What Doesn't Cut The Flesh... escrita por Larissa Baptista


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Então, oi! Sim, eu demoro a postar capítulos novos e sinto muito por isso, mas, putz, sou enrolada master na vida e to enlouquecendo com os estudos - Provas malditas dos infernos! - então, por favor, desculpa mesmo pela demora. Mas prometo que escrevo sempre que posso durante aulas que eu fico com sono '-' e em outros momentos ai tbm! Enfim, tão bom postar que fico até feliz mesmo tendo prova hoje :p Ah, falando em felicidade, MUITO OBRIGADA PELOS COMENTÁRIOS! Yey, finalmente gente dando sinal de vida e provando que o fandom de Sweney Todd em português não morreu! E eu vou responder, prometo, só me enrolei tbm pq o Nyah tava migrando de servidor... Sorry ^^'

Enfim, vou parar de enrolar e deixar o capítulo para ser lido. Lá embaixo continuo com mais :D

Ah, não, não Sweeney Todd não me pertence, mas como tá chegando meu aniversário aceito de boa como presente se alguém quiser me dar! u_u



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.Capítulo 6 – Por quanto tempo um amor adormecido é capaz de viver?

Alguns instantes se passaram com Sweeney ainda desacordado enquanto Mrs. Lovett buscava por algo para ajudá-lo e Robert apenas o encarava com uma expressão que deixava claro todo o seu desgosto perante o barbeiro.

Era estranho o local onde ele estava. Tudo o que percebia era escuridão. Um par de mãos parecia lhe carregar até um ponto específico. Não sabia para onde, somente deixou seu corpo mole ser guiado.

Ouvia também algumas vozes dispersas ao fundo de sua mente. Forçou-se a se concentrar apenas naquele som, tentando identificar o que era dito.

Havia se deixado surpreender com tanta facilidade que chegava a ser ridículo. A raiva no momento fora tão grande que o barbeiro mal notou quando o homem adquiriu proximidade e desferiu um soco em seu rosto. Os olhos estáticos, presos no rosto confuso da padeira.

Era inevitável o misto de sensações que se apossavam de Sweeney toda vez que Eleanor estava por perto. Por muito tempo vinha reprimindo tais sentimentos – na verdade, nem lembrava mais desde quando vinha se sentindo assim-, contudo, de uns tempos para cá, a mente vinha perdendo o fio racional sempre que pensava na padeira.

Sabia que sentimento alguma além de raiva e ódio pertenciam ao seu coração gelado. Ninguém além de sua doce Lucy merecia seu apreço. E, ainda assim, lá estava a imagem da Mrs. Lovett tomando posse do interior confuso de Todd.

Como um demônio podia se confundir tanto perante um sentimento tão humano?

Era idiotice ter qualquer tipo de esperança quando entre tanta escória!

E por que diabos sua cabeça doía tanto?

Abriu os olhos lentamente, a silhueta da loja mal iluminada sendo materializada em conjunto com uma forma humana pouco distinguível em meio ao turbilhão confuso que era a mente do barbeiro.

Puxando o ar entre os dentes cerrados, foi ajeitando o corpo de forma a se sentar do modo mais confortável possível. Vasculhava as lembranças recentes em busca de compreensão.

Como uma lufada de vento numa noite de inverno – oi? – Sweeney recordou os acontecimentos anteriores. A dor do soco se fazendo sentir com a repentina percepção.

Uma onda de raiva tomou-lhe a razão e ele acabou por levantar o corpo num salto, ignorando a vertigem que sentiu com o súbito movimento e seguindo prontamente para o homem que naquele momento era seu alvo de fúria.

Quem ele achava que era para sair socando as pessoas assim? O barbeiro tinha todo o direito de falar com Mrs. Lovett da maneira que bem entendesse. Afinal, era por ele que ela estava apaixonada. Aqueles grandes olhos castanhos apresentavam adoração por ele. Somente ele ocupava o coração da padeira, certo? Se bem que... até que ponto ela aguentaria sofrer em nome de um sentimento que jamais seria correspondido?

Esquecendo-se de suas fieis amigas, Sweeney avançou bufando em direção a Robert segurando-o pelo pescoço e levando o corpo do homem até a parede mais próxima, prendendo-o ali.

– Que tal resolvermos isso como cavalheiros? – Robert perguntou respirando com dificuldade, uma expressão surpresa em seu rosto pálido. A mente dele trabalhando em busca de uma forma de se salvar, o instinto de sobrevivência falando mais alto ao impedi-lo de resistir perante o sorriso maníaco do barbeiro.

