Cartas De Romeu E Julieta escrita por ariiuu


Capítulo 4
Felizes para sempre, só que não


Notas iniciais do capítulo

Gente, me desculpem pelo atraso do último capítulo e também a atualização de Heart Attack. Estou com muito trabalho e não tem sobrado tempo. Só hoje consegui terminar a fanfic, e se tiver erros, me perdoem...
O capítulo ficou gigante... Me desculpem pelo tamanho, mas pelo menos chegamos ao epílogo dessa história tão boba e envolvente!
Divirtam-se!



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Cartas de Romeu e Julieta


Felizes para sempre, só que não


Primeira semana de aula – Quarto dia.

Era pouco mais de sete horas da manhã e todos os alunos entravam pelo portão principal do Campus.

Law caminhava devagar rumo à mesma direção da multidão, afinal, todos moravam por ali, nas repúblicas ao redor da faculdade.

O moreno mantinha uma expressão apreensiva logo de manhã. Era apenas a primeira semana de aula, mas a transição de vida que acabara de ter, ainda estava lhe rendendo cansaço e noites de sono mal dormidas.

Law...?

Uma voz feminina o chamou no meio da multidão. Por um momento ele alargou o olhar e sentiu uma constrição no estômago. Será que aquela que estava lhe chamando era...

– Hancock...?

Ele respondeu desapontado.

– Você está bem...? Parece cansado... – A morena replicou preocupada, pois era nítido o semblante pouco abatido que mostrara naturalmente.

– Eu estou bem... Obrigado... – Ele respondeu enquanto fechava os olhos por conta do esgotamento físico, passando levemente a mão pelos cabelos que se encontravam desordenados por causa do vento que batia forte.

Repentinamente Hancock sorriu e ele obviamente não entendeu.

– Qual é a graça...?

– Não é nada. É que não imaginava ver o invencível Trafalgar Law perderia para o travesseiro. – O sorriso era confino, porém levemente debochado.

– Devia saber que sou um ser humano e não um robô... – Ele respondeu amargo.

– Eu sei... Me desculpe... Mas me diga... Como está sendo os primeiros dias...? Superou suas expectativas...?

– Muito mais do que você imagina... Medicina sempre foi tudo o que sempre quis. – Respondeu firme e convicto.

– Fico feliz por você. É tão difícil achar um aluno que goste de um curso logo no início... Normalmente eles cabulam as aulas para irem aos bares, boates e cassinos...

– Não precisa me lembrar de que estamos no meio de um monte de perdedores como esses... – Ele respondia impaciente.

– Aah, me desculpe de novo... Estou te perturbando por comentar sobre assuntos idiotas. Vou te deixar sozinho... – A garota então se virou, dando as costas para o moreno.

Law abriu os olhos lentamente e a observou por um tempo...

Hancock era diferente daquelas garotas que lhe perseguiam no ensino médio. Ela era bonita, elegante, culta, discreta, tinha um leve senso de humor, era inteligente, tinha a mesma altura que ele e com certeza teria uma carreira brilhante como médica ortopedista. Ela era perfeita em todos os sentidos.

E no ensino médio ela havia lhe chamado para sair uma única vez, fora os boatos que diziam que a mesma parecia te ruma grande simpatia e admiração por ele.

– Hancock... Espere...

A voz dele fez com que a mesma parasse e se virasse em sua direção. O semblante mostrava dúvida.

– Diga. – Foi tudo o que ela respondeu.

– Você não quer sair neste sábado...? – Fez o convite claramente de modo sério e certeiro.

Os olhos dela se estenderam em surpresa.

– Está me chamando para um encontro...? – A morena sorriu ternamente.

– Tanto faz... – Ele redarguiu frio.

– Eu aceito... Mas aonde vamos...?

– Vou pensar em algum lug-

Law não terminou de falar, pois teve sua atenção totalmente tomada por uma cena grotesca... Totalmente bizarra...


ME PONHAM NO CHÃO AGORAAAAAA!!!

Não antes de você aceitar o nosso convite para fazer parte das líderes de torcida do time!!!

– Eu já disse que não quero!!!

– Por favor, Namiiiiiiii!!!

Um grupo de jogadores de futebol segurava a ruiva de forma peculiar, arrastando-a por todos os lados da entrada do campus enquanto a mesma protestava aos berros.

– Eu já disse que não quero! Me largueeem!!!

– Por favor, Gata Ladra!!! – Eles gritavam em uníssono.

Law ficou paralisado, observando a cena com os olhos mais abertos que o comum. Então ela havia passado na faculdade...? E por que eles a chamaram de Gata Ladra...? Será que...

– Aquela garota era da nossa escola... – Hancock comentou, enquanto observava a cena junto do moreno.

– GL... Gata Ladra... Então é isso que essa sigla significa... – Ele comentou baixinho e a morena não entendeu.

– Disse alguma coisa...? – Contestou duvidosa.

– Não... – Law respondeu com a voz mais séria que o comum. Então a Julieta dissimulada havia passado na faculdade...? Ele se perguntava, enquanto um leve sorriso de canto se formou. Tê-la ali com certeza seria trágico e ele não estava disposto a esbarrar com ela nem por acaso, porém... Por que no fundo... Bem no fundo e intimamente ele se sentia tão tentado com a presença dela...?

– Law...? – Hancock interrompeu seus desvairos repentinamente.

– Não é nada... Eu estava apenas distraído... Eu te mando um sms dizendo o lugar que iremos...

