Uma Jornada Sem Rumo escrita por Amaury Fabri Zambelli


Capítulo 1
Unico


Notas iniciais do capítulo

Personagens e hisotira inspiradas no anime Wolf rain



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O mundo não é mais o mesmo... Um tempo atrás o planeta estava indo para um caminho apocalíptico, onde tudo seria congelado novamente e dizia a lenda que apenas lobos poderiam chegar no “paraíso”. Bem acho que alguém deve ter chagado lá, já que o tudo recomeçou... Mas vivemos num tempo onde todo o ciclo se repete por algum ato que o fez assim, alguma peça chave teria para que esse modo apocalíptico voltasse.

Primeira mente eu me devia apresentar já que estou falando aqui em sua língua, meu nome é Dyll, bem não é lá um nome muito significativo. Não sou humano pode ter certeza disso como disse, a uma lenda que fala que os lobos se transformava em humanos para sobreviverem, já que a nossa raça foi quase aniquilado por esses sujos da raça humana. Já deu para perceber que sou um lobo... Bem primeira mente não nos transformamos e sim iludimos apenas os olhos dos humanos, mas para os olhos de outros animais nos mostramos como lobos para eles, até, no entanto nossas pegadas quando pisamos ficam como de um lobo, mesmo estando na ilusão ótica de humano.

 Enfim, em forma lupina me vejam como um lobo negro com listras verticais prateado neutro, um prata mais escuro e nada chamativo, tenho olhos brancos, não sou cego... Nem sei o porque de eu ter nascido com esses olhos, meu tamanho já é bem grande, nunca me medi... alias como que se mede um lobo? Bem fora isso tenho meus cinco anos caninos, que para vocês devo ter entre os 20 e 22 anos.

Minha forma hominídea é bem mais sóbrio que em lobo, visto meu sobretudo preto bem descolado cheio de bolsos, não visto camisa deixou meu corpo o mais livre possível dessas pragas que fizeram, uso calça preta, e um tênis bem fora do comum de cor... preto também, só minha pele que é meio parda e bem, ando me bronzeando no sol quando tem, ai fico mais tostado, porem não saio de minha cor, na verdade a maior parte das pessoas aqui são dessa cor... Não me pergunte o porque, pois não saberei responder.

 Minha historia é um pouco desagradável, vivi sozinho toda minha vida desde filhote, aprende todas as lições da vida selvagem solitário, reservado e bem longe de qualquer alcateia, acho que é meu jeito... Viver sozinho e isolado de todos e de tudo, apenas viver minha vida até o ultimo momento.

Bem era para ser assim até hoje, porem a alguns dias atrás me deparei com uma base militar, e já pode imaginar o que passei... Acorrentaram-me e me fizeram lutar até a morte com outros cachorros, achacam que eu era um cão, dá para imaginar isso? Não tive escolha a não ser lutar, era eles ou eu, e claro minha vida é melhor que a deles, já que estava quase extinto...

Passou vários dias assim, devia ter meus dois anos de idade ainda. Completei um ano naquela bosta de estabelecimento, eu vivia trancado em regime fechado e sem poder reagir, já que estavam sempre armados de pistolas ou armas mais pesadas.

Foi ai que me dei conta e algo, um fecho de luz veio a minha mente e me disse coias, o que me fez iludir para forma humana. A reação dos soldados foi clara, me soltaram na mesma hora e nem se deram conta de que um “cão” estava desaparecido, eu não suporto ficar naquela forma, mas para sobreviver acho que tenho que abandonar em partes meu orgulho.

Me alistei naquele mesmo local, queria aprender tudo que podia deles, já que teria que me acostumar com isso. Foi doloroso, tive muitos exercícios e trabalhos pesados, que para muitos seria uma tortura e extrema força, mas para mim não passava de atrasos. Tinha mais agilidades que os outros, uma força um pouco a mais que o normal, porem tinham um “bombado” no grupo que era pior em força, ele simplesmente detonava uma parede em com soco, aquilo sim era de assustar.

Fora isso minha vida foi passada mais dois anos, assim ficando com quatro anos, o que seria em torno dos 15 e 17 anos. Tempo depois eu explodir todo aquele lugar, matei todos que estavam lá por vingança, já tinha aprendido tudo que precisava, para mim eles não era mais útil, e o ódio que acumulei esses anos todos foi muito, o que logo depois foi um alivio muito bom, mas ainda odeio a forma de vida humana.

Em meio a minha caminhada para algum lugar, me deparei com um castelo enorme e bem assombrado, bem tipo daqueles filmes loucos de terror, hum eles ainda não viram o que é terror quando se esta a frente de um animal raivoso e sanguinário... Resumindo não me viram ainda hahaha. Não sou demônio nem nada, apenas falo isso para não me irritarem a toa, o que já bem difícil de eu perder a paciência.

