Lydia! - exclamei.
-É o Stiles. - respondeu ela e eu olhei-a.
-Atende na mesma, inventa algo. - disse eu e ela atendeu e disse:
-Ei Stiles! Estávamos indo ver um filme. Sabes , pipocas e... - ele interrompeu-a, pelo que percebi e ela colocou o telemóvel em voz alta.
-Certo, escutem. Scott ainda está magoado! - exclamou Stiles e eu arregalei os olhos.
-Como assim? Não está a curar? - perguntei preocupada.
-Não, na verdade acho que está a piorar. - disse ele e eu fechei os olhos. - Sangue preto, preto!
-O que há de errado com ele? - perguntou Allison.
- O que há de errado com ele?! - perguntou ele indignado - Por acaso tenho faculdade em licantropia? - rolamos os olhos.
-Temos de tira-lo do autocarro, tipo já! - exclamei.
-E leva-lo onde, a um hospital? - perguntou Lydia ironicamente.
-Se estiver a morrer, sim. - respondeu Allison, por mim.
- Stiles, tem uma paragem a 1.5km , diz ao treinador para encostar lá. - mandei e encostei-me no banco.
-Estou a tentar... - sussurrou ele com ironia e eu sorri compreendendo.
-Convence-o .- disse Lydia como se fosse obvio.
-Por acaso já conheces-te este homem? - perguntou ele.
-Eu sei Stiles... - sussurrei e ele exclamou:
-Alguém!
-Pensa... tenta algo, Sty. Pensa no Scott. - pedi e ele concordou.


A Lydia desligou a chamada e encostamo-nos todas nos bancos. Eu sentia as lagrimas a queimarem-me o corpo, mas eu não deixava elas saírem, não posso.

Finalmente avistamos eles a parar, e encostar numa paragem.
Saímos do carro a correr, depois de Allison parar perto do autocarro e fomos até eles.


-Ei! - exclamei e eles olharam.


A Allison ajudou Stiles a levar Scott a um tipo de balneário e nós seguimos-o, eu e Lydia.
Encostaram-no , deitado, no chão do balneário e Allison levantou-lhe a camisola.


-Oh meu deus! - exclamou ela e aquilo estava mesmo mau. Ele não pode morrer, não pode...
-Porque não nos disseste? - perguntei eu e ele olhou-me a custo.
-Desculpa. - pediu ele e eu sorri triste.
-Tudo bem. - respondeu Allison e ele voltou a olha-la. - Dá-nos só um segundo. - e virou-se para nós, a andar.
-Isto não devia estar a acontecer! - disse eu , preocupada.
-Já o vi curar de coisas piores. - disse Stiles.
-E fazemos o quê? Chamamos uma ambulância? - perguntou Lydia.
- E se for tarde? - perguntou Allison e eu neguei com a cabeça.
-Sabem, isto pode ser psicológico. Acho que dei isto na escola... - falei e eles olharam-me atentos.
-Sim, é tudo coisa da cabeça dele. - completou Lydia e eu olhei-a e sorri.
-Como assim? - perguntou Stiles.
-Por causa do Derek. - respondi e eles entenderam - Ele não se está a curar porque o Derek... morreu.
- O que fazemos? - perguntou Allison e Lydia mostrou-nos linha e agulha, arregalamos os olhos.
-Vamos costura-lo .- respondeu ela e sorriu.
-Ela tem razão. -expliquei - Talvez ele só precise pensar que se está a curar.


Allison quis fazê-lo , e então ajoelhou-se perante ele, e com uma tesoura, minha,  cortou-lhe a camisola.

-Sabes o que estás a fazer? - perguntou Stiles.
-Sim, o nosso pai ensinou-nos. - respondi, por ela.

-Em quanto tempo o autocarro pode partir? - perguntou Allison.
-Bem não deixe isso acontecer! - exclamei - Vão os dois, distraiam. Eu dou apoio aqui.


E então eles saíram do balneário e eu ajoelhei-me ao pé dela.
Ela preparou tudo e estava pronta, penso eu.


-Ele está a desmaiar. - disse Allison, quando ía começar.
-Eu vou tentar mantê-lo consciente, Allison. - avisei e cheguei-me pero dele, colocando-lhe as mãos na cara - Scott, aguenta firme, está bem?
-Estou cansado. - disse ele , quando abriu os olhos.
-Olha para mim, está bem? - perguntei , aflita e desesperada - Continue a olhar para mim.


Então Allison, começou a tentar acertar no buraco da agulha e não esta a conseguir.


-Allison, por favor... Tu consegues! - exclamei e ela continuava sem conseguir.
-Vá lá! - gritou ela e eu disse a seguir:
-Vai ter com o Stiles e com a Lydia. - ela olhou-me - Eu trato disto, estás muito nervosa, vai!


