What Doors May Open escrita por Strawberry Fields Forever


Capítulo 28
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, e acaba aqui o caminho percorrido por Rachel e Quinn até o que eu chamaria de auto aceitação. Elas estão juntas, então, tudo o mais pode esperar até Segunda-feira.

Obrigada a todos vocês que acompanharam as postagens e comentaram e estiveram comigo. Obrigada mesmo.

Não demorarei com a próxima, prometo.



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Capítulo 27

Rachel sabia que algo estava errado quando Quinn não respondeu ao seu habitual texto de boa noite na noite passada. Claro, era um costume novo e Quinn poderia ter simplesmente esquecido, mas Rachel tinha um sexto sentido para essas coisas. E seu sexto sentido lhe dizia que algo estava errado.

Sua cabeça estava praticamente fora da janela do carro quando Hiram entrou no estacionamento da escola. Ela viu pontos de jaquetas letterman em um mar de estudantes. Mas nenhum deles era Quinn.

E isso só fez Rachel se preocupar mais.

"Você a vê, querida?" Perguntou Hiram. Ele parou em uma vaga no estacionamento em frente à escola, e Rachel abaixou o vidro de sua janela com um suspiro.

"Não. Você acha que ela disse, pai?"

As sobrancelhas de Hiram franziram enquanto ele olhava ao seu redor. "Eu não sei, querida. Mas será que os pais dela realmente a cortariam da civilização apenas porque ela é gay?"

"Eu não duvidaria de nada que viesse de seus pais," Rachel murmurou. Ela olhou em volta mais uma vez à procura de Quinn e soltou o cinto de segurança quando não a encontrou. "Eu provavelmente deveria ver se ela está dentro." Ela estendeu a mão até a maçaneta da porta quando sentiu a mão de Hiram envolvendo o seu braço. Morosamente, ela se voltou para ele.

"Hey," ele disse suavemente. "Pare de assumir o pior. Por tudo o que você sabe ela poderia estar doente agora e fora da escola ou algo do tipo. Ela foi te visitar quando você estava doente, pode ter pego o resfriado."

Por sua natureza, Rachel era o tipo de pessoa que sempre presumia e se preparava para o pior. Nunca lhe ocorrera que Quinn realmente pudesse estar doente e de cama. Mas um pensamento mesquinho na parte de trás de sua cabeça estava lhe dizendo o contrário. Ainda assim, ela sorriu para Hiram em agradecimento. "Esperamos que isso seja tudo." Sua testa franziu. "Não que esperemos que ela esteja doente, ou qualquer coisa—apenas—"

"Eu entendi", Hiram disse com um sorriso divertido. "Agora, vá para a escola e pare de se preocupar."

Rachel se inclinou para dar um abraço caloroso Hiram. "Obrigado, pai." Ela se afastou e saiu do carro, acenando para ele mais uma vez antes de entrar na escola. Uma vez dentro seus ombros caíram em ansiedade que ela não queria mostrar ao seu pai. Rachel tinha quase certeza que Quinn havia dito a seus pais sobre elas, ou, pelo menos, sobre a sua sexualidade. Hiram não viu o olhar de determinação misturado com medo que Quinn tinha nos olhos ontem, como Rachel vira. Tinha uma determinação de alguém que não seria dissuadido, e uma onda de pavor escorreu pela espinha de Rachel com o pensamento de que Quinn poderia estar em qualquer tipo de problema.

Seus olhos percorreram os corredores diligentemente procurando sua namorada enquanto caminhava em direção ao seu armário. Ela realmente não esperava ver Quinn e só podia suspirar, quando chegou ao seu destino sem tê-la encontrado. Os  mocassins desgastados se arrastaram até parar em seu armário e ela deixou escapar outro suspiro pesado.

Ela avistou uniformes Cheerios a partir de sua visão periférica enquanto ela girava a combinação do seu armário e olhou para o corredor em direção às cores conhecidas. Sua respiração engatou desagradável diante do que via.

Brittany e Santana estavam passeando pelo corredor. Apenas Brittany e Santana.

