A Realeza - Casamento Real escrita por Mia Golden


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora pessoal.
Está aí o capitulo 11.
Espero que gostem :)



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Capitulo 11

Mal consegui dormir naquela noite. Virava-me para todos os lados, mas nada. Ainda estava magoada com Maxon por causa de seu pai. As coisas que o rei Clarkon disse, e a maneira que ele se comportou, quase querendo me bater não saia da minha cabeça.

Os primeiros raios de sol começaram a entrar pelas minhas janelas e estava com a mínima vontade de fazer qualquer coisa naquele dia. Não queria ver Maxon e muito menos o rei. A única que pensei, foi a rainha Amberly. Não queria preocupa-la. Passaram-se mais uma hora e eu ainda estava acordada, só olhava para o teto tentando raciocinar alguma coisa. Mas nada. De repente ouvi a porta se abrindo. Eram as criadas.

- Não façam barulho para não acordar a senhorita. – disse uma delas. Provavelmente Anne.

- Eu já estou acordada meninas. – disse me virando na cama. Elas chegaram a se assustar.

- Senhorita, bom dia? – disse Lucy sorrindo.

- Bom dia – disse com uma voz maia arrastada.

- Dormiu bem? – perguntou Mary se aproximando. Na verdade, estavam curiosas por causa da maneira que cheguei no dia anterior.

- Mais ou menos – disse me sentando na cama.

- A senhorita esta doente? – Lucy veio em minha direção e colocou a mão na minha testa para ver se estava com febre.

- De saúde estou bem – disse ajeitando meus cabelos – só estou um pouco... magoada.

Elas ficaram alguns segundos me olhando. Não queria comentar sobre o que aconteceu, senão começaria a chorar. Elas sabiam muito bem me entender quando se tratava dos meus sentimentos. Não fazendo perguntas.

- Nos podemos ajuda-la? – perguntou Anne com um olhar de compaixão.

- Sim – disse.

- Então diga, faremos tudo o que a senhorita quiser. – disse Lucy.

- Hoje eu só quero ficar no quarto. – disse. As três se olharam e depois olharam novamente para mim.

- Tudo bem, mas, e se alguém perguntar pela senhorita, o que nos responderemos? – perguntou Mary.

- Diga que estou com muita dor de cabeça, e que preferi ficar no quarto. – falei olhando para baixo.

- Esta bem. – disse Anne – Lucy? Vá até a cozinha e prepare o café para a senhorita America, ela pode ficar com fome mais tarde.

Lucy concordou e saiu do quarto. Anne e Mary não fizeram mais perguntas e começaram a arrumar algumas coisas. Deitei-me outra vez e fiquei em silêncio. Em alguns minutos fechei os olhos e cochilei. Não sei por quanto tempo, mas, quando acordei percebi só Lucy no quarto bordando algo. Ela estava sentada em uma cadeira em direção à sacada. Espreguicei-me e logo me levantei.

- Lucy? – a chamei. Ela se virou e sorriu.

- Senhorita America! Precisa de alguma coisa? –disse ela largando seu bordado e se levantando.

- Não, eu só... quanto tempo eu cochilei? – perguntei, sentindo meus olhos pesados.

- Acho que a senhorita não cochilou – disse ela – a senhorita dormiu por umas três horas mais ou menos.

- Três horas? – perguntei incrédula.

- Pois é. – disse Lucy, e continuou – a senhorita deseja alguma coisa?

- Vou tomar um banho. – disse.

- Vai descer depois? – perguntou ela.

- Não. Vou tomar um banho e ainda vou permanecer no quarto. – disse.

- Humm!

- O que foi Lucy? – perguntei olhando para ela.

- Bem... – começou ela olhando para cima – é que hoje de manhã quando fui buscar seu café, encontrei o príncipe Maxon no corredor – ela olhou para mim e continuou – e ele perguntou pela senhorita e eu expliquei a ele o que estava acontecendo.Ele entendeu mas parecia triste.

- E... – disse.

- Ele só concordou, e desceu para o café. – disse Lucy me observando. Bufei.

Maxon nem se quer deseja falar comigo, me pedir perdão. Provavelmente estava com seu pai, o ouvindo dizer que eu não era uma boa escolha. Que Maxon deveria me mandar embora, acabar com o nosso casamento. E que ele procurasse outra futura esposa como Kriss ou Celeste como ele citou.