Ele entregou-me as coisas e eu coloquei-me no lugar dela. Allison, saiu do balneário e eu respirei fundo.
Comecei a tentar enfiar, mas estava a tremer muito, muito mesmo.


-Vamos!! - exclamei e sentia as lágrimas escorrerem pela cara, quando olhava de relance para ele.


Eu tentava e tentava e tentava, mas não estava a conseguir e voltei a ouvir aquelas vozes "Inacreditável, não consegues fazer uma coisa tão simples?" , eu respirei fundo e tentei outra vez, mas não deu.  "Pôr a linha numa agulha, por favor..."


-Estou a tentar! - gritei para aquela voz, enquanto tentava colocar a linha.


"O quê?! Queres que eu tenha pena?" , eu fechei os olhos e senti o azul , mesmo sem o ver.  O que eu sentia já tinha deixado de ser desespero à muito tempo, agora, era como ... não sei. Dói, dói muito.
"Por seres uma rapariga de 17 anos que não consegue lidar com tudo isto?" ,falou a voz e eu tentei outra vez, mas não consegui. "Bem supera!", gritou na minha mente e eu tentei colocar a linha novamente e quando achei que tinha conseguida, percebi que falhei. Estou a sentir-me impotente. Fraca... "Põe a linha!"


-Não consigo parar de tremer. - respondi, baixo para a  voz .


"Respira, Alexia! Respira!" , pediu e eu fechei os olhos, respirando fundo, o que fez o azul ser tomado por a cor amarelada normal. "Tenta outra vez." , e eu tentei, mas não consegui , nas cinco vezes nos últimos dois segundos. Então gritei, chorando, o que fez Scott abrir os olhos e olhar-me. "Certo. Como lidas com situações assim? A tua familia?" , e eu pensei lembrando-me das palavras da minha mãe. "ALEXIA!"


-Clinicamente! - respondi, com a cortada devido ao choro e aos soluços. - S-sem, em-emoção.


"Então para de chorar e FAZ!", mandou a voz e eu baixei a cabeça durante cinco segundos, desprendendo-me de todos os sentimentos que nutria pelo Scott, tudo e respirando fundo. Quando levantei a cabeça, tentei colocar a linha e consegui, suspirando de alivio e comecei a costurar-lhe a ferida. Rapidamente acabei, então olhei para Scott.


-Certo...- sussurrei aliviada e chamei - Scott??! - coloquei a cabeça perto da boca dele, para ver se respirava e preocupei-me.
-Scott? - mas ele não reagia, então senti uma lagrima rolar - Scott? Scott! - e ele abriu os olhos, despertando e eu respirei fundo e sorri.
-É minha culpa. - disse ele e eu aproximei-me.
-Scott, olha para mim. - pedi e ele olhou - Está tudo bem!


Ele olhou para a ferida costurada e depois voltou a olhar-me.


-Fizeste isto? - perguntou ele e eu respondi:
-Fiz.
-Obrigada. - agradeceu Scott e eu ri aliviada.
-Consegues te levantar? - perguntei e ajudei-o - Certo vista isso. - e dei-lhe uma camisola que ele tinha na mochila, ajudando-o .


Coloquei o braço dele sobre os meus ombros, ajudando-o a movimentar-se e dirigimo-nos à saída do balneário, mas antes parei e olhei-o, ele fez o mesmo.


-Fui dura contigo. - informei e ele ficou a olhar-me - Fui mesmo.

- Quer dizer que me perdoas? - perguntou Scott e eu notei o olhar esperançoso.
-Sim, perdoou-te. - respondi e olhei-o nos olhos.
 -Então por que ainda estás com esse olhar triste?- perguntou o lobisomem e eu baixei a cabeça, umedecendo os lábios.
-Porque ainda dói. - respondi  e ele disse:
-A mentira custou, eu sei. - e eu olhei-o, porque percebi que ele não tinha entendido.

-Custou foi ter sido dita por ti, Scott. - expliquei e ficamos a olhar-nos durante alguns segundos em silencio.
-Perdoar é quando olhas para a cicatriz, mas não sentes mais dor, Lexi - acusou Scott e eu inclinei a cabeça para olha-lo melhor.
-Ver-te quase a morrer na minha frente, doeu mais. - rebati e dei impulso para voltarmos a andar e desta vez sem nenhuma palavra.


Saímos do balneário e fomos recebidos por Allison que logo começou a perguntar se estava tudo bem e tal. Stiles abraçou Scott e Lydia sorriu. Scott pousou o outro braço na Allison.


-Estamos sem gasolina. - lembrou Lydia.
-Não vamos deixa-lo. - informei e Lydia rolou os olhos.
-Então... deixaremos o carro, é? - ironizou ela , eu olhei para a Allison.
-Que seja. - respondeu Allison e Lydia ficou para trás gritando:
-Não podem estar a falar a sério?! - nós apenas continuamos a andar.