Bem voltando ao castelo, achei uma garota com um cheiro maravilho de uma flor, qual o nome nunca me lembro, mas a fragrância era ótima, tive a sensação de leva-la comigo, mas algo me fez fazer ao contrario, eu...eu... eu a matei com minhas garras... não sei porque fiz isso, não entendo, eu apenas...sei lá apenas deixei meu corpo levar. A ultima coisa que me lembro foi de sentir minhas presas encostar em sua pele e seu sangue tocar minha língua e minhas garras a arranhar, antes de morrer ela me falou com uma lida e calma voz: “ Não precise...se culpa... Eu o esperava...” mesmo ela ter me falado isso sinto ainda um nojo de mim mesmo, atacar uma humana bela sem ter motivos, e pelo que entendi parece que ela queria ter morrido... e por mim... porque? Isso que me pergunto toda noite. Teria algum propósito para mim nessa vida ainda?

Vivo assim até hoje, numa jornada sem rumo, a procura de algo para passar minha vida até o fim dela. Cheguei a uma cidade, após vários dias de caminhada. De primeira vista não foi lá grande coisa quando pensei a alguns metros atrás, mas agora... Bem era meio que normal de mais, só que tendo uma aparência feia, parecia quem não cuidavam da cidade a tempos.

Minha fome deve ter aumentado umas cinco vezes quando senti o cheiro gostoso a poucos metros, e claro dinheiro aqui se compra tudo... TUDO mesmo, até a alma se compra um o dinheiro que para mim é tudo um punhado de folhas... Mas é me acostumar com a vida ou se morto por isso... Prefiro minha maneira.

Fui até um restaurante e logo vi um homem gordo, barbado, e...puts que fedor do capeta, outro capeta não eu... haha. Bem cheguei até ele e pedi uma mesa e o menu, agora vem meu plano lindo e maravilhoso.

O restaurante estava vazio, apenas uma humana ali sentada, parecia meia jovem, mas tristonha, fui até ela já com lambendo os beiços, já aviso não sou santo, muitos menos um demônio.

- licença madame, posso me sentar? – falei para ela no maior tom de encantamento, e claro eu tava em forma humana.

- Fique à vontade moço, não espero ninguém, muito menos que algo melhore nessa bosta de vida que levo. – fiquei supresso com o tom de voz dela, sensível e ao mesmo tempo odioso, ótimo.

- Bem posso saber porque essa raiva? Não sou psicólogo, mas acho que um desabafo pode vim ajudar um pouco. – assim que terminei essas palavras parecia que seus olhos brilhando e pude ver que eram verdes.

Devo ter ficado umas duas horas falando com ela, aguentando seu desentendimento com o namorado, depois com os pais, ai foi para o emprego e por ai vai, comemos algo enquanto falávamos. Com pouco, achei que comeria uma vaca inteira pela fome que tava, mas nem foi tanto assim.

Quando me dei conta já estava bem de noite e a nevoa já aparecia, vi a mulher ficar tremendo de frio, olhando para mim, então lhe passei meu sobretudo para ela.

- O rapaz não pode ficar sem blusa aqui. –falou o gordo me fitando nos olhos, a qual ele recusou olhar diretamente para os meus.

- Calma, calma já estamos de saída. – disse a humana para ele.

- Espero eu pago me... – ela me pois um dedo na boca sensualmente, nem sei porque fez isso, mas deu certo a ideia.

- Deixe que eu pago, me ajudou bem a desabafar aqui, já sei o que fazer agora, obrigada. – Ela foi até o balcão e pagou a conta.

Sairmos do lugar e fomos até uma esquina onde a deixaria como cavalheiro, posso parecer meio sombrio por dentro, ou por fora também graças a roupa, mas sou generoso com humanas, mesmo que o plano original seria comela... mas ela pagou a conta com tanto bom gosto que bem... essa eu deixo passar viva.

- Agradeço mesmo por essa noite, não sei o que faria se não falasse com alguém, e o estranho que me abrir com um estranho completo como você...

- As vezes um estranho ajuda mais que um ombro amigo ou parente, eu sei o que falo. – Falei todo confiante.

- Bem adeus então. – Ela me deu um selinho na boca, nem levei isso a sério, porque logo em seguida me lembro de uma moça a tempos atrás... Sim é ela. Logo depois me devolveu o sobretudo, e foi embora.

Agora era hora de eu achar um lugar para passar a noite naquele frio, nem tava muito frio, pelo menos não para mim já que meu pelo era bem grosso... Na verdade todo lobo é assim, se acostuma rápido. Meu estado lupino eu volto toda hora, ainda mais a noite que não tem ninguém, ai posso ficar a vontade sem ninguém me perturbar ou correr atrás de mim e causar sua morte em vão.

Achei um lugar bem fresquinho ali, o fato que assim que virei vi algo que me chocou na mesma hora. Uma mulher bem jovem com um menino de no máximo 10 anos... Não me engano, era lobos como eu se escondendo do mundo, acho que ambos pensaram o mesmo que eu, devem ter pensado que eram os últimos da raça também, mas como esse mundo é grande viu nossa.

- É... Oi? – tentei adquirir alguma fala com eles.

- Não se aproxime. – Gritava a jovem para mim, toda raivosa e mostrando as presas sem motivo algum, ou era medo. Sua pelagem era marrom e listas nas patas dando voltas na cor bege, olhos castanhos escuros. O outro era marrom também, deviam ser parentes, tinha olhos azuis branquinhos, mas pouco chamativo e estava assustado atrás dela, ambos tinham as cores das caldas um pouco mais clara que o resto do corpo e uma mancha vermelha na ponta.