– Cavalheiros? – Sweeney indagou arqueando as sobrancelhas em cinismo. Uma diversão sádica brincando em seu rosto. – Talvez você devesse ter cogitado tal ideia antes de me agredir sem motivo algum.

– Talvez você não devesse ter irrompido aqui insultando a Eleanor como se ela fosse algum tipo de meretriz qualquer. – Sibilou o homem acuado na parede, a voz rouca porém pronta para alertar a padeira para fugir quando ela retornasse.

– Não vejo porque gerar tanta confusão em torno da mais pura verdade. – O barbeiro comentou inabalável. O cinismo sempre presente em seu tom. – E quem você pensa que é para julgar a forma como trato a Mrs. Lovett? – Perguntou de forma ameaçadora, inconscientemente tentando esconder algo diferente em sua voz. Era ciúmes aquilo? Não, não podia ser!

– Provavelmente bem mais do que você jamais será algum dia em sua mísera vida. – Robert retrucou começando a perder a razão e deixando o ódio prevalecer sobre sua lucidez. – Esquece, barbeiro, eu cheguei primeiro. Ela é minha!

Sem dar tempo de pensar, muito menos fugir, Todd desferiu um soco no rosto de Robert. Uma raiva fulminante sobrepondo todos os seus sentidos.

– Isso é por ter me agredido antes. – Falava com um sorriso aterrorizador no rosto enquanto socava o homem repetidas vezes. – E esse aqui é por achar realmente que ela é sua. – Adicionou por fim, sua voz reduzida a um sussurro mortal, a boca próxima do ouvido de Robert que nada soltava além de esporádicos grunhidos de dor. Deixando, então, seu demônio interior ser liberado, Sweeney segurou a face do homem com um das mãos, puxando-a para frente e impulsionando rapidamente para trás logo depois. O choque do crânio contra a parede levando o homem a inconsciência, seu corpo mole pendendo para o chão assim como o do barbeiro havia feito alguns instantes antes.

Olhando para baixo, ainda não satisfeito, tudo o que Todd desejava era inferir o máximo de dor que pudesse a Robert. Um pouco de sangue nunca seria o suficiente para saciar sua sede.O pé avançando na barriga do homem inconsciente em um chute impiedoso.

Respirou fundo lentamente. O compasso do coração acelerado em função do excitamento diante do sofrimento de outro. A satisfação somente aumentando ao ver as brilhantes gotas rubis saindo pelas feridas do rosto de Robert.

Em um último ato Todd pegou uma de suas amigas, demorando uns segundos a admirando – veja como elas brilham, Mrs. Lovett–, e abaixou olhos que continham um brilho demoníaco, levando-os até o corpo inconsciente aos seus pés.

Instantes antes de a lâmina fria ter sua chance de entrar em contato com o pescoço tão almejado, Sweeney foi impedido de alcançar seu objetivo. O semblante de felicidade sádica sendo substituído por uma carranca rancorosa ao ver a pequena padeira parada a sua frente com um olhar assustado que ele nunca havia visto antes. Não nela. Não na mulher que jamais recuava em sua presença. Aquela que na verdade almejava seus toques frios.

O que havia acontecido então para acarretar tal mudança?

E por que diabos ele se sentia mal com aquilo? Já não conseguia mais reconhecer os sentimentos que vinham tentando tomar posse de seu corpo. Será possível que estivesse sentindo uma pontada de ciúmes?

Não! Era impossível, impossível! Sweeney Todd era um demônio e nada além de ódio e vingança deveria habitar sua mente. Quem diria o coração. Aquele órgão que ele só tinha para bombear o sangue pelo corpo e nada mais.

Se Mrs. Lovett continuava apaixonada por ele ou não – o que era provável que fosse afirmativo – era indiferente para o barbeiro.

Mas até que ponto ele iria se enganar?

...ºª°...ºª°...ºª°...

Eleanor correu de volta para a loja assim que ouviu as vozes aumentando o tom. Aquilo era o barulho de um soco? Droga, sabia que o dois iam acabar brigando. Não sabia porque tinha inventado de pedir para Robert cuidar do barbeiro e deixá-los sozinhos. Era óbvio que Sweeney ia acordar com um humor assassino.

Correu e prostrou o corpo entre o barbeiro irritado e o homem caído no chão.

Qual era a desses homens de caírem somente com um simples soco? Ou talvez fosse mais nesse caso, dado o estado de Robert e o quão cruel Sweeney poderia ser.

– Não se atreva a dar mais nenhum passo, Mr. T. Você quer fazer algo? Então terá que passar por mim primeiro. Não vou te deixar fazer nenhuma idiotice por um ataque de fúria qualquer. – Não sabia o porquê de toda a urgência para proteger Robert, apenas sentia a necessidade estranha de estar ali para ele e arriscar a vida por um alguém que representava a provável parte mais feliz de sua vida antes do declínio. Mesmo que isso significasse ficar frente a frente com o barbeiro assassino.

