Encontros E Desencontros Da Vida escrita por Anonimus


Capítulo 3
Carta


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas leitoras lindas e leitores fofos.



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PDV ESME

__Então por que estamos tendo essa conversa? Por que você veio perguntar se eu sabia quem ela era se não foi guiado pelos seus sentimentos? E por que ainda nega?__ Questionei e foi como se ele despencasse na realidade, finalmente enxergando a verdade.

Vi sua expressão derrotada, ele estava tentando assimilar tudo, devia estar confuso, o puxei para mim e deitei sua cabeça em minhas pernas acariciando os fios revoltos de seu cabelo, Edward tinha os olhos fora de foco, distantes, pensativos e em conflito.

__O que eu faço agora?__ Perguntou com a voz torturada.

__A primeira coisa, que era assumir o que sente, você já fez.__ Falei docemente e ele me encarou.

__Você sabe quem ela é?__ Perguntou ansioso e eu suspirei.

__Infelizmente não querido, devo tê-la visto em algum momento, mas não sei seu nome.__ Disse com pesar, eu queria poder dizer algo que o fizesse sorrir.

__E a lista de convidados?__ Perguntou esperançoso.

__Todos os nomes eu conheço de cor, mas ela pode ter vindo com alguma pessoa.__ Disse e ele negou.

__Ela disse que não estava acompanhada.__ Ele falou.

__Talvez não por um homem, mas quem sabe por uma amiga...__ Pensei.

__Se for esse o caso eu devo perder as esperanças, não saberei nunca quem ela é.__ Ele disse tristemente.

__Não querido, você mesmo disse que ela é uma frequentadora assídua, haverá uma festa na casa de um ilustre membro da alta sociedade para os amantes da boa arte e cultura dentro de uma semana, se ela for como disse, estará lá.__ Falei e ele me olhou esperançoso.

__E eu a verei.__ Ele falou e eu sorri.__ Quem está dando esta festa?

__Charlie Swan, lembra-se do distinto senhor que nos visitou um verão em nossa casa de campo em Veneza?__ Perguntei e ele assentiu.

__Lembro-me perfeitamente, foi uma visita rápida, tanto que eu nem o vi pessoalmente já que estava cavalgando, mas quando voltei me disseram que ele teve de ir embora por problemas com a filha.__ Edward tinha uma boa memoria.

__Exatamente, me recordo que a menina teve um de seus frequentes problemas com uma doença.__ Falei perdida em lembranças, pobre garota, sofria já desde pequena.

__Carlisle poderia ter ajudado se estivesse em casa, ele é um excelente médico.__ Poderia sim, mas nesse dia ele não estava.

__Verdade, seu pai sempre esteve disposto a cuidar de quem quer que fosse.__ Sorri orgulhosa.

__Falam de mim?__ Carlisle apareceu na porta com um sorriso lindo.

__Exatamente.__ Edward disse apressado, entendi que ele não queria que mais ninguém soubesse.

__Posso participar?__ Perguntou e Edward se levantou.

__Na verdade eu precisava falar com Jacob agora, mas acho que encontrarão assunto para conversar.__ Ele disse se adiantando até a porta e eu sorri cumplice.

Edward saiu e Carlisle entrou me encarando com um olhar interrogativo, ele devia estar estranhando cada vez mais as atitudes do nosso filho, se dirigiu até mim e veio se sentar no lugar que antes Edward ocupava, sorri beijando levemente seus lábios e depois me afastei.

__O que vocês dois tanto conversavam aqui dentro? Duvido que tenha sido apenas sobre mim.__ Ele divagou e eu sorri.

__Estávamos conversando sobre alguns assuntos...__ Disse e ele ergueu uma sobrancelha.

__Que seriam...__ Ele quis saber.

__Confidenciais.__ Sorri largamente ao ver seu olhar curioso, mas ele não iria insistir mais.

PDV NESSIE

Depois do café me retirei para o jardim, o único lugar da casa onde eu poderia ter paz, caminhei por todo o gramado até um balanço antigo que ficava à sombra de uma frondosa e imponente árvore.

