Capítulo 1

Já ouviu aquele ditado que diz que a noite é uma criança? Bem, Thor era daqueles que vivia aquele ditado, literalmente.

Thor era considerado o alfa do seu grupo de amigos. Era o mais bonito, o mais forte, o que tinha ideias geniais e o que tinha mais dinheiro. Bem, se você olhar por esse lado vai tirar o conceito de que ele é um idiota, mimado e egocêntrico. Mas não.

Era o líder também por ser o mais divertido, mais companheiro e leal aos amigos, sem fazer nenhum tipo de distinção, era altruísta; era o que dava sem querer nada em troca. Era humilde e nunca jogou na cara de nenhum amigo ou inimigo o quão rico era e que, se quisesse, era só estalar os dedos que tudo acontecia. Bem, modéstia a parte, todos o amavam por ser bem assim, simples, sem nenhum tipo de ostentação.

– Thor, vamos logo cara, a festa 'ta bombando na casa da Sif... Não quero perder mais tempo aqui o vendo se arrumar como uma mulherzinha. - Fandral estava jogado na cama de Thor com o violão do loiro no colo, esperava pacientemente (ou nem tanto) o grandão terminar de se arrumar.

– Sabe que vou encontrar a Jane Foster lá, por que não cala a maldita boca e deixa eu me arrumar? E a camisa que você escolheu pra mim é horrível! - Thor quase rugiu, os cabelos loiros presos em um coque baixo, o corpo totalmente exposto para o outro loiro do recinto.

– Se é horrível, por que comprou? Afinal, ela é sua! - Fandral desviou o olhar, odiava quando seus amigos faziam aquilo. Tinha vontade de vomitar de nojo.

– Ok, ok. - Thor colocou rapidamente a cueca e uma calça jeans preta, calçou tênis branco e pegou uma camiseta básica preta. Soltou os cabelos e os penteou rapidamente, passou perfume e desodorante, colocando, por fim, alguns anéis.

Thor pegou uma fina corrente de prata que sua mãe havia lhe dado antes de falecer; o pingente era em forma de gota, com uma esmeralda solitária nos ganchos de prata. O loiro simplesmente amava aquela corrente, tanto pelo significado quanto pela beleza da esmeralda. Ele era fascinado pela cor verde – tanto que seu quarto tinha vários objetos na cor da esmeralda.

– Eu sei o quanto você fica nostálgico quando encosta nessa corrente, mas podemos ir logo, Thor? - Fandral falou baixinho, com o cenho franzido e um olhar totalmente pidão, quase fazia um bico.

Thor apenas riu, pegou a carteira e as chaves de seu carro. Saíram de lá rapidamente, antes passando na casa de Tony Stark, que era seu vizinho, e também era um bilionário (bem, seus pais eram, tanto de Thor quanto de Stark). Steve Rogers saiu primeiro da casa do moreno e se jogou no banco traseiro, logo Tony apareceu, mauricinho como sempre.

– Sem pegação no meu carro, por favor. Não quero ter que limpar esse carro de novo por causa de vocês. - Thor brigou quando os dois do banco traseiro começaram a se beijar de forma fervorosa. Da última vez que Thor os deixou sozinho no carro, eles se divertiram bastante e deixaram boas marcas no couro de suor e fluidos reprodutores.

Passaram na casa de Bruce Banner que também era ali perto e se dirigiram para a casa de Sif, ou Lady Sif como haviam a apelidado. O som era alto e da esquina eles podiam ouvir o alvoroço. Thor estacionou antes da casa da amiga, preferia ter que andar um pouquinho ao ter seu carro atacado por bêbados.

Os jardins da frente já estavam tomados por casais brigando,se pegando e pessoas passando mau. Bem, era apenas meia-noite e metade da festa já estava bem mau. Sif avistou-os entrando pela porta e foi cumprimentar os convidados.

– Galera!!! Vamos, podem entrar. Querem beber?! - Sif empurrou seu copo com um líquido suspeito nas mãos de Thor e saiu correndo para a cozinha. Thor cheirou o líquido em suas mãos e fez cara de asco.

– Que porra é essa, Sif? - Thor e os demais foram até a cozinha.