– Em qual carro vamos...? No seu ou no meu...?

– É óbvio que será no meu. – E então ele saiu disparado na frente, deixando-a pra trás enquanto carregava uma maleta preta no ombro.


******


Já era cinco da tarde e Nami caminhava pelo longo corredor do terceiro andar. Aquele andar com certeza era da área de Biológicas. Estava curiosa para conhecer todos os prédios do campus, mas seria impossível com todos aqueles jogadores na sua cola.


Ela adentou em vários laboratórios, curiosa com os equipamentos e também...

Tinha certa curiosidade em saber onde CM estudaria... E por falar nele, era questão de tempo até se esbarrarem, porém a ruiva havia decidido que o ignoraria totalmente.

– Hmm... Acho que já vi tudo por aqui... – Foi então que ela fixou distraidamente o olhar num mural de recados pendurado ao lado de uma porta. Havia muitos ali, mas curiosamente todos os recados eram impressos. Não havia nenhum escrito à mão.

“Trazer os materiais para a aula do dia 2 de fevereiro e deixar no armário de utensílios cirúrgicos.”

“Novos alunos: Comparecerem de jaleco nas aulas de anatomia à partir da semana que vem.”

“Novas turmas de medicina, entrem em contato com o professor Caesar para preencher os dados para a excursão na feira de biomedicina no próximo mês.”


– Hmm... Que coisa mais chata... Não tem nenhum recado engraçado... Mas... Espera aí! – A ruiva havia decidido fazer algo diferente... Ela precisava fazer algo diferente...

Havia uma sala aberta naquele corredor que possuía computador e impressora, então a mesma resolveu imprimir um recado e colocar no mural.

“Eu estou muito feliz por ter passado nessa faculdade!!! Boa sorte para vocês, futuros médicos, mas tenho que dizer que esse curso parece ser bem chato... Vão precisar de sorte dobrada!”

E no final ela colocou o emoticon de uma carinha mandando língua. Tudo para adocicar aquele mural repleto de recados chatos.

A ruiva saiu dali cantarolando, feliz com a pequena travessura.


******

Law andava vagarosamente pelo corredor que dava acesso à sua sala. Com a nova rotina, automaticamente ele era obrigado a ver os novos recados no mural, apenas para anotá-los num bloco pra não esquecer.

Mas um recado ali não tinha nada a ver com os outros.

“Eu estou muito feliz por ter passado nessa faculdade... Etc... Etc... Etc...”

– Quem escreveu essa idiotice...? – Ele perguntava para si mesmo sobre tamanha besteira. Foi então que resolveu responder aquele recado idiota que com toda a certeza era de autoria de algum aluno na área de Humanas. Provavelmente de algum curso relacionado à arte... Típico de idiotas...

“Isso é uma Universidade, não o primário. Se quiser escrever recados idiotas, escreva no mural da sua sala. Não fique atrapalhando os alunos deste andar. E só pra finalizar, se fizer de novo, levarei esse ocorrido para a coordenação e pegarei o idiota que escreveu aqui.


******


Já havia encerrado o horário das aulas há muito tempo, porém Law extrapolou, ficando na biblioteca até mais tarde. Ele achava que o horário integral não bastaria. Precisava estudar por fora, mas a biblioteca não havia iniciado oficialmente as atividades, já que aquela era apenas a primeira semana de aula.

O moreno se ausentou do local e cortou caminho para o quarto ao qual passaria os próximos anos dormindo.

Havia muitas casas ali, como se fosse uma espécie de condomínio. Cada quarto tinha aproximadamente quatro alunos. Mas... Naquele momento havia uma casa que parecia estar completamente agitada ao som de pesados riffs.

A varanda da casa estava cheia de alunos e havia dois amplificadores ligados, por onde saía o som alto. Aquilo definitivamente... Era uma festa...

A música era familiar... E por um momento Law se sentiu curioso com a aglomeração ao redor de uma mesa. Foi então que de longe ele observou uma cena bizarra que lhe chamou atenção...

Uma ruiva vestida com um uniforme de líder de torcida, estava em cima da mesa, bangueando feito uma louca ao som dos riffs de ‘The Enemy Inside’ da banda Dream Theater.

Ela estava com os cabelos soltos, descalço, com um top vermelho escrito uma sigla, que deixava a barriga totalmente à mostra, além da saia curta dando total destaque às coxas torneadas.

O moreno poderia ter ficado pasmo por aquilo, mas ainda mais pasmo ao se tratar de nada mais, nada menos que ela...


GL, Julieta, Nami...


Vários garotos começaram a gritar e assobiar enquanto as únicas garotas que se encontravam ali observavam tudo espantadas.

– Vai lá Nami!!!

– Mostra como se faz!!!

– Ensina essas patricinhas a banguear!!!

– Você é demais!!!

– Manda ver ruiva!!!


A garota balançava a cabeça freneticamente para cima e para baixo em sincronia com o ritmo da música, enquanto apoiava as mãos nas coxas, causando um aspecto ainda mais ousado e ofensivo.

Law não pensou que estaria ali pra ver aquela cena. Embora fosse um completo absurdo vê-la naquelas circunstâncias, ele admitia que era sexy... Extremamente sexy... Além disso, para fazer uma performance tão esplêndida como aquela, era impossível não estar sob efeito de álcool...

Além de banguear, a garota também começou a dançar de uma forma estranhamente impressionante, enquanto mantinha expressões imponderadas.

