Little Bubblegum escrita por Queen Vee


Capítulo 1
Pequena Bonnie...


Notas iniciais do capítulo

Yess, voltei ao mundo yuri das fics.
Agradeçam à Ludie, por ser tão fofa comigo *u*
(E à Lenka e a Nacchan, por serem quem são u-u)
LUDIE, SUA INSPIRADORA U-U
Umas sete páginas isso ai, socorro XD
Espero que gostem! Até às notas finais! ~ ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/405044/chapter/1

Princesa Jujuba. Bonnibel Bubblegum. Perfeitamente irritante e irritantemente perfeita. Sorriso que acalmava todos os seus súditos. Apenas uma palavra sua seria o suficiente para que todo um reino feito de açúcar entrasse em êxtase de alegria.

Particularmente, ninguém a conhece como imagina. Deveriam saber que ela não é sempre perfeita.

Estática no meio daquela multidão de pessoas doces, apenas maquinava dentro de mim tudo que aquela garota cor-de-rosa já teria feito que, se mais alguém ficasse sabendo, seria um estrago enorme. Lá estava ela, com suas roupas e coroa de princesa no pódio real.

Afinal, quem seria a pessoa que sabia tanto assim da princesa do Reino Doce?

Uma vampira. A rainha deles, não que esse título de merda valha algo. Marceline. Sim, eu, que sempre proferi em mais alta voz que a odiava. Admito, não era totalmente verdade.

Eu tinha um sentimento guardado por ela, sim.

Mas, já se foi o tempo de que isso me incomodava totalmente. Foi um período muito longo de aceitação até que me declarasse à ela.

Sim, me declarei. Foi desajeitado e me senti muito perdida... Afinal, aconteceu há uns três anos. Nestes, que me aproximei ainda mais da minha amada princesa e consegui engatar algum tipo de relacionamento com ela.

Uma coisa por vez.

Já faziam alguns meses que não conseguia parar de pensar naquela garota cor-de-rosa. Saía com outras pessoas e vagava por todos os piores estabelecimentos da terra de Ooo, só para não lembrar dos seus fios sedosos e lábios macios.

Tocava meu baixo e cada acorde que saía dele sempre seria para completar uma canção nova, entre tantas, para a mesma pessoa de quem eu tentava fugir desesperadamente. Cada palavra saía de mim sem pedir permissão, se unindo e formando uma letra que provavelmente expressaria tudo que sentia por ela.

Depois de escrever pelo menos oito canções, percebi que seria inútil lutar. Definitivamente estava apaixonada por aquela garota impecavelmente arrumada. Aquela pele doce... e suas bochechas mordíveis...

Completamente apaixonada, como disse.

Graças a Finn e Jake, andávamos mais tempo juntas. Tempo o suficiente para eu saber que quando ela tinha vontade de relaxar, ia para um jardim secreto em seu palácio, que ela mesma havia construído.

Com o baixo em mãos e as bochechas vermelhas, tomei coragens dois dias antes de decidir realmente ir. Meu orgulho era grande, como vampira, mas ainda sim não poderia me manter calada ou acabaria assistindo Bonnibel casar com um príncipe sem saber que eu a amava.

Não que o simples fato d’eu amá-la a fizesse largar suas obrigações como princesa. A amava o suficiente para saber que suas responsabilidades eram maiores do que tudo que esta quisesse fazer. A admirava por isso, mas tinha raiva.

Como podia ser tão perfeita?

Bonnie...? — Chamei-a assim que meus pés tocaram a grama feita de doce. Olhei para os lados e só vi plantas. Nada de princesa. — ...Jujuba? Jiloba?

Depois de andar um pouco mais, vi a garota inclinada sobre um riacho. Suas mãos balançavam na água e ela ria, provavelmente por alguma planta marinha ter se enroscado em seus dedos.

Ela ainda não tinha notado minha presença, então usei isso ao meu favor, tanto para observar sua ingenuidade e beleza, quanto aparecer de surpresa, como costumeiramente. Flutuei até Bonnibel e vendei seus olhos com minhas mãos, sorrindo.