Ela fechou o armário com uma batida e correu em direção a elas. "Desculpe-me", Rachel cumprimentou, entrando em seus caminhos. "Oi, eu não pude deixar de notar que Quinn não está com vocês. Vocês a viram?"

Brittany colocou um dedo sob o queixo quando começou a pensar sobre a questão. Então seus olhos pareceram brilhar como se uma lâmpada tivesse sido acesa em sua cabeça. "Eu totalmente a vi ontem". Seu rosto enrugou em uma carranca. "Você estava lá. Você tem anestesia ou algo assim?"

"Amnésia," Santana corrigiu suavemente com um pequeno sorriso na direção de Brittany.

"Eu, bem, não, eu não tenho, mas eu estava me referindo ao dia de hoje, Brittany," esclareceu Rachel, sentindo que perdia a paciência.

"Nós não vimos ela," Santana continuou.

Seus ombros caíram instantaneamente. "Oh," murmurou, baixando o olhar enquanto sua mente se dirigia ao pior cenário possível caso.

Santana sorriu, completamente alheia ao que ela passava e continuou a andar com Brittany sem deixar de falar. "Sofrendo de saudade já?"

Se ela soubesse.

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Rachel olhou fixamente para o quadro branco enquanto escrevia anotações sobre o sistema nervoso. Ela havia notado que desde que ela e Quinn tinham começado a namorar sua concentração em todos esses assuntos substancialmente havia falhado.

Era difícil se concentrar quando ela estava preocupada com sua namorada, se ela estaria chorando baldes em casa sozinha. Rachel havia conhecido os pais de Quinn em primeira mão e estava mais inclinada em chamá-los de monstros do que de qualquer outra coisa. A culpa começou a formar uma piscina em seu estômago quando ela se lembrou do fim de semana em que os conhecera, tudo o que desencadeara, e como Quinn passara todos os dias sozinha. Quinn tinha dito que ela tinha ficado em seu próprio quarto, e o coração de Rachel sofria com o pensamento de que Quinn poderia estar fazendo exatamente a mesma coisa agora.

Com todos os pretextos perdidos, ela tirou o celular da bolsa e escreveu uma mensagem para Quinn.

Bom dia, Quinn. :) Eu não pude deixar de notar que você não está na escola hoje e queria saber qual o seu paradeiro?

Mordeu o lábio inferior firmemente entre os dentes sentindo um bloco de chumbo estabelecendo-se desconfortavelmente em seu estômago, então ela percorreu as teclas pelos seus contatos para a única pessoa que poderia acalmá-la agora.

Finn, eu realmente não tenho tempo para explicar, mas Quinn não está na escola hoje e eu estou nervosa. Você acha que ela está bem?

Era um texto que ela reconhecia ser vago, mas Rachel tinha há muito tempo aprendido que Quinn era uma pessoa reservada e não gostava que sua vida pessoal fosse divulgada a qualquer pessoa em qualquer circunstância.

Assim, quando Finn respondeu, ela apenas soube que ele não a tinha visto durante todo o dia e fez a pergunta lógica acerca do porque Quinn não estaria bem, Rachel não respondeu.

Assim como Quinn não respondeu a sua mensagem.

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O almoço foi muito cheio assim como eram todas as sextas-feiras, quando eles serviam pizza. Rachel optou por não ficar na fila com Kurt e se sentou momentaneamente sozinha na mesa de sempre. Sua mão roçou um chiclete debaixo da mesa enquanto ela desenhava e ela levantou nervosamente a mão colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha e quase hiperventilar. "Nojento," reclamou.

Kurt deixou cair a bandeja sobre a mesa e se sentou. "Você a viu?"

Ela balançou a cabeça melancolicamente. "Kurt, eu estou preocupada."

"Talvez não seja nada," ele tentou acalmá-la. "Afinal de contas, ela pode estar apenas doente."

"Ou ela pode estar trancada em seu quarto chorando porque ela contou aos seus pais e eles a rejeitaram," ela sussurrou.

Ele lhe atirou um olhar seco. "Não é seguro viver em sua própria cabeça."

Rachel suspirou. "Kurt, estou falando sério. Estou realmente preocupada com ela."

"Então mande uma mensagem."

"Eu mandei e ela não respondeu."

