Radioactive. escrita por Diana Wright, Naya Parker


Capítulo 8
I raise my flag, and dye my clothes...


Notas iniciais do capítulo

Gente, quero explicar por que a Naya não está postando. Primeiro, ela tem dezoito anos, está cheia de projetos para fazer, e fica difícil postar aqui. Segundo, ela está viajando com o pai dela, e ela não tinha um relacionamento muito bom com ele, então ela tem que aproveitar e não vai ficar escrevendo capítulos na viagem. Terceiro, infelizmente, a avó dela morreu. Ela era muito próxima dela, e ela ficou muito triste. Eu conheci a avó dela (nossas mães são muuuito amigas), e ela era uma ótima pessoa. O mundo perdeu uma alma muito boa ontem.
Esse capítulo vai para dona Maria, a melhor costureira de todos os tempos, que agora está em um lugar muito mais bonito.
Escutem Bleeding Out - Imagine Dragons



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A floresta nunca me deu medo, apesar de todas as lendas e da aparência nada agradável. Mas também não era um dos meus lugares favoritos. Ainda mais no fim de tarde, quando a noite estava chegando.

As raízes das árvores também eram um problema, tínhamos que ficar pulando elas como se fossemos crianças brincando. E o frio...ah, tudo parecia estar contra o nosso favor.

E nós não estávamos nem na metade do caminho.

– Eu achava melhor se fossemos pelo atalho que eu falei – comentou Suzan. – Estamos muito lentos, esse frio não ajuda em nada...e essa maldita floresta...!

– Suzan, dá para parar ? Está resmungando desde que entramos na floresta! Por favor, não estamos nem no meio do caminho e você já está reclamando?! Vá você pelo atalho, não confiamos em você quando o assunto é missão-contra-o-governo, já que você ama tanto eles. – Por incrível que pareça, foi Madeline que fez esse comentário.

– Até você? – Suzan perguntou, corada. – Eu não amo eles! Só porque eu trabalhei para eles e simpatizava com alguns, não quer dizer que...

– Simpatizava o bastante para me deixar sozinha com Anthony quando eu tinha nove e ele dez! Se eles são mais importantes do que seus irmãos, então acredito que você tenha que amar muito eles. – Madeline parecia irritada, e parecia estar dizendo coisas que queria dizer faz muito tempo. Ela estava vermelha, talvez de raiva, talvez pela surpresa de ter conseguido dizer tudo o que queria.

Depois disso, um silêncio inquietante nasceu. E eu não sabia o que dizer, então continuei seguindo em frente, o mais longe possível de Suzan e o mais perto possível de Madeline. E Anthony estava tão calado que eu até esqueci que ele estava ali.

O vento aumentou e começou a uivar forte pelas árvores. A lua já subia no céu, dando um ar mais sombrio ainda a floresta. O único som era os ruídos dos passos contra o chão de folhas secas da floresta.

Então uma sombra passou correndo um pouco mais a frente do nosso grupo. Todos pararam e ficaram imóveis, esperando. Depois de demorados dez minutos, nada mais aconteceu.

– Acho que já foi embora – murmurou Madeline para Anthony.

– Eu acho que não – ele respondeu.

Ele seguiu em frente, fazendo um sinal para que nós esperássemos ali. Alguns minutos se passaram, nos quais eu fiquei bastante inquieta, e ele voltou, sem expressão.

– Tem guardas em todo lugar. O centro da floresta tem um acampamento, eles estão rondando toda a floresta, à procura de rebeldes, aposto. – Ele parou para respirar, parecia ter corrido muito. – E o problema é que não podemos atravessar a floresta sem sermos vistos. Os “atalhos” de Suzan também estão ocupados. Não tem nenhum lugar que possamos passar.

Todos ficaram calados encarando um ao outro, para ver se alguém tinha alguma solução. Mas ninguém parecia ter nada em mente.

Madeline suspirou decepcionada e me encarou como um olhar de pena e disse:

– Vamos ter que voltar, sinto muito, Katherine. Não podemos salvar a sua irmã. Não agora. – ela se desculpou.

– Podemos sim – interferiu Suzan, ignorando o olhar raivoso de Madeline e o olhar de desprezo de Anthony. – Existe um lugar...é meio...desconfortável e quente. Mas se vocês realmente querem salvar a irmã dela – ela apontou para mim – tem que confiar em mim. Pelo menos dessa vez. Não juro que não vou decepcionar vocês, porque juramentos nunca foram o meu forte. Mas, por favor , confiem em mim, só dessa vez.