– Ah, uma coisa que Hogun e Volstagg inventaram. Bem, misturaram um monte de bebida destilada e wiskys e deu nisso. Até que não ta tãaaaao ruim assim. - A morena se recompôs e mostrou as bebidas, onde ficavam os copos descartáveis e os salgadinhos. - Fiquem à vontade, a casa é de vocês! Agora vou lá falar com a Micaelle.

Tony e Steve pegaram suas bebidas e saíram da cozinha o mais rápido possível. Bruce e Fandral também pegaram as bebidas alcóolicas, Thor pegou um refrigerante e os três foram até a área da churrasqueira e piscina, onde a festa realmente acontecia.

– Graças a Odin a princesinha chegou! - Volstagg rugiu e foi cumprimentar o amigo, zoando-o pelo nome de seu pai mitológico, seu pai verdadeiro era fascinado pela mitologia de seu país de origem e deu-lhe o nome de um deus nórdico, nada mais justo. Bem, Hogun, Volstagg, Fandral e Sif eram filhos de amigos de seu pai que também tinham fascínio pela mitologia e eram todos descendentes nórdicos.

Clint e Natasha chegaram logo em seguida, com semblantes risonhos e que diziam: "Acabamos de dar uma ótima foda em um dos tantos quartos dessa mansão."

– Thor... - o loiro congelou ao ouvir aquela voz. Era a Jane Foster, aquela gostosa que Thor queria pegar a tempos.

– Alô Jane! - se abraçaram. Thor sorria mais que o necessário e a castanha começava a achar estranho. Jane acenou com a mão e saiu em direção à Pepper Pots, sua amiga que era apaixonada por Tony.

Thor viu os amigos ficarem muito bêbados e sentiu uma pontinha de inveja quando eles começaram a se divertir sem sua companhia. Odiava ser o motorista da vez. Bufou e foi se sentar nos banquinhos mais afastados do pessoal, com seu refrigerante em uma mão, pegou um cigarro e colocou na boca, mas não o acendeu.

– THOR, VEM AQUI SE DIVERTIR UM POUCO!!! - Clint gritou antes de pular na piscina e espirrar água em Tony, que quase teve um mini ataque do coração por ter molhado seu tênis italiano de couro legítimo. Steve roubou-lhe um beijo na frente de todos aqueles conhecidos da faculdade, deixando o moreno mimado completamente derretido, esquecendo-se de tudo.

Thor achava cômica a relação daqueles dois, e trágica ao mesmo tempo. Enquanto Tony queria gritar para todos ouvirem, Steve ainda estava na fase da auto-aceitação, embora estivessem quatro anos juntos, mas camuflados. Steve tinha conceitos antigos e era muito religioso. Tinha sido um trabalho árduo para Tony conquistar aquele cabeça-dura, mas com todos os amigos ajudando ao castanho ver que o que ele sentia pelo Stark era mais que amizade, Tony conseguiu o primeiro passo. E o resto foi bem mais fácil.

Thor, às vezes, sentia inveja da relação dos dois amigos e também da relação de Clint com Natasha e de Sif com Hogun. Ele queria ter alguém para amar e amá-lo também, mas parecia que nada era o bastante, nenhuma garota que ficou o fez se sentir especial, não conseguiu conectar-se à ela. Era estranho isso, mas nem com a Jane ele sentia esse tipo de coisa. Ultimamente, tinha deixado de lado o romantismo e o compromisso e começara a ficar com qualquer menina, talvez no desespero de querer encontrar sua alma gêmea a qualquer custo.

Tony tinha lhe dito uma vez que talvez estivesse procurando no buraco errado. No final, Thor enrubresceu com aquele tipo de conselho, concordou com o amigo, mas não fez nada quanto àquilo. Não iria desistir das garotas, não enquanto ainda lhe restasse bilhões delas pelo mundo, ou até sua alma o encontrar.