Com isso, Kurt ergueu a cabeça para cima e realmente olhou para ela. "Você tem que se acalmar antes que você dê a si mesmo um ataque cardíaco."

Mais fácil dizer do que fazer e Rachel resmungou tanto quanto ela pescou o sanduíche de sua lancheira. Ela não conseguia se acalmar e provavelmente não o faria até que ela soubesse de uma vez por todas que Quinn estava bem.

Seu olhar subiu para Santana, que estava saindo da fila. Ela levantou rápido antes de sequer pensar. "Vou ver se ela viu ou ouviu qualquer coisa sobre Quinn."

"Boa sorte!" Kurt falou inutilmente por cima de seu ombro.

Rachel rapidamente evitou se chocar com uma menina cujos cabelos quase batiam em seu rosto quando ela atravessou o refeitório. Os pelos de sua nuca se arrepiaram quando ela se aproximou da grande mesa na parte de trás do refeitório.  Ela pegou o olhar de Puck e rapidamente desviou os olhos quando ele piscou para ela. Algumas líderes de torcida zombaram dela, e ela percorreu o caminho mais longo para finalmente chegar até Santana.

Ela olhou ao seu redor e, em seguida, abaixou-se em direção a Santana para manter todos fora da conversa. "Perdoe-me, Santana, mas eu queria saber se você viu Quinn desde a última vez que eu falei com você."

"Perseguidora" ela ouviu uma garota dizer.

"Sério, por que ela em cima de Quinn ultimamente?" outra menina grosseiramente perguntou para mortificação absoluta de Rachel.

"Ciúmes?" Foi tudo Santana disse com um sorriso sarcástico.

Ninguém mais falou uma palavra e Rachel não se atreveu a virar para ver os olhares em seus rostos.

Com isso, Santana se virou para Rachel. "Ainda não a vi, Berry. Acho que ela não veio hoje."

Ela encolheu os ombros como se não fosse grande coisa e Rachel podia sentir seus ombros caírem ainda mais pesado com trepidação.

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"Tudo bem, pessoal, vamos começar", declarou Mr. Schuester.

"E-espera, Sr. Schuester," Rachel se levantou para falar. O olhar de todos estavam presos a ela, o que ela pode sentir com o calor que irradiava a sua nuca. "Quero dizer, deveríamos esperar por Quinn, certo? Digo, ela poderia estar aqui a qualquer momento e acho que 10 minutos é respeitosamente habitual." Ela cortou seu próprio divagar em vergonha. Ela realmente não sabia por que ela estava perdendo tempo precioso do Glee, quando ficara claro Quinn não estava na escola, mas uma parte dela não queria acreditar.

"Quinn não virá," disse Santana da fileira de trás. Rachel se virou para encará-la. "Ela está na enfermaria."

A mandíbula de Rachel caiu em indignação e surpresa. "Há quanto tempo ela está aqui?" ela exigiu. "E você não conseguiu me informar, Santana!"

"Deixe de drama, Berry," Santana disse preguiçosamente. "Ela veio depois do almoço. Eu a vi nos corredores, mas quando falei com ela, ela continuou a se afastar." E chupou os dentes. "A cadela".

"Isso é o suficiente, Santana," Sr. Schuester afirmou com autoridade. "Agora que sabemos que Quinn está aqui e na enfermaria e, portanto, não vai se juntar a nós, vamos continuar."

"Me desculpe, mas eu não posso," Rachel murmurou, voltando-se para enfrentar Sr. Schuester com agitação interna brilhando em seus olhos. Ela adorava o Glee de todo seu coração, mas, "Eu tenho que ver como ela está."

"Desde quando você é amiga de Quinn?" Mike não podia deixar de perguntar a partir da segunda fila.

"Ela não tem que responder a você, Michael," Santana cuspiu.

Apesar da situação, Rachel podia sentir a sua vibração em seu peito pelo jeito que Santana a defendeu tão ferozmente. Talvez elas fossem realmente amigas, depois de tudo.

"Recentemente," Rachel declarou de forma sucinta. "Ela e eu temos uma... uma verdadeira e profunda amizade que eu valorizo ​​e, portanto, considero que é meu dever verificar e ter certeza que ela está bem. Sr. Schuester, volto em breve."