Me sentei e comecei a me embalar em uma suave oscilação, sentindo a ar fresco limpar meus pulmões, a atmosfera calma lavar minha alma e a brisa do vento tocar minha face. Talvez eu conseguisse passar o dia sem tentar matar um brutamontes idiota...

__Oi.__ Ou não.

Olhei entediada para o guarda roupa ambulante próximo, Jacob Cachorro Sarnento Em Breve Morto Black estava bem ao meu lado, parei de me balançar e bufei, não se tinha mais paz em lugar nenhum nessa casa, lhe lancei um olhar frio.

__Está me seguindo?__ Indaguei me segurando no lugar.

__Não se pode andar pela casa, ou é proibido?__ Ele desdenhou.

__Não se pode ter paz nessa casa, ou é proibido?__ Revidei raivosa.

__Nossa, é sempre bem humorada assim?__ Riu irônico.

__Afinal, o que você quer?__ Soltei venenosa, se um olhar matasse há essa hora ele já seria um cachorro morto.

__Vim tentar uma trégua.__ Disse dando de ombros e eu sorri sardonicamente.

__Uma trégua?__ Perguntei incrédula.

__Sim.__ Respondeu.

__Entre nós dois?__ Duvidei.

__Sim.__ Falou entediado.

__Qual é a pegadinha?__ Indaguei.

__Nenhuma.__ Ele revirou os olhos.

__Você deve estar maluco então.__ Disse e ele bufou.

__Só quero uma convivência pacifica.__ Ele ergueu os braços.

__Com alguém que invadiu o meu quarto ontem, a minha casa...__ Enumerei.

__A casa é dos seus tios.__ Ele interrompeu.

__Mas eu moro aqui, não você.__ Cruzei os braços.

__Você querendo ou não eu vou ficar aqui um tempo, sendo assim é bom a gente começar a se suportar, ou nenhum dos dois ficará vivo para contar a história depois.__ Ele discursou e eu me levantei do balanço.

__Que seja, eu não vou facilitar, e digo mais, você pode ir parando de se achar o tal, porque eu só preciso de uma desculpa para te tirar daqui, e pode apostar que eu vou achar uma.__ Disse e lhe dei as costas.

Em um movimento rápido ele segurou o meu braço me impedindo de continuar, foi tão rápido que meu corpo acabou sendo puxado de encontro ao seu, minha respiração se tornou entrecortada e me coração deu um pulo, ele me encarava seriamente.

__Você devia saber com quem está lidando, não gosto de ameaças, ainda mais de uma garota mimada como você.__ Ele disse entredentes.

__Não tenho medo de você.__ Falei duramente e tentei empurra-lo, mas foi em vão.

__Sou mais forte que você.__ Sorriu de canto.

__Vai se ferrar.__ Falei pausadamente.

__Só se você for junto.__ Sussurrou próximo ao meu rosto, nossas respirações se confundindo.

De repente ele chocou seus lábios contra os meus, de forma intensa e ardente, senti meu corpo inteiro em chamas, sem conseguir resistir correspondi ao beijo, envolvi seu pescoço e puxei seus cabelos, senti seu sorriso contra meus lábios e só então me dei conta...

Eu estava beijando o brutamontes, aquele idiota, imbecil, cachorro sarnento, e sedutor de uma figa, nos separei imediatamente.

__Seu aproveitador.__ Acusei grunhindo de raiva.

__Admita, você gostou.__ Ele disse com seu estúpido sorriso convencido.

__Odiei, detestei...__ Falei e ele gargalhou.

__Não foi o que me pareceu.__ O filho de uma mãe disse.

Grunhi irada e sai batendo o pé, escutei sua gargalhada se afastando, eu iria matá-lo por isso, e como ia.

PDV EDWARD

Deixei a biblioteca apressado, não sabia se minha mãe diria alguma coisa a meu pai, só esperava que tivesse percebido a pressa com que desviei do assunto, de confuso já bastava eu, não precisava que mais pessoas se metessem na conversa, mesmo sendo essas da minha família.