- Calma, só vou falar oi aqui, não vou ferir ninguém, ainda mais minha própria raça quase extinta. – tentei ser agradável.

- Não acredito! Fique longe. – Ela me olhava furiosa, e olha eu nem fiz nada.

- Mana...Eu... – falava o filhote atrás dela entre soluços, parecia estar com medo da própria irmã naquela hora.

- Nick? – Ela olhou para ele e parou de rosnar para mim, deve ter entendido agora o que ele estava sentindo. – Me desculpe eu so...

- Eu sei... só nunca vi você assim... – ela encostou sua face com a dele como carinho... Bem não sei como é isso... Nunca tive algo parecido.

- Bem... Acho que agora podemos conversar calmamente agora não é? – perguntei me aproximando.

- Desde que não se aproxime demais. – novamente pude ver a fúria nos olhos dela, me analisando de cima a abaixo de pata a cauda.

- Meu nome é Dyll. O seu é Nick certo? E o dessa jovem? – perguntei da melhor forma possível.

- Meu é Karem... – a voz de desconfiança dela me impressionava tanto que nem me tocava.

- Bem foi um prazer, agora se me dão licença vou me deitar ali longe... – passei por eles, dobrei a esquerda subi em cima de um latão e depois a uma escada e me encolhi todo deixando minha cauda em cima de minhas patas.

Tudo que vi depois, foi os dois andar um pouco em frente e sumir nas sombras da cidade. Apenas a lua estava no céu, sem estrelas, sem nada, uma ótima chance de uivar para ela, o problema seria que iria causar um distúrbio em muitos humanos, os quais não sabem o que perdem, com isso acabei adormecendo.

No dia seguinte, o sol já estava no céu, brilhando bem forte para todos, sentia aquele calozinho gosto de manha. Eu gosto do nascer do sol e do por do sol... Nem sei o motivo, apenas gosto de ver e sentir.

Sair daquela escadaria e comecei a me dirigir para fora da cidade, minha jornada ainda era muito longa pelo visto, e a qual nem sei onde irei parar.

Assim que estava andando agora em forma humana para não levantar suspeitas, ouvi um barulho bem alto logo a uma esquina, como sabem nossa audição é mais apurada, então podia se ouvir coisas mais ao longe que os humanos.

Sem perder meu tempo tentando deduzir que som era, foi direto para o foco, onde a cada passo veloz que dava, ouvia mais ainda as batidas, eram batidas de algo, e em seguida ouvi um chiado de algo chorando como um cachorro, não gostei nada disso.

Assim que percebi que estava muito perto, fui cautelosamente andado entre os telhados dos prédios, sem fazer algum ruído, como aprendido naquela maldita academia.

A cena era bem chocante se eu não já tivesse sofrido aquilo diversas vezes. Vi os mesmos lobos agora, o mais novo todo encolhido chorando, e a outra a de Karem, com vários arranhados e um corte nas costas, elas rosnava para os humanos a sua frente, eram total de cinco, ambos estavam armados.

Não perdi meu tempo e pulei em cima deles, aproveitando o “elemento supressa” Karem mordeu um pelo pescoço, dando uma morte rápida e bem sangrenta, pois o liquido vermelho não parava de cair.

- Mas o que é isso? Veio ajudar essas vira-latas? Foi você que mando eles nos roubar? – falou o que parecia ser mais inteligente mente burro.

- Ora claro que não, apenas não gosto de ver minha raça ser maltratada dessa forma por vocês, lixos humanos. – dei aquela risada maldoso depois que disse, as faces deles ficaram tão raivosos que nem se tocaram no que disse, parece apenas ter capitado a frase “ lixo humano”.

Sou realmente louco em pular em cima deles, que estavam armados de pistolas e paus. Um atirou para mim que na mesma hora virei o corpo a um passo a direita desviando da bala, aquilo chocou eles e com certeza pensaram: Como um humano pode desviar de uma bala assim? Nem um animal poderia fazer isso.

Simples, não sou normal apenas sou...treinado...acho que posso falar isso...espero.

Eles iria fugir naquela hora, pois vim os joelhos tremerem de medo, mas quem deixou eles fugirem? Como disse odeio esse tipo de humano, não são todos, mas esse é o que mais tenho ódio.

Tirei minas facas escondidas dentro do sobretudo, sim eu tenho essas armas brancas comigo, como presente dado por me formar naquilo... Meu que maldita academia era aquilo? Até hoje não entendo.

Manejei aquilo como se fosse uma pistola, as facas eram customizadas, o cabo dela tinha entrada dos dois lados, a lamina não passava de 800 centímetros e era em forma diagonal meia que ainda uma meia lua, era bem estranha, pois a meia lua ficava bem na ponta, tinha um sinal de lua nova no centro do cabo e no meio da lamina.

Foi para o primeiro numa velocidade, que em instantes apareci por debaixo do ultimo, lhe corte a garganta, logo me virei e chutei a cabeça do outro que foi direto para a parede, sem tempo, lancei minha outra faca para o que estava tentando correr, esse caiu quando sentiu a faca entrar em sua perna, lhe puxei e desloquei sua cabeça rapidamente para que ele não grita-se.  Os outros dois morreram de forma bem dolorosa... Os enforquei até a morte.