Impaciente, Rachel saiu da sala do coral, mesmo sem receber permissão para sair.

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A porta estava entreaberta e Rachel a empurrou suavemente, batendo nela quando entrou. Ela viu a Sra. Smith sentada em uma mesa e sorriu. "Boa tarde, Sra. Smith", Rachel cumprimentou.

Sra. Smith se levantou e deu a volta na mesa com um grande sorriso no rosto. "Bem, se não é minha aluna favorita. Não há traumas relacionados à raspadinha hoje, eu vejo."

Ela abaixou a cabeça, sorriso tímido. "Não, hoje não." Ela olhou para cima. "Na verdade eu não tenho recebido raspadinhas há algum tempo agora."

"Eu não te vi por aqui recentemente," Sra. Smith admitiu. "Se bem me lembro, a última vez que veio aqui foi quando você estava com seu namorado porque ele pisou em seus dedos do pé." Rachel se encolheu por dentro enquanto Sra. Smith ria alegremente. "Ele nunca parecia ser o melhor dançarino. Tão desengonçado o menino é. Mas ele é um amor. Como vocês estão?"

"Ele e eu realmente não estamos mais juntos," Rachel falou lentamente, tentando suavizar o golpe para a mulher que se tornou a maior defensora dela e de Finn durante seu relacionamento. "Mas nós somos melhores amigos." Ela apertou as mãos, olhando para além da enfermeira em direção aos quartos na parte de trás do gabinete. "Por acaso, Sra. Smith, aconteceu de você ter uma menina com o nome de Quinn Fabray aqui hoje?" ela continuou, querendo chegar ao ponto.

"A líder de torcida, certo?" Perguntou a Sra. Smith com uma expressão pensativa, quando Rachel assentiu ansiosamente. "Coitada esteve aqui o dia todo. Ela é sua amiga?"

"Uma amiga muito querida", Rachel disse sombriamente. Ela deu um passo em frente. "Eu posso vê-la, por favor?"

Sra. Smith hesitou. "Ela deixou explicitamente claro que não queria visitantes hoje."

Rachel deu um passo mais perto, com os olhos repletos de sinceridade quando ela pediu à enfermeira. "Eu entendo isso, mas Sra. Smith, Quinn realmente não gosta de ficar sozinha," ela sussurrou. "Ela provavelmente está esperando por mim enquanto nos falamos. E ela é uma amiga muito próxima e querida minha, e eu realmente gostaria de ter certeza que ela está bem."

Os olhos da Sra. Smith suavizaram enquanto ela considerava sua aluna favorita. "Você sempre teve um grande coração, Rachel."

Rachel sorriu orgulhosamente de volta à mulher mais velha. "Posso?"

Os Lábios da Sra. Smith torceram em um sorriso brincalhão. "Diga-lhe que como eu pulei a minha pausa para almoço hoje para manter um olho nela, vou à sala dos professores comer". Com isso, ela se voltou para a mesa e pegou sua lancheira, mostrando outro sorriso em Rachel, enquanto se afastava. "E eu nunca vi você", terminou enquanto caminhava para fora da porta.

Quando a porta se fechou o coração de Rachel vibrou e ela se virou de volta para os quartos, num dos quais Quinn estaria. Seus pés a levaram para frente antes que ela mesmo pensasse em fazer um movimento e logo ela estava caminhando em direção aos quartos, procurando em cada um deles por um anjo bonito loiro que roubou seu coração há muito tempo.

Ela encontrou Quinn no último quarto do lado esquerdo, curvada ao lado da cama. Alívio inundou Rachel ao vê-la, e ela bateu na porta suavemente quando entrou.

Quinn ficou tensa, alinhando a espinha quando ela olhou para a porta, em seguida, virando-se. "O que você está fazendo aqui?" ela resmungou com voz grossa. Ao lado dela, um lenço de papel que ela amassava contra seu rosto enquanto Rachel se aproximou.