- Mas depois aconteceu outra coisa. – disse Lucy me tirando dos meus pensamentos.

- O que? – perguntei.

- Ele veio aqui no seu quarto mais tarde enquanto ainda estava dormindo – disse ela com um sorrisinho. Aquele seu comentário me pegou de surpresa.

- Ele veio me ver? – perguntei sentindo meu coração apertando de saudade.

- Sim – Lucy confirmou – ele ficou sentado ao seu lado na cama só a observando enquanto dormia – ela continuou – de vez em quando ele acariciava seu rosto e seu cabelo, mas, a senhorita não acordava. Estava em um sono profundo.

Fiquei chateada. Não com ele, mas comigo. No único momento em que eu queria falar com Maxon eu estava dormindo, e quando o certo era eu ter dormido a noite toda.

Então ele veio me ver!

- Ele disse que voltaria? – perguntei com esperança.

-Ele não disse nada senhorita. – disse Lucy. Só balancei a cabeça concordando.

Fui tomar um banho de banheira. Fiquei lá um bom tempo pensando. Será que não fui um pouco longe de mais com Maxon? Mas ele também deveria ter sido mais compreensivo comigo. Ignora-lo iria me fazer bem? Será que ele estava certo quando disse que não adiantaria eu me implicar com seu pai porque, assim, nunca ganharia sua simpatia? Será que fui longe demais com o assunto do sonho? Talvez tenha sido coisa da minha cabeça! Agora eu estava me sentindo mal. Maxon só quer ver todos bem e felizes, só isso! Ele me escolheu. Ele me amava. Isso é o que importa.

Quando a água da banheira começou a esfriar decidi sair. Me sequei e me  arrumei e depois fui ler um livro sentada com Lucy na sacada. Anne e Mary estavam ocupadas com outras tarefas no palácio. De vez em quando olhava para a porta com esperança de ouvir alguém batendo. Provavelmente Maxon. Mas nada. Comecei a sentir falta dele.

Estávamos tão atentas. Eu com meus pensamentos, e Lucy com seu bordado que não percebemos o momento em que abriram os portões da entrada do castelo. Conseguimos desviar a atenção quando começou um barulho de marcha. Lucy e eu nos levantamos, e fomos mais para a beirada da sacada para ver. Os novos soldados estavam chegando.

- Olhe senhorita America, eles estão chegando! – disse Lucy colocando a mão no peito. Provavelmente estava emocionada porque, iria rever Aspen.

- Nossa! – disse surpresa – nunca imaginei que seriam tantos.

- Parece que o rei providenciou mais uns 150 novos soldados, só para cuidar do palácio. – disse Lucy.

- Lucy?

- Sim

- Você sabe por que o rei pediu mais reforços? – perguntei a ela com expectativa que não ficasse tensa se soubesse o motivo.

- Sim, eu sei. – disse ela com um suspiro.

- Não precisa se preocupar Lucy - disse colocando a mão em seu ombro – eles não irão nem conseguir chegar perto do palácio – apontei para aquele inúmero grupo de novos soldados – agora será impossível eles passarem dos portões.

Ela entendeu e relaxou. Lucy já era muito traumatizada com ataques rebeldes, e só de pensar em alguma possibilidade de ter outro ataque, provavelmente dos sulistas, ela ficaria em choque outra vez. De repente ouvimos a porta se abrindo. Era Anne a Mary.

- Senhorita America, Lucy, vocês viram? São os novos soldados. – disse Anne se aproximando de nós.

- Sim. – disse Lucy

- É muito bom isso – disse Mary – provavelmente tenha alguns soldados interessantes, não é Anne? – perguntou Mary se virando para Anne.

- Pois é, quem sabe. – disse Anne sorrindo e dando uma piscada. Comecei a rir.

- Não consigo enxergar o Aspen – disse Lucy espichando os olhos em direção aos homens.

- Estão quase todos com as roupas iguais, é difícil reconhecer – disse Anne.

- Vamos descer para ver mais de perto? – perguntou Mary esperançosa.

As três olharam para mim, provavelmente pedindo permissão para sair.

- Se vocês querem descer, não tem problema, vão! – disse a elas.

- Porque a senhorita não desce conosco? – perguntou Anne.

