Agora não mais na pizzaria, mas sim dentro de uma van preta, Kille e Matt vão a algum lugar junto ao homem da boina e da garota, além de um outro soldado que sentava entre os jovens. É serio quem são eles?!, se perguntava Matt a todo tempo.

Enquanto isso Kille repassava em sua mente todos os dados daquela noite, Um gato se tornando demônio; seu suposto pai que lhe dera uma espada; Matt considerado seu irmão e uma carnificina na pizzaria terminando com soldados a todos os lados checando se havia testemunhas ou demônios ainda vivos. Se lembrou da placa das van, SOIS.

– Vocês são do governo? – perguntou Kille ao homem da boina.

– Como percebeu?

– Porque poucos carros têm só letras nas placas, não foi difícil notar.

O homem da boina fica impressionado com o intelecto do jovem. A garota ao seu lado troca olhares com ele.

– Desculpem minha falta de educação. Sou Jack Bolden, diretor sênior da SOIS, Serviço de Operações e Inteligência Sobrenatural. Sim somos governamentais.

– E ela quem é? – perguntou Matt apontando para a garota que fazia um curativo no braço.

– Ela é Isabella Bolden, minha filha. E assim como vocês ela tem dons especiais.

– Onde está nos levando? – perguntou Kille novamente.

– Ele sabe onde – e então olhou para Matt que se assustou, Eu sei?!.

Olhou para fora e começou a notar pontos que conhecia um bar antigo, uma igreja a qual sua mãe frequentara e uma pequena praça, Estamos perto da minha casa...

O carro virou a esquerda e então pode se ver a casa de Matt. Estava cheia de outras vans na frente, e soldados também acompanhados de uma mulher e uma senhora. Quando chegaram, ambos desceram escoltados, todos pareciam aflitos e atentos a tudo. Kille olha ao seu redor e tem uma dedução inicial das coisas, Estão vedo se os demônios nos seguiram então ainda não acabou. Olhou para as mulheres e teve uma surpresa.

Ambos seguiram e direção a elas, a senhora veio em suas direções olhando para Jack.

– Que bom que chegou a tempo, achei que não seria pontual novamente.

– Relaxe Maria, não iria aprontar essa com os garotos.

Ambos olharam para Jack e para Dora.

– Você os conhece Dora?- perguntou Kille olhando para ela agora.

Matt olha para Kille e se espante – você conhece a Maria?

– Se acalmem garotos eu vou explicar – disse a senhora sabendo o que levaria aquela conversa – Há muito tempo tive uma visão de que precisava cuidar de dois jovens de mundos distintos, pois o futuro deles seria especial. Encontrei um em uma casa que procurava uma empregada, o outro foi em um beco atrás de um restaurante. Cuidei dos dois da mesma forma que deveria, até me encontrar com um soldado que futuramente os treinaria. Inicialmente pedi para que ele mantivesse distância, mas hoje tive a visão de vocês dois precisando de ajuda então o procurei e lhe entreguei as coordenadas de localização.

– Foi assim que eu os encontrei – disse Jack se aproximando mais dos jovens – se não fosse por Dora vocês agora estariam mortos.

Ambos os jovens se entreolharam. Ela é vidente, por isso fazia todos aqueles troços em casa pensou Kille se lembrando. Nunca acreditara em misticismo até àquela hora. Matt olha para sua mãe se preocupa com a expressão que se mantinha no rosto dela. Parecia estar apavorada como se tivesse de dizer algo, mas não quisesse.

– O que foi mamãe? Você está bem?

– Claro – responde Lucia disfarçando. Kille percebe que ela esconde algo, mas prefere ficar em silêncio. Dora e Jack olham para ela e também se silenciam demonstrando o que parecia ser contradição à forma de como ela agira. Jack volta a olhar para os dois jovens e diz.

– Bom... Agora que vocês sabem da história quero lhes fazer uma proposta.

– Proposta?!?! – Dizem os dois ao mesmo tempo.

– Sim. Quero que venham comigo para desenvolver suas habilidades. Há muito tempo quero montar uma equipe especial para proteger o mundo de coisas como os que enfrentamos hoje já perdi muitos homens com isso. Busco uma equipe que poderá proteger as pessoas e o mundo de demônios e tudo que nos ameaçar. Está havendo uma guerra entre anjos e demônios que não estão ligando nenhum pouco para o caos que isso traz para nosso planeta.

Ao ouvir isso, todos passam a entrar em silencio. Foi como se as palavras dele fizessem todos refletir ao porque de existirmos. Kille e Matt estavam agora prestes a decidir entre viver uma vida “comum” ou partir numa aventura que provavelmente mudaria o rumo de suas vidas.

– Mas e quanto a nossas origens? – perguntou Kille – Quero saber o que sou e de onde eu vim!

– E eu também – disse Matt – mãe, você pode me contar?

– Não posso. Nunca entendi muito seu pai – disse Lucia já em lágrimas.

– Então e você Jack? Pode nos ajudar? – diz um dos jovens voltando- se ao soldado.

– Não posso dizer que tenho as respostas, mas posso ajuda-los a encontra-las. Temos muitos livros e uma equipe excelente que pode ajudar. Façamos um acordo: Vocês vêm para me ajudarem e eu os ajudo nisso. Feito?!

– Você deve ir Kille – diz Dora segurando o braço do jovem – creio que seu futuro está vinculado a isso.

– Ok então eu vou. Já que você está me pedindo.

– e você Matt? Vai conosco? – pergunta Jack.

– Sim. Claro se minha mãe deixar.

– Pode ir – Disse Lucia – Você tem que ir. Não vou poder te proteger aqui.

– Sim, está bem então, meus soldados vão pegar suas coisas. Hora de fazerem as malas precisamos acabar tudo antes do amanhecer para não chamar atenção. TEMOS 2 HORAS PARA LIMPAR E CARREGAR TUDO!!!

As próximas duas horas foram silenciosas. Nada naquela noite fazia sentido para os dois garotos que já haviam parado até mesmo de tentar entender. Ir com o soldado para treinar e descobrir sobre quem somos e de onde viemos, era a única coisa que eles tinham em mente.

Kille termina de fazer as malas e sai se despedindo de Dora e de Patty que chorava muito – Porque você vai me deixar? – dizia ela – Não se preocupe não vou sumir, só vou tirar umas férias – respondia a ela o jovem para fazê-la parar de chorar. Matt já havia entrado na van com suas coisas há um tempo, ele, Jack e Isabella só esperavam Kille entrar. Um dos soldados pega as malas e as guarda, enquanto Kille entra na van que já estava ligada.

Enquanto iam, só o silêncio pairava naquele veículo. Todos tinham em mente que algo novo estaria para começar, porém isso não significaria ser um motivo de felicidade. Tudo que sabiam era de que muitos mistérios viriam a ser expostos no futuro, trazendo a todos uma preocupação quanto a que mistérios seriam esses.