– Thooor... - Sif veio correndo em direção ao amigo, quase caindo no processo, por fim escorregou e foi de bunda ao chão. Sorte foi que estava bem perto do amigo, ficou sentada no chão mesmo. Thor riu um pouco, deveria ter gravado para mostrá-la posteriormente, mas sua mente ficava meio lerda quando não bebia nas madrugadas. - Eu esqueci de te contar uma coisa, cara... Lembra que eu te falei que um primo meu tava vindo da Inglaterra para passar esses meses de férias da facul aqui na minha casa? Então, ele ta aqui e eu queria que você conhecesse ele, sabe, tu é o alfa, quero que ele fique no grupo enquanto tiver aqui.

Thor deu um aceno com a cabeça e levantou, ergueu Sif pela cintura e a ajudou a andar até onde tinha um grupo conversando animadamente.

– É aquele ali. - O primo de Sif estava de costas para onde estavam ela e Thor. Conversava com os rapazes do grupo, Fandral era o mais animado com as histórias do moreno.

– Parece que ele já está integrado, Sif, o que quer que eu faça? Dê dois tapinhas nas costas dele e o congratule? - soou irônico, mas o estado alcoólico de Sif não compreendeu o tom de seu deboche.

– Não precisa fazer isso, Thor. Só cumprimente o rapaz, diga que ele é bem vindo aqui nos EUA. - Sif foi até a roda tropeçando nos pés e cutucou o rapaz moreno para que viesse com ela.

Thor olhava para seus pés, não queria passar por aquele tipo de situação. O cara parecia estranho quando o viu pelas costas, com um cabelo do comprimento do seu, ondulado e bem preto jogados de qualquer forma para trás. As roupas eram normais, porém, a blusa de manga comprida era de um verde intenso, quase como esmeralda de seu pingente, só não brilhava.

Thor levantou o olhando quando viu um par de All Star preto parar próximos ao seu. Ao olhar pela primeira vez, Thor registrou apenas um par de esmeraldas. ESMERALDAS! Límpidas, brihantes, intensas, lindas... Tão lindas que Thor ficou uns bons longos segundos ali, apenas observando. Foi apenas quando duas fileiras de dentes brancos se mostraram que Thor desviou o olhar. O loiro voltou a si, não sem antes listar inúmeros adjetivos positivos para aquele sorriso.

– Queria falar comigo, senhor...? - Thor ainda mantinha a boca meio aberta, o semblante meio surpreso, meio deslumbrado. E o que era aquela voz? E aquele sotaque? Mais uma listinha para Thor.

– Thor... Meu nome é Thor. - O loiro ergueu a mão e o moreno a apertou rapidamente.

– Meu irmão mitológico! - O rapaz ergueu os braços, como se comemorasse um gol. Thor riu do modo descontraído do inglês, mas não entendeu a citação. - Sou Loki, filho adotivo de Odin, meio-irmão de Thor. Sou um deus meio gigante de gelo, mas ainda assim, um deus. Nada do que me orgulhar, de qualquer forma.

Thor riu, mesmo assim ainda parecia travado em frente a Loki. Nunca tinha visto tamanha beleza em um único ser. Seu coração falhou uma batida quando o sorriso voltou.

– Então, Thor... - Loki tentou ajudar o grandão a falar. O loiro balançou a cabeça levemente.

– Bem, sua prima me forçou a vir falar com você, dizer que o aceitamos no nosso grupo ou algo do tipo. Não que nosso grupo seja fechado... Só que... Bem, é isso. Seja bem-vindo. - Thor sorriu e acenou com a cabeça para voltarem a se sentar com o pessoal.

O loiro notou o fato de que, mesmo sóbrio, poderia se divertir com os amigos bêbados. Sentou-se entre Loki e Fandral e entrou no assunto nada a ver que o grupo já alto pelo álcool falava. Até que Clint saiu da piscina e foi andando entre o pessoal espirrando água para todos os lados.

– E aí Thorzinho, já conheceu o nosso novo integrante do grupo? - Clint se jogou no colo de Natasha, que teve que se segurar em Bruce para não cair de costas junto com a cadeira e Clinton. - Desculpe amor...

Thor apenas acenou com a cabeça e ignorou seu amigo perturbado e inconveniente. Deu mais umas goladas em sua Coca e acendeu um cigarro. Festa sem bebida alcóolica, para Thor, não era uma festa.