Aquela não parecia a Julieta que pensou que conhecia. Ela estava mais obstinada e sensual. Até mesmo seu atual semblante que era realçado pela maquiagem pesada.

– Sua bêbada... – Foi tudo o que ele retrucou em resposta, após admitir a contra gosto que aquela maldita ruiva sabia muito bem como mexer com seus sentidos lascivos... Ainda mais sendo ele homem... Aquilo definitivamente era excitante, mas indigno demais... E mediante a isso, ele precisava agir e tirá-la de vez da cabeça...

Então Law resolveu ignorar tudo aquilo e ir embora, como se não tivesse visto absolutamente nada.


******


No dia seguinte, Nami voltou no mesmo prédio e acabou vendo que seu recado havia sido respondido...

– Hã...? Mas que recado mais grosseiro é esse...? Esse sujeito acha que vai me intimar com essa ameaça...? – A ruiva correu para a sala ao lado e imprimiu um novo recado, fixando no mural logo em seguida.


“Não tenho medo de você, aluninho arrogante. Se quiser levar para a coordenação, leve, mas se tiver coragem o suficiente, eu posso dizer na sua cara... BOA SORTE COM AS AULAS CHATAS!”

– Perfeito... – Ela replicou a si mesma.


******


– Ótimo... Primeira semana de aula e já estou discutindo com um idiota por um mural de recados. Mas isso acaba hoje. – Law arrancou os recados do mural com raiva e logo fixou outro.

“Reportarei isso ao coordenador do curso de medicina. E se tiver coragem, venha à biblioteca na sessão de Ciências Biológicas hoje às sete da noite para dizer algo em sua defesa. No mínimo vai levar uma suspensão de quinze dias pela brincadeira de mau gosto, já que as câmeras do corredor filmaram quem fixou estes recados idiotas no nosso mural.”


******


– O-Q-QUÊ!!? AQUI TEM CÂMERAS!!? – A ruiva surtou olhando ao redor completamente atônita. Agora ela sabia que tinha ido longe demais...

– Eu e essa maldita mania de nunca me dar por vencida numa discussão... Já são quase sete horas, então vou procurar por essa pessoa arrogante e implorar pra ele não me denunciar... – A garota saiu dali derrotada e disposta a desfazer o mal entendido.


******


Law se encontrava na biblioteca gigante do campus, na sessão de livros na área de Ciências Biológicas. Ele havia acabado de sair de uma apresentação de um trabalho e vestia roupas sociais. Uma camisa branca acompanhada de uma gravata cinza, calça e sapatos sociais no tonalidade preta.

O moreno procurava por alguns livros específicos naquela sessão.


******


Nami havia chegado na biblioteca, porém foi barrada na recepção.

– Se identifique. – Uma senhora de cabelos grisalhos e óculos fundo de garrafa interrompia.

– Aah, meu nome é Nami e sou do curso de Meteorologia.

– Certo, mas não pode entrar com esses trajes... – A mulher a olhou de baixo em cima. As roupas da ruiva basicamente se resumiam a uma calça jeans, um sinto de tecido vermelho preso no cós da calça, uma mini blusa diagonal e meia desfiada no tom amarelo que mostrava razoavelmente o decote e a barriga totalmente à mostra, uma fita vermelha presa em forma laço em seu pescoço e um salto agulha.

– Aah...? O que há de errado com a minha roupa...?

– São as normas da faculdade. Vá até o seu quarto e troque de roupa...

– Mas...

– E também livre-se desse chocolate. É proibido comer aqui. – Ela se referia ao pedaço de chocolate que a ruiva havia comprado numa barraca montada no pátio, dos alunos do curso de culinária. A faculdade era em tempo integral, então sempre haviam alunos por ali em todos os períodos.

– Mas que chatice...! – A garota resmungou baixo, enquanto se dirigiu à saída, porém...

Seu apelido não era Gata Ladra por acaso... E ela não estava disposta a sair dali sem cumprir seu objetivo...

Foi então que a ruiva olhou para o lado de fora e na mesma hora gritou.

Aaaaaaaaaaah! Um aluno foi arremessado do segundo andar!!!

– O quê!?

– Por favor, chame uma ambulância!!! – A ruiva berrava escandalosamente.

– Aah meu Deus, me deixe ir lá fora chamar verificar isso!!! – E então, a recepcionista saiu correndo dali.

Nami sorriu vitoriosa de canto.


Law havia ouvido barulhos de gritos, porém achou que não fosse nada demais. Nada que pudesse interromper sua missão de achar os melhores livros daquela sessão.

Novos ruídos foram ouvidos, mas ruídos de alguém andando pelos corredores, porém...


– Heeey, arrogante aluno do curso de medicina!!! Apareça!!!


Uma voz feminina pôde ser ouvida e Law arqueou uma sobrancelha. Estava errado ou o dono dos recadinhos idiotas do mural havia mesmo aparecido...?

Ele fechou o livro e tentou seguir a voz da pessoa pelos corredores, mas parecia que ela já havia saído dali e se dirigido à outra sessão.

– Apareça... – Law replicou em alto tom, procurando pela dona da voz.

– Não é mais fácil você ficar parado enquanto te acho!? Quem disse que era pra você sair do lugar!? – Ela redarguiu nervosa.

– Eu disse que estaria na sessão de Ciências Biológicas...

– E eu estou aqui agora...! Cadê você!?

– Fique aí. Eu já estou chegando.

– Eu não tenho todo o tempo do mundo, idiota!!! – Ela respondeu atrevida enquanto passou a correr na direção de onde vinha a voz dele.

