A Realeza - Casamento Real escrita por Mia Golden


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Desculpem, eu disse no capitulo anterior que colocaria o capitulo 21 ontem mesmo mas, aconteceu um imprevisto e não pude postar.
Mas está aí!!
Me perdoem!!
Espero que gostem :)



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Capitulo 21

Respirei fundo tentando procurar forças. Não sabia por onde começar. Olhei para o rei para começar a falar. Mas de repente...

- Você deve estar gostando disto, não é? – disse ele agora olhando para mim.

- Não, não gosto não – disse. Na verdade, detestava violência.

- Você vai querer que eu me curve? – ele perguntou.

- Não estou aqui para isso – disse.

- Então está para quê? – disse ele.

- Rei Clarkson – comecei – o senhor deve imaginar o porquê os rebeldes estão se vingando – continuei – e o que eles querem exatamente.

- Acho que eu imagino – disse ele curvando as costas parecendo com dor.

- Então por que o senhor não acaba logo com isso? – perguntei – tudo depende do senhor. A sua vida, a da rainha e a de Maxon. – disse.

- Não é tão simples assim. – ele disse.

- E por quê? – eu perguntei.

- Não se muda as leis de uma hora para a outra. – disse ele.

- Mas o senhor é o rei!

- Eu sei – disse ele de cabeça baixa.

- E então? Por que esta dificultando as coisas? – perguntei abrindo os braços.

- Não posso mudar assim tão de repente, poderei perder aliados. – ele disse. Eu não aguentei aquilo.

- Como o senhor pode fazer isso? – disse indignada.

- Isso o que?

- Está vendo o que esta acontecendo? O reino esta sobre o domínio dos rebeldes e o senhor ainda pensa em perder aliados? – disse – O senhor tem que pensar no futuro do seu país! Na sua esposa e no seu filho! – disse a ele tentando olhar em seu rosto. Ele me olhou.

- Se eu ceder aos rebeldes, vamos mostrar que somos uma nação fraca – disse ele.

- Isso não é verdade – disse balançando a cabeça em negativa.

- O que você sabe sobre o que é, ou o que não é senhorita? – perguntou ele.

- Eu serei sincera com o senhor – comecei – eu não conheço as leis nem nada, mas procuro saber o que se passa no meu país, e eu sei se o senhor tiver misericórdia desse povo que só querem ser ajudado, o senhor vai provar para todo o mundo que é um bom rei. – continuei – e eu tenho certeza que conseguirá mais aliados.

- Eu sou um rei odiado – disse ele com um sorriso forçado.

- Não será se mudar as leis – disse a ele. O rei ficou me olhando.

- Como pode? – disse ele ainda me olhando.

- O que?

- Como pode depois de tudo o que eu lhe fiz, você vir até aqui e falar comigo nessa naturalidade? – disse ele.

- É por que eu não sou como o senhor – disse sem pensar muito.

- Percebi – disse ele se sentando. Já não aguentava mais ficar em pé.

- Os rebeldes querem me matar, não é? – ele continuou se ajeitando na cadeira.

- Provavelmente sim – disse. Na verdade não sabia ao certo se eles matariam o rei ou não. Tudo dependeria da minha conversa com ele.

- Existiam rebeldes infiltrados no meio das tropas, por isso foi mais fácil invadirem o castelo. – disse ele.

- Rei Clarkson, por favor! – eu implorei – acabe logo com isso!

- Não posso acabar com as castas assim, de uma hora para outra – disse ele me olhando – como vou sustentar todo o povo?

- o senhor sabe sim! – disse me aproximando dele e me abaixando para ficar de frente para ele já que estava sentado. Continuei – os rebeldes sempre procuravam um livro aqui no palácio, e esse livro é a chave de tudo. – o rei me encarou.

- Por que você acha que é isso? – perguntou ele.

- Deve existir alguma coisa escondida em algum livro, não é? – perguntei. Ele ficou em silencio.

- Por favor! – continuei implorando – acabe logo com isso, faça o que eles pedem! – disse – o senhor precisa de uma decisão, senão não verá mais a rainha e Maxon. – no momento em que toquei o nome dos dois ele colocou as mãos no rosto. Fiquei pasma. Ele estava chorando.

- Alteza... – disse quase perdendo as palavras.

- Eles me separaram deles – ele dizia com o rosto nas mãos – disseram que eu não os veria mais. – disse ele que incrivelmente estava chorando – eu preciso de Amberly comigo!