E a noite passou com Loki contando todas suas histórias da Inglaterra, com aquele sotaque engraçado e todo cheio de floreios, mas era extremamente sexy. Bem, Thor não poderia achar sexy, mas achava. E isso o incomodava um tanto... Tinha acabado de conhecer aquele inglês moreno, mas achava-se encantado por ele.

Os dias posteriores foram divertidos, as duas semanas depois também, todo dia havia algo para fazer com o pessoal; ou iam aos parques, ou alguma praia próxima ou até ficavam na casa de um ou outro apenas conversando e bebendo cervejas. E a proximidade que Thor estava criando com Loki era algo engraçado, pois quase não conversavam muito, mas sempre estavam perto, sentados um ao lado do outro, fazendo duplas para jogar video-game ou ir a algum brinquedo do parque. E também tinham os desafios que Loki lançava ao loiro.

Tony estava se sentindo enciumado, sempre foi o amigo mais chegado a Thor e não gostava nem um pouco da amizade do loirão com o inglês metido.

– Tony, aconteceu alguma coisa? - Steve estava na casa de Tony, a "reunião" seria na casa dele hoje e o namorado do moreno chegou mais cedo para ajudá-lo. Estavam organizando algumas coisas no jardim, como as bebidas nos coolers e os pacotes de salgadinhos na grande mesa, quando Steve notou que seu namorado estava muito calado para o usual. Era Tony Stark, falava bastante e gabava-se mais ainda.

– Não aconteceu nada Steve, só... Bem, tem esse cara... - Tony começou, mas foi cortado por uma mão pesada segurando-lhe o braço de forma brusca.

– Cara? Quem é esse cara, Anthony Edward Stark? - o castanho apertou ainda mais o braço de Tony e o puxou com força para perto de si, mantendo-o com os corpos colados. Tony franziu o cenho e quase soltou uma gargalhada por achar tão fofa a crise de ciúme do seu namorado, mas o aperto estava machucando-o, e muito.

– Meu amor, está me machucando... Por que não me solta e deixa eu terminar de falar o que eu estava prestes a te contar? - olhou nos olhos de Steve passando toda a confiança que o castanho precisava para acreditar em Tony. O aperto no braço do moreno afrouxou.

– Fala e rápido, assim terei mais tempo de matá-lo antes que chegue alguém. - Steve ameaçou, Tony apenas ergueu uma sobrancelha e passou a mão nos cabelos.

– É o Loki. Ele anda roubando toda a atenção de Thor e eu estou com ciúmes. - Tony emburrou, cruzou os braços e fez um grande bico. Steve olhou-o desconfiado, mas depois sorriu.

– Como você é idiota, Tony! Parece que não percebe o que acontece ao redor, pelo amor de Deus! - Steve deu as costas ao namorado e foi atender a porta, pois alguém tinha acabado de chegar.

Thor foi direto para o jardim dos fundos da casa dos Starks e encontrou Tony abrindo uma latinha de cerveja.

– E aí, Tonys! - o loiro cumprimentou o amigo com um meio abraço. Steve estava descendo as escadas quando a campainha tocou de novo, deu meia volta bufando e pisando duro.

– Me diga, Thor. Já avançou o sinal com a JF? - Tony perguntou ao loiro, que deu de ombros e negou com a cabeça. - Desistiu, grandão?

– Desistir? Eu? Acha que 'ta falando com quem, Stark? - riram e voltaram o olhar para a porta, Clint e Natasha tinham acabado de chegar com packs de cerveja e uma sacola cheia de guloseimas.

Steve voltou com o celular nas mãos, tinha acabado de enviar uma mensagem para o restante do grupo: "Apenas entre, não vou ficar de porteiro pra ninguém. Beijos e não demorem!"

– Então, o que iremos fazer hoje? - Natasha perguntou, sentando-se no colo do namorado.

– Já estamos fazendo, amor! - Clint ergueu a latinha de cerveja e riu, Natasha rolou os olhos e levantou para cumprimentar Jane e Pepper que tinham acabado de entrar, sem tocar a campainha, como Steve sugeriu - ou ameaçou.

Mais vinte minutos depois, já estavam todos lá. Stark colocou uma música animada e a pequena reunião começou.