– Quem você está chamando de idiota!!? – Ele rebateu incivil, correndo também para perto de onde vinha a voz dela.

Você!!! – Ela respondeu, mas...

Ao cruzarem o corredor, ambos esbarraram um no outro.


Law caiu de costas numa das estantes com Nami por cima dele.


O chocolate que ela estava comendo, automaticamente foi ao chão.

– Ai...! – Ela contestou pela dor do baque enquanto tentava abrir os olhos que havia fechado por impulso.

Law também havia fechado os olhos por instinto, mas quando resolveu abri-los... A pessoa que estava em sua frente naquele momento...

– VOCÊ!!! – Eles gritaram em uníssono após olharem para a cara um do outro ao mesmo tempo.

Finalmente os dois se reencontraram... Depois de tudo o que aconteceu... A forma como ambos se olharam deixou claro... Que tudo o que sentiam um pelo outro parecia estar vivo em algum lugar de seus corações... E tal sentimento queimava intensamente... Porém...


Eles não admitiram perder.


E então Nami se levantou rapidamente e ele também fez o mesmo.

– Não me diga que foi você que escreveu aqueles recados... – O moreno perguntava completamente abismado.

– E foi você que os respondeu!!? – A ruiva contestava perplexa.

– Eu não acredito que de novo caí nessa... – Redarguiu impaciente, tentando entender por que aquilo estava acontecendo.

– Eu é que não acredito que estava escrevendo involuntariamente pra você! Se soubesse quem era, não teria respondido de volta!

– É mesmo!? E por que você deixou aquele recado idiota no mural da minha sala desde o início!? Você não tem mais o que fazer!? – Law retorquia exaltado.

– Aah, qual é! Eu é que não vou ficar enfiada numa biblioteca se matando de estudar enquanto existe vida lá fora... Foi só uma brincadeira pra descontrair... – Ela respondia incivil.

– Aah sim... Vida lá fora, não é...? Uma vida onde enchemos a cara de tequila e vodka e depois subimos numa mesa pra ficar bangueando no meio de um monte de jogadores de futebol que começam a gritar incansavelmente pra continuar até cair...

– O quê...? Como sabe sobre isso...? Aliás, você estava me espionando!? – A ruiva contestou alarmada.

– Espionando...? Por favor... Só estava voltando da biblioteca depois de um longo dia de estudos e acabo me deparando com essa cena ridícula... – Ele contestou com desprezo.

– Ooh, então o senhor certinho se doeu por ver a ruiva que passou meses completamente devota a ele, se divertindo com o pessoal que joga futebol na faculdade!? O que você queria que eu fizesse!? Que ficasse trancada no meu quarto chorando em cima do travesseiro por sua causa!?

– Não finja que se importou com tudo o que aconteceu... Você é uma louca bipolar que atuou com perfeição o papel de garota apaixonada. Se houvesse arrependimento, você teria me procurado e não estaria fazendo cenas como essa apenas pra se vingar...

De repente, Nami o encarou com seriedade e ele obviamente percebeu.

– Acha mesmo que menti pra você...? Foi só uma discussão idiota por causa de uma sala... Isso não é motivo pra não acreditar em mim...

– E como saberia que não estava mentindo...? Que prova você me daria!? – Ele contestou exaltado, de uma forma em que sua voz saíra ainda mais agressiva.

A ruiva o olhou de forma melancólica... Ela não sabia como tudo aquilo havia acontecido, mas havia algo que ela estava completamente ciente.

– Você disse que quer uma prova, mas tenho medo de te dar e você não acreditar... – Nami articulou ternamente, mas com resquícios de receio na voz.

– E que prova é essa...? Como posso acreditar que ela é verdadeira...? – Naquele momento era notável o quanto ele havia se acalmado, apenas pelo tom de sua voz.

A ruiva virou de costas. Um tanto incerta e com uma gota escorrendo pela testa, Nami fechou os olhos por instinto. Não estava preparada para dizer aquilo... Seria árduo e doloroso demais... Mas que escolha ela tinha...?

– Não vai dizer mais nada...? – Ele pressionou.

– Desde que começamos a trocar cartas... E fui te conhecendo por elas... Percebi que tínhamos muita compatibilidade... Você era sarcástico, divertido, inteligente, decidido, corajoso e ousado... Cada linha daquelas cartas fazia com que eu me sentisse viva e cada vez mais alegre. Suas cartas aqueciam meu coração... E cada vez mais me sentia perto de você... O meu maior desejo era te conhecer e estar perto o suficiente pra dizer... – Ela deixou a frase inacabada.

– Pra dizer...? – Ele se aproximou, enquanto a ruiva se manteve de costas, mas o silêncio não durou e ela se virou novamente para ele, exibindo lágrimas em seus olhos e pronta para terminar a frase.


Que eu te amo... – Ela definiu inesperadamente enquanto o encarou de forma impetuosa.


Os olhos cinza acenderam em surpresa. Ele ainda não acreditava no que acabara de ouvir...

– Você o quê...? – Law apenas contestou para ter certeza se não estava louco. No baile de máscaras ele havia revelado que estava apaixonado... Mas ela... Havia confessado um sentimento muito mais intenso que a paixão...