Naquele momento eu descobri a fraqueza do rei. A rainha Amberly. E a maneira que ele se sentia. Ironicamente foi o jeito que eu fiquei quando me separei de Maxon.

- Agora o senhor sabe qual é a sensação de ficar longe de quem a gente ama – disse. Foi então que ele me olhou. Realmente chorava e seus olhos, pelo menos um, mostrava que estava vermelho. Ele começou a concordar com a cabeça, mas não disse nada.

- É uma sensação de como estivessem arrancando um pedaço do seu coração – comecei a sentir minha garganta arder de vontade de chorar – parece que não consegue mais viver, não consegue mais seguir em frente. – neste momento comecei a chorar.

- O que foi que eu fiz? – disse ele – Não quero ficar longe da minha família.

- O senhor não ficará se fizer o certo – disse em meio às lágrimas e continuei - e se fizer, irão trazer de volta a rainha e Maxon.

Ele abaixou a cabeça e colocou as mãos no rosto outra vez. Já não conseguia mais falar nada, estava cansada.

- Dentro de um dos livros na biblioteca – ele me olhou e começou – existe um em especial que possui uma chave escondida na capa – disse ele – e esta chave abre uma porta, onde está escondido o tesouro de Gregory Illéa – disse ele. Fiquei completamente surpresa com esta revelação repentina.

- O diário de Gregory Illéa? – perguntei.

- Sim – ele disse.

- Então foi por isso que o senhor ficou tão furioso por que Maxon me emprestou o livro? – perguntei.

- Você tinha um tesouro nas mãos – ele disse – e quando o vi com você, achei que poderia tentar fazer algo contra mim.

- Mas eu nem imaginaria! – disse surpresa.

- Ainda bem! – disse o rei.

- Este tesouro está escondido aqui no castelo? – perguntei curiosa.

- Sim – ele respondeu.

- Então rei Clarkson! Esqueça essas teorias de Gregory Illéa – eu disse – faça a diferença! Use o tesouro para sustentar o povo. Illéa roubou por muitos anos o país, e esta é a hora do senhor usar este dinheiro pelo bem da nação, não acha? – ele me olhou e pareceu pensar.

- Prometo que não direi nada sobre o tesouro aos rebeldes –disse – isso pode ficar entre nós. O povo só precisa de mudanças e de ajuda e não se importa de onde o senhor tire o sustento deles.

- O que você quer mais de mim, senhorita America? – ele perguntou.

- Quero que o senhor aceite o acordo, acabe com as castas – disse.

- Só isso? – ele disse. O olhei sem entender muito bem por alguns segundos, mas depois soube o que pedir.

- E quero que o senhor... me aceite em sua família – disse um pouco ansiosa por sua resposta. Ele ficou me olhando outra vez, mas não disse nada.

- Peça para que o Coronel Walters entrar, por favor? – disse ele. Concordei e fui chamar o coronel.

Quando o chamei ele entrou seguido dos outros homens mais seus filhos, Caleb e Fran.

- Sim senhorita? – disse o coronel olhando para mim.

- O rei quer falar com você – disse. O coronel se aproximou do rei Clarkson e ele se levantou e ambos ficaram frente a frente.

- Então? O que o senhor decidiu? – perguntou o coronel.

- Cheguei a uma conclusão e uma decisão – disse o rei.

- E qual é sua conclusão? – perguntou o coronel.

- Minha conclusão foi que... – ele olhou para mim – eu nunca deveria ter tratado com migalhas o meu povo. E vocês só queriam ser aceitos. – disse o rei. Percebi que Caleb e Fran se abraçaram, pois, estavam na expectativa.

- E qual foi a sua decisão? – perguntou outra vez o coronel.

- A minha decisão... será feita pela minha futura nora – disse ele olhando para mim.

Naquele momento, pela primeira vez percebi que o rei Clarkson falou com sinceridade comigo. Fiquei emocionada. De repente senti as lágrimas correndo por meu rosto. Quando olhei para o lado Caleb e Fran sorriam também emocionados e correram para me abraçar. Eles sabiam da minha resposta. Acabaria com as castas com muito prazer!

- Muito obrigado, rei Clarkson – disse o coronel também emocionado. O rei só balançou a cabeça concordando.