Assim que os joguem na lata de lixo que estava bem próximo, me virei para os dois. Nick estava ao lado da irmã dele a lambendo nas feridas e assustado, e Karem mal podia ver, estava com muito sangue entre os olhos e ofegante. “Ufa não viram nada eu acho” Pensei aquilo como um alivio, queria deixar essas habilidades ocultas da melhor forma possível.

Me aproximei de Karem e passei minha mão sobre a ferida dela, por sorte era apenas um raspão de bala, era as outras que me preocupava mais. Eram muitas marcas de pauladas, e logo que olhei para os mortos no chão, estavam todos mordidos nas pernas, e pelo visto contei mal eram seis, mas agora isso não importa mais.

- Ela está bem, apenas a deixei descansar um pouco. – falei para o filhote antes que ele já caísse sobre as patas chorando.

A peguei pelo dorso e a joguei em minhas costas em minha forma lupina agora, mantive todo o cuidado para que ela não caísse ou sentisse dor. Eu não sabia para onde leva-la, então fui para o ultimo lugar que era tranquilo para cuidar dos ferimentos dela, aquele pequeno beco onde nos encontramos, achei ma pasta com primeiros-socorros lá, dando aquela fuçada básica nos lixos... A gente encontra cada coisa...

Passei um mercúrio nas feridas não profundas, e nas outras passei minha língua nelas para tira o excesso de sangue e deixar a ferida à mostra, logo em seguida enrolei com ataduras, em seu peito, e nas quatro patas. Minhas mãos eram um pouco grossas, mas consegui manusear tudo aquilo com um pouco de dificuldade, mas consegui fazer o socorro nela.

- O-Obrigado moço... – Nick se enrolou todo para me agradecer, me chamo de moço...

- Não tem por onde filhote, devemos nos ajudar até o limite de nossas vidas... Além do mais, somos da mesma espécie então é nossa “obrigação” ajudar. – falei todo cheio.

Sentei-me ao lado do lobinho que agora soluçava menos, deixamos Karem no canto encima de uma cama improvisada com espumas, eu to falando que se encontra cada coisa nos lixos. Em altura eu era bem mais alto que ele, lógico era apenas um pequeno lobo, mas enfim, eu não tinha como começar uma conversar com alguém que quase viu um parente morrer bem na sua frente, em todo caso ficar naquele monotomo silencio com alguém ao meu lado, já começava a me incomodar.

- Bem posso saber o que andam fazendo nessa cidade? – perguntei algo para quebrar aquele maldito silencio.

- O mesmo eu te pergunto. – o moleque é esperto. – Bem de toda forma estávamos de passagem, e arrumar um lugar para dormir, até que hoje estávamos de saída e “pegamos” algo para comer. – aquele pegar saiu como mais roubar, e quem ta ligando para isso hoje em dia? Somos animais não é?

- O que fizeram foi apenas continuar vivendo, não acho que isso seja roubo, alem do mais, isso foi pouco caso que eles fizeram. Ah deixa isso para lá, já estão mortos mesmo. – falei fria mente e brincalhão com aquilo, a e claro eu coloquei eles no lixo... coloquei mesmo? Não lembro mais... – Eu também estava de passagem.

- Posso saber seu nome senhor? – não senhor eu não aturo muito não, sou jovem ainda.

- Dyll.

- Por que anda nessa forma humana?

- Para poder sobreviver nessa vida, sem ela acho que já teria morrido, ou sendo caçado.

- Você gosta disso? – Nick não para de perguntar as coisas para mim.

- Não.

Acho que o meu tom da voz naquele momento congelo ele, falei com tanta arrogância que qualquer um perceberia que já estava incomodando.

- Meu orgulho de lobo ainda permanece em minha alma, mas...a casos que devo deixa-lo de lado. – falei baixinho para mim mesmo.

- Como?

- Nada.

Karem já estava acordando, mesmo que meio lenta, ela arregalou os olhos assim que me viu, e no mesmo instante ela pulou se esquecendo das feridas que quase se abriram, logo depois ela caiu no chão tossindo.

- Opa, calma lobinha, se não você vai reabrir seus ferimentos, não quero ter que passar a língua em você toda de novo. – a face dela ficou vermelha quando falei isso.

- Mana!!! – Nick gritou pulando em cima dela, sem levar em conta os ferimentos dela, nem sei como ainda não tinha reaberto os machucados.

- Aiii, Nick cuidado. – falou ela levando lambidas e carinhos no irmão. – Bem... Devo agradecer por isso... – olhou para mim quase desviando o olhar.

- Não se preocupe com isso, apenas descanse um pouco até se recuperar O.K.? – disse me sentado perto da parede, fiquei como uma torre, sentado na minha forma verdadeira.

- Acho que tem razão, mas se fizer algo com meu irmãozinho...

- Calma, não vou fazer nada. – Disse aquilo para tranquiliza-la, mas acho que não deu muito certo...

Passou um tempo depois que ela cochilou, já estava logo de pé sobre as patas e bocejando e esticando como um gato. Devia estar mais cansada que aparentava estar, mesmo com todo aquele estilo forte dela, ainda tinha brechas como essas em seu corpo.

Me levantei e já me dirigia atrás delas perguntando:

- Posso saber para onde estão indo nesse fim de mundo?