– TIVE UMA IDEIA! - Clint gritou levantando-se num pulo da cadeira, quase derrubando Natasha no processo. A ruiva bufou e deu-lhe um tapa estalado na cabeça. - Oooow, amor... Que monstra você é!

– Não viu nada ainda, Clinton! Tenta me derrubar de novo que você vai ver eu me transformar no pior dos seus pesadelos. - Natasha correu quando o loiro tentou pegá-la pelos braços e a derrubar. E assim as duas crianças correram pelo jardim inteiro, até que a ruiva o empurrou pelo peito fazendo-o cair na piscina.

– Aí é golpe baixo, Nath! - o loiro gritou, mas continuou na piscina, retirou a camisa molhada e os sapatos. - Ah, a ideia que eu tive foi: STRIP POKER!

Assim que terminou de falar, todos os olhares colaram nele, o mais mortal foi o de Natasha. Clint encolheu-se na água e imergiu.

– Ótima ideia, Clint! - Fandral falou e Volstagg concordou, adoraria ver aquelas meninas seminuas. Se bem que todos ali estavam com roupas de banho por baixo, fazia uma tarde consideravelmente quente e Tony sugeriu que viessem para cair na piscina.

– Eu... Não sei jogar poker. - Loki confessou, olhando para as mãos. Thor levou a mão no ombro do moreno em apoio.

– Então não vamos jogar... - Thor decretou, odiava esse jogo, era péssimo em poker e sempre era o primeiro a perder e ficar sem roupas. Clint saiu da piscina e tentou persuadir o restante do pessoal.

Depois de algumas horas, todos entraram para jogar video-game. Thor ficou de fora, não estava a fim de jogar e preferia só observar enquanto seus amigos dançavam.

– Não vai jogar? - Loki sentou-se no chão ao lado de Thor, estavam atrás do sofá, encostados na parede, com visão completa para Volstagg e Hogun que tentavam dançar desastrosamente uma música da Katy Perry.

– Acho que não levo muito jeito para dança. - Thor riu e viu Loki gargalhar quando Volstagg tentou dar uma pirueta e desequilibrou-se, caindo por cima de Hogun.

– CARALHO! SAIA DE CIMA, VOLSTAGG, PARECE UM ELEFANTE! - Hogun gritou numa voz meio abafada.

– Bem, eu gostaria de ver você dançando... Não deve ser tão desastroso quanto o ruivo. - ponderou o moreno, achando graça do modo como Fandral e Bruce tentavam levantar o ruivo enorme de cima do asiático.

– Pior que o Vols... Pode ter certeza. - o loiro falou com convicção, era realmente ruim na dança.

– Eu aposto que não. - Loki desafiou. Thor odiava esses desafios. Sentia-se obrigado a provar quando estava certo.

O loiro levantou-se e Loki o seguiu. O moreno achou um local onde tinha a visão de Thor por completo, de costas para si. E a música começou. Thor dançaria com Steve, competiriam quem dançava pior.

– Acho melhor nos afastarmos antes que eles comecem, alguém pode levar um soco e ter uma ferida bem grave. - Sif comentou e puxou Loki e Fandral que estavam mais pertos do loiro e do castanho.

Loki nunca tinha visto pessoas dançarem tão mal quanto aqueles dois, erraram todas as coreografias e em um momento, Thor acertou o punho no braço de Steve sem querer, o castanho tropeçou nos próprios pés e desabou no sofá, em cima de Jane e Pepper.

– Por Deus, que desastre Thor! - Steve reclamou levantando-se e pedindo desculpas para as meninas. Thor gargalhou e continuou a tentar seguir os passos da dança na enorme TV.

E a música acabou. Steve ganhou por um ponto na frente, sendo que cada um fez menos de 100 pontos e menos de 20% da coreografia. Thor voltou para trás do sofá, jogando-se no chão ofegante, Loki, rindo, sentou-se ao seu lado novamente.

– Nunca mais o desafio para dançar novamente. Acho que fica melhor sentadinho aí, menos desastroso. - Thor fitou o moreno e arqueou uma sobrancelha. Bem, tinha dito que não sabia dançar, mas e o quanto ao moreno?