– Um ataque de fúria qualquer você diz? Ora, faça-me o favor, o homem vem e me dá um soco e agora eu sou o vilão da história? – Todd perguntou sentindo a irritação crescendo mais e mais. Sinceramente, o que tinha de tão importante nesse homem para que ela, a sua Mrs. Lovett, se derretesse toda de uma hora para a outra?

– Foi você quem chegou gritando todo irritado com uma pilha de roupa suja em mãos, que aliás eu não pretendo te dar o luxo de lavar tão cedo, e me ofendendo como se não existisse o amanhã. Então, sim, você é oficialmente o vilão nesse momento! – Ela exclamou levando as mãos a cintura e adquirindo uma postura repreensiva, contudo sem conseguir mascarar o medo que irradiava por seus olhos.

– Mrs. Lovett, qual o problema em deixar eu me livrar de um simples incomodo? Você nunca pareceu se importar antes.- Sweeney falou curvando as pontas dos lábios levemente, a expressão assassina tomando conta de seu rosto. Será possível que ele estivesse se divertindo com aquela cena?

– Guarde esse sorriso cínico e a maldita navalha para si, Mr. Todd! Fique longe dele - A padeira sibilou entre dentes, pensando seriamente nela mesma nocautear o barbeiro. Onde estava o seu rolo de massa?

– O que tem de tão importante nesse homem a ponto de você se colocar a frente dele de forma a defendê-lo? Ele não passa de um... – O barbeiro argumentava usando a voz mais persuasiva que detinha, tentando convencer a padeira que um assassinato a mais não era motivo para criar tanto alvoroço.

– Cale a boca agora, Sweeney Todd! Chega disso tudo. Eu não te devo nenhum tipo de explicação. - Ela gritou cansando de ser complacente e ouvir tudo o que ele falava. A respiração sendo alterada ao sentir o metal frio da lâmina tocar a pele fina do pescoço. Nellie engoliu em seco, sentindo que tudo nela transparecia medo. Do coração acelerado até as mãos que tremiam levemente.

– Quem é esse homem? - O barbeiro perguntou em um sibilo baixo, o som saindo ao pé do ouvido de Eleanor. Um arrepio passou pelo corpo da mulher com a proximidade assustadora que eles estavam um do outro. Respirou fundo preparando-se para falar, o cheiro de Sweeney inebriando suas narinas e deixando-a zonza. Sabia que deveria sentir apenas raiva dele no momento, mas certos sentimentos eram irrefreáveis. - Vamos, Mrs. Lovett, responda antes que eu decida como me livrar dele.

– Não faça nada, por favor. É tudo o que eu lhe peço. – Suplicou por fim, sentindo o cansaço tomando-lhe as forças e desejando que aquela confusão sem sentido acabasse logo. Fechando os olhos lentamente, esperando que tudo não passasse de um pesado e que, quando acordasse, estivesse em uma vida totalmente diferente da sua. Onde Benjamin Barker a amaria da mesma forma que ela sempre o amara.

– E por que de repente é tão importante protegê-lo? Por quê? - O barbeiro perguntou pressionando a lâmina contra o pescoço dela com mais força, forçando-a a abrir os olhos e encarar a realidade mutilante que era a vida.

Respirou fundo antes de falar. Era mentira o que estava para falar?

– Porque... Porque... Porque eu... Ahn, eu, eu o amo. - Confessou em um gaguejar sussurrado mais para si do que para Todd. Queria se convencer disso tanto quanto o próprio barbeiro. Sabia que era verdade. Mas até que ponto amava Robert? - Eu amo esse homem, Mr. T, e eu não vou permitir que você faça nada contra ele sem ter que passar por cima de mim primeiro. - Falou por fim, a voz saindo com mais convicção, menos falha.

Deu um sorriso fraco, o olhar pousado sobre o corpo inerte no chão atrás de si. O coração da padeira ficando um pouco aquecido ao vê-lo. Talvez não estivesse se enganando sabe o quão forte o amor que sentira por Robert não fora a ponto de ter resistido por tantos anos? E depois, já era hora de buscar a felicidade no local certo, afinal ela era humana acima de tudo.


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Notas finais do capítulo

Hey, mais um capítulo que foi... Então, seja lá como tiver ficado, aceito comentários de bom grado! Quanto a mim, então, nem comento nada porque tenho o incrível costume de achar que sempre ficou uma merda, but whatever '-'

Enfim, beijos e espero que gostem!



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