Três semanas no emprego e eu consigo me atrasar 4 vezes, a senhora Smith deve está furiosa comigo. Mas eu não me atraso por irresponsabilidade e sim por que o transporte da minha casa para a empresa é horrível, praticamente acordo de madrugada para chegar até aqui no horário e ainda assim consigo me atrasar.

Ah, já ia me esquecendo. Meu nome é Edward e tenho 22 anos, minha mãe Esme cuidou de mim desde que fui abandonado em sua porta. Esme é uma mulher doce e gentil que me criou muito bem apesar das dificuldades, não vivíamos como ricos, na verdade houve dias em que o alimento faltou, mas sou muito grato por tudo o que consegui até aqui.

Estou trabalhando como “faz tudo” na Editora Swan para ajudar nas despesas de casa, porém acho que a demissão está mais próxima do que imagino.

Vinha correndo como um doido para entrar no elevador que graças a Deus estava vazio e subi até meu andar para receber as coordenadas da Senhora Smith.

-Atrasado novamente Edward? – perguntou Jessica um das assistentes que trabalhavam no meu andar. Ela sempre tentava puxar conversa comigo, mas de garotas como a Jessica eu passava longe. Algo no jeito como ela olhava para mim me dava nos nervos.

- Pois é, o transporte público desse pais é horrível.

-comentei e apressadamente andei até a sala da senhora Smith.

- Já é a quinta vez, Edward. Não sei por que ainda te dou uma chance – Falou a Senhora Smith sem olhar para mim.

-Me desculpa Sen...

-Eu já sei o que você vai dizer, tudo culpa do ônibus que atrasou, quebrou, foi abduzido e blá blá blá. Edward, esse é meu ultimo aviso, se atrase novamente nem precisa mais vim aqui, entendido?

- Sim senhora – respondi nervoso. Eu não poderia me dá ao luxo de perder esse emprego.

- Agora vá até o ultimo andar e pegue para mim uns documentos questão com a senhorita Ângela.

- Ok.

Sai de lá direto para o ultimo andar. Era lá onde ficavam as salas dos executivos mais importantes da empresa. A Swan é uma grande editora de revistas e livros, a maior e mais importante do pais, com renome internacional e tendo papel de influenciar milhões de leitores desde a roupa que deveriam usar até as empresas nas quais seria melhor investir.  Toda essa empresa era administrada pela família Swan, o patriarca da família, Carlisle Swan, tinha se aposentado a pouco mais de um ano, deixando o posto de CEO para a única filha, Isabella Swan, uma mulher que segundo as fofocas de corredor era uma verdadeira general de guerra, comandando a empresa com mãos de ferro.

Chegando ao meu destino não pude deixar de me espantar como luxo do ambiente, tudo ali gritava dinheiro e poder, o que combinava muito bem com as pessoas que ali trabalhavam.  Vaguei pelo ambiente a procura de Ângela, secretária da presidente, mas a única pessoa que achei foi uma garotinha, uma garotinha linda devo dizer, cabelo castanho longo e liso apenas levemente cacheado nas pontas, a pele branca que me lembrou uma boneca de porcelana, lábios rosa e bochechas coradas, e os olhinhos de chocolate derretido mais lindos que já vi. O que essa garotinha fazia aqui?

-Olá

 Oi – Disse enquanto sua pele adquiria um leve tom rosado.

- O que uma garotinha tão linda como você faz por aqui? – perguntei curioso.

- Minha mãe trabalha aqui e me mandou esperar por ela. – Xii, a mãe dessa garota é muito corajosa, e se a poderosa chefona descobre?

- E você, o que faz por aqui?

- Ah, eu vim aqui pegar uns papeis com a Ângela, mas parece que somos os únicos nesse andar.

Disse resignado, teria que esperar a Ângela aparecer, seria melhor do que voltar de mãos vazias e dá de cara com a senhora Smith.

-A Ângela está com a mamãe, daqui a pouco elas aparecem. Você trabalha aqui?  - seus olhinhos curiosos me analisavam agora.

- Sim, trabalho aqui, mas faz pouco tempo. A proposito, meu nome é Edward, e o seu?

- Meu nome é Sophie, mamãe disse que Sophie quer dizer sabedoria. – Falou com um ar de adulto que eu achei encantador.

 - É verdade, Sophie que dizer exatamente isso, então quer dizer que você é uma garota muito inteligente, acertei? – perguntei sorrindo, a garota era muito fofa e esperta.

- Mamãe diz que eu sou, mas a mamãe é meio exagelada.

- Acho que todas as mães são um pouco exageradas quando se trata de seus filhos Soph.

-Soph? -  repetiu me olhando interrogativamente.

- É o diminutivo do seu nome- expliquei – você se importa se eu te chamar assim?

- Não, na verdade é legal, meus tios postiços me chamam assim.

- Então Soph, eu vou ficar aqui um tempinho esperando a Ângela, você me permite?

- Claro Ed! – Falou sorrindo para mim, e foi impossível não sorrir de volta para tamanha fofura.

- Obrigado, já que a gente vai ficar aqui me conta, quantos anos você tem?

- Isso aqui- disse enquanto levantava quatro dedinhos. 

- Ah, já é uma mocinha então. Ela riu do que eu falei, um riso doce e sincero, é isso que e adoro nas crianças, esse ar despretensioso e inocente que nos adultos é praticamente impossível de achar.

Escutei passos no corredor e logo a Ângela apareceu com algumas pastas.

- Edward, espero que não tenha esperado muito, estava meio enrolada, mas os documentos que a senhora  Carmem quer estão aqui.

Ela me entregou os papeis e eu logo agradeci.

- Obrigado, Tchau Ângela e Tchau pra você também princesa. 

- Tchau Ed! – Se despediu enquanto acenava para mim.  Fiquei curioso para perguntar quem era a mãe dela, mas como já tinha esperado muito não poderia perder tempo. Desci para entregar os documentos a Senhora Smith e seguir para minhas outras obrigações afinal o dia ia ser atribulado.