Chegamos à multidão e parecia estar a acontecer algo.


-O que se passa? - perguntei ao Stiles.
-É o Isaac! - exclamou ele e eu afligi-me.
Segura no Scott. - pedi e ele obedeceu.


Dirigi-me ao meio da multidão e Scott veio logo atrás apoiado por eles. Vi Isaac a bater num dos gémeos.


-ISAAC! - gritei eu e Scott ao mesmo tempo, o que o fez parar.


Depois da situação resolvida, conseguimos convencer o treinador a levar-nos no autocarro com eles. Allison sentou-se com Scott, eu com Isaac e Lydia com Stiles.


-Que te deu? - perguntei ao Isaac e ele olhou-me.
-Eles mataram o Derek. - respondeu e eu semicerrei os olhos.
-Não! - exclamei - Quem o matou fui eu. Porque todos insistem em se culpar?
-Tu? Tua culpa, Alexia, porque devia? - perguntou Isaac indignado.
-Eu falhei aquela seta, entendes, fui eu! Nenhum de vocês. - respondi e quando ía a levantar-me ele agarrou-me no braço.
-Não foi tua culpa. - sussurrou e eu coloquei a cabeça no ombro dele.


Pov.Allison


-Lembras-te de toda aquela conversa em que eu te disse que não devias lá estar, ou que estiveste lá? - perguntou Scott e eu assenti, mesmo não tendo sido eu. E isso é o mais estranho.
-Sim, lembro. - respondi.
-Agora, entendo que estava a falar com a pessoa errada. - disse ele e eu olhei-o desconfiada.
-Sabes quem era? - perguntei, curiosa.
-Alexia. - respondeu ele e eu arregalei os olhos.
-Desculpa por ter duvidado de ti. - pediu ele e rimos.


Pov. Alexia


Finalmente chegamos ao tal motel. O treinador deu permissão a todos para descerem do autocarro e agrupamo-nos todos do lado de fora.


-Estás melhor? - perguntei ao Scott.

-Muito. - respondeu e eu ía a voltar para o lado da Lydia quando ele me chamou:

-Ei! - eu virei-me e olhei-o - Obrigada, mesmo.

-Ficas-me a dever uma. - disse e pisquei.


Fui até à Lydia e à Allison e notei que estavam todos ansiosos, mas devo dizer que eu estou muito desgastada emocionalmente.


-OIÇAM! - gritou o treinador e todos passaram a prestar atenção - A maratona foi adiada para amanhã.
-Fixe. - sussurrei para as meninas.

-Este é o motel mais perto e com vaga suficientes. - informou ele com cara de nojo e nessa parte eu concordava - Ficaram em duplas , menos elas - e apontou para nós. - peguem as chaves!


Todos dirigiam-se a ele e seguidamente aos quartos com a chave na mão. Íamos ficar as três juntas , o que era bom,  mas a Lydia não nos seguia.


-Lydia? - chamei.
- Não gosto deste sitio. - respondeu ela, com o olhar vago e eu cheguei perto dela , dando-lhe a mão - Acho que nem mesmo os donos gostam.
-Só por uma noite. - lembrou Allison e eu concordei, apertando a mão da Lydia.
-Muita coisa pode acontecer numa noite. - sussurrou ela e confesso que me assustou.


Depois de a convencermos , fomos para o nosso quarto com duas camas, mas eu fiquei de partilhar com a Allison uma delas.
Aquele motel era nojento, tipo muito...
Allison decidiu ir tomar banho e eu fiquei de tentar guardar as malas no quarto, enquanto Lydia foi buscar toalhas.
Enquanto tentava encontrar a roupa da Allison, ouvi um barulho no corredor e olhei, mas não vi ninguém.
Mesmo por precaução caminhei até à porta na intenção de fechá-la, mas algo me impedi-o e vi que era Scott então suspirei aliviada.


-Que susto! - exclamei - Que fazes aqui? - ele não me respondeu e continuou a aproximar-se de mim, enquanto eu recuava.
-Scott! - disse alto e acabei por bater com as costas na parede suja.
-Porque pareces tão assustada? - perguntou Scott e eu respondi:
-Porque estou. Estás a assustar-me e isto - apontei para a distancia entre nós que era mínima - não tem graça!


Ele ignorou o que eu disse , e quase tocava com os lábios nos meus, mas eu arranjei força e empurrei, mas isso só o parou. Então pensei nos olhos azuis, que já haviam funcionado noutras alturas.


-SCOTT! - gritei colocando os olhos azuis . Ele pareceu tomar consciência e recuou cambaleante.

-Desculpa, desculpa. - pediu ele e eu arranjei maneira de os meus olhos voltarem à cor normal.

-Tudo bem. - sussurrei e ele saiu do quarto.


Allison saiu do banho e olhou-me.