— Não seja boba, Marcy! Você é a única que conhece este lugar! — Ah, claro, não conseguiria enganá-la mesmo! Sentei ao seu lado, não evitando de sorrir feito uma criança. — O que veio fazer aqui uma hora dessas?

Engoli em seco. É, a hora era aquela. Toda aquela coragem que eu esfregava na cara da princesa teria que se mostrar verdadeira, por cima de todo o meu orgulho, apenas para dizer que a amava. “Apenas”.

Peguei meu baixo e o dedilhei, sem precisar lembrar os acordes. Só de olhar para ela iluminada pela lua, toda a inspiração que um musicista precisava para compor a mais bela das músicas do mundo vinha até mim.

As palavras simplesmente fluíam de mim, cada vez que pensava em pode estar mais perto dela. Poder segurar sua mão e quem sabe beijá-la, talvez? Poder passar os dedos entre seus fios de cabelo e sorrir para ela, podendo chamá-la de “minha princesa”.

Olhei em seus olhos quase no fim da música. Estavam mareados e ela parecia realmente surpresa, como se não fosse óbvio que uma pessoa nunca entraria no quarto da outra na madrugada apenas para incomodá-la.

Antes que recitasse os dois últimos versos, ela voou no meu pescoço e me abraçou tão forte que pensei que morreria... De novo. Ela começou a murmurar muitas coisas sem nexo e tudo o que ouvi foi o que realmente me importei.

— Eu te amo, Marcy! — Meus olhos brilharam. Minha princesa...

Não ficamos muito tempo nesse meio-termo de relacionamentos. Ela secretamente me visitava na caverna e por muitas noites eu entrava em seu quarto real sem que os guardas vissem. Permanecemos assim, até o dia que me vi descontente com isso.

A amava, e foda-se essa coisa de princesa. Queria ela como minha namorada. Não tinha medo de um bando de burgueses patéticos. Ninguém poderia me dizer quem eu deveria namorar ou não.

Uns três meses se passaram até que o meu pedido fosse oficial. Entrei em seu quarto no meio da noite, como fazia pelo menos duas vezes por semana, porém não era o dia esperado. Ah, quem disse que preciso de dia marcado para visitá-la?!

Tentei não fazer barulho ao entrar. Ela dormia calmamente, e o relógio-gato-cuco da parede somente me encarava. Aquilo era adoravelmente bizarro. Comecei cantando em tom baixo, aquela música que a mesma já conhecia muito bem.

 

Laradadada

Vou te enterrar aqui no chão

Laradadada

Vou te enterrar com esta canção

Eu vou beber o vermelho

Do seu lindo rosto rosa

E eu vou...

Marceline?! Hoje, aqui? Pensei que estaria em casa compondo ou algo assim...— Não evitei rir de vê-la descabelada e me aproximei, deixando minhas pernas flutuarem acima da minha cabeça e deixando meu rosto bem próximo ao seu.

— Sempre atrapalha essa parte da música, né? — Acariciei seu rosto delicado com a mão, permitindo-me deitar ao seu lado na cama. —  Ah... Tô cansada.

Fechei os olhos e respirei fundo, tentando parecer largada e indiferente, quando na verdade estava pensando em como poderia perguntar algo como aquilo sem parecer idiota. Não precisava estar de olhos abertos para sentí-la me encarando de forma curiosa e interessada.

— Você é uma bobona, Marcy. — Ela riu e se ajeitou novamente na cama, deitando a cabeça sobre meu braço e abraçando-me pela cintura, deixando o lençol rosa repousar sobre mim também.

Sorri e mexi um pouco em seu cabelo. Quem me dera poder ter vivido mil anos com ela ao invés de tê-los desperdiçado com tanta gente ridícula. Por Glob, Bonnibel já tinha me possuído completamente!

— Bonnie... Você sabe que tem um motivo para eu ter vindo aqui, não sabe? — Ela me encarou, entreabrindo os lábios e depois dando uma risada. Pergunta boba. Com a inteligência que tinha, claramente tinha reparado.