-... Estamos indo para o paraíso. – falou Karem.

- Paraíso? Tão de brincadeira né? Não existe tal coisa, nem mesmo no...

- Se não acredita que apenas os lobos iriam saber o caminho do paraíso, então não venha, e eu pensava que teria alguma chance de você ir com a gente. – aquilo suo com tom de arrependimento.

- Não eu só estava dizendo isso, porque não se ver lobos assim... Correndo atrás desse mito, até no entanto o livro da lua fala isso. – antes que perguntem algo já fui logo dizendo que já havia visto e lido uma pagina daquele livro.  – E como sabem dessa lenda?

- Apenas sabemos, algo me fala que devo seguir isso, juntamente só tenho esse sonho e meu irmão que é meu único parente agora, já que... – a cabeça dela ficou mais baixo a cada passos das patas que dávamos no meio da rua com quase ninguém.

- Seja como for, não tenho mais nada na vida para saber, então se não se importarem...

- Não. Quiser ir pode.

- Mana? – falou Nick olhando para sua irmã meio assustado.

- Melhor que andamos sozinhos Nick.

Passamos pelo portão da cidade, e andamos em clima muito frio e muito vento. Logo depois passávamos para uma nevasca até suportável, nossas patas estavam congelados pelo andar, mas não paramos por nada, e continuamos nosso caminho para o nada, o que já começava a me preocupar, até que um tempo depois estávamos em meio a uma cidade pequena e super vazia, pelo menos aparentava isso.

- Cidade deserta... Não é por menos. – falou Nick olhando para os lados.

- Vamos com cautela e não se separem. – disse Karem.

Fui para um lado sem dar a importância para aquilo, já que não sou de seguir ordens muito bem, me deixei na forma humana naquele tempo, só para garantir, e pela primeira vez vi Karem na mesma fora, uma morena linda e bem feita com roupas azuis escuras, tanta a camiseta quanto a calça, e cabelos longos.

Já Nick era pequeno com a idade, tinha cabelo meio prateado com mechas da cor de vinho, iguais de sua irmã que tinha duas pontas laterais, ele usava blusa laranja e calça jeans azul, o que me chamava atenção era o topete arrepiado paras ambos os lados.

Não preciso dizer que fiquei um pouco caído da beleza de Karem, de toda forma eu não demonstrava isso. Entrei uma casa vazia de porta aberta, e dentro dela nada havia, porem parecia ter uma entrada debaixo da cama, porque a cada passo que eu dava, o barulho eia ficando diferente.

- Karem, vem cá, achei algo aqui. – chamei só ela, pois eu sentia algo diferente naquele lugar, e não queria que Nick se ferisse, parece que sou irmão dele, só se foi de vidas passadas.

- O que foi?

- Olha isso. – mostrei para ela aquela entrada, quando abrir tinha uma escada o que parecia não ter mais fim.

- Vamos ver, pode ser um atalho.

- Eu não confiaria em atalhos...

- Então fazer o que?

- Melhor continuamos em frente.

- Para de ser medroso e vamos. Nick! – gritou ela. – Venha

- Karem, Karem... Não é boa ideia.

- Cala boca,se não quiser não venha.

- Chamo mana?

- Vamos descer aqui está bem?

- Tá.

Os dois desceram aquelas escadas e eu fui para fora pensar, com minhas mãos na cabeça e já resmungando algo.

- Não é possível que ela seja tão cabeçuda, não pensa que aquilo pode ser uma armadilha para estrangeiros, ou sei lá o que, pode ser tanta coisa, mas de toda forma melhor ir atrás, meu faro não ta nada legal e... – Tudo depois que senti foi algo me atingir nas costas, parecia algo me rasgando, senti uma dor igualável e acabei desmaiando em meu próprio sangue.

Acordei sonolento em algo frio, era o chão e acredita que, eu estava novamente atrás das grades... Só podia ser brincadeira, novamente estar atrás das grades. Me levantei e fui direto para agrade já pondo minhas mãos nelas para poder gritar, mas nada adiantou e tudo que ouvi foi um zumbido e eco de meu barulho.

“Eu preciso sair daqui agora, Karem e Nick devem estar em perigo” era o que eu prensava na hora, estranho eu agir ou pensar assim... sou frio e calmo... será alguma droga em mim? Sem pensar muito comecei a chutar as grades, uma vez eu cheguei arrebentar elas, porem sair com o corpo todo ferido, resistência eu tenho ainda mais como lobo.

A cada chute e investida que eu dava, só fazia eu ficar mais cansado e dolorido, vi que não iria adiantar nada e me sentei no chão ofegante, tentando pesar em algo.

Sabe se lá quando tempo passou ali, só depois de um tempo ouvi passos, e não era de botas, ou pés, e sim patas. Logo que chego vi um lobo bege me fitando os olhos e com um sorriso bobo no rosto, logo depois vi a face de um homem com roupas esfarrapadas e um moletom preto abrindo minha cela.

- Considere com sorte garoto, poucos são libertados assim, nosso líder quer o ver.

- Líder? Pera ai ta falando de um alfa? – perguntem já me levantando.

- Claro... Tava achando que era o que? Humano? Hahaha. – ria ele todo se gabando.

- Não, achei que era um lixo como outros. – aquilo fez ele ficar sério e para de rir na mesma hora, sou doido mesmo.