-Que aconteceu? - perguntou.
-Nada.- respondi e deixei-me cair na cama.

-Vou ligar ao pai. - avisou depois de se vestir e eu assenti concordando.


Alguns minutos depois, Allison voltou e disse que o pai concordou. De seguida chegou Lydia, com uma cara assustada e deitou-se ao meu lado.


-Vocês nem vão acreditar. - avisou ela e a Allison também se sentou para ouvi-la.
-Conta. - pediu ela e Lydia explicou:
-Eles comemoram cada suicídio que à neste motel e acreditem, são muitos. Têm um numerário. - eu arregalei os olhos.
-Que tipo de pessoa faz isso? - perguntei e todas nos olhamos.
-Não sei, mas... - disse Lydia e de repente parou, nós olhamos-a - Ouviram isto?

-Não, o quê? - perguntei e ela levantou-se e colocou-se em cima da cama, junto ao ventilador.

-Lydia? - chamou Allison, mas ela apenas mandou-nos esperar.

-Meu deus! - exclamou ela - OH MEU DEUS!


De repente ela recuou , com a mão na boca a e saiu da cama. Eu agarrei-a, como num abraço.


-Tudo bem, conta-nos. - pedi calmamente.

-Vocês ouviram? - perguntou ela , e eu sussurrei-lhe ao ouvido:
-Não, que foi?
-As duas pessoas do quarto ao lado... - explicou - mataram-se. - e saiu a correr para o quarto ao lado, mas parou diante da porta. Eu e a Allison decidimos segui-la.


Ela empurrou a porta, abriu-a e entrou.


-Olá? Está aí alguém? - chamou Lydia , dentro do quarto escuro.
-Lydia, o que estás a fazer? - perguntei , junto com Allison e seguimos-a para dentro do quarto.


Ela lá conseguiu acender uma luz, e conseguimos ver muito pó nas paredes e teias de aranha.
Tinha baldes de tinta e andarilhos, mas que raio?


-Tem que ser aqui. - falou Lydia e fez eco- Eles pareciam jovens, mas... eles estavam aqui.
-Lydia... - sussurrei e ela olhou-me, eu apenas lhe fiz uma festa na face - Eu acredito em ti.

-Nós... - corrigiu Allison e abraçamo-nos as três.
-Depois de tudo que passamos, nós acreditamos em ti Lydia. - disse eu e soltamo-nos .

-Vamos para o quarto. - pediu ela e dirigimo-nos para o nosso quarto, trancando a porta.
-Meu deus... - sussurrei aliviada.
-Tem algo muito errado com este lugar. - disse Lydia arrumando as nossas coisas - Precisamos ir embora, meninas.
-Mas foram suicídios, não assassinados. - explicou Allison e eu assenti concordando.

-E não é como se este lugar fosse assombrado, não é? - perguntei olhando elas duas.

-Aposto que o casal fez um pacto suicida naquele quarto. -explicou Lydia - Talvez seja por isso que estavam aquelas tintas. Talvez estejam remodelando. Talvez estejam a tirar massa encefálica daquelas paredes.

-Talvez tenhamos que descobrir. - disse Allison.


Dirigimo-nos ao guiché do motel, e eu vi uns números, tipo contagem na parede.


-É aquilo? - perguntei a Lydia, apontando para os números.

-S-sim ... - gaguejou ela e olhou desconfiada.
-Que foi? - perguntou Allison.
-A contagem estava em 198. - respondeu ela e nós arregalamos os olhos.
-Mas ali está 201. - corrigi eu.

-Juro, juro que estava 198. - exclamou Lydia .
-Tudo bem. - acalmou-a Allison.

-O que significa isso? Que houve mais três suicídios? - perguntou Lydia alarmada e olhamo-nos.

- Ou que estão prestes a acontecer. - informei e elas arregalaram os olhos.


Decidimos ir ter com o Stiles, procuramos-o por todo o lado e nada. Até que viemos ao nosso quarto, e encontramos Stiles sentado na cama, e mal nos viu levantou-se rapidamente.


-Graças a deus! - exclamou ele. - Onde andaram?!
-Onde tu andas-te? - perguntou Lydia assustada.

-Esquece. - pediu ele e passou a explicar - O Scott está estranho.
-Estranho como? - perguntou Allison e eu baixei a cabeça, lembrando-me do que sucedeu à algumas horas.
-Agressivo, estranho. - explicou Sty - A ultima vez que vi Scott agir assim foi na lua cheia.
-Ele também foi agressivo comigo. - contei e levantei-me.
-Quando? - perguntou Allison, desconfiada.

-Quando estavas no banho, ele esteve lá no quarto. - expliquei e ela assentiu.
-Na verdade o Boyd também estava. Vi-o atravessar a mão na maquina. - disse Stiles.