Ela respirou fundo, não sabendo como lidar com esse novo lado de Quinn. Ela parecia um pouco desgrenhada pelos padrões de Quinn Fabray, o que não significava muito, mas seria perceptível para as pessoas que a conheciam. Cachos vibrantes caiam para fora de seu rabo de cavalo, uma vez que pendia sem vida de sua cabeça, sua postura era estranhamente derrotada e sem saber como ela evitou o olhar de Rachel.

"Eu vim visitá-la," Rachel murmurou enquanto parou na frente de Quinn. "Eu estava preocupada quando você não respondeu à minha mensagem ontem à noite." Quinn ainda não estava olhando para ela, esfregando desesperadamente os olhos como se Rachel pudesse magicamente esquecer que ela estava chorando, como se ela se esquecesse como os olhos de Quinn estavam vermelhos e inchados e quão lavados em frustração o rosto dela parecia. Rachel estendeu a mão para colocar levemente a mão no ombro de Quinn e Quinn parou de se mover em conjunto, sugando um grande fôlego e segurando-o.

Nenhuma das duas disse uma palavra durante um longo momento, enquanto Rachel tentava permitir que Quinn salvasse seu rosto, embora nada sobre aquela situação faria Rachel pensar menos dela. Muito pelo contrário, se o que ela já estava pensando era verdade. Quinn fungou, e um som suave, simpático borbulhava da garganta de Rachel quando ela deslizou sua mão sobre a copa do lado do pescoço de Quinn. "Você disse a eles?" Rachel finalmente perguntou.

Todo o corpo de Quinn pareceu tremer quando ela balançou a cabeça minuciosamente.

"Oh, Quinn," Rachel murmurou. Ela alisou as costas de sua saia e moveu-se para a cama para se sentar ao lado de Quinn. Sua mão correu para fora e segurou Quinn como apoio. Quando olhos arregalados e aros vermelhos de Quinn baleado à porta, Rachel rapidamente acalmou. "A enfermeira saiu para o almoço. Ela não vai estar de volta por um tempo e eu vou ouvi-la quando ela voltar."

Os olhos de avelã diligentemente permaneceram na porta por mais um momento antes que caírem para onde Rachel entrelaçava os dedos. Um sopro trêmulo foi empurrado por seus lábios enquanto ela lambia-os em busca de umidade.

Rachel jogou o cabelo por cima do ombro para ver melhor Quinn quando ela se virou para ela. "Como foi?" perguntou timidamente.

Quinn encolheu os ombros, a respiração ofegante. "Não foi... terrível, considerando a minha família e o que eu tinha a lhes dizer." Ela esfregou seus olhos mais uma vez, e Rachel estendeu a mão para agarrar suavemente a dela e puxá-la para longe para enxugar a lágrima solitária escorrendo pelo seu rosto. Quinn bufou uma risada sem humor. "Eu nem sei por que eu estou essa bagunça agora", ela resmungou.

"É emocional", Rachel forneceu. "Quero dizer, eu mesmo chorei quando saí e meus pais já sabiam que eu era gay, então realmente não havia razão para outras lágrimas o que era bom ainda que estranho por finalmente tirá-lo do meu peito."

Ela viu os olhos de Quinn espremerem fechados, uma lágrima caindo, e Rachel se inclinou para beijar a bochecha dela, limpando a lágrima. "Vai ficar tudo bem", ela sussurrou. Ela deu um aperto na mão de Quinn e um sorriso tranquilizador quando os olhos cor de avelã lacrimejantes reabrindo para olhá-la. "O que eles disseram?"

Quinn arrastou sua língua ao longo de seu lábio inferior, colocando a palma da sua mão nos olhos. "Eu tenho que ir à igreja mais", ela sussurrou, soltando a mão dela em seu colo. "Eu não posso perder nenhum estudo bíblico. E eu preciso orar. Todos os dias, várias vezes por dia— eu nunca vou ter tempo para você."

"Eu não vou a lugar nenhum", assegurou Rachel com uma expressão severa no rosto. "Eu não me importo o quão cheia sua programação será. Nós vamos trabalhar em torno dela."

A cabeça de Quinn baixou e ela olhou para as veias levantadas na mão de Rachel, onde ela estava segurando firmemente a sua própria. Seu queixo tremia quando ela mordeu o lábio inferior. "Você promete?"