- Vamos logo. – foi me empurrando logo depois de algemar.

Passamos por uma entrada até bem produzida, era de fato um lugar até bem conservado, com tudo depois que saímos daquela prisão, vi o que não era muito comum, humanos e lobos (tanto humanos como lupinos) andando por ai sem se esquentar com o tempo, me questionava se aquilo não seria o tal “paraíso”.

Minutos depois de caminhada, já me encontrava a frente de uma casa de madeira um pouco luxuosa, e quem eu vejo... Karem e Nick me olhando assustados, ou supressos, mas logo pularam em cima de mim, o que foi que fiz para eles sentirem falta de mim assim?

- Dyll!!! – gritava Karem me abraçando quase em lagrimas, aquilo não era bom...

- Achei que tivesse morrido. – falou Nick soluçando.

- Hei, hei, por que essa saudades do nada? – perguntei na maior ignorância isso.

- Mas... Dyll... o que foi...

- Nada... nada mesmo. – olhei par frente vendo um homem rindo daquilo tudo, logo depois nossos olhos se cruzaram, acho que posso dizer que ele ficou uma fúria.

- Sou Edgar... prazer jovem...

- Dyll.

- Dyll hum, belo nome, combina bem com esses olhos... – toda vez que ele olhava neles via uma fúria enorme em seus olhos.

- O que você quer? Não me soltou por qualquer coisa.

- Pelo contrario não quero nada, apenas de libertei por pedido da jovem ai. – maldito sorriso malicioso.

- K-Karem? Podemos conversar em particular? – olhei para o babaca atrás de mim o que me soltou na algema na mesma hora.

- Podem conversar o tanta que quiserem ali em cima. – fomos assim que ele apontou com o dedo, ele era meio “bombado” nos braços, mas no peito era o cara mais estranho que já vi, todo cheio de marcas o que me faz lembrar de varias lutas. – Karem, não esqueça... – por que aquilo me suou algo meio... bem entramos no quarto e tranquei a porta e fechei as janelas, procurei qualquer coisa que fosse um microfone ou algo assim, mas nada achei que bom.

- Karem...

- Dyll... Não sei como te falar, apenas leve meu irmãozinho fora daqui, por favor. – já estava me abraçando em lagrimas.

- Mas o que...

- Você tinha razão, como posso ter sido tão BURRA. – ela não me deixava falar e chorava a cada momento.  – Devia ter te ouvido, sabia que era impossível achar o que procurávamos, quando chegamos aqui, logo pensei que era aquilo, mas não é. Não de forma alguma aqui não é o paraíso.  Depois que falaram que um lobo negro tinha caído aqui pensei logo que era você, e pensei muito nisso, mas eu troquei de lugar com você...

- Espera ai, você não quer me dizer que... – tudo que eu pesava não me agradava, e sentia as lagrimas dela me molharem.

- S..Sim. Foi isso mesmo... por favor Dyll faça esse ultimo pedido por mim. – eu não tinha o que falar a não ser a apertar e tentar tranquilizar seu choro e os soluços.

- Por que você fez isso Karem... Não sou nada em especial o parente, muito menos amigo de vocês... por que me desse essa confiança toda. – disse a ela me aproximando de sua face, enquanto ela se sentava na cadeira.

- Eu...Eu... não sei, apenas... acho... – os soluços estavam desaparecendo lentamente dela. – que podia confiar em você, por ser um lobo também...e...e... meu irmãozinho... não posso deixar ele aqui e viver como eles... não por esse lixo escroto aqui.

- Me diga o que acontece aqui, por ele ser tão...

- Eles não tem respeito algum por fêmeas, e os filhotes machos... não dá para falar... e não é so isso eles... – pousei meu dedo em seus lábios.

- Não diga mais nada, farei o que me pediu, mas Karem... ainda venho te buscar. – falei aquilo par lhe dar esperanças com algo, e eu nunca volto atrás com o que prometo, nem que eu tenho que matar TODOS aqui.

Saímos do quarto, ela já tinha enxugado as lagrimas, olhei novamente para o confiante, peguei Nick pelas mãos e o levei até uma casa vazia para nosso ultima noite. Olhei para trás já com um plano maluco na cabeça.

A noite veio e contei a Nick tudo que ela me disse, o que para minha supressa ele não sabia nada, mas entendia tudo e sabia o que eu planejava o garoto esperto.  Dei de costas para ele e senti uma leve mordida em meu punho, me virei para trás e vi seus olhos lacrimejar.

- Dyll... Traga ela de volta... prefiro morrer sem ver mais minha irmã... – novamente outro pedido.

- Trarei, quando ouvir o sinal você corre para a saída como me falou, se em três minutos não aparecer... já sabe.

- Me mato na mesma hora, não vou viver sem ela. – era corajoso, seus olhos não mostravam medo quando falava em suicídio.

- Como queira.

Me virei e sumir pelas sombras. A cidade não tinha quase nenhuma sinalização, o que me deixava em vantagem, fui logo para aquela mesma casa de luxo, pousei de lado da casa e já me encontrava na forma lupina, coloquei meus ouvidos na parede para ouvir algo dentro da casa, nesse meio tempo me perguntava por quanto tempo eu havia desmaiado? Pois Karem sabia muita coisa para ser apenas um dia ou poucas horas.