Eles pareciam estar compartilhando alguma coisa que só eles entendiam. Alguma coisa de irmãos. Então eu não me atrevi a me intrometer, apenas esperei que eles decidissem. Achava muito difícil que eles confiassem em Suzan, porque dava para ver que tinham uma grande repulsa por ela.

Mas naquele momento eu estava torcendo com todas as minhas forças para que eles decidissem que ela estava certa e confiassem nela. Eu também não confiava nela, e no lugar deles, eu também recusaria o plano dela. Mas isso eram apenas detalhes.

Minha coluna ardeu outra vez. Aquele dor não tinha passado. Mas não era nada importante, ou pelo menos, eu queria que não fosse.

– Você realmente acha que....- Madeline começou a protestar, levantando a voz.

– Tudo bem – interrompeu Anthony. – Nós vamos no tal lugar-meio-descofortável-e-quente, mas não pense que estamos fazendo isso por você. É por uma coisa muito maior do que você.

– Eu sei – disse Suzan, com a voz baixa e rouca. – Vocês estão fazendo isso para salvar a irmã de Katherine. Estão fazendo isso porque ela é uma rebelde agora, e vocês também. Rebeldes se protegem, não é? São todos fies uns aos outros.

– Nem todos, Suzan – Anthony interveio. – Nem todos.

Não entendi o que ele quis dizer com aquilo, e também não me atrevi a perguntar. Mas vi que Suzan engoliu o seco, e parecia muito nervosa. O que ele disse abalou ela de alguma forma, e ele riu do abatimento da irmã.

Ela respirou fundo, e seus olhos tremetam.

– Ok, vamos logo. Vou levar vocês até a irmãzinha perdida – ela disse com desdém, provavelmente descontando a raiva no mundo. – Vamos pelos túneis.

– O quê? Existem túneis embaixo da floresta? – Eu indaguei, espantada. Como ela saberia uma coisa dessas? Não fazia sentido. – Como...como você descobriu isso?

– Como o meu irmão fez o favor de lembrar, nem todos os rebeldes são fies. Foi assim que eu descobri. – Não entendi nada do que ela quis dizer. E ela ficou calada, tentando não voltar ao assunto. Anthony parecia satisfeito por ter irritado a irmã. E eu continuava não entendendo nada.

– Vamos logo, já está escuro. Os túneis são vazios, mas nunca se sabe...o perigo está em todo o lugar - disse Suzan.

Nós seguimos ela pela floresta, sempre silenciosos e cautelosos, tentando evitar fazer qualquer som ou movimento que nós denunciassem.

Chegamos perto de um rio de águas negras, e do lado dele tinha uma pequena caverna, que poderia passar sem ser percebida.

– Aqui, a entrada do túnel – Suzan abaixou e entrou, desaparecendo na escuridão. Ninguém fez nenhum movimento, mas depois de alguns segundos ouvimos a voz dela: - O que estão esperando? As árvores tem olhos, vamos logo.

[...]

Andamos pelo túnel-caverna no escuro, com apenas uma tocha ligada. Lá o frio era pior. Nós andávamos rápido, mas parecia que nunca chegaríamos aonde queríamos.

Uma luz surgiu no fim do túnel, um outra tocha. Ela se aproximava devagar. Eu olhei para Madeline, e ela me olhou de volta. Não fizemos nada, só ficamos paradas. E Suzan deu um passo para trás.

Anthony foi quem apagou a nossa tocha, e puxou Madeline para a parede, para que ficasse camuflada na escuridão. Ela me puxou junto, e nós três ficamos na parede direita da caverna, esperando que a pessoa passasse e não percebesse. Suzan também se encolheu na parede direita, e o fogo se aproximou.

Quando a pessoa estava perto o suficiente, eu tomei um susto.

– Harry?! – Eu perguntei, me levantando. Ele me olhou, e quando eu vi os olhos castanhos, vi que eu estava certa, era ele. Meu amigo de infância.

Ele me olhou assustado, ele parecia muito diferente, desde a última vez nós nos vimos.

– Kate? É você? – Eu assenti. – Meu Deus, como você...o que você está fazendo aqui?

Madeline e Anthony já tinham acendido a tocha outra vez, e encaravam Harry com dúvida.

Suzan se meteu no meio e olhou para ele com um misto de desprezo e raiva.

– O que você está fazendo aqui? – Ela perguntou para Harry. Ele a encarou com indiferença, parecia frio. O que era estranho, porque ele nunca foi assim.

– Não te interessa o que eu estou fazendo aqui, garota – ele retrucou.

– Então não te interessa o que nós estamos fazendo aqui também! – ela gritou de volta. Ele avaliou ela por um minuto e fez uma expressão de nojo.

