Inevitável escrita por black rose


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Primeira fic que escrevo sobre esse anime (que inclusive acabei de assistir ontem!). Sejam bonzinhos e me digam se ficou legal ou se acabei fazendo mer- vocês entenderam!!!



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- Lembro-me perfeitamente do dia em que nos conhecemos. Nós dois ainda não éramos reis, éramos pessoas comuns. Bom, não exatamente, já que “comum” nunca foi uma definição válida pra você. Talvez nem pra mim.

Você estava com seus amigos – que pra mim não passavam de uma gangue de arruaceiros - , estavam se divertindo, fazendo algazarra no meio da rua. Na verdade, você estava sentado um pouco distante, sozinho, enquanto os observava de longe.

Parecia um rei. Um rei observando seus súditos.

Eu estava voltando pra casa e por mais repulsa que isso me causasse, teria que passar em meio àquelas pessoas. Mesmo com minha expressão fria e indiferente, era óbvio o meu desgosto e isso não passou despercebido por ninguém ali. Principalmente por você. Seus amiguinhos não perderam tempo e começaram a me provocar com comentários ofensivos e pouco inteligentes na minha opinião, eu os ignorei, é claro, seria um disperdício perder meu tempo com eles.

Minha atitude, obviamente, fez com eles se irritassem e quisessem partir para a briga. Típico. Ajeitei meus óculos, nem um pouco preocupado, eu também não podia ser taxado como comum, sabia perfeitamente como me defender, mesmo estando em desvantagem numérica. Mas antes que eles me atacassem você os mandou parar e me deixarem em paz. Você parecia divertido com a minha atitude e seu olhar continha um brilho desafiador. Aceitei o desafio mudo lhe devolvendo o mesmo tipo de olhar e você riu. Naquele momento percebi que você era diferente, não que isso fosse algo bom, e acho que pensou o mesmo à meu respeito.

“Qual o seu nome?”, você perguntou.

“Por que eu lhe diria?”. Minha resposta petulante fez seu sorriso crescer.        

“Por educação, talvez? Me chamo Suoh Mikoto. E você?”

“Munakata Reisi”

Depois disso me virei e fui embora, você não me impediu, claro.Tive certeza de que aquela não seria a única vez que nos encontraríamos e estava certo. Você nunca mudou, sempre com aquele olhar desafiador e aquele sorriso irritante. Sem contar que você sempre foi o único a me enfrentar de igual pra igual, assim como eu também era o único pra você.

- Por acaso isso é uma confissão de amor? – Mikoto perguntou, divertido.

O ruivo estava deitado de costas na cama em sua cela, seus olhos estavam fechados, mas havia prestado atenção em cada palavra do monólogo nostálgico do outro.

- Tsk –ajeitou os óculos – Não seja ridículo!

Reisi estava sentado na cama, próximo ao outro. Havia ido ali numa última tentativa de dissuadi-lo de seu objetivo, mas sabia que suas chances de sucesso eram ínfimas.

- Não precisa acabar assim, Suoh.

- Você sabe que não vai me fazer mudar de idéia, não sabe?

- Você continua um cabeça-dura.

Ficaram em silêncio por alguns segundos.

- Por que veio aqui, Munakata? – ante a demora do outro em responder, Mikoto abriu os olhos para observá-lo.

- Não sei... Acho que precisava tentar uma última vez. Pode não parecer, mas não quero que você morra.

O rei azul mantinha seu olhar distante desde que entrara na cela e se sentara perto do outro, quase como se estivesse conversando consigo mesmo. Olhou nos olhos do ruivo pela primeira vez naquela noite, apenas por alguns segundos, logo voltando a olhar para a parede oposta, mas sem realmente vê-la.

Mikoto sorriu brevemente sem qualquer humor antes de responder:

- Isso é algo que nem eu e nem você podemos evitar. – sentou-se na cama, ficando ao lado do outro – Provavelmente não teremos outra chance de conversar... Vai sentir minha falta?

- Não se dê tanta importância. – disse em tom desdenhoso.

Num movimento rápido, Mikoto usou seu poder para quebrar as algemas e derrubou Reisi de costas na cama, ficando por cima dele. Simplesmente adorava a pose e a arrogância do outro.

- Bom, então acho que tenho que fazer alguma coisa para mudar isso, não é? – disse em tom quase predatório.

O rei azul arqueou uma sobrancelha, claramente o desafiando. Havia percebido toda a movimentação do ruivo, podia tê-lo impedido se quisesse. Se quisesse.

Com toda certeza sentiria falta daquele egoísta inconseqüente e cabeça-dura, mas isso não significava que admitiria isso, principalmente pra ele!

Mikoto sorriu de canto, aceitando o desafio. Deixou seu rosto próximo ao do outro e passou a ponta da língua sobre o lábio inferior de Reisi, sentindo-o extremecer de leve. Fez o mesmo no lábio superior e então o beijou, um beijo forte e agressivo que foi prontamente correspondido. Não demorou para que as roupas dos dois estivessem espalhadas pelo chão, suas bocas também não se restringiam apenas uma à outra, beijos, chupões e mordidas eram distribuídos entre eles. Não havia qualquer delicadeza por parte de nenhum deles, nunca houve. E eles jamais quiseram que fosse diferente.

Seus gemidos entrecortados por respirações ofegantes ecoavam pelos corredores vazios, mesclando-se ao som de seus corpos se chocando num ritmo rápido e intenso. Foi uma questão de minutos pra que eles chegassem ao ápice e desabassem exaustos na cama, um ao lado do outro, enquanto tentavam normalizar suas respirações.

- Renuncie ao trono. – Reisi disse depois de um tempo.

- Você é um incômodo e tanto, não, Munakata?

- Se essa é sua resposta, terei de pensar numa forma de mantê-lo preso a vida toda.

- Na verdade existe uma forma de manter preso aqui. – inclinou um pouco a cabeça, de modo que pudesse observar o rosto do outro – Você poderia fazer isso, Munakata. O rei azul pode ficar de olho em mim pessoalmente, 24 horas por dia, dentro dessa cela. – sorriu de forma maliciosa – Se eu ficar violento, pode me reprimir à força.

Reisi lhe lançou um olhar irritado e se levantou, começando a vestir as próprias roupas.

- A idéia de respirar o mesmo ar que você por muito tempo me enoja. – Mikoto riu. Reisi nunca perdia sua pose e ar superior – E além disso, estou bastante ocupado, não posso passar todo o meu tempo com você.

- É uma pena você pensar dessa forma, Munakata. – disse num tom sério.

O rei azul não disse nada de imediato, terminou de se vestir e olhou para o ruivo que ainda se encontrava na mesma posição. Seus olhares se encontraram, mantendo-se presos um no outro por longos segundos, num entendimento mudo. Ajeitou os óculos e virou-se, dando sua resposta enquanto deixava a cela.

- É, também acho, Suoh...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, se é que alguém leu. Bom, se chegaram até aqui, não custa comentar, né?!