-Estão a ver. É o motel! - exclamou Lydia - Ou saímos daqui agora, ou alguém vai ter de aprender exorcismo antes que os lobisomens se passem e nos matem. - e começou a arrumar as nossas coisas.

-Espera um pouco. - pediu Sty - E se não for só o motel? A contagem aumentou em três certo?

-Sim. - respondi.

-Quer dizer três sacrifícios. - explicou Stiles - E se desta vez for três lobisomens?

-Scott, Isaac e Boyd. - completou Allison.

-Talvez tivéssemos que vir aqui. - sussurrei e Lydia arregalou os olhos.

-Exato, então porque não damos o fora daqui? - perguntou ela - Por favor?

-Espera, deixa-me ler isto. - disse Stiles e pegou no livro que a Lydia tinha.

-O que é isso? - perguntou Allison.

-"Homem de 28 anos se enforca na famosa Glen Capri" - leu Stiles e começou a sacudir o livro, deixando cair folhas na cama.

-Vejam estes dois. - pediu a minha irmã - Ambos ocorreram no quarto 217.

-Nosso quarto. - sussurrei - Devem ser todos os suicídios ocorrido neste quarto.

-Então se cada quarto tem um livro.. - raciocinou Lydia - Deve haver reportagens em todos eles.

-Uau. Metade dos motéis deixam rebuçados nas cabeceiras , este deixa registos de suicídios. - ironizou Stiles.

-E se no quarto ao lado tiver a reportagem sobre o casal? - perguntou Lydia esperançosa.


Olhamo-nos e depois Stiles correu em direção ao outro quarto e nós seguimo-lo. Ele tentou abrir , mas não abria.


-Estava aberto. - acusei e Stiles olhou-me do tipo "Sério? Não acredito nisto". Eu encolhi os ombros.

-Temos que tirar Scott, Isaac e Boyd daqui. - lembrou Allison. Stiles começou a andar no corredor , mas ouvimos algo.

-Não fui a única a ouvir isto, fui? - perguntou Lydia e eu neguei.

-Parece que alguém ligou uma serra. - disse Allison e Stiles veio até nós.

-Serra?! - perguntou ele, alarmado.


Stiles empurrou a porta e conseguiu arrombar. Estava Ethan , um dos gémeos, com a serra na mão.


-Não, Ethan , Não! - gritou Lydia e entrou no quarto sendo seguida por nós.


Stiles foi até ele e lançou-se, tentando tirar-lhe a serra, mas estava difícil, então entrei na guerra e comecei a tentar ajudar Stiles.

Reparei na ficha, e no segundo seguindo levei com algo na testa. Doeu, mas eu consegui sussurrar para a Lydia e para a Allison:


-A ficha. - e então Lydia desligou, Stiles arrancou-lhe a serra, mas quase se magoava. Eu cai no chão.

-Alexia. - chamou Allison , preocupada. E despertei da tontura, coloquei a mão na testa e estava a sangrar, mas levantei-me e tentei impedi-lo de se cortar todo com as garras. Então lancei-me sobre ele.

-Para, Ethan! - gritei.


Allison veio me ajudar e empurramos-o para um ferro quente, onde se queimou e parou com a maluqueira. Ele caiu no chão e perguntou:


-Que aconteceu? - eu sentei-me encostada à parede. E o gémeo saiu a correr.

-ETHAN! - gritou Stiles e foi atras dele. Eu levantei-me e segui-os, junto com elas.

-Não ouviste que disse? Não me lembro como lá fui parar. - explicou Ethan a Stiles, quando descemos as escadas.

-Poderias ajudar um pouco mais, acabamos de salvar a tua vida. - lembrou Sty e Ethan parou.

-Não deveriam ter salvo, então. - disse ele e saiu a andar, novamente.

-O que fazemos agora? - perguntou Lydia.

-Vou procurar o Scott e vocês vão procurar Boyd e Isaac. - mandou Allison.

-Sozinha? - perguntei - Quer dizer somos quatro, não queres que eu vá?

-Não. - respondeu ela seca e eu recuei - Sei tomar conta de mim.

-O melhor a fazer é tira-los daqui. - disse Lydia e todos concordamos.


Allison voltou a subir as escadas e desapareceu no corredor.


-Que foi? - perguntei - Porque estão a olhar-me assim?  - e eles responderam:

-Nós não...

-Vá lá! - exclamei e eles olharam-se.

-Estão chateadas? - perguntou Stiles.

-Ora aí está uma pergunta que não sei a resposta . - respondi e acrescentei - Vamos!

-Sabem... já passamos por isto algumas vezes. - lembrou Stiles.

-Quando? - perguntou Lydia e eu lembrei-me.


Flashback on:

Começou a chegar muita mais gente e eu resolvi ir beber o ponche da Lydia, que me implorou para beber.

E depois, fui caminhar até o sitio mais longe do jardim, mas dei de caras com os meus pais. Espera... meus pais...mortos...