– Suzan? Ah...é você, claro. Sabe que Peter me disse muito sobre você? – Suzan corou e vi que ela tinha lágrimas nos olhos. Raiva. – O que foi, está triste por ele ter te enganado? Não fique assim, você não é a primeira nem a última vadia que ele engana.

Em menos de um segundo, Harry estava contra a parede e Anthony estava com uma faca no seu pescoço. Eu dei um passo para trás e olhei para Suzan, ela estava surpresa, e estava chorando.

– Você vai aprender a não falar assim com a minha irmã. – Ele pressionou mais a faca contra o pescoço de Harry, e eu gritei.

– Não! – protestei. – Solte ele, Anthony. Deixe que ele se explique.

Ele me olhou por um momento, e depois jogou Harry no chão como se fosse um saco de lixo. Não entendi porque tanta raiva se ele não gostava de Suzan.

– Harry...o que você está fazendo aqui? – Eu me agachei na sua frente, os olhos dele ainda eram duros. Mas ele abriu um sorriso. E logo eu fiquei mais calma. Ele ainda era a mesma pessoa de antes, só tinha algum desentendimento com Suzan. E apesar de não achar certo o jeito que ele falou com ela, não era como se eu morresse de amores por Suzan.

Mas tudo mudou quando eu percebi que o sorriso dele não era de simpatia. Era um sorriso estranho. Meio...doentio.

– Eu estou cumprindo o meu dever, Katherine. – Ele respondeu, sorrindo mais. E seus olhos ficaram duros, e eu senti medo naquele momento. Ele se levantou e me levantou junto, me agarrando pelo braço com força. Força demais.

Antes que Anthony avançasse sobre ele de novo, chegaram doze guardas do governo. Eles nos cercaram, e prenderam Suzan, Madeline e Anthony. E por mais que eles tentassem lutar, era tudo em vão.

Eu olhei para Harry, com uma raiva fora do normal. Ele puxou meu braço para trás e eu senti mais dor do que já sentia antes, a facada nas costas ainda doía, e quando ele puxou meus dos braços para trás doeu ainda mais. Mas eu não gritei, nem chorei, não demonstrei de forma nenhuma.

Ele se aproximou do meu ouvido e sussurrou:

– Que tal ver o prefeito, Rine? – Ele disse com a voz ameaçadora, me chamando do mesmo jeito que chamava quando éramos crianças. Lembrei do garoto que levava flores para mim e para Simele todas as manhãs. Ele não era mais aquele Harry.

– Como quiser, Harry. – cuspi as palavras com nojo. – Mas saiba, que quando eu tiver chance, vou te matar. Juro que vou.

Eu gargalhou.

– Acredito que você vai tentar, mas não que vai conseguir – ele murmurrou. – Vamos – ele disse para os guardas. Então eu olhei para os lados, e vi que os guardas estavam colocando panos na boca de Madeline e Suzan, e logo os olhos delas viraram e se fecharam.

Tentaram fazer com que Anthony respirasse o produto do pano também, mas ele resistia. Harry murmurou alguma coisa para o guarda e ele assentiu. Ele chegou perto de Anthony que estava sendo segurado por outros dois guardas e bateu a cabeça dele contra a parede.

Os olhos dele se fecharam. Sangue escorreu pela sua nuca. E eu gritei.

Comecei a me debater nos braços de Harry, mas não adiantou nada. E logo o pano estava sendo pressionado contra a minha boca. E eu sentia o mundo rodar, e ganhar cores estranhas.

Senti uma respiração ofegante na minha nuca.

– Parabéns, Katherine. Você acaba de entregar os rebeldes. Ajudou muito. Tenho certeza de que o prefeito vai te recompensar muito bem.

Então as vozes cessaram, e veio a escuridão.


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Notas finais do capítulo

Gente, sinto muito pela notícia que vou dar: Um personagem vai morrer no próximo capítulo.
Hehehe. Ideia da Naya, culpem ela quando ela voltar de viajem.
Para vocês não ficarem muito ansiosos para saber quem é, aqui vão cinco possibilidades:
Madeline.
Harry.
Anthony.
Simele.
Coronel.
Quem vocês acham que é, hein? Fiquem sabendo que pode ser qualquer um desses, e eu não tenho pena de matar nenhum. Mesmo que sejam os favoritos de vocês ~George R.R. Martin feels~
Então, votem no que você acha que vai morrer, no que você quer que morra e o que você acha que não pode morrer de jeito nenhum.
Beijo, e tentem não me matar ~foge das pedradas e dos tiros~