Segui caminho pensando na conversa de agora pouco, talvez a dama misteriosa apareça na festa e eu tenha a chance de descobrir quem é, me aproximar, saber mais sobre ela, a incerteza e ansiedade eram tamanhas que fiz o percurso até a sala de estar mecanicamente, não prestava muita atenção e meus olhos não pareciam ver senão a imagem daquela que me encantou, por quem eu não descansaria até ver novamente.

Uma semana, era o que eu precisaria esperar para saber se a veria de novo, uma longa, ansiosa, torturante e incerta semana, na qual eu tenho certeza que iria enlouquecer se meus pensamentos não me deixassem em paz, bastou que eu admitisse a mim mesmo que estava apaixonado para tudo piorar, agora eu sabia o motivo de tantos pensamentos conturbados, ou pelo menos começava a aceitar a ideia de que não teria volta, eu estava condenado a amá-la desde o momento em que vislumbrei seu rosto delicado e me perdi na vastidão de seus olhos.

Aqueles olhos... Sim, eram como um vale de sombras e luz, um labirinto, onde se perdia facilmente a direção, à prova de qualquer tentativa de fuga, onde a cada minuto mais segredos eram absorvidos daquele que se perdia, indefeso e sem qualquer chance de proteger aquilo que deveria guardar, isso quando não entregava desnorteado o que pensa e sente...

__Senhor Edward?__ Meus devaneios são interrompidos por Laurent.

__Sim?__ Perguntei me virando em sua direção, ele estava vindo da entrada com algo em mãos.

__Me pediram que entregasse isso estritamente ao senhor.__ Ele disse me estendendo uma carta, estranhei.

__Deixe-me ver.__ Pedi e ele me entregou a carta.

Virei a carta de ponta à cabeça, mas não havia nada que indicasse de quem era, franzi o cenho entendendo menos ainda, isso era muito estranho, além de incomum.

__Quem lhe entregou isso?__ Perguntei.

__Um rapaz que foi encarregado disso.__ Falou tranquilamente.

__Disse de quem era?__ Indaguei.

__Não, falou que a pessoa que escreveu disse que o senhor saberia.__ Disse sem se alterar.

__Obrigado.__ Falei sem olhá-lo e apenas ouvi seus passos se afastando.

Andei pela sala decidindo se abria ou não, por fim abri finalmente e retirei o papel que havia dentro, tinha um suave aroma de morangos, paralisei no lugar logo nas primeiras linhas.

‘’Edward

Peço desculpas por ter fugido daquele jeito ontem, creio eu que o deixei confuso, li seus olhos e o que eu vi me surpreendeu, olhava-me como se fosse a única em toda a festa, como se eu fosse uma luz, ou a primeira estrela do céu.

Enganou-se, não o sou, se me julgou assim foi pela primeira impressão que teve de mim, afinal é essa que fica, mas há tantos motivos que me obrigam a ocultar quem sou, porque se o dissesse talvez acabasse de vez com a imagem que tem de minha pessoa.

Nos conhecemos, ou ao menos deveríamos ter nos conhecido a muito tempo, talvez por um desencontro da vida isso teve que ser adiado até ontem, e eu fico feliz por isso, por você não saber quem eu sou, por manter a minha boa imagem contigo.

Só que acredito que o melhor seja que tudo permaneça assim, em mistério, não me entenda mal, desejo-te bem, e é por isso que não me verá mais, peço-te que não me procure e nem se envolva, detestaria te decepcionar.

B. S.’’

Foi como se tivessem me dado uma rasteira, como se tivessem tirado qualquer esperança que eu pudesse nutrir sobre um reencontro com a mulher mais deslumbrante que já vi, senti que estava caindo, que as forças me fugiam das pernas e desabei no sofá, inerte e perdido.


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Notas finais do capítulo

Maldade da dama misteriosa, né?! mas as aparencias podem enganar (momento frase de parachoque de caminhão), eu dei pistas ao longo da fic até aqui, se vocês prestaram atenção vão entender o porque dessa carta bombastica, mas os que não foram muito atentos digo apenas para não julga-la.