Cheguei mais perto, devagar e neguei com a cabeça.

–É tão idiota achares que alguém realmente se importa, que alguém te ama, e que algum dia alguém vai te ajudar. - disse a minha mãe e olhou-me com pena. Eu arregalei os olhos e senti os meus olhos marejados.

– Para de te enganar, Alexia! - gritou o meu pai e eu recuei , com medo - Não tens ninguém.

– Nunca tiveste, nem nunca terás! - exclamou a minha mãe. Eu estava a chorar. O tipo de choro que é silencioso e secreto. O tipo de choro que só eu percebia, ali.

–Mas dessa maneira, que estás agora, assim acabada... - explicou o meu pai, sorrindo - ... morta por dentro, se desaparecesses ninguém iria sentir a tua falta, Alexia. - e eu recuei mais, mas eles desapareceram e eu comecei a olhar à volta, quando bati em alguém.

–Alexia? - perguntou o Stiles.

–Deixa-me! - exclamei - Tenho de ir, há algo errado! - e corri para fora da casa, entrando rapidamente no carro.

Flashback off:

-Na tua festa de aniversario. - respondi e Stiles olhou-me desconfiado - Eu tive alucinações.

-Como assim? - perguntou Lydia.

-Quando nos envenenou a todos com Wolfsbane. - lembrou Sty, ironicamente.

-Sabem que mais, temos de ir, agora! - gritei e fomos procurar pelo Boyd.

-Meninos? - chamou Lydia - Ouviram isso?

-O que? - perguntamos.


A Lydia baixou-se e encostou o ouvido à sarjeta.


-Lydia? - chamei assustada, olhando à volta.

-Não ouvem? - perguntou ela.

-Água. - respondeu Stiles.

-É um bebé. - disse ela e eu olhei para Stiles aflita. - Ela está a afogar o bebé.

-Alguém se está a afogar! - gritei e os dois olharam-me - Já aprendi a interpretar os teus sinais, Lydia.

-Boyd! - exclamou Stiles. - e corremos até ao quarto dele, o mais depressa que pudemos.


Entramos no quarto desesperados e a toda a velocidade, arrombando a porta e corremos para a casa de banho, enquanto arregaçávamos as mangas. Boyd estava debaixo de água , com um cofre por cima.


-Boyd!- gritei, enquanto me ajoelhava ao lado de Stiles. Coloquei a mão e fui ao ralo, mas estava tapado. - Ele bloqueou o ralo com algo, não consigo...

-O que fazemos ? - perguntou Lydia.

-Ajuda-me com isto, Lexi! -pediu ele e eu agarrei num lado do cofre e ele noutro. Começamos a puxar.

-Está morto? Por quanto tempo um lobisomem pode ficar sob a agua ? - perguntou Lydia observando. Tentamos puxar com mais força, mas não estava fácil...

-Achas que eu sei? - gritou Stiles.


Stiles levantou-se aflito, e eu continuei a tentar.


-Au! - exclamou Stiles e nós olhamos, ele queimou-se naquele ferro...quente.

-Espera um pouco o aquecedor. -lembrei eu. O Ethan também se queimou.

-Sim... O Ethan saiu daquilo assim que se queimou. - lembrou Stiles.

-O quê? - perguntou Lydia, confusa.

-Fogo! - gritei - O calor faz isso.

-Mas ele está debaixo de agua. - disse Lydia e nós ficamos segundos a pensar.

-O Autocarro! - exclamou Stiles e eu completei:

-Sinalizadores. - Lydia olhou-nos.

-Queimam na agua! - exclamou Lydia. -Vai busca-los Stiles, rápido. - e ele saiu a correr.

-Lydia , ajuda-me. - pedi e voltamos a tentar tirar o cofre.

-Espera... estás a ouvir? - perguntou ele e eu rolei os olhos, mas eu também acabei de ouvir.

-Sim... vem de onde? - perguntei e caminhamos até ao quarto.

-Da cama. - respondeu ela e arregalamos os olhos.

-Eu vejo? - perguntei e ela assentiu rapidamente, o que me fez, novamente, rolar os olhos.


Caminhei devagar até ao lado esquerdo da cama , coloquei-me de joelhos e respirei fundo.


-Rápido! - exclamou Lydia e eu olhei-a ameaçadoramente ,o que a fez calar.


Coloquei uma mão no chão e outra na colcha , um e dois e três , destapei e espreitei, então rapidamente suspirei de alivio, baixando a cabeça até à pernas. Agora, percebi que estou com um caraças duma' dor de cabeça, e levantei-a, reparando que as minhas pernas estavam sujas de sangue.


-Oh merda! - exclamei baixo, e coloquei a mão na testa, notando muito sangue, ignorei e voltei a atenção para debaixo da cama - Isaac! Está tudo bem! - e ele encolheu-me.

