De Fairbanks para Forks escrita por thatabsouza


Capítulo 4
O Passado e o Futuro




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O verão já dava lugar para o outono chegar, e por aqui quase não notávamos as mudanças de estação, tirando o inverno, porque neva, as outras passam quase que imperceptíveis aos olhos menos atentos.

As aulas se iniciariam em uma semana, apesar disso, nós já éramos o assunto da cidade. Todos diziam o quão belos e estranhos eram os Cullen, Edward se divertia ouvindo os pensamentos das pessoas da cidade. Principalmente quando ele ia com Emmett até a loja Newton’s, comprar equipamentos para acampamento, esse sempre foi um bom álibi para os dias ensolarados, nada como acampar com a família em plena natureza. As opiniões divergiam sobre nossa família perante os moradores de Forks, uns admiravam por sermos tão unidos, e passarmos o tempo todo juntos, e outros achavam um absurdo que Carlisle permitisse que seus filhos mantivessem relacionamento amoroso com os gêmeos adotados. Carlisle não ligava, e muito menos nós.

Os rapazes estavam planejando acampar neste fim de semana, como uma despedida do verão, pois as aulas começariam na segunda. Eles ficariam caçando o tempo todo, tinham escolhido uma reserva onde era cheia de ursos pardos ferozes, para manter Emmett entretido o suficiente. E eles queriam ter certeza de que Jasper se alimentaria bastante, pois com o inicio das aulas chegando, e um monte de humanos presos num único lugar, não era uma coisa fácil para Jazz, ele ainda brigava com seus instintos naturais, para ele era um sacrifício enorme não se alimentar de sangue humano, e isso nos mantinha sob alerta o tempo todo, e sabíamos que isso magoava Jazz, na verdade não de tomarmos as precauções necessárias para que não acontecesse uma tragédia, mas, o que realmente o feria era a possibilidade dele sucumbir a tentação, e trair nossa confiança, e tudo o que Carlisle conquistou até hoje e a fé inabalável que ele sempre teve em todos nós.

Era noite, eu estava no meu quarto, perdida em meus pensamentos, em como me sentia privilegiada por ter Jasper e minha família, e que eu era realmente feliz, porque nem lembrar do que eu tinha sido antes de ser o que sou, eu lembrava, logo, era como se eu nunca tivesse sido humana, não havia nada que eu realmente tivera saudade, assim como meus irmãos e pais tinham, nada a se arrepender, tudo era exatamente como deveria ser. Enquanto eu estava devaneando sobre tudo, ouvi alguém entrar, e no mesmo instante descobri quem era, minha alma, minha outra metade, a parte minha que mais amava, Jazz. Ele entrou silenciosamente, como se fosse possível não sentir sua presença, seu aroma inundando todo espaço do nosso quarto. Mas me mantive parada como estava, olhando pela janela, deixei ele achar que não o percebera.

- O que a preocupa pequenininha? – disse ele sentando em nossa cama.

- Nada na verdade, só estava visitando o passado. – ele deu um sorriso, e fez um sinal para que eu me juntasse a ele, não que precisássemos nos sentar nem nada disso, porem, estávamos tão habituados a imitar os humanos que isso acontecia naturalmente.

- Vamos, me conte exatamente o que você estava visitando, e qual o motivo dessa visita? – eu abaixei a cabeça, e ele segurou meu queixo, e delicadamente levantou meu rosto novamente, e olhou dentro dos meus olhos. – Você sabe que pode me dizer qualquer coisa, sei e entendo que muitas coisas você filtra, ou até mesmo guarda para si, sei que isso é necessário, mas, me entristeci vê-la assim, perdida.

- Não estou perdida Jazz, só me perturba essa cegueira em relação a garota, queria já ter mais informações, principalmente para ter certeza de que fizemos a coisa certa voltando para cá. – ele me abraçou, e beijou minha testa. – Eu sei que fizemos a coisa certa Alice, na verdade, todos nós sabemos. Pare de se esforçar tanto, talvez isso a esteja impedindo de ver o que você precisa ver!

- Eu só queria que ele tivesse o que nós temos, mais nada. – ele se distanciou uns centímetros e me olhou com olhos interrogativos.

- De quem exatamente estamos falando? Me perdi agora! – eu sorri e respondi – Estamos falando de Edward e da garota, não sei porque, mas, algo me diz que uma coisa está ligada a outra.

- Lembra quando você me viu pela primeira vez? – enquanto eu o questionava, passava meus dedos por suas cicatrizes de guerra, todas aquelas mordidas.

– Lógico que me lembro! Eu estava faminto, aproveitei a tempestade e saí a tarde, estava na Filadélfia, e entrei em um pequeno restaurante, apesar de estar receoso de não conseguir me controlar, e você estava lá, esperando por mim, como se tivéssemos marcado um encontro. Você saltou do banco, e veio em minha direção, o que me paralisou, pois não sabia se você iria me atacar, porem o seu sorriso e a emoção que você emanava, não era nada igual a qualquer coisa que eu sentira antes. Você virou para mim e disse “Você me deixou esperando tempo demais.” e eu só consegui dizer, “Desculpe, senhora.” Pela primeira vez em quase um século eu senti esperança, eu tinha certeza que jamais estaria sozinho, porque a parte que me faltava, havia me encontrado. – eu só consegui abraçá-lo, e com a força que ainda me restava sussurrei em seu ouvido. – Amo você, Jasper Whitlock Hale.

Depois de toda essa declaração de Jazz, nos beijamos, e passamos o resto da noite nos amando.

Quanto o dia estava quase nascendo, e eu estava deitada em cima do peito de Jasper, e ele passava os dedos em meus cabelos, o único som que ouvíamos era o da natureza lá fora se fazendo presente, foi quando ele resolveu romper o silencio.

