Capitulo 3

Descemos para o café da manhã, estava ainda um pouco corada com o acontecimento no quarto de Maxon, mas tentei me recompor. Maxon segurando minha mão me conduziu até onde tomaríamos o café com seus pais e minha família, alias, faltava Kenna e Kota, pois, os dois provavelmente só viriam no dia do casamento, e também conheceria meu sobrinho, filho de Kenna que ainda não vi, mas só sei que seu nome é Joseph.

Passamos pela porta e caminhamos até onde já estavam meus pais e meus irmãos, o rei e a rainha ainda não tinham descido. Fiquei aliviada por ter chagado antes. Arrumaram uma mesa no jardim do palácio, com pequenos arranjos de flores amarelas, os pratos eram de porcelana francesa e os talheres eram de prata bem polida que poderia se ver neles. Parecia uma pintura aquela visão. May e Gerad me viram e vieram correndo para me abraçar. No instinto de irmã mais velha e louca por meus irmãos, larguei a mão de Maxon e corri em direção a eles. Sabia que aquela minha atitude era nem um pouco elegante, mas, com minha família não precisávamos de tanta pompa. Até Maxon já sabia como eu era. Corri de braços abertos para o encontro deles. Nos chocamos, e caimos na grama rindo da atrapalhada.

- Como dormiram meus lindos? – perguntei rindo.

- Bem. – disse Gerad.

- Nunca dormi em uma cama tão grande! – disse May abrindo os braços para me mostrar o tamanho da cama.

Papai e mamãe vieram ao nosso encontro então me levantei e puxei May e Gerad comigo.

- America querida. – disse meu pai me dando um abraço. – Como está esta manhã?Dormiu bem?

- Sim papai, dormi muito bem. – respondi.

Minha mãe também me abraçou, mas estava com uma cara séria. – Você não pode agir desta maneira America. – disse minha mãe com um ar reprovador. Não entendi.

- Como assim mãe?

- Esse seu jeito de vir correndo e se rolando no chão feito um cão com seus irmãos. Sabe muito bem que agora não é mais uma mocinha qualquer, tem que mostrar modos. Logo irá se casar. – disse ela.

- Eu sei... me desculpe. É que fazia um tempo que não via vocês, estava com saudades. – disse mostrando uma cara triste. – Achei que você também estava com saudades de mim. – disse olhando nos olhos da minha mãe. Sabia que ela é dura comigo e também sei que tudo isso é para o nosso bem, mas, naquele momento só queria que ela soubesse que mesmo eu me casando e me tornando princesa nada mudaria entre nós. Sempre seria a pessoa que procuraria minha família se precisasse.

Percebendo o jeito que eu estava, minha mãe cedeu. – Desculpe filha... – disse ela pegando minha mão. Ergui a cabeça. – É só que... – ela não conseguia falar porque seus olhos estavam em lágrimas – eu quero que sua vida seja perfeita e que tenha tudo o que eu não consegui lhe dar. – disse. Abracei-lhe.

- Se não fosse você mãe, nunca seria esta pessoa que sou agora. – disse ainda abraçada nela – E se consegui tudo isso... – disse me afastando e apontando para todos os lados me referindo ao palácio – foi porque você me ensinou a lutar pelos meus sonhos.  Foi isso que você me deu. – disse, o que fez minha mãe me abraçar outra vez.

- Eu também agradeço a senhora por este presente. – disse Maxon se juntando a nós. Eu e minha mãe nos soltamos e eu não deixei de sorrir para ele. Ele cumprimentou minha família.

Naquele momento tudo pareceu entendido comigo e minha mãe, saberia que quando tiver a oportunidade ela irá me dar uma bronca, casada ou não. Mas não importa, sempre irei ama-la do jeitinho que é, e ela a mim.

Começamos todos a conversar, rindo e aproveitando aquele momento como uma família comum. De repente o rei e a rainha entraram no jardim e vieram em nossa direção. A rainha Amberly tinha um grande sorriso no rosto, já o rei Clarkson estava com uma cara de poucos amigos. Sei por que. Ele ainda não gostava de mim e ter que suportar o fato de me ver fazer parte de sua família era como uma afronta. Todos nós fizemos reverência diante deles.

- Bom dia mamãe? – Maxon aproximou- se da rainha e lhe deu um beijo na bochecha. Ela retribuiu.

- Bom dia meu filho. – ela olhou para mim. – Bom dia America?

- Bom dia alteza.

- Bom dia a todos. – ela completou.

Todos responderam a rainha com alegria. O rei Clarkson pela primeira vez abriu a boca.

- Bom dia a todos também. – disse ele como se aquilo fosse uma obrigação. Respondemos a ele.