Deixei meu corpo subir no dela e olhei-a nos olhos, seriamente. Tirando toda aquela fofura, a princesa era definitivamente muito sexy. Suas curvas, seu olhar de desconfiança e os braços cruzados abaixo dos seios em pura insatisfação por não entender o que uma certa pessoa pretendia... Queria poder tomá-la para mim naquele instante.

— Ahh, pode falar, Abadeer! Sem enrolações, elas não funcionam comigo!

Sorri com as presas à mostrabe coloquei sua franja para o lado. Abaixei-me sobre seu corpo e deixei minha língua percorrer do seu pescoço até mais acima, sussurrando no pé de sua orelha. Ah, linda...

— Vossa Alteza, gostaria de se tornar namorada dessa vampira que te deseja de uma forma louca e opressora? — Foi a frase mais normal que consegui formular.

O silêncio se fez entre nós duas. Seu olhar baixou e ela segurou minha mão, a beijando e acariciando logo em seguida. Naquele instante admito que fiquei assustada. Não sei qual reação esperava, mas... Silêncio? Não me parecia algo bom.

Seus braços envolveram meu pescoço e sua perna encostou na minha. Nossos olhos se encontraram e pude ver mais de perto aquele azul-turquesa levemente róseo. Sempre achei divertido ver como sua íris parecia dançar, e naquele momento, seus olhos pareciam um salão de festas enfeitado.

— Você adora estragar meus planos, não é? — Ela sorriu de seu jeito delicado. Não era forçado... Não comigo, pelo menos. — Aceito. Mas... deixe o próximo pedido romântico para mim, certo?

Não havia palavras que pudessem expressar o quão feliz eu estava. Nossos lábios se encostaram suavemente, e seus braços trouxeram para bem mais perto. Conseguia senti-la completamente. Minha mão segurou sua cintura e pude aprofundar aquele beijo.

Foi uma boa noite para mim. Antes do nascer do sol, tive que sair do seu quarto, dando-lhe um último selinho demorado de despedida. Quando já me afastava do Reino Doce, tive que parar de flutuar e deixar minhas longas botas vermelhas tocarem o chão da floresta.

Era tão linda... Tapei a boca, tentando não rir ao pensar nela. Minhas bochechas coraram instantaneamente, mesmo que estivesse lutando para não parecer uma boba apaixonada, que já tinha a certeza que era. Estava viciada nela, admito.

Passamos bons momentos juntas... Assim como brigamos muito. Ao contrário do que muitos pensariam, não era da minha aparência que ela vivia reclamando. Particularmente, ela gostava sim das minhas roupas. Do contrário, não às roubaria quando viesse me visitar.

Quando discutíamos, ela reclamava do meu mau-humor e eu do pouco tempo que ela tinha para ficar comigo. Me esforçava para estar sempre com ela, mas aquelas responsabilidades que a princesa tinha nunca nos restava tempo, o que me deixava muito temperamental.

Se dependesse de mim, a sequestrava e os deixava pensar que a Princesa do Reino Doce tinha morrido. Arranjava outra caverna bem longe dali e levava-a para morar comigo. Simples assim...

Mas, fora de alcance.

Gritávamos, quebrávamos coisas e às vezes tudo parecia acabar em lágrimas. Eu dizia que ela agia como uma menina mimada, Bonnibel esfregava na minha cara que a mimada era eu, querendo toda a atenção do mundo para mim.

Em ataques, a empurrava na parede e a beijava até que toda aquela raiva e dor dissipassem. Até que os olhares não fossem mais cheios de ódio, e sim de amor. Até poder ouvir seus gemidos e seus sussurros ao dizer que me amava.

— Eu também te amo, Jiloba... — Permitia meus lábios de selarem aos dela, e essas eram nossas noites longas juntas. O prazer de ter minha mão junto à dela me fazia sorrir de orelha à orelha.

Sempre, sempre assim.

Agora estava ali. Ouvindo-a dizer para todos seus súditos que não havia problema em se estar com quem amasse. Claro, deveria ser mais um devaneio meu. Conhecia minha garota o suficiente para saber que esta não deixaria seu reino para trás.