"Eu prometo", Rachel respondeu sem hesitação.

"Você não poderá ir na minha casa", Quinn murmurou, a voz soando ainda mais por via nasal e pesada de tristeza. "Eles não vão deixar mais".

Rachel prendeu a respiração rápida, tentando encontrar vestígios da força de Quinn, que pareciam ser arrancada e levá-la como sua própria, embora totalmente sendo rejeitada pelos pais de Quinn como se ela fosse uma leprosa deixou sentindo como se alguém tivesse batido o vento contra ela. "Então você pode vir à minha." A respiração de Quinn parecia bufar quando ela continuou. "Sempre que você quiser, lembra quando eu lhe disse isso?"

Quinn assentiu com a cabeça um pouco. "Yeah".

"E eu-eu quero dizer, isso não é tão ruim, certo?" Rachel perguntou. "Considerando todas as coisas?" Ela estava esperando o momento em que Quinn diria explicitamente que elas não poderiam mais ficar juntas, mas isso não parece ser iminente, e agora era algo que ela estava desesperadamente agarrada.

Quinn fechou os lábios em sua boca e lançou um pop, diante de um mal lá sorriso que puxaram seus lábios para cima uma fração, e o coração de Rachel bateu alto, dolorosamente contra o peito na esperança de que talvez isso não fosse tão ruim. "Eu acho. Quando eu disse a eles... a minha mãe não ficou surpresa, mas ainda desapontada, é claro." Quinn balançou a cabeça. "Meu pai ficou em silêncio por um longo tempo, mas eu sabia que ele tinha muito a dizer. Ele finalmente me disse que tudo o que eu podia fazer era lição de casa, a torcida, o Glee, e estudo da Bíblia." Seus lábios se curvaram em diversão triste que deixaram Rachel surpresa e confusa. "Então ele disse: 'Pelo menos você não está grávida."

A expressão de Rachel se tornou confusa quando disse: "Bem, seus pais devem pensar nisso desta maneira: enquanto você namora garotas nunca mais terá de se preocupar com a gravidez na adolescência não planejada."

"Graças a Deus", Quinn disse com voz arrastada com um revirar de olhos que Rachel nunca estivera tão feliz em ver. "Quero dizer, ele— eu entendi o que ele estava dizendo. Gravidez... você pode vê-la, sabe? Ela será uma vergonha que todos irão eventualmente ver. Mas ser gay..." Um longo suspiro tremeu fora dela. "Você não pode ver isso, sabe?" Rachel observou Quinn se virar olhando para a parede. "É no interior," ela sussurrou. "É... dentro de mim. Agora eles sabem disso. Mas só eles sabem disso."

Seu humor cresceu sombrio e Rachel observou fascinada enquanto Quinn murmurava seu fluxo de consciência. Era a única confirmação que Rachel teria de Quinn havia contado aos pais e ela não a pressionaria mais.

"Eu só—" Rachel se interrompeu quando seu olhar desviou para Quinn. Ela estava tão admirada com aquela garota que meses atrás nem sequer lhe diria a hora do dia e agora era a sua namorada com quem estava na enfermaria chorando porque ela tinha contado aos pais que ela era lésbica. "Eu só queria dizer que eu te amo. E eu estou muito orgulhosa de você, Quinn."

"Eu não me sinto como se eu tivesse feito nada do que se orgulhar," Quinn admitiu.

"Você fez," Rachel insistiu, voltando-se mais para olhar diretamente para ela. "Você foi extremamente corajosa e você veio de tão longe. Você é uma inspiração, Quinn."

Quinn olhou para ela por um longo momento. Em seguida, a cabeça mergulhou, e ela bateu levemente a testa na de Rachel, sem um som para salvar um suspiro gigante que soltou os músculos tensos em seus ombros. "Eu não inspiro as pessoas," Quinn sussurrou.

"Você me inspira", Rachel disse sinceramente. "Eu adoraria cantar uma música no Glee na próxima semana. Dedicado a você, é claro."

Quinn gemeu. "Por favor não I'm Coming Out ou qualquer outra coisa dolorosamente óbvia."

Apesar da situação, Rachel riu baixinho e sacudiu a cabeça. "See You Soon."

