Scenes Of Our Lives escrita por EvansPotter


Capítulo 57
Realidade


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeeey amores!!!!
Esou aqui para acabar com os feels de vcs logo na segunda feira :)



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– Aonde você vai, George? – Molly perguntou descendo as escadas no instante em que o filho saia pela porta.

– Só... por ai. – Ele respondeu sem se virar para ela e continuou andando.

– Não demora. – A mulher pediu, mal contendo a preocupação na voz e, com certeza, não a contendo no olhar.

George caminhou alguns minutos pela estradinha que levava À Toca, inquieto, como se buscasse coragem, ou um momento de ímpeto para ir para onde precisava. Ele já estava quase chegando à Ottery St. Cathpole quando finalmente desaparatou.

O ruivo apareceu em uma travessa vazia da Charing Cross Road andou até o Caldeirão Furado e tentando passar por lá sem ser percebido, saiu para o Beco Diagonal, onde ficou parado algum tempo até começar a caminhar para uma das poucas lojas ainda fechadas da rua.

George abriu lentamente a porta da Gemialidades Weasley e entrou lá ainda mais lentamente. Sem fechar a porta atrás de si, acenou a varinha, clareou o lugar e ficou observando todas as prateleiras, caminhando devagar por entre elas, pegando alguns dos produtos e os conectando imediatamente a uma memória do irmão.

– George? – Uma voz chamou em tom suave às costas dele.

Ele secou rapidamente os olhos e se voltou para a porta.

– Angelina. Oi.

– Oi.

– Er... tudo bem?

Ela colocou um triste sorriso nos lábios e balançou levemente os ombros. Os dois ficaram em silêncio, encarando o chão, sem saber ao certo o que dizer ou fazer.

– Vai reabrir a loja? – Angelina perguntou após algum tempo.

– Eu... não. – Ele balançou a cabeça.

– Acho que devia. – Ela disse rapidamente. – Têm muita gente ai fora que precisa rir.

– É. Eu...

– Inclusive você. – Ela interrompeu.

– Eu não conseguiria. – George respondeu olhando para o chão. – Não sem ele. Não posso continuar a loja sem o Fred.

Um longo período de silêncio pesado tomou conta dos dois.

– Isso ai causou uma boa bagunça no salão comunal quando vocês mostraram pela primeira vez. – Angelina disse e apontou para a vomitilha que ele segurava.

– É. – George sorriu. – É, foi sim. Mas acho que o melhor foi quando mostramos o creme de canário.

– Não acho que o Neville concorda com isso.

– Ele riu depois. – George respondeu rindo fracamente e dando de ombros.

– E depois disso todo mundo tinha que tomar cuidado com o que comia na sala comunal.

– Foi um ótimo ano!

– Não acho que a Umbridge concorda com isso. – Ela riu.

– Mas não estávamos muito preocupados com ela.

– Acho que todo mundo percebeu isso depois que praticamente explodiram a escola com isso aqui. – Angelina falou apontando para um kit de fogos de artificio.

– Foi bom deixar uma marca.

– Merlin! Vocês viraram praticamente lendas!

Eles ficaram mais uma vez em silêncio depois disso, os breves e raros sorrisos fugindo dos rostos deles e os olhos começando, mais uma vez, a se encherem de água.

– Sinto falta dele. – Angelina disse depois de um bom tempo.

– É. – Ele pigarreou. – Eu também.

– Sinto sua falta também.

– Estou bem aqui. – Ele sorriu tristemente e abriu os braços.

– George? Sem saber direito o que falar ou o que fazer? Não. Você não está bem aqui.

– É um pouco difícil quando metade foi embora. – Respondeu meio ríspido.

– Não foi não. Da ultima vez que contei vocês eram dois.

– Mas...

– E um, inteiro, ainda está aqui. Meio... escondido, mas ele pode voltar.

– Não sei se ele quer voltar. – Falou colocando bruscamente a caixa de vomitilha de volta na prateleira.

– Ele precisa voltar. Não pode passar o resto da vida escondido.

– E porque não? – Ele aumentou o tom de voz.

– Porque ninguém pode. – Angelina respondeu em um tom que sugeria que isso era a coisa mais obvia do mundo. – Mas... hum... eu acho que você quer ficar sozinho agora. Melhor eu ir embora.