– Quer tanto assim que eu me humilhe por você!? Não sabe o quanto foi difícil aceitar que isto estava acontecendo... E quando estava disposta a abrir meu coração, você me acusou de algo que não fiz...! Eu não sabia que o garoto mais cobiçado da escola era o CM... Mas se algum dia tivesse descoberto... Nada iria mudar... E eu não iria deixar que nada e nem ninguém tirasse você de mim... – Ela se aproximou dele, ainda com lágrimas nos olhos. A forma tão intransigente como aquilo foi dito soou surpreendente. Ela proferia tudo de um jeito firme e convicto.

Law não soube ou que dizer. Nem mesmo o que falar. Se aquilo tudo realmente era verdade, então ele havia agido errado com ela... Completamente errado...

– Eu...-

– Mas agora não importa... E eu sei que nada do que lhe disser vai adiantar. Me desculpe pela brincadeira do mural... Me desculpe por tudo... – Nami interrompeu para logo depois dar as costas a ele e se retirar dali. A ruiva concluía que já havia tido drama demais para um dia. Ainda mais se tratando dele...

Ela caminhou vagarosamente para a saída da biblioteca enquanto continha as lágrimas nos olhos.

Law ficou ali, paralisado... Por um instante teve vontade de gritar o nome dela e pedir para que não fosse embora, mas ele não teve coragem... Estava mais chocado pelo fato de a mesma dizer que o amava do que pelo pedido de desculpas...

Então ele olhou para o chão e viu uma barra de chocolate em forma de coração enrolado num plástico. Provavelmente ela deixara cair e sequer se lembrou de pegar.

No mesmo momento ele se recordou... Que ela havia mencionado em uma das cartas que adorava chocolates...

A expressão dele naquele momento mudou...

Aquilo era demais pra ele...


******


Finalmente havia chegado o dia e o horário do encontro de Law com Hancock e os dois saíram juntos como haviam combinado.

Law se manteve inquieto, mal humorado e impaciente durante o jantar num dos melhores restaurantes da cidade, e obviamente a morena percebeu aquilo.

– Você não queria estar aqui, não é...?

– Eu disse que queria sair com você. E é o que estou fazendo. – Law replicou seco. Nem mesmo ele havia notado a forma como estava a tratando.

– Bem... Eu confesso que sempre quis sair com você, mas não imaginei que você fosse tão chato...

– Me desculpe por isso...

– Não se desculpe. Você não tem culpa.

O moreno arqueou uma sobrancelha em resposta. Do que ela estava falando...?

– Vá atrás dela... Não precisa estar aqui por minha causa... – Hancock respondia de forma inesperada. Então ela sabia de alguma coisa sobre a ruiva...?

– Por que está me dizendo isso...? – Ele contestava desconfiado.

– Por que é óbvio que você está irritado por ter brigado com a garota que gosta. Você está assim desde o ano passado. Mas seja lá o que tiver acontecido, peça desculpas e não saia mais de perto dela. As mulheres são muito mais inseguras do que os homens... – E após o término da frase a morena jogou uma mecha do cabelo para trás de modo imponente. No final, ela era apenas uma defensora das mulheres...

Law sorriu ousado e admitiu pra si mesmo que ela estava certa. Precisava deixar todo o orgulho de lado e reconhecer que estava errado em relação à ruiva. E ele não demoraria mais nem um minuto para fazer isso.

Então ele se levantou, pegou o paletó que estava em cima da cadeira e se despediu.

– Obrigado Hancock. Foi o melhor conselho que já tive. – Law sorriu maravilhosamente de canto.

– Um dia cobrarei com juros e correção... – Ela replicou arrogante enquanto virava o vinho que se encontrava na taça.


Law saiu disparado do restaurante. Sabia exatamente o que tinha que fazer, mas a ansiedade tomou conta de si durante todo o trajeto de volta para a república.

Ao chegar ao lugar onde se encontrava a casa onde a ruiva estava hospedada, ele bateu freneticamente na porta.

– Nós já falamos que não queremos comprar chocol-

No mesmo instante uma menina que atendera a porta ficou em estado de choque.

– A Nami se encontra...? – O moreno foi logo perguntando, olhando para dentro da casa.

Outras garotas que também estavam ali, saíram da porta para fora e passaram a observá-lo de forma peculiar...

Pareciam estar babando, ou algo assim...

– Ela foi para o treino de futebol junto com as líderes de torcida... Mas é só com ela...? Posso ajudar em alguma coisa...? – A garota que havia atendido a porta, se encontrava espantada enquanto comia o moreno com os olhos.

– É, podemos ajudar em algo...? – Outra que estava ali também perguntou.

– Na verdade, eu posso ser muito mais útil do que elas duas! Pode perguntar qualquer coisa pra mim! – Outra que surgiu do nada também se ofereceu na suposta ‘ajuda’.

E uma aglomeração de garotas ao redor se formou.

– Na verdade, é só com ela... Mas obrigado pela atenção. – Law replicou friamente enquanto se locomovia rapidamente na direção de seu carro.

Ele se questionava por que fazia tanto sucesso com as mulheres...

– Espere! Tem certeza que não podemos ajudar!!?

E após isso, o moreno entrou em seu carro e saiu velozmente dali...

Rumo ao campo de futebol.


******


Era oito e meia da noite e a ruiva havia decidido fazer parte das líderes de torcida após muita insistência do capitão do time de futebol, que por sinal, estava caidinho por ela.

Ela estava no meio de um ensaio do lado direito do campo, enquanto os jogadores treinavam alguns lances do lado esquerdo.