"Coldplay," Quinn murmurou. "Não sabia que você tinha um bom gosto musical, Berry."

Rachel zombou, mas não o suficiente para se afastar. "Eu quero que você saiba que eu tenho excelente gosto musical, Quinn Fabray."

"Excelente, hein?"

"O melhor," declarou Rachel de forma sucinta.

Sua brincadeira foi interrompida quando o som distinto da abertura da porta chegou até os seus ouvidos. Quinn se endireitou e se afastou, apertando a mão de Rachel antes de colocar sua própria mão para trás. "Eu devo estar parecendo uma bagunça," ela murmurou enquanto saia da cama e caminhava em direção à pia no canto da sala.

Rachel discordou, mas observou em silêncio enquanto Quinn refazia seu rabo de cavalo, e a enfermeira entrou no quarto. "Você está se sentindo melhor, Quinn?"

Com um suspiro, Quinn assentiu. "Obrigado."

Sra. Smith virou-se para Rachel com um sorriso. "Você ainda tem jeito com as palavras, vejo."

A cabeça de Rachel mergulhou com um sorriso tímido diante da provocação sobre sua verbosidade. Ela pulou da cama e cruzou as mãos na frente dela. "Gostaria de ir para o Glee, Quinn?"

Quinn passou uma toalha de papel úmida sobre o rosto para lavar as lágrimas secas. Sua cabeça pendeu para o lado para enfrentar Rachel. "Eu não tinha planejado isso."

A língua de Rachel arrastou sobre o lábio inferior, enquanto ela se aproximava. "Às vezes acho que me expressar no Glee me ajuda a soltar um pouco da tensão que se constrói dentro de mim."

Olhos de avelã endureceram. "Você pode parar de falar, por favor?"

Rachel recuou, surpresa com o nível de frieza que tinha vazado da voz de Quinn. "O-ok..." Sua garganta estava apertada e ela respirou fundo, limpando-a, desviou o olhar de Quinn para a enfermeira que ainda estava ali assistindo o que rapidamente se transformou em um momento estranho. O que ela tinha feito de errado? "Talvez eu deva ir."

Ela sentiu aperto no peito e correu para fora da sala sob os olhares pesados ​​de Quinn e da Sra. Smith. Com os braços cruzados fortemente sobre o peito andou para o corredor tão rápido quanto ousou dentro das regras da escola de não correr.

"Espere!"

O som da voz de Quinn chegou Rachel que parou em sua trilha. Ela ficou imóvel, com os braços a envolvendo ainda mais apertado em defesa.

O rápido tamborilar de passos chegou a seus ouvidos quando Quinn se aproximou, e Rachel se virou para o lado onde sabia que Quinn viria. Tudo o que podia ser ouvido era a respiração difícil de Quinn e Rachel mordeu o lábio em apreensão.

"Eu não queria gritar," Quinn suspirou depois de um momento.

"Eu só quero ajudar," Rachel gemeu, olhando para ela. "E agora você está com raiva de mim."

"Eu não estou zangada com você," Quinn disse. "Eu só—" Ela esfregou os lábios em frustração. "Eu só não quero falar sobre isso," sussurrou com ênfase, "ou fazer alusão a isso quando outras pessoas estiverem ao redor. Ok?"

Rachel balançou a cabeça rapidamente. "Eu sei. E eu sinto muito. Eu não quis dizer—"

"Eu sei que você não quis dizer isso. Você realmente estava tentando ajudar." Os olhos dela enquanto se apertaram quando ela murmurou com relutância, "eu estava sendo uma idiota. Sinto muito."

Ela percebeu de imediato, embora fosse quase uma nova descoberta, que ela não gostava de brigar com Quinn, especialmente agora que elas estavam juntas. Isso causou um incômodo rotativo em seu estômago. Mas a sensação passou quando viu o jeito arrependido que Quinn olhava para ela, as sobrancelhas inclinadas e mergulhando em sua própria versão de desculpas. Quinn não se limitou a pedir desculpas com palavras, foi um esforço do corpo para transmitir o que às vezes ela tinha pequenas palavras para dizer.