Ela... Estava realmente contando sobre nós?

— Isso não influência nas minhas decisões como princesa de vocês. Nunca influenciou, não irá influenciar agora. Não interessa o que outras pessoas pensem, me importo com meu reino e continuarei tomando conta de vocês... Se ainda me quiserem.

Burburinhos. Murmúrios e cochichos de pessoas doces e baixinhas ao meu redor. Olhei para todos. Estavam claramente olhando para mim também. Bufei e flutuei até o pódio, ignorando o Mordomo Menta assombrado ao meu lado.

Peguei o microfone. Não era nenhuma piada para ter o desprazer de ouvir criaturas ridículas como aquelas falando de mim. Certo, esqueçam o ênfase em ridículas. Esqueci quem namoro.

— Reino Doce... Boa noite, Marceline Abadeer. Olha, compreendo que vocês possam estar chocados, enojados ou incomodados com o que está acontecendo... E sinceramente, eu não daria a mínima se não fosse a Bubblegum... — Olhei-a de relance, com a expressão ligeiramente orgulhosa, ainda que esta parecesse querer me repreender pela parte de “não dar a mínima”. — Porém, é isso que sou e é isso que quero. Independente de onde vim, eu amo a princesa de vocês. Independente de quem sou... Vou estar com ela. Não me importam leis, vou estar com ela como for. O que difere é se vocês vão aceitar ou não.

Toda a multidão se calou e se entreolhou. Entreguei o microfone à garota e olhei-a nos olhos. Parecia nervosa. Dependendo do que eles diriam, provavelmente teria que consolar a garota pelo resto da vida. Abracei-a de lado e suspirei.

De repente, um homem-bolinho se pronunciou.

— Não importa o que a princesa quer para sua vida amorosa, contanto que continue regendo o Reino como sempre! — Disse, com sua voz meio alterada. Admito, quis abraçar aquele bolinho na hora.

O sorriso que se fez no rosto de Bonnie foi apenas um incentivo para continuarem se pronunciando. Cada ser entre aqueles doces que se via à favor, não permanecia calado assistindo. Em pouco tempo, a maioria dos presentes estava de acordo com a princesa continuar da regência do Reino.

Foi batido o martelo. A tal Bonnibel Bubblegum continuaria sendo a princesa, independente de casar ou não casar com um príncipe. Abracei-a forte e senti seu cheiro bem de perto. Ela beijou meu rosto e sussurrou, do seu jeitinho, um “Obrigada, Marcy”.

Estava feliz por ela. Aproveitei aquela animação toda e dispersão dos guardas para entrar no quarto real e espera-la. Durante seu banho, estive escondida dentro do armário. Quando ela veio, com sua langerie branca e lilás de rendas para procurar a camisa de rock que havia lhe dado, voei em cima dela, fazendo cócegas e nos permitindo cair no chão.

— Ah! Marcy! — Ela ria alegremente, feito uma criança. Tão doce... Sem piadas. Dos pés à cabeça, eu queria beijá-la. — Sua bobona, para com isso!

Deixei meus dedos pararem e olhei-a nos olhos, sorrindo suavemente. Meus cotovelos se apoiavam ao lado do seu rosto, o que me permitiu abaixar e beijá-la. Nossa sintonia já era única em toda terra de Ooo.

Nossas línguas se moviam perfeitamente, e meus lábios desceram pelo seu maxilar e pescoço. Aproveitei disso e depositei uma mordida de leve ali, voltando para sua boca. O modo como ela me correspondia...

Como disse antes, perfeitamente irritante e irritantemente perfeita. Minha Princesa Jujuba... Minha Bonnibel Bubblegum. A amo infinitamente, devo dizer. E infinitamente a amarei também... Apesar dos vestidos e coroa, claro.

Minha pequena Bubblegum.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*U* Espero que tenham gostado ♥
Novamente, obrigada Ludieww >w
Até mais, galerinha hard shippadora! ~ Fui!