– Ah... é... talvez...

Ela se virou em direção à saída e George voltou a olhar as prateleiras, dessa vez sem realmente olhar nada. Angelina parou hesitante a porta e olhou para George outra vez.

– George?

– O quê?

– Sua mãe já perdeu um filho. Não faz ela perder outro.

– Eu acho que ela perdeu dois. – Ele respondeu ainda de costas para ela.

– Não. Ainda não perdeu não. E acho que você não gostaria que ela perdesse.

– Você não precisa ir embora – Ele disse rapidamente no segundo em que ela se virou para a rua. – se não quiser.

Ela entrou mais uma vez na Gemialidades Weasley, sorrindo um pouco agora e olhando para as costas de George, que ainda não tinha se voltado para ela.

– Sabe, já ouvi muita gente dizendo que sente falta dessa loja.

– Eu também sinto. – Ele admitiu. – Mas não posso abrir a loja agora. Eu não consigo.

– Você pode pedir ajuda se não consegue sozinho.

Ele finalmente voltou a olha-la. Por algum motivo, ela parecia decidida a convencê-lo a voltar à loja.

– Eu não acho que ninguém saiba criar produtos que nem esses. – Ele falou colocando um sorriso meio torto no rosto.

– Olha, eu não sei como te dizer isso, pode ser muito, muito difícil de ouvir. – Ela falou abaixando a voz e se aproximando dele alguns centímetros. – Mas essa não é a única loja de brincadeiras. Detesto de dizer isso, mas vocês não foram os primeiros nesse mercado.

Ele riu um pouco por um tempo curto, mas mesmo assim, por mais tempo que ele costumava rir nos últimos tempos.

– Por um momento eu realmente achei que você ia me dar uma péssima noticia.

– Ah! Então quer dizer que você já sabia que existem outras lojas que nem essa? Me sinto mais aliviada agora!

– É, eu sabia. – Ele riu novamente. – Na verdade já ouvi falar de uma. Conhece a Zonko’s?

– Já ouvi falar também. – Ela respondeu.

Ele ficou olhando para uma caixa de bomba de bosta que tinha pego da prateleira como se a analisasse atentamente.

– Eu acho que você talvez esteja certa.

– Eu estou sempre certa, mas sobre o que você está falando agora?

– Talvez eu devesse mesmo reabrir a loja.

– Sim, deveria.

– Pode ser uma boa coisa.

– Claro que vai ser uma boa coisa. Sinceramente acho que é o primeiro passo para trazer o George de volta.

Ele soltou uma risada anasalada e colocou a caixa de volta na estante.

– Como pode ter certeza de que ele vai voltar?

– Simples. O George não resiste a uma boa loja de logros e brincadeiras. No momento em que você reabrir isso aqui ele vai sentir o cheiro de longe e sair correndo para chegar o mais rápido possível.

– Acha mesmo? – Ele perguntou cruzando os braços sobre o peito e levantando uma sobrancelha.

– Ah! Eu tenho certeza disso! E ai você vai poder ir embora. Finalmente.

– Quanta gentileza.

– Pois é. – Ela riu. – É que eu acho que eu não gosto muito de você.

– Obrigado.

– De nada.

– Você sempre foi tão gentil assim? – Ele perguntou rindo um pouco.

– Sempre. Gentil e educada.

– Estou vendo.

– Eu acho melhor eu realmente ir embora agora. – Ela disse depois de soltar uma risada curta e meio anasalada. – Eu... er... eu acho que você precisa ficar um tempo sozinha com a sua loja.

Ele balançou afirmativamente a cabeça ao mesmo tempo em que olhava tudo em volta dele.

– É, eu acho que eu preciso mesmo.

Ela se despediu dele sorrindo e caminhou até a porta.

– Se precisar da minha ajuda quando reabrir a loja, pode me chamar.

– Obrigado.

– E George, pensa de verdade em reabrir a Gemialidades Weasley. – Ela falou e saiu caminhando pela rua tortuosa e cada vez mais cheia de compradores.

– Eu vou. – Ele falou ainda olhando para tudo ao redor dele. – Eu vou.


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