Todas as líderes estavam uniformizadas, inclusive ela. O tradicional top que mostrava um decote razoável, a barriga impecavelmente lisa e as curvas acentuadas, além da saia que exibia as pernas contornadas e o tênis atlético. A ruiva também se encontrava com os cabelos presos em duas marias-chiquinhas bem no alto, e uma maquiagem extremamente definida. Os olhos bem delineados como os de um gato, dando destaque ao castanho predominante. Os cílios preenchidos com muitas camadas de rímel, deixando-os extremamente avantajados. As maçãs do rosto levemente coradas e os lábios pouco carminados.

– Nami, você está errando a quinta sessão da coreografia de novo... Faça certo dessa vez! – Uma garota de longos cabelos esverdeados, classificada como a maior patricinha da escola, implicava de forma irritante com a ruiva.

– Acho que vou largar isso aqui e ir embora... – Nami retrucou em baixo tom enquanto abaixava o par de pompons vermelhos que segurava.

– O que você disse!? – A esverdeada petulante replicou.

– Não disse nada... Monet... – E mais uma vez ela teve de engolir a resposta que pensava dar. Mas por ora não faria nada... Estava ali apenas para se entreter com os esportes que lhe eram oferecidos na faculdade... Não por que queria esquecer alguém em especial...

O barulho de um carro em alta velocidade pôde ser ouvido.

– Que barulho é esse...?

– Acho que alguém parou ali...

– Nossa... Mas que carrão! Quem será que é!!?

Todas as garotas que estavam ali ficaram admiradas com o nível do carro que acabara de ser estacionado ao lado do campo.

– Nossa... De quem é essa Mercedes Benz SLK!!? E ainda por cima preta! Esse carro custa quase trezentos mil reais! – Um dos jogadores dizia de forma espantada.

Nami se virou, enquanto todos eles ficaram ali, só pra admirando o carro.

– Legal... Agora vão ficar babando num carro em vez de treinar...? Vamos logo terminar com isso... Quero ir pra casa assistir os filmes de terror que aluguei... – Nami reclamava enquanto esbanjava uma carranca óbvia.

– Hey, o dono do carro está vindo pra cá!!!

– Será que ele está interessado em entrar no time!? – Um jogador perguntava animado.

Todos ali especulavam coisas, até uma das garotas repentinamente começar a gritar.

AAAAAAAH, VEJAM MENINAS!!! É AQUELE BICHO DA TURMA DE MEDICINA!!!

– AAAAAAAAAAAAAAAH!!! É ELE!!!

E então todas correram na direção do tal dono do carro e aluno da turma de medicina.

– Não sejam idiotas... Se ele tiver que reparar em alguém... Será em mim... – A tal esverdeada irritante saiu dali andando de forma rebolada.

Todas as garotas abriram espaço, afinal... Ela era a capitã das líderes de torcida...

Nami ficou pasma. Estava vendo coisas ou aquele que estava ali era o CM...?

Então a ruiva se escondeu atrás de todos os meninos de forma discreta. Não estava disposta a reencontrá-lo... Ainda por cima ali.

– Hey Nami, o que foi...? Parece que viu um fantasma...

– Na verdade vi sim, mas disfarça... Ele não precisa saber... – Ela respondeu enquanto se encobria atrás do garoto.


Law finalmente havia chegado ao campo. Ele não estava interessado nos obstáculos que enfrentaria até chegar à ruiva. Contanto que pudesse se desculpar, já estava ótimo, pois seria o primeiro passo para reconquistá-la.

– Posso ajudar, docinho...? – Monet se aproximou devagar e o cercou de forma ousada.

– Ajudar...? Acho que sim... Pode me dizer onde está a aluna de meteorologia chamada Nami...?

– A Nami...? O que quer com ela!? – A esverdeada redarguiu com desdém.

– Se você me levar até ela, eu ficaria imensamente grato... – O moreno respondeu ousadamente de forma sedutora, fazendo com que a garota fosse atingida certeiramente pelo seu charme esmagador.

– Ela está ali... Se escondendo atrás daqueles idiotas... – A garota apontava enquanto sorria abobada. Era óbvio que o charme do moreno soava fatal.


Nenhuma mulher conseguiria resistir.


– Aaaaaaaah, ele não é lindo!?

– Mas que pedaço de mau caminho!

– Imagine sair com um tipão desses...

– Que sonho... Se um dia ele me chamar pra sair, eu vou ter um infarto!



– Maldita Monet!– Nami praguejou enquanto se encolhia cada vez mais entre os garotos, temendo que ele a achasse.

– Hey cara, você veio por que quer fazer parte do time!? – Um dos jogadores interrogou o moreno de forma animada.

– Sim.

– O quê!?? – O garoto replicou com um sorriso maroto.

– O QUÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ!? – Todas as garotas gritaram em uníssono.

– O quê...? – A ruiva cochichou surpreendida.

– Entro para o time de vocês, mas com uma condição... – O moreno replicou arrojado.

– Qualquer condição. Diga! – O garoto aceitou entusiasmado.

– Eu quero que me entregue a ruiva que está se escondendo atrás deles... – Law apontou na direção de vários garotos que se encontravam na frente dela.

Todos se afastaram imediatamente para longe dela, deixando-a sozinha.

– Hey. Seus traidores! – A ruiva protestou indignada.

– Pode levar! Ela é toda sua!

– Olha aqui, se o Cavendish souber que você me entregou pra ele, vai te tirar da posição em que joga! – Nami respondia com raiva.


– Nami... Sua sortuda... – Uma das líderes de torcida resmungava de modo invejoso.