O coronel e seus filhos saíram da sala e desceram para dar as noticias ao resto do bando. De repente se ouviram gritos. Era o grito da vitória. Sorri ouvindo. Olhei para o rei e ele olhou para mim.

- O que o senhor vai fazer agora? – perguntei

- Tem que haver um pronunciamento – ele disse.

- Esta bem, e o que precisa? – disse.

- Não posso falar neste estado – ele abriu os braços e mostrou como estava – Amberly e nem Maxon estão aqui, então... – ele disse olhando para mim e levantando uma sobrancelha desafiadora. Gelei naquele momento.

- Eu? – disse apontando para mim – eu não posso, não estou preparada! O senhor me pegou de surpresa.

- Você não quer ser uma princesa? – perguntou ele.

- Sim mas... as princesas também precisam de um tempo para se prepararem e escrever um discurso. – disse apavorada.

- Você se sairá bem – ele disse – saberá o que dizer, você é o povo America – quando ele disse isso eu não consegui segurar as lágrimas e o abracei. Ele ficou surpreso com minha repentina demonstração de afeto. Ele logo relaxou e também me abraçou.

- Este é o momento que eu mais sonhei senhor – disse ainda abraçada nele.

- Err... eu espero que um dia você me perdoe – disse ele. Me afastei e o olhei.

- Quero fazer Maxon feliz, só isso! – disse

- Eu sei, alias, eu sempre soube que você o amava e ele a você – disse o rei – e eu que fui orgulhoso demais.

- O senhor não precisa me amar de paixão agora – disse com um sorrisinho – vamos construir nossa relação devagar através do respeito. E um dia espero que me veja como uma filha que nunca teve. – disse. Ele sorriu.

- Está bem! – ele disse pegando minha mão e a beijando.

Logo depois saímos da sala. Agarrei o braço do rei para ajuda-lo a descer as escadas. Ele estava mancando, provavelmente por causa da surra que levou. Quando chegamos ao andar de baixo, os ex-rebeldes nos olharam e nos reverenciaram.  Eu e o rei nos olhamos. O coronel Walters se aproximou.

- Mesmo não existindo mais castas, vocês ainda são a realeza – disse ele – precisamos de lideres.

- Obrigado coronel, espero que agora tudo se resolva para o senhor – disse colocando a mão em seu ombro – e que sua filha melhore.

- Obrigado senhorita – disse ele.

Descobri logo depois, que muitas pessoas foram feitas reféns e colocadas nos alojamentos. Provavelmente todos os funcionários do palácio e alguns soldados que não tinham nenhuma ligação com os rebeldes. O coronel Walters prometeu a mim e ao rei que logo trariam a rainha e Maxon para o castelo em segurança. Fiquei mais tranquila e percebi que o rei também.

Caleb e Fran me acompanharam até o terceiro andar do castelo onde havia um tipo de sacada especial onde o rei falava com seu povo sem ser pela TV. Percebi que algumas pessoas que trabalhavam para a transmissão do Jornal de Illéa estavam ali. Trouxeram uma única câmera e vi que colocaram um microfone na sacada. O meu discurso seria transmitido para o país inteiro. Comecei a tremer de nervosismo. Para piorar a situação, o coronel ordenou para seus homens que abrissem os portões do castelo para que o povo entrasse nas terras do reino. Eles teriam que saber da novidade pela minha boca.

O povo todo entrou. Quando olhava de trás da porta avistei um mar de gente. Comecei a entrar em pânico. Fran e Caleb me ajudaram a chegar até a sacada. Não sentia minhas pernas. Quando o povo me viu, eles começaram a gritar por meu nome. Mesmo assim não saia palavra nenhuma da minha boca. O câmera fez um sinal para que eu me preparasse, logo ele começou a contar nos dedos e então estávamos no ar. De repente o silêncio, o povo inteiro me olhava à espera do que diria. Tive vontade de sair correndo dali.

Quando estava prestes a fugir, avistei minhas criadas em meio à multidão. Aspen também estava com elas, mas, segurava a mão de Lucy. Também vi Marlee e Carter abraçados me olhando com orgulho. Marlee chorava, mas, acredito que era de emoção. Afinal, olhei todos os rostos que podia. De homens, mulheres, crianças e velhos e percebi que em seus olhos havia uma coisa chamada esperança. Todos me olhavam com amor, eles eram o meu povo. E se eu tivesse que falar por eles ou defende-los, era o que eu faria. 


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