Cada um procurou seu lugar para se sentar. O rei e a rainha, cada um sentou em uma ponta da mesa. Papai, mamãe e Gerad sentaram de um lado. Eu, Maxon e May sentaramos do outro. Logo nos serviram. Serviram-nos café, leite quente, suco natural de varias frutas, pães quentinhos e tortas de todos os tipos e tudo que tinha direito. É claro que tinha a famosa torta de morango. Quando May viu a torta logo se virou para mim que estava sentada entre ela e Maxon.

- Torta de morango! – disse ela com um brilhinho nos olhos.

-Sim, sei que você gosta. – respondi – Só não vale chorar. – disse dando uma piscadinha.

- Claro que não. – disse ela dando uma garfada na torta e enfiando na boca – Alias, nunca me canso destas tortas tão boas. – disse com a boca cheia. Não deixei de rir com a situação.

Quando me virei para tomar um gole de café, percebi que o rei me observava. Não era um olhar de admiração, mas, era de como estivesse planejando algo. Fiquei incomoda com sua falta de descrição. Tentei me ajeitar na cadeira. Minha mãe que estava perto da rainha conversava como se fossem velhas amigas, meu pai ajudava Gerad em cortar o pão, May ainda se deliciava com sua torta e Maxon observava minha mãe e a sua conversarem. Parece que tinha sobrado ali, alias, eu e o rei, que estava me dando nos nervos.

Aqueles minutos estavam demorando a passar, queria sair dali e ficar fora do foco do rei Clarkon. Queria passar mais tempo com Maxon. Mas não podíamos sair da mesa enquanto o rei e a rainha não terminassem, ou é claro, só no caso de uma emergência. Logo depois todos terminaram o café, nos levantamos e começamos a caminhar pelo jardim. Minha mãe a rainha e May foram caminhar juntas, meu pai e Gerad estavam logo atrás. Olhei para o outro lado, perto da porta de entrada para o palácio e vi o rei conversando com Maxon, ele estava serio mas não parecia bravo. Maxon só balançava a cabeça concordando. Fiquei esperando e observando. Quando o rei me viu me encarou, se virou para Maxon disse algo e entrou. Maxon suspirou e se virou, quando me viu sorriu e veio em minha direção.

- Achei que iria caminhar também. – disse pegando minha mão.

- Estava esperando você. – respondi e ele me abraçou.

Sabia que ele não estava bem depois de ter conversado com seu pai.

- Aconteceu alguma coisa? – perguntei ainda abraçada com ele

Ele se afastou e me olhou nos olhos. – Não... esta tudo bem. – disse me mostrando o sorriso mais forçado que podia conseguir. O observei e disse:

- Tudo bem então – respondi. Sabia que estava acontecendo alguma coisa e ele estava me escondendo. Não gostava dele mentindo para mim, mas, era uma questão de tempo para ele me contar. Dei-lhe um beijo na boca no que retribuiu e me abraçou mais forte.

- Na verdade, a algo sim America. – aquela sua resposta me pegou desprevenida, comecei a piscar olhando para ele.

- E o que é então?

- Eu vou lhe dizer mas, por favor, isso só ficara entre nós esta bem?- disse me olhando nos olhos. Concordei.

Ele olhou para todos os lados e me encarou.

- Hoje pela manhã você percebeu que meus pais demoraram para o café não é? – disse e balancei a cabeça para mostrar que estava entendendo. Ele continuou.

- Meu pai recebeu uma ligação anônima e a voz dizia que... – ele observou mais uma vez para todos os lados. – os rebeldes ainda não foram eliminados, e que haveria algum tipo de vingança contra a família real. – ele suspirou. Congelei. Senti meu coração bater mais forte com aquela noticia. Rebeldes?Outra vez eles? Eram do norte ou sul? Justamente agora perto do nosso casamento?Isso não poderia estar acontecendo!

Vendo o modo como fiquei, Maxon me segurou pelos ombros. – America err... não fique assim... – passou a mão pelos cabelos – sabia que não deveria ter lhe contado.

- Maxon... – comecei – não precisa se preocupar comigo. Peguei sua mão outra vez – estou bem e... é bom saber disso também. Preciso ficar preparada se acontecer alguma coisa.

Ele parecia triste.

- Não quero que nada atrapalhe nosso casamento America. – disse Maxon com um suspiro. Ele se virou para mim ficando de costas. Não me aguentei e puxei-o para dentro do palácio.

Nos sentamos em um sofá branco perto da porta. Peguei seu rosto colocando as mãos de cada lado. – Nada vai atrapalhar nosso casamento ouviu?Nada! – continuei – Não fique assim – disse acariciando seu rosto. Ele fechou o olhos e logo relaxou.

- Não sei o que seria sem você America – disse ele se aproximando.

- Quero ser sua confidente lembra – dei uma piscada. Ele sorriu. – Sabe que sempre irá contar comigo quando precisar, vou sempre estar aqui.

Maxon me puxou mais perto e me beijou.

- Nossa!Como eu lhe amo. – disse ainda com a boca colada na minha.

- Eu amo mais.