O moreno se aproximou da ruiva, segurando o sorriso debochado.

– Precisamos conversar...

– Nós não temos nada pra conversar. – Ela cruzou os braços, empinou o nariz e virou de costas.

– É importante... - Ele disse um pouco impaciente, enquanto alargava o laço da gravata em seu pescoço. Tal gesto tão sexy fez instantaneamente com que várias garotas quase desmaiassem de paixão.

– O que poderia ser tão importante...? – Quando resolveu encará-lo, percebeu a feição séria. Então era mesmo importante...?

- Se você apenas ceder um pouco do seu tempo, vai entender...

– Certo, mas estou no meio do treino, então espere na arquibancada por que logo os ensaios acabam e-

Antes que Nami pudesse terminar de falar, ele a interrompeu lhe pegando no colo. A ruiva ficou pasmada.

– Me coloque no chão!

– Eu apenas estou pegando aquilo que me entregaram ao aceitar fazer parte do time. – Ele sorriu ousadamente de canto.

– Você nunca me contou que gostava de futebol!

– Pare de reclamar... Vou te levar para um lugar pra podermos conversar. – E finalmente o moreno passou a andar enquanto a carregava no colo.

– Eu posso andar, sabia!!?

– Eu sei e logo te colocarei no chão.

Toso do campo continuaram observando a cena, completamente abismados.


******

– Diga logo o que quer. Preciso voltar para o campo. – Nami reclamava, enquanto olhava ao redor. Os dois se encontravam do lado de fora do pátio, próximos da parede de um dos prédios.

Ele ficou em silêncio, analisando os traços da ruiva. Uniforme de líder de torcida. Cabelos presos em duas marias-chiquinhas e a maquiagem bem definida.

– Por que está me olhando...? - Nami perguntou enquanto arqueava uma sobrancelha.

– Eu estava reparando... Como você está fofa vestida desse jeito... - E então ele riu jovialmente. Aquela era a primeira vez que Nami o vira sorrindo de forma infantil e tão angelical...

– Pare de enrolar e diga logo o que quer! - O repreendeu irritada.

– Por que a pressa...? Você não parece ser o tipo de pessoa que gosta daquilo...

– Assim como você não parece o tipo de pessoa que gosta de futebol!? O que mais não sei sobre você, Law!?

O moreno não estava disposto a esperar pelas palavras afiadas da ruiva. Pelo contrário. Ele resolveu quebra-la de forma inversa...

Ele pegou em sua mão e olhou intimamente dentro dos olhos castanhos.

Automaticamente ela parou de falar... E exprimiu uma feição de surpresa com espanto e acanhamento. Isso era notável após o moreno perceber que as bochechas dela adquiriram um leve tom avermelhado. Mas ele não estava ali para contemplar aquela expressão tão digna. Estava ali para se redimir... Definitivamente.

– Nami... Me perdoe por ser um idiota, egoísta e incompreensivo...

– O quê...? – Ela se chocou com o que ouviu. Ele estava mesmo lhe pedindo perdão...?

– Eu não queria admitir por orgulho, mas o que sinto por você é muito mais forte do que qualquer coisa... Me perdoe...

Nami ficou sem falas. A expressão dele se desmanchou em seriedade. Então ele estava mesmo arrependido...?

– Você... Está falando sério...?

– Por que não estaria...? Eu estou aqui te pedindo isso, não estou...? Então apenas me diga se pode me perdoar ou não...

– Eu... – A ruiva não soube o que falar. Estava em turbilhões por dentro. Vê-lo ali, fazendo algo que ela não esperava, era de longe, impressionante. Mas e a sua dignidade...? Será que valeria a pena perdoá-lo...? Por mais que fizesse essa pergunta a si mesma, ela já tinha a resposta.

– Eu... Te perdoo...

Os olhos do moreno se estenderam e um sorriso alegre pôde ser visto, porém, a ruiva implacável não cederia...

– Te perdoo se você me pedir perdão de novo amanhã na frente de todos, mas de joelhos... – Ela terminou de forma audaciosa, sorrindo maliciosamente.

O semblante do moreno se desfez em perplexidade. Aquela ruiva era louca...?

– Você bateu com a cabeça!?

– Por que está perguntando isso!? Você quebrou o meu coração e me deixou triste por meses! Não foi fácil me reerguer depois de tudo o que você fez!

– Não me culpe como se você fosse a vítima! Eu também fiquei mal depois de tudo... Eu estava te levando totalmente a sério!

– Você estava!? Agora não está mais!?

– Não, não estou! Só estou aqui me humilhando na sua frente por que quero te enganar e me vingar por você ter agido como uma louca no ano passado! – Law já se encontrava exaltado. Era incrível como a ruiva conseguia lhe tirar do sério tão facilmente.

– Ah é!? Pois saiba que já estava preparada e também calejada caso isso acontecesse!!! – Ela gritava de modo imponderado.

– É mesmo!? Vai continuar com essa roupa provocante enquanto dança de forma insinuante pra outros caras!? – Ele rebatia de forma incivil.

– Ah, não me diga que está com ciúmes!!?

– Sim, eu estou...

– Ah é!? E por quê!?


– Por que você é minha e eu te amo...


Embora a resposta tivesse lhe impressionado, quando a ruiva pensou em contestar Law já havia agido... Lhe agarrando pela cintura e tomando seus lábios logo em seguida.

Nami se sentia completamente controlada por ele... Não havia brechas... Ele havia conseguido neutralizá-la imediatamente.