Ouvi gemidos longos e pequenos lá dentro, concluir que não era bom, o que podia ser acasalamento entre os dois ou como falam... Sexo. Não parei para pensar em nada e fui afastando mais e mais.

É estranho eu fazer isso, como posso ter mudado tanto, em pouco tempo? Seria amor? Quem sabe, eu mesmo não posso responder a tal pergunta, tudo que sei é que ia arrebentar aquela madeira, como? Simples correr o máximo que posso e.. já sabem.

Não havia outra maneira, não havia armas nem nada que podia usar de longa alcance, e não havia entradas no telhado ou tubulação, sendo assim só me restava era estourar a porta com meu corpo. Se formos pela física, quanto mais rápido, mais força terei, já que um humano só corre entre 10 e 12km/h sendo assim eu como lobo devo chegar aos meus 25 ou 30 km/h, nessa faixa, é mais que o suficiente para estourar aquela parede de madeira.

Em uma distancia boa me preparei para dar a investida, corre o mais rápido que minhas patas fazia, olhei para os lados no pequeno período de tempo e percebi que não havia ninguém na rua, uma ótima chance para poder fazer um barulho bem grande sem incomodar ninguém, e mesmo que fosse levaria cerca de três minutos para chegarem ao local certo, o mesmo tempo que pedi para Nick, que no caso esse seria o sinal, então o plano estava simples... era quebrar a parede, entrar na casa, derrotar Edgar, pegar Karem e sair para a entrada, meu único erro é de que... não sei quanto tempo levarei para tirar Edgar da frente.

Poucos segundos depois eu sentia o vento bater em meu rosto e a casa se aproximando rapidamente para mim, fechei os olhos e virei a cabeça de lado e mais a frente, momentos depois senti meu corpo bater e arrebentar a madeira, e jogar Edgar longe, eu concordo que aquilo foi pura sorte, não sabia que estava bem nas costas dele, isso porque senti um muro de concreto depois do que passei do fácil, ou seja, fui para o mole e dei de cara com o duro.

Abri meus olhos, vi Karem se tampando com um travesseiro, vi Edgar levantando todo furioso, e... SENTIA UMA FORTE DOR DE CABEÇA , cabei que cambaleando para os lados por isso e tossi um pouco.

- Dyll! Porque você veio? Pedi para que fosse embora. – gritava Karem

- Até queria, mas Nick se recusava a ir sem você, e se mataria por isso... Não tive escolha... E não me pergunta por que eu vim mesmo assim.

- Dyllllllllllll – aquilo era um demônio gritando meu nome, vendo agora, ele era um lobo bem “forte” era grande, e branco, tão branco que dava arrepios, olhos verdes e que pareciam com chamas agora.

- Fico bravinho... – adoro zuar em situações difíceis, já ia esquecendo os três minutos passando.

- Devia ter te matado naquele tempo. Você é um perigo para o mundo.

-Como assim?

- Oh não sabe? Deixa logo me avisar a sua queria atrás, você foi o causador de um explosão de uma academia, matou todos antes disso, e antes desse período quando filhote foi adotado por uma alcateia, em resultado disso você matou todos nela, e porque? Por simples prazer de matar. – aquilo me pego de supressa, nem eu sabia mais o que era, eu não me lembrava de nada quando filhote e sempre achei que foi sozinho por isso, por ser diferente e não...

- É verdade Dyll? – Karem parecia assustada demais.

- Não sei, não me lembro de quando filhote, tudo que lembro que depois que fui preso naquilo, era mais uma prisão, e sim nessa parte esta certo, eu explodi aquela maldição. – aquilo sim fez ela ficar assustada. – Porem não sei de mais nada, não sei se era um filhote sanguinário e matador, não me interessa mais o passado, e claro eu  tinha essas feição ainda mesmo depois de acabar com aquele lugar, sentia essa vontade insana, mas depois que... conhecia uma moça... bem as pessoas mudam... não que isso mude o que fiz, mas vou levar Karem embora.

- Dyll... – devia ter tranquilizado ela, já que senti mais suave sua voz.

- Posso perguntar uma coisa Edgar... Como sabe disso tudo?

- Pois eu fui o único que deixou vivo em ambos lugares...

- Valeu por falar, agora me lembro de alguém arrogante e autoritário lá dentro. – olhei par Karem e logo depois para Edgar que vinha correndo já uivando para mim. – Karem quando der corra.

“Por que fui deixar minha faca com Nick, devo ter ficado louco de vez mesmo” Pensei enquanto eu e Edgar corria em círculos tão rápido que não se dava para ver quem mordia quem, eu passava debaixo dele toda vez que tinha brecha e o arranhava com minhas garras, mas parecia nem fazer efeito contra ele, e por descuido de tempo ele me pegou no pescoço e mo jogou longe contra a parede que quase se rompeu com o impacto, senti uma dor forte depois disso e um formigamento no pescoço logo depois senti algo quente escorrer... era meu sangue já sendo derramado no mesmo ponto.