- É verdade! – disse Lucy – a senhorita precisa sair um pouco deste quarto – ela completou – esta aqui o dia inteiro.

Na verdade não estava animada para sair do quarto. Não queria encontrar o rei Clarkson no caminho. Estava até com medo de me encontrar com Maxon e ele me ignorar. Sabia que estava chateado comigo sobre tudo que disse a ele. Mesmo ele ter ido ao meu quarto me ver quando ainda estava dormindo, não queria dizer que já estava tudo bem. Ainda estava magoado. Mas ficar no quarto trancada sem nos falarmos também não iria adiantar.

- Esta bem meninas, irei descer com vocês – disse.

Minhas criadas ficaram felizes com a minha decisão. Então descemos para ver a chegada dos novos soldados.

       ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Eu, Anne, Lucy e Mary fomos em direção a porta de entrada do castelo para irmos para fora. Saímos e ficamos paradas na escadaria só olhando aquele mar de soldados novos. Corri meus olhos por todos para ver se avistava Aspen, mas nada. Anne e Mary batiam palmas todas felizes com a chegada daqueles novos recrutas. Logo eles desapareceram do outro lado do castelo onde o alojamento ficava dentro das terras do palácio.

- Demoramos muitos, não deu tempo de ver melhor! – disse Anne desolada.

- Meninas! – disse – eles ficarão aqui um bom tempo – continuei – e vocês poderão vê-los todos os dias.

- Será que Aspen veio mesmo, senhorita America? – perguntou Lucy com os olhos cheios d’água.

- Tenho certeza que sim Lucy, não se preocupe – disse – Maxon me afirmou que ele esta na lista.

Lucy sorriu e concordou. As criadas ficaram mais um pouco comigo e logo entraram para continuar seus afazeres. Eu fiquei ali fora sozinha. Decidi me sentar na escadaria. Ficava olhando para todos os lados para ver se enxergasse Maxon, mas, eu não o via desde o dia anterior. Já estava ficando mais triste.

Estava tão distraída com meus pensamentos que nem percebi quando o rei estava vindo em minha direção. Prendi o ar. Mas logo percebi que não estava sozinho. Ele estava acompanhado por outro homem que parecia ter a mesma idade do rei. Suas roupas demonstravam que era alguém importante, provavelmente chegou junto com os novos soldados. Quando o rei Clarkson me enxergou sorriu, disse algo ao homem, ele também olhou para mim e depois vieram em minha direção. Fiquei chocada. O rei Clarkson sorriu para mim e pareceu simpático? Pretendia tirar a história do sonho da minha cabeça, mesmo assim, sempre estaria desconfiada com ele. Levantei-me da escada e ajeitei minhas roupas.

Respire America, respire!

- Senhorita America? – disse o rei se aproximando de mim. A voz dele estava tão normal, que não diria que era o mesmo do dia anterior, que chagava a provocar arrepios.

- Alteza. – disse fazendo uma reverência. Tentei parecer mais natural possível.

- Este é o Coronel Walters – disse ele – ele é o responsável por comandar toda a tropa que acabou de chegar.

- Senhorita America – disse o coronel, pegando a minha mão e a beijando – ou seja, nossa futura princesa. – disse ele sorrindo, o que me fez sorrir também. Ele era muito simpático.

O Coronel Walters era um homem não muito grisalho, alto, de porte elegante e belos olhos castanhos. Sua roupa era preta com detalhes em vermelho, ele tinha varias medalhas de honra penduradas em seu casaco. Provavelmente as ganhou por vários feitos heroicos.

- É um prazer conhece-lo senhor – disse sorrindo.

- Estamos muito orgulhosos da senhorita – disse ele com um olhar de admiração – você era a favorita em nossa casa – ele continuou – minhas filhas amam você.

- Muito obrigado. – disse um pouco corada.

- A senhorita America é a favorita de muitos, Coronel. – disse o rei, mas dessa vez com aqueles olhos penetrantes.

- O dia de seu casamento com o príncipe Maxon entrará para a história do nosso país – disse o Coronel se virando para o rei – não é rei Clarkson?

- É claro! – disse ele me encarando – creio que Maxon e a senhorita America governarão este pais de um modo bem diferente.

- Isso seria muito bom – disse o Coronel Walters sorrindo – temos que ter ideias novas em nosso país – ele continuou – juventude sempre trás uma nova esperança e novos tempos.