Quinn bufou um suspiro irritado. "E esta, portanto, não é a situação que eu queria me encontrar quando eu te perguntaria se eu posso ir a sua casa depois da escola."

O olhar de Rachel disparou no momento da admissão, os olhos arregalados de excitação. "Você quer ir para lá depois da escola, como, logo depois?"

Quinn assentiu. "Eu poderia—eu poderia levá-la para casa... se você quiser."

Se ela queria? Será que Quinn não a conhecia até agora?

"Eu ficaria mais do que feliz em acompanhá-la até a minha casa em seu carro," Rachel respondeu ansiosamente.

Quinn revirou os olhos. "Diga que gostaria como uma pessoa normal, Rachel."

"Eu sou uma pessoa normal."

"A partir de quais padrões?"

Seus olhos se estreitaram enquanto a excitação causava borboletas que voavam em seu estômago. A réplica em flerte estava na ponta da língua, mas teria que esperar até que elas estivessem em sua casa.

Quinn elevou uma sobrancelha vitoriosa com um sorriso brincando em seus lábios, e ninguém teria sabido que apenas vinte minutos atrás, ela estava chorando. Ela girou nos calcanhares, com as mãos cruzadas atrás dela enquanto se afastava. "Vamos para o Glee," afirmou, como se fosse a sua ideia o tempo todo.

Seus quadris tiveram uma influência exagerada do que normalmente tinham e  Rachel mordeu o lábio se arrastando atrás dela, pensando que, apesar de tudo, elas ficariam bem.

É meio que a espantava, como resistente e implacável Quinn era.

###

Os olhos escuros correram para a porta rangendo quando Quinn saiu do banheiro, depois de ter trocado de roupa. Havia um senso de normalidade na pele apertada pelo short e blusa que ela usava. E, assim como despertava Rachel, servia também como bálsamo para o elevado estado de ansiedade que as duas vinham enfrentando nos últimos tempos, desde o dia em que Rachel conheceu os pais de Quinn.

"Olhos aqui em cima, Berry."

Obedecendo com um sorriso brincalhão, Rachel olhou para cima, assim que Quinn se aproximou dela, seus seios empurrando provocantemente no rosto de Rachel.

Rachel não podia deixar de levantar uma sobrancelha, porque para alguém que vivia por seu voto de celibato Quinn amava tentá-la, o que acabava por ser tentador para ambas porque Rachel tinha notado ultimamente que Quinn estava começando a se permitir ir mais longe quando as coisas começavam.

Ela ouviu Quinn limpar a garganta e então ela se concentrou novamente, Quinn estava corando, cachos loiros emoldurando seu rosto e caindo pelos ombros. "Por que você está me olhando desse jeito?"

Rachel apenas estendeu a mão segurando a dela entrelaçando os dedos e deixando os braços caírem molemente. "Gostaria de assistir a um filme, ou algo assim?"

Quinn assentiu com uma inclinação da cabeça, com os olhos brilhando quando ela murmurou lentamente "... Ou algo assim."

E Rachel sabia que elas iriam ficar bem. Elas tinham muita coisa em cima delas, mas contanto que pudessem voltar à estaca zero e trabalhar um jeito de conseguirem lidar quando as coisas ficarem difíceis, ela sabia que elas iriam ficar bem.

Eles começaram de uma forma totalmente nova e em um novo lugar quando Quinn subiu na cama, montando em Rachel e afundado suas mãos e joelhos em cima dela.

"Eu comprei Up", Rachel sussurrou enquanto Quinn se inclinava, roçando seus narizes juntos.

A risada ofegante flutuou através de Rachel, e a fez se mexer. Os olhos de Quinn apertaram enrugando o nariz enquanto sorria. "Você é—"

"O que eu sou?" Rachel ousou. Quando elas chegavam a este lugar e Quinn tinha coisas para dizer, ela raramente terminava seu pensamento.

"Você é maravilhosa," Quinn murmurou contra seus lábios e Rachel sorriu.

Admirável, incrível, impressionante, dinamite, agradável, boa. Sinônimos são incríveis.

Ela era maravilhosa nos olhos de Quinn.

E ela não poderia ter ficado mais feliz.

Então, todo o resto podia esperar até segunda-feira.

Fim


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