– E você, Loki? Sabe dançar? - o loiro perguntou debochado, o inglês sorriu e levantou-se esperando Clint e Natasha terminarem a dança. Thor parou ao lado da TV, ficando de frente para Loki. Queria ter um camarote para ter a visão privilegiada, não tendo, o local estava bom.

A música era da Britney Spears, a coreografia era bem provocante. Loki retirou os tênis e prendeu o cabelo num rabo de cavalo alto antes de dar o play no jogo.

Thor nunca mais se esqueceria daquele momento. O moreno acertava todos os passos, tinha uma destreza sobrenatural para um homem, jogava os quadris, rebolava, tudo copiando do jogo, e o pior - ou melhor, Thor não sabia dizer - era que Loki sempre o fitava quando o jogo deixava uma brecha.

O loiro sentiu uma quentura subir até suas bochechas e desviou o olhar, pegou Tony e Steve o encarando com as faces em confusão, achou melhor sair dali. Foi para o lado dos amigos em pé atrás do sofá. A música acabou e Loki jogou-se na poltrona. O novo recorde era dele.

– Primo, não sabia que dançava tão bem assim... - Sif comentou, procurando uma música com o controle do jogo.

– Nós fizemos balé na infância, esqueceu? - o moreno comentou e Sif concordou, lembrando-se.

– Pra mim, isso é coisa de veado... Sem querer ofender, Tony, Steve... - Clint, o inconveniente, comentou e recebeu um beliscão da namorada ruiva.

Loki deu de ombros e perguntou a Tony se podia beber água. Thor ofereceu-se para levá-lo à cozinha.

– Você dança bem, Loki. E não se importe com o comentário do Clint, ele é um idiota assim mesmo, você se acostuma. - Thor deu de ombros, precisava conversar seriamente com o amigo, ele era muito sem-noção.

– Não me importo, de verdade. Já me importei um dia, mas agora, tanto faz. Meus pais me aceitam da forma que eu sou, sendo eu gay ou não. - Loki falou, entrando na cozinha e sentando-se na cadeira, esperando Thor pegar sua água.

– Então... Você é gay? - Thor travou, olhando nos olhos do moreno. Seu corpo estremeceu só de imaginar, não sabia por que, mas sua mente lhe enviou uma imagem de Loki beijando-o nos lábios. Balançou a cabeça para afastar os pensamentos e foi rapidamente até a geladeira. - Não... Precisa responder, se não quiser.

– Não há problemas... Não sou gay, eu acho. Bem, nunca senti atrações por homens, então... Não me sinto homossexual. - Loki sorriu e pegou o copo d'água que lhe era oferecido.

Thor acenou com a cabeça em entendimento e voltaram para a sala, agora a disputa era um joguinho de corrida com obstáculos. E foi mais um desastre. No início da madrugada, Thor encontrava-se cochilando no ombro de Loki, que quase pegava no sono contagiado pela letargia do loiro. Sua cabeça morena pendeu para o lado, apoiando-se no topo da cabeça de Thor. Acordaram minutos depois, com Sif avisando que estavam de partida.

Loki ajudou o loiro a se levantar. A despedida foi estranha e cômica ao mesmo tempo. Jane já bêbada jogou-se nos braços de Thor e deu-lhe um selinho, foi carregada por Peppers. Loki apenas riu, esperou todos saírem da sala e se aproximou do maior.

– Obrigado... - agradeceu e Thor franziu o cenho, não tinha entendido o porquê do agradecimento, mas acenou com a cabeça.

– Não... Tem de quê? - Respondeu como pergunta, Loki deu de ombros e abriu aquele sorriso enorme, achando graça do estado semi-acordado do loirão.

– Você é uma figura, Thor. Agradeço por me tratar dessa forma, você parece ser o único que não se esforça para que eu me sinta bem ou mal, apenas... Trata-me como igual. E eu gosto disso. - terminando de falar, Loki ergueu-se na ponta dos pés e lançou os braços sobre os ombros de Thor, dando-lhe um abraço apertado.

– Não por isso, Loki. Você faz parte do time agora, deve ser tratado como tal. - o loiro aproveitou o contato e abraçou o moreno pela cintura, fazendo consequentemente seus corpos grudarem.