-É o Isaac? - perguntou Lydia.

-Sim. - respondi, voltei a tapar e levantei-me. Ela arregalou os olhos.

-Estás bem? - perguntou ela, notando o sangue.

-Estou ótima. - respondi e vi o Stiles entrar e correr para o banheiro. Nós seguimos-o.

-Como abro isto? - gritou ele e Lydia chegou perto.

-É ... é uma combinação. - respondeu ela.

-Stiles! - exclamei.

-Estou a tentar!- gritou ele e conseguiu que aquilo funcionasse. - BOA!


Correu até Boyd e colocou aquilo encostado a ele, então o Boyd "ressuscitou" e empurrou o cofre contra mim, se não fosse a Lydia a puxar-me. E então ele sobreviveu, por isso suspiramos de alivio. Boyd levantou-se da banheira, todo molhado obvio e eu lembrei-me do Isaac.


-O Isaac está debaixo da cama. - lembrei ao Stiles e ele foi até lá.

-Ei , Isaac. - chamou ele debaixo da cama com o sinalizador escondido - Tenho algo para ti.


E colocou lá o sinalizador. Ouvimos Isaac gritar, mas então ele recuperou, assim como Boyd e explicamos tudo.

Depois disso saímos do quarto e encontramos Allison na rua.


-Não encontro o Scott em lugar nenhum! - exclamou ela.

-Tem de ser com o sinalizador. - disse Stiles para ela.

-Podes ir busca-lo? -perguntei a Lydia e ela assentiu. Descemos todos as escadas e estava Scott no meio da rua, encharcado. Caminhamos até mais perto, cautelosamente.

-Scott? - chamei, mais perto, assim como eles. Até estarmos na sua frente.

-Scott. - disse Allison, com tom preocupado. Reparamos que ele é que tinha o ultimo sinalizador, ou seja aquela "água" é ... gasolina.

-Não há esperança. - falou ele.

-O que é isso , Scott?  Há sempre esperança. - lembrou Allison, um passo à frente e ele negou.

-Não para mim! - exclamou - Não para o Derek. - e eu baixei a cabeça.

-O que houve com Derek não foi tua culpa, Scott! - gritou Stiles e eu avancei um passo.
-Foi minha culpa, eu falhei a seta! - culpei-me e ele olhou-me - Não foi tua culpa. Tu sabes disso!

-Todas as vezes que tento resistir, só piora. - disse Scott - As pessoas continuam a magoar-se. Continuam a ser mortas.

-Ouve, Scott. - pediu Stiles - Esse não és tu. É alguém dentro da tua mente, a mandar-te fazer isso.

-Certo... - sussurrei e avancei mais um passo.

-Mas e se este for mesmo eu? - perguntou ele e eu olhei-o indignada- E se for só eu?

-Scott. - chamei, mas ele ignorou.

-E se fazer isto, for o melhor para todos? - perguntou Scott.


Apesar do sangue na minha testa, nas minhas pernas, e a dor na minha cabeça. Eu só pensava em chorar, por ele, por nós. Sentia cada lagrima que rolava, rasgar um pouco aminha pele. Magoava, ardia...


-Tudo começou naquela noite em que fui mordido. Lembram-se de como era antes disso, Stiles? Tu e eu? - eu olhei para Stiles e vi que estava comovido - Eramos nada. Não eramos populares. Eramos péssimos em Lacrosse. Não eramos importantes. Eramos inúteis. Talvez eu devesse voltar a ser tudo aquilo outra vez. Um ninguém.

-Tu não és um ninguém, Scott! - exclamei e ele olhou-me, enquanto as minha lagrimas rolavam. Ele levantou o sinalizador - Ouve-me Scott. Tu és alguém - e avancei mais - és... o meu melhor amigo. E eu preciso de ti. - avancei mais e fiquei cara-a-cara com ele.

-Alexia... - sussurrou Stiles preocupado.

-És importante para mim. E eu já perdi pessoas, demasiadas. Mas é que… é tão bom olhar para o lado e ver alguém, Scott. Mais do que isso até. É bom ver que alguém preocupa-se contigo, preocupa-se se estás bem, se comes-te, se dormiste direito, o que vais fazer à tarde, ou simplesmente alguém que te escute. É que, às vezes, não é necessário nada mais que isso, mesmo… E tu fazes isso. Eu preciso de ti, já perdi a Erica.  - desabafei e pisei na poça de gasolina - Por isso se vais fazer isso vais ter de me levar contigo.

-Alexia! - chamou Lydia preocupada e eu ignorei, aproximando a mão do sinalizador e arrancando-o da mão dele, então lancei-o para trás, suspirando aliviada.

-NÃO! - gritou Lydia e veio a correr na nossa direção, lançando-nos para o outro lado da poça, antes que nos queimássemos.