Aquela típica e clichê relação de amor e ódio... Uma química inexplicável... Uma fome insaciável de se explorarem fisicamente...

Depois de tanto tempo, desde o baile de máscaras no fim do ano passado, ambos sentiram tudo de forma ainda mais intensa. Impetuosa. Ardente. Prova disso era o atual beijo. Totalmente diferente do primeiro... Dado com muito mais paixão... Muito mais profundo e provocante... Um duelo onde competiam para ver quem conseguia transformar aquele toque num ato cada vez mais prazeroso.

Law havia deslizado as mãos pela cintura curvilínea, acariciando-a de forma provocante... Tateando aquele local como se fosse algo extremamente instigante de se tocar e tão intangível como uma zona sagrada... Onde somente ele teria o sacrilégio de profanar...

Quanto mais a tocava, mais sentia sede de sua pele. Quanto mais a beijava, mais percebia a necessidade de sentir seu gosto.

Nami havia cingido o pescoço dele com seus braços, explorando aqueles lábios tão macios e temerários que insistiam em guia-la. Porém, ela não estava disposta a ser controlada, mas sim conduzir... Cada vez mais ela lhe beijava de forma provocante... Fazendo-o aos poucos explodir de tamanha adrenalina...

Por impulso, ele correspondeu deslizando uma das mãos pela barriga dela, enquanto a outra segurava sua cintura. Nami pôde sentir impetuosamente aquele toque lhe incendiar.

Ela acariciou a nuca dele delicadamente, para logo depois separar seus lábios dos dele e rapidamente trilhar beijos pelo pescoço masculino. Seu objetivo era causar caos... Deixá-lo louco... Atear fogo naquela fogueira que queimava violentamente.

O moreno sentiu múltiplos arrepios percorrerem por toda a sua espinha. Sua mente girava em vários tons de laranja... Seus sentidos se expandiram, se tornando sensíveis aos toques dela... Toques picantes que insistiam tirar o resto de sua sanidade.

Ele ficou ali, parado, sentindo os lábios audaciosos percorrem caminhos perigosos... Perigosos o bastante para mais uma vez lutar em assumir o controle.

E foi o que ele institivamente fez. Assumiu o controle que sempre foi seu... Dando o que ela merecia...

Desviou os lábios até a orelha, tocando o lóbulo dela, no ímpeto de deixar várias mensagens. Foi então que em meio à carícia, ele começou a sussurrar palavras...

– Pare de resistir... Você não pode assumir o controle... Admita que perdeu e me deixe dominá-la do meu jeito... – A voz dele saiu rouca, grave, sexy e ousada... Ela estava completamente derretida, porém, não cederia.

– Você nunca vai me dominar... O máximo que vai conseguir é sonhar com isso... – Ela redarguiu audaciosa, teimosa, implacável... E ele obviamente amava jogar aquele jogo, pois como sempre, ela nunca o decepcionava...

– Quer apostar...? – Ele sussurrou confiante... porém ela...

Segurou a gravata e a puxou com violência, fazendo com que o rosto dele se aproximasse novamente do dela... Apenas lhe dizer de forma provocante...

– Eu aposto tudo o que você quiser... – Respondeu sem medo. Já ele, se sentiu ainda mais incitado com as provocações.

– Espero que esteja preparada... Não vou pegar leve só por que você é mulher... – Ele pausou a frase apenas para beijá-la novamente, mas em lugares estratégicos.

– Isso é ótimo... Posso te torturar sem dor na consciência... Mas não ache que vou ser boazinha só por que você é homem... Vou te causar muita dor... E te matar lentamente... – A ruiva dizia enquanto suspirava de modo provocante. Suas mãos escorregaram até os cabelos negros, cerrando-as delicadamente.

– Não me provoque só por que você é linda e sexy... Estou me segurando ao máximo... Por que eu sou louco por você... – As últimas palavras arrancaram um forte arrepio em sua espinha. Um efeito intenso demais pra ruiva suportar.

– E eu já disse o quanto espero que você perca o controle...? Você é irresistível... Não vou conseguir me conter... – Aquela frase era provocante o suficiente para causar novas implicações nele. Sensações jamais sentidas...

– Se você não resistir, terei que aplicar o golpe final... – Ele sussurrava incitado, completamente apaixonado.

– Isso se conseguir me atingir... – Ela revidou instigada, fascinada e totalmente derretida nos braços dele.

E assim ambos continuaram daquela forma por anos na faculdade, pois nenhum deles cederia. Eram instáveis e flexíveis de modo obstinado. Duas chamas acesas que incineravam de tempos em tempos, apenas pela adrenalina do momento... Apenas por pura provocação... Apenas por paixão... Apenas por que se amavam.

Eles seriam felizes da forma mais inconstante que existia. Unidos e separados pelo terno laço afetivo, compatível, emocional e racional... Seriam felizes... Ou talvez não... Mas o importante era o impulso e a certeza que os movia para longe e para perto um do outro.

FIM















































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Notas finais do capítulo

Essa fic teria dado uma linda longfic... (e capítulos tão grandes como esse parecem o quê? Dãã u_ú), mas infelizmente tive que encerrar. Eu quero MUITO terminar Heart Attack o mais rápido possível, porém sei que esse ano é impossível, já que tenho muita coisa planejada...
E é isso. Espero que tenham gostado dessa doideira que escrevi. Espero também ver todo mundo nos reviews das minhas próximas atualizações 8D
Beijinhos ^/