O rei Clarkson deu uma risadinha sem graça, mas manteve a compostura. Sabia que ele estava se fazendo de bonzinho comigo. E ouvir tantos elogios deveria estar sendo um tormento para ele.

- Claro! A senhorita America é uma moça muito capaz de fazer mudanças. – disse o rei com a sua famosa ironia.

- Se me derem licença – disse o Coronel – preciso ir para ver como estão os soldados – ele se virou para mim e fez reverencia – senhorita America... – disse ele sorrindo – foi um prazer.

Ele se virou para o rei e também o reverenciou, e logo partiu. Fiquei sozinha com o rei Clarkson. Quando me virei, percebi que ele deu alguns passos para ficar bem do meu lado.

- Isso é incrível! – disse o rei olhando para frente com os olhos vidrados – se as pessoas soubessem que tipo de pessoa você é. – ele se virou e ficou me encarando. Eu me virei e o encarei.

- Do que o senhor está falando? – perguntei me fazendo de inocente.

- Não se faça de idiota! – ele disse com os dentes cerrados – não ache que esqueci o que fez ontem.

- O senhor não precisa se preocupar – disse o olhando bem nos olhos – não farei mais isso.

- Não fará mais? – disse ele rindo.

- Não.

- Eu duvido muito – disse ele bem perto do meu rosto – você é muito irritante menina. Não consegue manter a boca fechada, e eu acho difícil você e eu termos qualquer tipo de afeição – ele continuou – todos os dias eu peço aos céus para que Maxon desista de você e crie juízo, e busque outra esposa. Faria até outra seleção se fosse possível.

Como sempre as palavras dele eram como adagas no meu peito. Ele me desprezava tanto, me dizia que não era capaz que já estava começando a acreditar em tudo o que ele falava. Comecei a sentir um nó na minha garganta. Não queria chorar. Mas meus olhos não obedeceram.

- Suas lágrimas não significam nada para mim – disse ele com os olhos penetrantes – isso mostra que você já esta percebendo que não tem chance – ele continuou – então...

- Clarkson? – alguém chamou. Percebi a voz. Era a rainha Amberly. Tentei não me virar para ela não ver que estava chorando.

- Minha querida! – disse o rei estendendo o braço para alcançar sua mão. Como sempre, pura falsidade.

- Estava procurando você, não sabia que estava aqui fora – ela se virou e olhou para mim – com a Amer... – ela se aproximou e colocou a mão em meu ombro – America, minha querida! O que aconteceu? Por que esta chorando? – perguntou ela com um olhar preocupado.

- Eu err... estou bem rainha – disse tentando erguer minha cabeça.

- Mas não parece bem, está chorando. – disse ela me abraçando. A rainha Amberly era uma mulher maravilhosa. Se minha mãe não estivesse por perto, provavelmente ela seria uma ótima substituta.

Percebi que o rei Clarkson só me olhava. Ele tinha um pequeno sorrisinho no rosto que me fazia ficar cada vez pior.

- Alteza eu só... desci um pouco para pegar um ar – disse respirando fundo – mas já estou subindo.

- America, você sabe que pode me contar qualquer coisa não é? – disse ela com um sorriso terno – considero você como minha filha.

- Obrigado alteza. – disse sorrindo – e me desculpe por não ter descido hoje na hora do café, eu não estava passando bem.

- Sim, eu sei. Uma de suas criadas me contou – disse ela pegando minha mão – mas não se preocupe, pode ficar em seu quarto hoje se ainda se sentir mal.

- Muito obrigado alteza!

- Sem problemas minha querida. – disse ela. Fiz reverencia e comecei a andar em direção a entrada do castelo.

- Espero que melhore senhorita America.  – disse o rei pelas minhas costas. Virei-me para olha-lo.

- Obrigado majestade. – disse quase me segurando para não chorar mais. Me virei e entrei no castelo.

Quando entrei, parei e me escorei em uma coluna tentando respirar. Naquele momento desabei a chorar. Estava magoada com tantas coisas ruins que o rei Clarkson me acusava. Não tinha visto Maxon e estava morrendo de saudade de seus abraços e seus beijos. Estava com saudades de minha família que já não via a dias.

Sai correndo para meu quarto. Com certeza não sairia de lá hoje. 


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