Stiles e Allison vieram ter connosco. Acho que o impacto da queda ainda me fez pior, ao tentar levantar-se, cai para trás e senti uma grande dor de cabeça o que me fez gritar.


-Lexi, Lexi... - sussurrava alguém perto de mim.  - Que aconteceu com ela?
-Foi o Ethan, quando o ajudamos. - explicou , acho que foi Lydia.


Alguém segurou na minha cabeça, e eu sentia os olhos pesados.


-Não durmas... - pediu a voz novamente, acho que é Stiles.
-Tenho sono. - sussurrei e ele abanou-me.
-Ela está cheia de sangue! - gritou... Scott? , antes de eu cair na inconsciência.


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Acordei, ou voltei à consciência, com algo na minha testa frio. Estava a doer, então gemi várias vezes.


-Ela está a acordar. - afirmou alguém.
-Graças a deus! - exclamaram. Resolvi abrir os olhos, e consegui, então vi Scott a colocar algo na minha testa e nada à minha frente.
-Onde estamos? - perguntei.
-No autocarro. - respondeu ele ... docemente. Tentei levantar-me, afinal já não doía, mas ele parou-me com o braço.
-Scott... - sussurrei - Estou bem ou melhor. - ele permitiu que me levanta-se, então depois recostei-me no banco, direita.
-Obrigado por não desistires de mim. - disse ele olhando-me nos olhos.
-Estamos quites. - avisei e ele riu , mas depois lembrei-me de algo sério e ele notou, parando de rir - Consegui controlar o meu poder hoje, sabes?
-Estou orgulhoso de ti, Lexi. - sussurrou e eu sorri - És diferente em todos os sentidos, e conseguiste lidar com isso. - eu olhei-o confusa.
-Como assim em todos os sentidos? - perguntei .
-Tu és diferente. Não só diferente da maioria, és diferente de todas, diferente de uma maneira que não sei explicar, diferente de uma maneira que eu gosto. - explicou Scott, e posso jurar que o vi corar um pouco. Eu ri alto e depois ele acompanhou-me.
-Já não dói. - lembrei-lhe eu, e agarrei na mão dele, colocando no meu peito para sentir o meu coração - Cicatrizou. - ele sorriu e eu larguei-lhe a mão.
-Ei, Alexia! - exclamou Lydia que saltou no banco da frente e beijou-me o rosto - Ainda bem que melhoras-te, fiquei preocupada.
-Todos nós. - corrigiu Stiles ironicamente, que apareceu ao lado da Lydia. Depois surgiram ao lado de Scott , Isaac e Boyd com sorrisos no rosto.
-Obrigado por me salvares a vida. - agradeceu Boyd e eu sorri.
-Obrigada por me achares debaixo da cama. - disse Isaac e eu alarguei o sorriso. Ele piscou e eu retribui.
-A Allison? - perguntei a Lydia, e ela baixou a cabeça.
-Ela... ela... ela está a descansar. A dormir. - explicou ela e eu fingi acreditar, mas havia algo errado com a Allison , desde o inicio da noite.

Todos disseram que iam descansar, então voltei a ficar "sozinha" com Scott. Eu evitava olha-lo, mas ele quebrou o silêncio:

- Agora que controlas o poder... quando te olhas ao espelho...
-É... às vezes olho-me ao espelho e pergunto "Esta sou eu?", não me reconheço mais, Scott. - respondi, completando a sua frase.
-A pessoa que entrou na minha mente, fez-me pensar que eu era um ninguém. E isso foi errado. Eu acreditar. - explicou Scott - Porque quando me olho ao espelho, eu sei quem sou.
-Eu também... acho. - respondi e ele fez-me olha-lo.
-Mas deve ser a natureza das pessoas. Pensarem que conhecem as outras. - sussurrou ele -  As pessoas vão dizer-te quem és toda a tua vida. A única coisa que tens de fazer é devolver a dizer "Não, esta é quem eu sou!".

Ele tinha razão, e muitas pessoas gostam de fazer isso. Incluindo a minha familia. Mas para poder aplicar aquilo que Scott disse eu preciso saber quem eu sou.
E quando Scott me puxou para o seu peito e abraçou-me foi como se alguma parte do meu coração se preenchesse. Naquele momento, eu senti-me inteira. Eu precisava de um abraço, um abraço apertado, um abraço que me livrasse das angústias que eu estava a passar. E o abraço dele foi exatamente isso. E permiti-me fechar os olhos. Fiquei ali sentada, os olhos fechados, enquanto ouvia o bater do coração de Scott e quase acreditei estar no País das Maravilhas, embora eu soubesse que bastaria abri-los e tudo transformar-se-ia em insípida realidade…


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Notas finais do capítulo

Gostaram do capitulo grande? O maior da historia, então agradeçam comentando gente bonita :b
Que acharam do Scott e da Alexia? *-*

Como sempre,
Kiss ♥



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