Me levantei sem questionar as dores e corri para ele, mordi sua pata direita dianteira,  o que fez ele recolher a outra e tentar me acerta, fui rápido já percebendo o movimento e saltei atrás, logo depois de pular em suas costas e morder seu pescoço até lhe rançar a carne e deixar sangue escorrer, uma grande quantidade tinha saído depois que fui arremessado longe por ele, me fazendo bater forte contra o solo. Senti minha pata ser deslocada com isso, a dor era intensa, mas já suportei coisas piores que isso.

- Vamos, deixa eu te matar rápido sem sofrimento. – dizia ele mostrando as presas, com um sorriso de maioral.

- Pre...Prefiro morrer lutando a deixar meu orgulho assim. – Levantei já sabendo que seria uma ultima vez de pé.

Assim que ele pulou para cima em minha direção, fiz o que adoro fazer, jogar sujo. Fiquei na forma humana ma mesma hora, mesmo sendo ilusão podia fazer qualquer coisa como dar uma joelhada no queixo dele, e ainda me ar prende em minhas perdas e com uma força extrema que fiz em uma mão me apoie de ponta cabeça e com ele presa entre as pernas lhe joguei com tudo no chão, lhe enterrando a cabeça dela, voltei para lupino para tentar correr, me faltava só trinta segundos.

- Venham!. – puxei Karem pela mão com uma mordida fraca, ela percebeu na mesma hora e correu já como lobo.

Ela foi na frente assim que viu varias pessoas e lobos se juntando, eu não podia correr da mesma forma, não com a pata deslocada.

- Vamos.  – gritou ela para mim quando me viu deitado no chão.

- Não posso... não dá mais. Vá na frente seu irmão esta te esperando.

- Não sem você, minha vez de retribuir. – aquilo foi inesperado, me colocou em suas costas e saiu correndo nas quatro patas que nem louca, aguentando meu peso.

Logo ela avistou Nick já abrindo a porta de ferro que emitia um barulho de ferrugem infernal, entramos tão rápido pela pequena brecha que nem sei como eu entrei, meu corpo estava todo na horizontal nas costas dela. Nick fechou a porta e correram para longe o mais rápido que poderiam até achar um abrigo abandonado já quase destruído, e ventava muito ainda, mas já não nevava mais.

Me foi colocado de lado perto da parede, ainda todo sangrando e as costas delas com meu sangue, Nick pareceu enjoado, mas segurou firme.

- vo...Você é doida, me levar junto, já... já disse que não sou nada... – ela me calou com a pata.

- Sei disso, mas é de minha raça, então não posso deixar alguém para trás. – aquilo foi como minha frase quando a conheci, só um pouco reformulada, o que me fez ficar calado sem poder discutir.  – Agora relaxa que vou deixar você limpo.

Tudo que senti foram lambidas nas minhas feridas, e Nick me enrolando em algo nelas, logo apaguei sem poder fazer mais nada.

Acordei num sol radiante, já me sentia novo, apenas um pouco dolorido. Vi os dois deitados ao meu lado, trocaram calor perto de mim, devia ter esfriado muito aquela noite, coloquei as facas que dei para Nick de volta em seu lugar, em minha lateral do corpo onde se escondia pela cor de meu pelo, usei minha cauda para pólas.

Assim que me dei conta, os dois já estavam acordando e despreguiçando.

- Bom dia. – disse sorridente.

- Bom dia Dyll. – falaram ambos devolvendo o sorriso.

Continuamos a caminhar, depois que falamos da noite passada, o que fez Nick levar um abraço forte da própria irmã e eu levar um “montinho” dos dois.

- Você vai seguir com a gente? – a mesma pergunta que me foi feito tempo atrás.

- Como eu disse, não creio nisso... – vi os mesmo rostos tristes. – Com tudo irei segui-los para onde forem, não me importo o destino. – foi uma alegria de ver os dois sorrindo e Karem me olhando um pouco mais...

Ficamos nesses três meses, procurando o paraíso, de cidade me cidade, vila em vila, sempre nos dando o jeito de comer e beber e se safar, logo eu ia refletindo com tudo aquilo, e Karem ficava mais intima perto de mim.

No meio de uma floresta quase aberta, parei de andar na mesma hora o que eles não reparam.

Comecei  refletir tudo agora, e acho que achei o que procurava, aquilo que me completava, não era esse negocio de paraíso, e sim alguém que confiava e me amava, nunca tinha recebido aquilo, deve ser por isso que aquela mulher me fez ficar diferente, mesmo o tão pouco tempo me visto, deve ter sido isso a minha vida toda que tive a procura e era obvia, estava a minha frente, ter alguém que confiava em mim sem ao menos ligar para meu passado. Agora podia morrer feliz sabendo que encontrei o que procurava.

- Dyll? Vem logo. – falou Karem sorrindo para Nick e me olhando. – Algum problema?

- Não, nada, só achei o que procurava. – voltei a caminha atrás deles.

- Que bom.  ela sorriu abanando a cauda.

Vi duas coisas brilharem entre as arvores e moitas, o que na mesma hora gritei:

- CUIDADO.

Foram ouvidos dois tiros disparados, e dois sons logo depois de algo desviando e sendo fincado, mas logo depois vários sons de disparos e um uivo alto.

(...)”Agora podia morrer feliz sabendo que encontrei o que procurava. Aquilo que me completava... alguém que me confiava e me amava...” (...)


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