- Um beijo por seus pensamentos! – eu ri.

- Beijo aceito. – e continuei – Queria que Edward tivesse o que nós temos, o amor que sentimos um pelo outro, não suporto mais ver meu irmão tão sozinho.

- Amada, ele vai ter, e vai ser tão feliz ou até mais que todos nós, de um tempo a ele, Edward ainda não achou a sua parceira é só isso, eu achei que nunca teria ninguém e olha como sou sortudo. – rimos juntos e ele continuou. – E a propósito, monstrinha, daqui a pouco iremos acampar, você não quer que Emmett, nos pegue assim, né! Estamos um tanto inapropriadamente vestidos, e você sabe que Emm, não bate na porta, ele entra logo! – arregalei os olhos e saltei da cama.

- É verdade Jazz, vamos, levanta logo e se veste, antes que eu tenha de agüentar Emmett, fazendo piada sobre nós pelos próximos meses.

Ele se vestiu rapidamente, com a roupa para acampar, enquanto eu me arrumei e voltei para a cama. Ele me beijou e desceu pois Emmett e Edward já estavam ao berros, prometendo arrombar a porta, caso Jasper demorasse mais 5 minutos.

Eu ainda fiquei lá, pensando, em tudo o que tinha conversado com Jazz, e sendo obrigada a concordar com ele. Foi quando eu a vi novamente, a garota apareceu, cabelos castanhos, olhos chocolate e pele tão branca que eu podia jurar que ela era uma de nós. Imediatamente a vi dentro do avião, vindo para Forks, e pude ver Edward conversando com ela. E mais nada. Ainda bem que Edward estava longe para não ouvir meus pensamentos e descobrir o quanto eu estava feliz com minha mais nova visão. Ela tinha decidido mudar para cá. Provavelmente era por isso que eu não tinha visto mais nada até agora, ainda não era certa a sua chegada.

Fiquei tão feliz que terminei de me arrumar, e desci para trocar as flores da casa e ajudar Esme no que ela precisasse. Nem preciso dizer que desci as escadas dançando e cantarolando.

Quando cheguei à sala, Esme e Rose estavam lá conversando sobre a possibilidade de fazer uma surpresa a Carlisle, redecorando seu espaço favorito na casa, o escritório dele.

- A que devemos a honra da sua presença? – diz Rose sarcasticamente – Achamos que não a veríamos hoje, se fosse humana, nos preocuparíamos com uma possível doença.

- Pare de atormentar sua irmã, Rose! – Esme a repreendeu – Aconteceu alguma coisa com você meu anjo?

- Anjo, desde quando Alice é um anjo? – mais uma vez Rose e seu mau humor habitual – Alice poderia no máximo ser um duende hiperativo.

- Rá rá, Rose, como estamos bem humoradas hoje, hein irmãzinha?- me virei para Esme enquanto Rosálie deixava o aposento – Ontem eu estava lembrando do passado, e do quanto era feliz com Jasper, e como gostaria de que Edward também sentisse isso, tivesse o que temos.

Esme me puxou para o sofá e me fez deitar a cabeça em seu colo, como sempre, ela adorava nos mimar, tratar-nos como filhos de verdade, como aquele que um dia perdeu.

- Querida, fico feliz com toda essa sua dedicação para com seu irmão, porem, sabemos que não adianta ficarmos pressionando Edward, quando a pessoa certa chegar e tomara que ele esteja preparado para ela, ele vai se entregar, relutar a priori, conhecemos muito bem seu irmão, ele não se acha digno da felicidade, mal sabe ele, que talvez seja o que mais a mereça. – afagando meus cabelos, continuou. – E você mocinha, de uma trégua a ele, deixe-o respirar, esse fim de semana com os rapazes será bom para ele, e para nós também, menos objetos quebrados pela casa. Emmett não vai crescer nunca mesmo! – gargalhou.

- Eu a vi! – disse.

- Viu quem? – Esme perguntou.

- A garota, do deserto, ela está chegando, e a vi conversando com Edward. – Esme parou por um segundo de mexer em meus cabelos. – Ela é adorável!

- Filha, não deixe que ele perceber nada. Se isso acontecer mesmo, e ela for à pessoa para seu irmão, nada me fará mais feliz. – eu podia sentir a felicidade transbordar dos olhos de Esme, se pudéssemos chorar, não havia a menor duvida de que lagrimas estariam molhando meus cabelos nesse exato momento.

- Mãe, não deixarei ele descobrir absolutamente nada, e vislumbro o inicio de tempos felizes para todos nós, bom, ou quase todos, porque Rose nunca deixará de ser rabugenta mesmo. – rimos juntas. – Em breve seremos uma família completa, posso sentir isso.

- Tomara que tudo isso se realize, não desejaria mais nada nessa existência. Só que seu irmão encontrasse um amor e que fosse amado em troca.

- Ele será Esme. Eu juro que será!

E diante de toda essa alegria que invadia a sala como sol numa manhã chuvosa, nos mantivemos ainda no sofá como mãe e filha. Depois fui trocar as flores, porque ninguém merece ficar olhando flores murchas, né!

Não vejo a hora de chegar domingo a noite, para ter meu Jasper em casa, fazia menos de três horas que eles tinham partido e eu já morria de saudade da minha melhor metade. Sem contar que tenho de escolher as roupas de todos para o primeiro dia de aula, temos de causar uma grande impressão, porque no final das contas, é o primeiro dia de aula que define como serão os próximos anos do colegial. E eu sentia que esses seriam os anos mais surpreendentes para nossa família.

 


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