– Valeu, bro! - Loki soltou os braços e inclinou-se um pouco para trás para olhar na face de Thor, já que o loiro parecia não querer soltá-lo. - Eu gostaria muito de vir morar aqui, o pessoal daqui é mais caloroso e mais amigável que os ingleses. Porém, meus pais são super protetores...

– Não custa tentar, custa? - Thor perguntou e sorriu aquele sorriso que Loki adorava nele, no qual comprimia os olhos.

– Acho que não... Mas... - Loki mordeu o lábio inferior e levou as mãos aos braços de Thor, apenas pousando-as nos músculos do loiro. - Pode me soltar agora? Preciso da carona de Sif.

– Oh, sim... Desculpe-me por isso. - falou envergonhado, abaixando a cabeça assim que deu alguns passos para trás, afastando-se do moreno.

– Você é mesmo uma graça, Thor. - Loki riu e virou de costas, caminhando para a saída da sala. Parou antes de sair pela porta e virou apenas a cabeça para Thor. - E eu adoro isso.

Thor sorriu, jogou-se no sofá da sala e enterrou a face nas almofadas. Fechou os olhos com força, tentando eliminar da sua mente aquele abraço, ou o cheiro do corpo do menor, ou talvez a imagem daquele sorriso que não saía por nada da sua cabeça. Estava a centímetros de beijá-lo... Aquilo só podia ser um sonho, um pesadelo ou qualquer coisa do tipo. Estava enlouquecendo, ou ficando doente... Não podia sentir-se assim com um homem. Era bizarro!

(...)

– Entendeu agora o que eu quis dizer mais cedo, Tony? - Steve perguntou quando Thor foi para sua casa. Estavam atrás da porta, observando os dois amigos.

– Entendi meu amor... Agora, vamos esquecer isso, venha cá.

Tony puxou o namorado pela mão e o jogou no sofá, Steve sorriu e segurou na cintura do moreno fazendo-o sentar-se nas suas pernas, de frente para si. Tony passou uma perna de cada lado do corpo do maior e inclinou-se para baixo obtendo maior contado entre suas partes íntimas. Steve soltou um ofego baixo e puxou a cabeça de Tony pela nuca.

Os lábios se encaixaram perfeitamente, era sempre perfeita a sincronia de seus lábios e línguas, e mãos e respirações. Tony, sempre que beijava Steve, sentia como se fosse primeiro beijo deles. Era tudo tão maravilhoso, mesmo depois de quatro anos juntos.

Steve desceu as mãos da cintura de Tony até suas nádegas e as apertou com força, pressionando mais seus corpos. O beijo ficava mais rápido, menos demorado, línguas passavam pelos lábios, desciam para o pescoço, e beijos longos e chupadas eram distribuídas. Tony amava provocar Steve daquela forma, enquanto rebolava no pênis ereto do namorado, sugava a pele do pescoço dele deixando marcas avermelhadas.

– Va-vamos para o quarto, Tony... - Steve abraçou a cintura do moreno e o ergueu do sofá, caminharam para o quarto, Tony com a boca grudada no pescoço de Steve e o castanho se controlando para que não caíssem no chão no processo.

O corpo do moreno foi jogado na cama, Steve parou apenas para trancar a porta e retirar sua blusa enquanto Tony fazia o mesmo. O castanho deitou-se sobre o corpo do namorado, encaixando uma de suas pernas entre as de Tony. O moreno ofegava enquanto Steve friccionava seus pênis apertados pelo tecido das bermudas.

– Vem, meu amor... - Tony gemeu e recebeu os lábios de Steve. O maior deslizou os lábios pelo maxilar do namorado, passando a língua até chegar ao lóbulo da orelha, onde era o ponto fraco de Tony.

Steve deu ainda uma mordiscada antes de descer os beijos até o peitoral do moreno. Tony se contorceu, gemeu e agarrou com força os cabelos de Steve quando este desceu mais os lábios e abriu o zíper de sua bermuda e a retirou junto de sua cueca.

A noite passou rápida, muitas sessões de amassos e sexo até o amanhecer. Dormiram exaustos, mas felizes.